Trechos de Livros
"Eu amo ler livros novos...
Autores desconhecidos...
Mas, seus olhos...
Seu sorriso sereno.
Tão simples...
E minha leitura preferida!
Todos os dias
Eu te leio
E você nem rabisca."
Não tenho formação acadêmica, nem 90 anos de experiência nesta existência. Não escrevi livros, nem sou uma palestrante do mundo, daquelas com um vasto vocábulo (e sentimento muito limitado, por vezes).
Não sou purista nem filoneísta nem ista alguma. Sou talvez uma amiga. Isso!!! Me veja como uma amiga... daquelas que você não tem muito contato, mas que sabe que está em algum lugar do planeta, e que como ser sensível que é, está em plena rotação universal rodando e sentindo.
Pois bem...tendo bem definido minha falta de pretenções e intentos, ouso falar com toda a “direteza não polida“ que dizem que me é peculiar: TOME BANHO DE CHUVA!
Sim meu querido novo amigo... banho de chuva!
Você deve estar perguntando o porquê, e eu adianto que não é um segredo milenar para curar as chagas do corpo (a menos que se acredite, é claro! Esta sim é uma verdade milenar), nem uma simpatia revolucionária criada no seio do nosso povo “ignorantemente“ carente para trazer algo desejado em 24 horas. Não e não!!!
Tome banho de chuva simplesmente para ousar viver. Eu me refiro à vida real. Aquela sem relógios musculares chamando os abdômens hostis à se movimentarem freneticamente nas Cidades, se vendo sem se enxergarem, se tocando sem se sentirem.
Me refiro a vida natural, ao que nos é instintivamente básico. Me refiro à comunhão com o que é natural, à ousadia de ser simples. Me refiro à coragem de ser poeta em meio a guerra, à perseverança de ser sensível em um mundo de bárbaros modernos.
Tome banho de chuva para lembrar o que verdadeiramente é, de que verdadeiramente é feito. Para acordar do mundo inventado, de prioridades dispensáveis e lamentáveis.
Entenda meu amigo o profundo significado do “banho de chuva“. Veja-o mais que fisicamente. Visualize-o com a alma, com a imaginação liberta de qualquer compromisso com os conceitos do mundo moderno.
Liberte-se das convencionais regras de etiqueta. Respeite a tudo e a todos, mas de forma natural, com gentilezas espontâneas, com sorrisos abertos,com carinho sentido, com compaixão franca. Esqueça um pouco os colarinhos e jóias e problemas profissionais.
Diga-me:
De que adianta saber que os talheres devem ser postos de fora para dentro, e não conseguir organizar os próprios sentimentos? De que adianta carros de luxo, e um rastejar interno? De que adianta viver 100 anos com os bolsos cheios e o coração vazio? De que adianta ter um conhecimento vasto sobre a geografia e não saber o para onde ir? De que adianta ir e nunca ter para onde voltar? De que adianta dar prioridade ao que te remunera, mas não te evolui? De que adianta ter 50 casas, e nenhum lar? De que adianta o material sem o imaterial do amor?
Volte-se para o seu interior! Renda-se às melhorias internas, priorize o que te equilibra, respeite a tudo, inclusive ao que te desagrada, deseje amar mais do que ser amado, respeitar mais do que ser respeitado, aprender mais sobre o que é eterno do que sobre o que é passageiro. TOME BANHO DE CHUVA!
Brinque sem preocupações, abrace demoradamente, beije vagarosamente, não tenha pressa...
Tenha fome de aprender, sede de ajudar.
O caminho é este. Volte-se para o que realmente é... TOME BANHO DE CHUVA.
Fernanda Furini
Eu não vou mais falar dos livros ou da longa guerra, mas caminhar pelos penhascos secos até encontrar uma mendiga ao abrigo do vento. E aí, vou falar até ela dizer o nome dela. Se houver trapos suficientes ele se lembrará do nome dela, e vai ficar feliz em se lembrar. Porque antigamente, apesar dela contar com o elogio dos jovens e a culpa dos velhos, entre os pobres, tantos jovens quanto velhos a elogiavam.
uso boné
ando com livros e
com skate no pé
e quem me ver é sempre assim,
sorrindo, para tristeza de uns
e alegria de outros!
