Trança
Não foi Prematuramente que as portas se fecharam para mim, acho que nunca se abriram, estão trancadas e não há chaves que servam nas fechaduras, eu queria sair dessa prisão que me impossibilitava vê meus sonhos realizados. As portas não abriam, quebrei as paredes e fui, fui ja realizando um sonho, o de sair de um pensamento medíocre de achar que não vai conseguir.
Silêncio, grito preso, choro preso, silêncio.
Tranca, cadeado, cofre. Onde está a dor? Em qual lugar desse corpo vazio se esconde?
Onde está o sangue, o calor? Por que as veias estão vazias?
A pressão enlouquece ao mesmo tempo que anestesia. A mente engana, sai em desvaneio e de repente foca no ponto, e aí, aí vagueia de novo em um ciclo sem fim...
Só um buraco, oco, vazio.
As cores se foram, o cinza chegou.
Me tornei um dia comum, nublado, sem sol, mas também sem chuva, sem calor ou vento.
Só nublado, cinza, eterno.
O ponto de virada dramático
O eco do vazio preenche cada espaço. Não há nada. Não há sequer a dor, apenas a ausência. O sangue e o calor se foram, e a memória de quando estavam lá é o único fardo que o vazio não consegue apagar. A lembrança de um tempo colorido, de uma pulsação, é a tortura final, o sussurro de uma mentira que a mente insiste em reviver antes de se calar.
A tranca se dissolve, não por quebra, mas por corrosão. O cadeado enferruja até virar pó, porque não há mais nada a ser protegido. O cofre se abre, revelando nada além do ar rarefeito.
O cinza não é uma espera, é a resposta final. A mente já não vagueia, ela flutua, um grão de poeira insignificante em um espaço infinito e desprovido de qualquer coisa. E o drama maior é a constatação de que não há drama. Não há tragédia, não há reviravolta. Apenas o nada, perfeito, completo e eterno, que se instalou e a memória do que existiuecoa para sempre no que restou de minha vida.
a.c.g.c
TRANÇA-ME, NÊGA
Os dedos da preta que trança meus fios de cabelo crespo (diante de uma vida dura)
ao mesmo tempo que puxa,
fazem um cafuné.
Os dedos sambam sobre o embaraço/ os cachos.
Os dedos correm como o Pelé.
Sua mão é delicada, me sinto cuidado. (Adupé)
Ela tira o nó com maior amô,
Não me prende. Não raspe!
É uma tecelã.
Rir, faz massagem, conta histórias...
Seu timbre de voz cheira hortelã.
A oralidade nos seus lábios, precede à escrita no papel (todos a escutam).
Ela lava meu cabelo com água misturada com mel,
fulô e maçã.
O caminho de volta é a ancestralidade, baiano.
Que até Caminha, Cabral se perdeu numa manhã.
A caravela do seu navio não achou um só fio da minha juba,
Ficou boiando!
Salve, Zumbi dos Palmares!!!
Na minha terra tem palmeiras,
favela, quilombo, roça, aldeia, ribeirinho
Onde canta o povo brasileiro afligidos.
Os pombos daqui gorjeiam o Estados Unidos.
A Beatriz Nascimento, daí ouvidos!
A nêga faz traça para comunicar várias coisas: avisar a época da colheita, quantos filhos a outra tem,
E quando quer casar também.
Salve! Minha preta nagô!
Salve! Minha nêga nagô!
Os pretos estão se amando!
Daria um filme...
Caetaniando:
“Quando essa preta começa a tratar do cabelo
É de se olhar toda a trama da trança, trança do cabelo
Conchas do mar, ela manda buscar pra botar no cabelo
Toda minúcia, toda delícia”.
Seus olhos tinham o brilho das cores de uma regueira, seus cabelos como trança de uma beleza exuberante, sua cor negra.
Discriminadas por sua cor azulada, como um diamante azulado poderia nascer uma beleza negra como o reggae em forma de canção .
Seu cabelo ao vento era a paisagem mais bela
Tinha a complexidade de uma Vênus moderna!
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