Um Estranho Impar Poesia
VONTADE DE LUA
... Lua, lua cheia
se eu fosse um rato
você fosse um queijo
assim alto e tão alvo
insistente em minha vida.
Com todo esse ensejo
e essa vontade larga
ah, se eu tivesse asas!
Com esse doce beijo
e essa paixão que se propaga
lua, lua...
Eu voava pela noite
ia até o céu e te abraçava
expulsava de ti o dragão
e nunca mais te largava.
Antonio Montes
A FILA
Pegue a fila, pegue a senha
pegue a fila pra resenha...
Espere um pouco, no seu tempo
tenha calma sentimento.
Circulação, esta disparada
a hora passa o dia acaba.
Fila esta, com ressentimento
nesse tempo e o momento.
Os dias em fila, meses do ano.
o ano ao tempo e seus engano.
Olhe... A fila é uma onda
que não desanda o firmamento.
Antonio Montes
8 - Experimente
Grite no espelho
E escutarás o que quer ouvir
Rabisque um papel
E só tu verá poesia
Tua mente é vasta
A minha é mais
Leia em voz alta
E passe para o próximo
PEDIDO A UM SABIA
Sabia que canta tanto
o seu canto de encantar
após seu breve encanto...
Faz balanço em seu canto
e encanta com seu voar.
Sabia... Ensina-me amar?
Assim com esse cantar seu
que sempre meigo a escutar...
O cantar da natureza
a dadiva do nosso Deus.
Faça com que eu ouça
as verdades do nosso mundo
não me deixe tão ateu.
Ah, quanto ao belo timbre seu...
empreste-me por segundo
para encantar o mundo meu.
Eu preciso cantar o amor
com as cordas vocal da vida
semear jardim com flor
surripiar toda grande dor
de uma raça tão querida.
Antonio Montes
O MEU CALAR (soneto)
Solidão arde tal qual fogueira acesa
É como em um brasido caminhar
Perder-se no procurar sem se achar
Estar no silêncio do vão da incerteza
O que pesa, é submergir na tristeza
Dum incompleto, que nos faz cegar
Perfeito no imperfeito, n'alma crepitar
Medos, saudades... Oh estranheza!
Tudo é negridão e dor, é um debicar
Rosa numa solitária posposta na mesa
É chorar sem singulto e sem lacrimejar
E se hoje o ontem eu tivesse a clareza
Não a sentia como sinto aqui a prantear
Teria a perfeita companhia como presa!
Luciano Spagnol
Final de novembro, 2016
17'00", cerrado goiano
DISSOLUTO
Ali na lapide, um vigário
que pelo carteado do um mundo
foi enterrado, e nunca vingarão.
Estamos vivendo um jogo de favas
todavia, ganha os donos do baralho
imperadores podres e reis das cartas rasas.
No tempo, estão comprando o falho
ninguém, ninguém é dono de nada
estamos pagando a tinta dos entalhos.
Vivemos, milênios de ignorância...
hoje, cobram-nos pedágio do imposto, posto
e os roubos que nunca tivemos gosto.
Todavia a primavera renova os galhos
mas os frutos continuam, mesmo sabor
a misera na UTI, agonizando com a velha dor.
Antonio Montes
AO LÉU
Um choro na noite
no amontoado lixo
um cão, há se fosse...
Seria um feitiço?
Apena um inocente
para a morte jogado
atirados aos braços
de uma vida um fado.
Nem sabe ao que veio
e o que fazer agora
sobre frio e reio
sua alma triste, chora.
Não conhece o mundo
nem os beijos gerado
ao nascer por segundo
teve o peito minguado.
Antonio Montes
VERÃO NO CERRADO
Um vento seco, no sertão ressequido
Mas, o céu está úmido, está aquoso
As nuvens cavalgando no azul vívido
As aves (andorinhas) num voo gostoso...
Pontilhando o céu com o seu colorido lívido
Ao som das cigarras num canto preguiçoso
É o verão dando as caras no cerrado árido...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Ela é um presente, um terror
Ela é meu presente
O meu futuro,
E meu amor.
Ela que manda na gente
Ela que diz quem eu sou!
Trouxe luz como sempre
Me fez feliz, minha flor.
EREMÍTICO
Para não esta sozinho...
Rascunhei seu nome,
em um, pedacinho de papel,
lendo ele, eu imagino você
... Imagino o seu sorriso, o seu olhar
ouço a sua voz e o seu sussurro
... Meu Deus, é tão meu esse amar...
Quanto querer!
Penso até, que para esse mundo eu vim
somente para amar você.
Para não esta sozinho...
Escrevi seu nome,
sobre os grãos de areia da minha praia
ao lado dele eu fiquei a noite inteira!
