Tiro no Escuro
Meus fantasmas vieram me visitar.
Trouxeram aquilo que um dia foi.
Sussurrando suas palavras em meus ouvidos, palavras que me causavam terror. Faziam-me olhar para aquele quarto escuro, em que outrora eu havia trancado a porta.
Porém ela estava aberta outra vez e senti-me atraído a adentrá-la, novamente. Mas resisti bravamente.
Ou pelo menos era assim que deveria ter sido, mas não foi.
Mãe, por favor não apague a luz! Eu tenho medo do escuro! Onde você escondeu aquela cruz? Eu juro! Eu juro!...Eu tenho medo do escuro! A noite passada acho que eu vi Jesus!? Mas eu ainda assim tenho medo do escuro! Fecha a janela que está sombrio lá fora e aqui dentro está muito frio. Sinto um terrível calafrio. Mãe não vá embora! Durma aqui comigo! Ouço passos lá fora. Não! Por favor não vá agora! Pressinto o perigo. Eu tenho medo de gente morta. Por favor, mãe não abra a porta! Eu tenho medo do escuro. Eu tenho medo de sonhar. Eu juro... Eu juro... Eu juro que se eu dormir eles vão me pegar! Quando a luz apagar eles vão me levar! E agora?! Eles estão lá fora! Durma aqui comigo! Seja o meu abrigo! Mãe eu tenho medo do escuro. Eu juro! Eu juro!... Eu juro que eles me levarão se eu não estiver contigo!..
E sempre dentro de mim aquele enorme vazio!... As horas são lentas... Os dias parecem que não tem fim. Em minha mente tudo está sempre turvo, chuvoso, estranho e frio. Parece que o tempo todo estou andando por sobre nuvens escuras. Sou poeta. Portanto - sou triste!... Mas adormecida em meu coração ainda resta uma pequena esperança quase sem cura que está sempre à procura de um sonho...- Que talvez já nem existe!...
Sozinho, pensando em ti, longe de tudo e sem ninguém ao meu redor... Percebo que ao apagar as luzes eu vejo muito melhor; Pois eu vejo milhares de ti dançando ao meu redor!...
#ÚLTIMA #VEZ
Está escuro...
Fecho os olhos para sentir você...
E não o encontro...
Grito seu nome no silêncio que me abraça...
Lá fora madrugada é fria e espessa...
Chove...
Ateio fogo à chuva e ela me queima...
Não posso evitar...
Ainda amo você...
Mas sinto que algo morreu...
E não sei o quê...
Nem o porquê...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
A diferença entre ter medo do escuro ou da luz, não é uma questão idade, e sim do quanto vivemos e sofremos. Ao contrário, quando se procura a luz, é um claro sinal que a vida já terminou.
Você já foi minha felicidade
E sinto que tô acordando tarde
Nem lembro como vim parar aqui
Você me viu no escuro e se esqueceu de mim
Tudo pode mudar com o tempo
E, se eu tiver no escuro,
Eu ligo a lanterna e vou
Existem momentos que, por não saber como agir pensamos apenas na palavra FUGIR
Mas parando pra pensar, pra onde vou fugir se não posso me ausentar de mim
Na intensidade desse ardor eu queria somente NÃO EXISTIR!!!
Hoje o dia amanheceu tão escuro
Achei até que era um dilúvio
Depois foi o presidente
demitiu uma par de gente
E o juiz, aprovou mais um absurdo
está por vir
Hoje o dia estava tão para baixo
que peguei chuva indo pro trabalho
E quase fui assaltado
Lá no fundo do ônibus sentado
Já bastava o meu dia, entrei numa briga
por conta de contas vencidas
E depois do meio-dia
perdi o dentista
Só mais um desastre
para piorar meu dia
E mesmo molhado
zangado
puto da vida
tive cabeça para pensar
essa poesia
O óbvio é como um daqueles dias de trevas em que dialogamos com uma árvore para compreensão óbvia da árvore.
A psicanálise proporciona ao sujeito, andar pelo lado escuro da rua sem medo, passar na porta do cemitério a noite e não temer os mortos.
Mas um dia eu nesse escuro, querendo encontrar a escuridão nesse caminho vazio e sem explicação…
— que aos poucos vai acabando com o meu coração.
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Quando mais eu andava no escuro mais a minha alma falava ser tudo em vão!
As vozes da minha cabeça avisando…
“Acreditar nessa escuridão, era o próximo passo para o caixão.”
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— será tudo apenas uma ilusão ou um caminho para chegar no coração?
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Escuridão essa que em todo o lugar que vou, está querendo-me amar ou matar-me, se nesse amor for o sentido de morrer qual seria o sentido de amar?
— Então é nisso que fico-me perguntando será medo de amar ou medo de amar e sair machucado?
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(Carta de amor, para minha escuridão).
Sou um demônio do tipo desesperado, um desespero mais profundo do que o mais profundo oceano escuro.
"...Só parei de julgar-me dissociado,
quando me disseste que havia noites com sol,
e que o remo acenava para o mar, quando não partia.
Então, assim ficamos, em nós apreendendo tochas,
fisgando lumiares, falando com os olhares.
E quando tudo escurecia se acendendo de um no outro..."
Carlos Daniel Dojja
Fragmento Poema do Lirismo
O que me faz sair da cama toda tarde,
É pensar que o próximo dia sera melhor.
E assim eu vivo no meu loop sem fim.