Enquanto o interesse de abrir os livros tenha que surgir pela beleza das capas, muitas histórias se perderão.
Quando se é novo é sempre a somar. Somam-se amigos, emoções, experiências, livros, canudos, lugares, responsabilidades, preocupações e ambições, vícios e prazeres que não viciam.
Até cada ano de vida que se viveu é celebrado como se fosse uma proeza. É triunfalmente que se chega aos 6, 10, 14, 18 ou 22 anos. E com razão. Ainda consigo lembrar-me que eram obra.
Depois, não sei a que idade (é aquela em que nos deixamos de importar tanto com as coisas, daí nunca darmos por ela), começamos a compreender a alegria e a liberdade de subtrair coisas e pessoas que só nos pesam, roubando-nos tempo, paciência e a calma necessária para sobrevivermos e que se vão tornando, monstruosa e deliciosamente, cada vez maiores.
O tempo de subtrair é cruel e frio e imensamente libertador. Dá vida aos últimos anos de vida que temos. Sim, porque a vida acaba. A morte acontece e, irritantemente, dura para sempre. Há quem diga que é como o tempo antes de nascermos (até um gênio como Samuel Beckett caiu neste pensamento impreciso) mas não é. O tempo depois de morrermos é sempre pior do que o tempo antes de nascermos.
Ninguém sobrevive. Nascemos, vivemos e morremos. Sobreviver é tão estúpido como anteviver. A grande diferença entre estar perto da nascença e estar perto da morte é que a proximidade da morte é necessária e suficientemente melhor conselheira.
Antes de morrermos convém nos despirmos até estarmos nus; só com os nossos verdadeiros amores.
Miguel Esteves Cardoso
Se você não leu os livros favoritos dela e ouviu seu top cinco músicas favoritas para se escutar no carro por no mínimo duzentas vezes no volume máximo orando para que ela passasse pela rua no exato instante em que canta o refrão desejando fazê-la enxergar que existe no universo ao menos um ser humano que realmente se importa com todas essas coisas que ninguém tem interesse, você não tem o direito de querer enfiar na minha cabeça que para esquecer basta querer. O dia tem vinte e quatro horas e eu passo exatamente oito repetindo “ela não é a coisa mais importante da minha vida, ela não é a coisa mais importante da minha vida, ela não é a coisa mais importante da minha vida, ela não é a coisa mais importante da minha vida”. E vou dormir com a certeza de que ela é sim a coisa mais importante da minha vida. Sei que existe toda essa conversa sobre o amor-próprio ter de nos bastar e que devemos sempre vir em primeiro lugar, mas se existe no mundo alguém por quem você morreria, essa teoria besta deve ser jogada no lixo. Todos os dias ela passa por diversos lugares, para, cumprimenta pessoas, mas nenhuma delas a vê da forma que eu a vejo. Olhar para ela me faz misturar reações isoladas, aleatórias. Eu misturo as moléculas agitadas do meu corpo com o sorriso dela. Misturo a minha taquicardia com os cabelos dela. Misturo o vento com o cheiro dela. Misturo o caos do universo com a paz dela.Se você fala do mundo como se ele pudesse ser o mesmo sem ela ou não olha a foto dela a cada quatro horas porque ama os traços do seu rosto ou se esconde das pessoas por medo do quanto o amor pode te tornar patético, você não pode dizer como devo me sentir.
Alguns avaliam os livros pela corpulência, como se escritos para exercitar mais os braços do que a inteligência.
Escolha bem os livros que vai ler! Não sabe o poder que têm, podem mesmo mudar o seu jeito de pensar e ser.
Eu tenho consultado vários livros de Sócrates a Shakespeare, tentando achar uma forma de expressar com palavras o quê nós sentimos um pelo outro, mas eu percebi que não há palavras para isso, quando você sabe que tem, você confia, você acredita, você se arrisca, fica disposto a sacrificar tudo, para manter custe o que custar.