E sobre a densa escuridão da noite
... Eu vi a lua sendo iluminada pelo sol
da mesma forma em que você me ilumina
quando estou sob sombras,
mais abscuras da minha vida.
Ali eu vi as estrelas cintilar sobre o céu
assim como você brilha no meu amor,
mesmo estando curtindo as ondas de solidão...
Ali na beira do mar, com o seu nome,
eu estava sentindo você e presenciei
... As minhas lagrimas dissiparem
sob espumas das águas...
Eu vi as águas do mar,
banhando o nosso amar.
Antonio Montes
AS PRAGAS
Seu Stenio...
se não for abusar da amizade
o senhor me traga da cidade...
Um vidro pequeno,
cheio e veneno?!
É para eu aqui, matar as pragas
que tragam com atrocidade
tudo aquilo que plantei.
Estão sucumbindo toda lavoura.
Já terminaram com as beterrabas
agora, destroem minhas cenouras.
Antonio Montes
MAR E BRUMAS
Pintei o mar colorido
de vermelho como sangue
um oceano rebojo e revolto
outra hora, um mar morto
com triângulos e brumas...
E um desande que se expande.
Então pintei como folha
em tons verde de esperança
um mar com andas e bolhas
saltando pelas longas praias
como se fosse criança.
Ai, colori de azul
assim, igual as cores do céu
e com a sua mare cheia
as águas em aranzel
as espumas nas areia
e suas partículas ao léu.
Antonio Montes
CATA DUM AMOR (soneto)
Na cata dum amor, amor busquei
Em cada olhar, um olhar de rogo
E na sorte de tê-lo, em ter afago
Se tudo preciso novamente farei
Então constatei, que não é jogo
Ele acontece, é destino, eu sei
E em cada dia sempre acreditei
Na chama, que na paixão é fogo
No ser um amor sem fim, estarei
Sempre de prontidão, no epílogo
No destinado. Pois por ele ideei
Na conquista o que vale é diálogo
O amor é mago, gesto, nele saudei
A vida, pois é essência no âmago...
Luciano Spagnol
03 de dezembro, 2016
Cerrado goiano
SONETO ENDEREÇADO
Este é um soneto endereçado ao amor
Que redige na flor o doado nascimento
E nas estrelas segredos em sentimento
No imenso palco, a vida, ventura maior
Se a imperfeição influência detrimento
Sob o mesmo céu, sob o mesmo clamor
Nela também, brota um olhar acolhedor
O que se faz perfeito e um complemento
Quando penso que tudo nele é só primor
Há bravatas, desculpas apenas, momento
Também tem dor, que cessa o sonhador
Porém, amor que é amor, é sacramento
Não é vaidade, e sim, um transformador
Se de ti roubar, tente o mesmo fomento
Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano
UMA PENA
Com uma pena...
Escrevia um poema
o poeta do tempo,
os olhos dos sentimentos...
Registrava o presente
ressaltava o passado,
destrinchava os galhos
de um amor confinado.
Com uma pena...
esboçava as tristezas
inoculava o amor
dava cor a beleza
expressava a dor
e as ordens da realeza.
A pena, que esboçava rima
registrava ira o alto estima
assinava sina
esvoaçava a sorte...
o óbito a morte
planava pela imensidão
demarcava o sul
rascunhava o norte.
Com uma pena, uma pena
... Aterrorizava o forte
o poeta e seu tema...
refletia as contendas
registrando o milênio
apenas com uma pena.
Antonio Montes
Da solidao
Um vício
A cada trago
Uma lagrima (?)
Da noite
Um sorriso na fumaça
Leve degustação
Uma distração
Uma fuga
Um refúgio
Um cigarro.
Finjo ser poeta sendo um cretino
varias pessoas botando fé
e eu me destruindo
as vezes tudo o que eu queria era um bom vinho.
Aventura
Dois passos ja não no mesmo lugar
espaço pendo a porucura
um passo e talvez quero voltar
os passaros poe-se a cantar
aventura...
loucora...
tontura...
sinto meu peito fora do lugar
longe da doce loucura
onde quero estas
doce aventura
vou me aventurar
dois passos
ja nao sei se vou caminhar
tenho em terna aventura
mas hoje de casa nao vou me afastar
VELHICE
Aos poucos a velhinha foi sendo jogada par um canto do mundo
e foi se apequenando cada vez mais
humilde
para caber nele
e não incomodar a ninguém
com o que resta da sua presença.
Créditos ao anonimato
Sou um poeta de poucos recursos.
De fato, de poucos méritos.
E apesar de todos os maus percursos.
Busco meus créditos.
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