Trabalho Noturno
Trem noturno
O trem viaja sob estrelas.
Tal qual um doutor,
o pai veste guarda-pó.
‘Fagulhas entram com o vento, minha filha,
e roupa boa é uma só.’
Fagulhas e o cheiro da lenha na fornalha,
da graxa em suas unhas
como um sinal de nascença.
‘Presta atenção, minha filha,
com o trem andando.
Uma vez, uma menina espichou o braço na janela
e adeus, braço.’
O trem passou. Só ficou o que não morre:
esta memória forjada em pó de carvão e lágrimas.
Graças a Deus, não preciso dizer:
adeus, pai.
"Alguns poetas tem hábitos noturnos, semelhantes aos morcegos frugívoros e espalham sementes por aí".
Devaneio Noturno 🌙
Sonhar contigo em meus braços, nos amando como se não houvesse amanhã, numa alegria e cumplicidade imensas, sem fim. O coração prega peças — e a mente, mais ainda. Mas, se isso foi um sonho, desejo sonhar infinitamente. Tu és a personificação da alegria, da ousadia e da simpatia que trazem sentido e prazer ao viver. E eu aqui, em mais um devaneio, numa noite longa e solitária, desejando-te... e me perdendo em meus próprios pensamentos.
POEMA NOTURNO
Ao olhar ao céu vejo surgir um raio de luz, tão forte surgiu que ao presenciar tamanha presença divina. Não sei dizer o que era. Mas meu ser se alegrou-se em meio a tantos cantos e pássaros sinto encantada e plena, na certeza de que o amor é realmente magnifico e quando se é realmente vivido, tornasse o mega e o omega em uma só magia.
POEMA NOTURNO
Em uma canção a te cantar, em letras douradas declara: meu doce e pobre coração te entrego em um lindo jardim de flores todo meu amor eterno, senhor.
NOTURNO.
Márcio Souza
Sob as notas de Noturno,
Essa canção que me encanta,
Muitas vezes eu choro e durmo,
Mas que me consola me levanta.
Levo no sono a lembrança,
Seu olhar tão meigo e puro,
No meu repouso noturno,
O seu doce jeito criança!
E sob os acordes de "Noturno", me adormeço lentamente,
Sacio a minha fome, a fome de um amor carente,
No abstrato desse sonho, saudade do amor ausente.
Devaneios pensamentos,
Me transporta essa canção,
Sob acordes e movimentos,
Me despeço. Boa noite, coração!
Márcio Souza.
Meados do tempo
Lagrimas de chuva
Corriqueiro vento
Noturno o medo
Como espelho tem falas
Meia Noite ventania
Sobre algoz terror...
Passado o momento
Trêmulo as dores garganta seca...
Sono que se encontra dormindo...
Parece ser último no ar da madrugada.
Ambiguidade de tais formas surgem
Essas almas que argumenta atroz flagelo.
Em gritos se dissolve com amanhecer.
São bem mais o que aparece ser.
Entretanto o bocejo parece mais um dia longo.
Solitárias e Solidões
Na pequena cidade, no silêncio noturno e pacato,
quase fantasmagórico e solitário de suas ruas,
não há quem caminhe por entre elas,
cada qual se refugia entre os seus muros de concreto.
Solitária condição fortuita ou não,
as pessoas vão-se embora, migram pelo mundo a procura de si.
Vilas de campos verdes e pastos,
de fortalezas-morros e estradas curvilíneas,
habitados pela simpatia de seus concidadãos,
uma hospitalidade com aroma de café,
solidões acompanhadas de broas e pães de queijo.
Solitárias são as margens de rios que secam aos poucos,
que surpreende um filho que outrora não alcançava as suas ‘funduras’.
Solidões somos muitas entre as matas, o canto do canário, a chuva fininha a cair.
História e sabores das Minas em mim veladas pelas areias do tempo em nós.
Breu Noturno (poema sem o emprego da letra "A")
Juvenil Gonçalves
No breu escuro do monte
surdiu frio, eco vil.
Corvo rondou horizonte,
som sinistro surgiu.
Luz morreu, céu se nublou,
sino dobrou no terreiro.
Vento feroz ribombou,
tudo gemeu por inteiro.
Cemitério com rumor,
osso seco rolou no piso.
Olho turvo brilhou no torpor,
eco curto feriu o juízo.
No silêncio rito frio,
corpo morto tentou surgir.
Sopro bruto trouxe o estio,
ninguém vivo ousou sorrir.
Sou o sentinela e o prisioneiro de uma guerra que nunca cessa. No tribunal noturno da mente, cada lembrança esquecida retorna como testemunha hostil, expondo minhas feridas com uma precisão cruel. O silêncio, esse juiz disfarçado de paz, sentencia-me a reviver o que tentei enterrar. Quando os pensamentos se libertam, tornam-se lâminas: cortam sem aviso, rasgam o que o tempo tentou cicatrizar. A sombra, paciente, estende sua mão, prometendo descanso em troca da rendição. Mas há em mim uma centelha teimosa, um lampejo que recusa a dissolução. Assim sigo, numa vigília interminável, onde a lucidez é tanto escudo quanto lâmina. Cada instante é um duelo, e cada suspiro, um veredito suspenso entre a luz que sangra e a escuridão que observa.
"Na escuridão profunda, a esperança floresce, Como uma estrela solitária no céu noturno. A fé, como um farol, guia nossos passos incertos, Enquanto o desespero se dissipa, perdendo seu poder."
Os devaneios noturnos, são além de tudo efetivas miras das fantasias; são indicadores do inconsciente impulsivo, manifestando batalhas e quereres dissimulados, sucedendo com efeito, constantes sonhos noturnais.
Em cada suspiro noturno, sinto a falta da sua presença ao meu lado, desejando poder te abraçar e me perder em seu amor.
Conhecer-me pela milésima parte é como contemplar uma estrela no vasto céu noturno apenas um vislumbre do infinito que sou. Mas se mergulhares no oceano da minha essência, descobrirás um mundo de sabedoria suprema que transformará a tua existência em algo verdadeiramente grandioso.
"Sob o manto do silêncio noturno, o vento narra contos de terras longinquas e eras passadas, entrelaçando-os à dança das árvores."
E são tantas as almas que vivem em mim, que bailam com a minha, e alçam cegos vôos noturnos...
...Mas seus donos não me dão sequer um bom dia! Isso justifica a opção de morar no as céus... lá no alto há liberdades!! O amor impera! E eu só desço para alimentar meus filhotes!
Árido
Quid pro quo lhe diria
Se ainda houvesse brilho
Em seus noturnos outrora castanhos
Brilhantes e profundos
Há poesia onde eu quiser
Em minhas mágoas que afogam o vizinho
Nas dores que sinto sozinho
Poesia melancólica eu diria
Mas ainda sim poesia
Me demorei em sombras
E agora temo o Sol
Sinto-me fino, esguio
Construo um forte e nele moro
Jazo alí há muitos anos
Sou homem ou sou pedra?
E quando choro
Rego a terra sedenta
Que sem sementes não brota flor.
