Tinta
A vida é como um pergaminho, escrito á tinta, onde não se tem borracha ,mas se tem sempre um tinteiro, para escrever de novo e de modo diferente.
À tinta de escrever
Ao teu azul fidalgo mortifica
registrar a notícia, escrever
o bilhete, assinar a promissória
esses filhos do momento. Sonhas
mais duradouro o pergaminho
onde pudesses, arte longa em vida breve
inscrever, vitríolo o epigrama, lágrima
a elegia, bronze a epopeia.
Mas já que o duradouro de hoje nem
espera a tinta do jornal secar,
firma, azul, a tua promissória
ao minuto e adeus que agora é tudo História.
A tinta fresca só sujará
Quem não tocá-la quando ela estiver seca
Então amigo, tenhamos paciência para tomar decisões,
Pois a pressa é prejudicial para quem busca a perfeição.
enquanto a tinta não falha,o coração não falha
eu continuo por aqui.
enquanto a inspiração vier,enquanto meu pensamentos não chapar.
eu continuo por aqui
enquanto meus inimigos não tramarem o meu fim, enquanto os mesmos não derramarem o meu sangue ...
eu continuo por aqui.
até quando?
até quando a tinta não falha
até quando o coração não falha
a inspiração vier o pensamento não chapa
até quando os meus inimigos não tramarem
o meu fim!!
Que remédio - o amor?
Os poemas estão duros
o amor desapareceu dos versos
a tinta que antes coloria as linhas
agora, apenas mancha o papel
Falta sinceridade aos romances.
Aos poemas falta amor
aos versos, poesia
aos casais falta romance sincero, melodia
Falta o pulsar no coração dos poetas
Falta retomar o passado com nostalgia.
Falta morrer de amor, ao meio dia
com o peito apertado
após longa noite de desespero
e luzes acesas
e cama vazia.
O amor, aos versos sinceros
aguarda retornar um dia
Almeja transformá-los em poemas inteiros
e a partir do zero
enchê-los com o desespero contido em suas agonias.
Não há remédio para tal mal
há que se amar feito os poetas de antes
e apaixonar-se pela vida todos os dias
Há que se deixar levar pelas curvas do amor
mesmo delirando de febre, encolerizado, cheio de dor.
As ruas são nossos museus
os muros as nossas telas
o sangue nos olhos a nossa tinta
e a poesia marginal a nossa arte.
POR BAIXO DA FRESTA
A porta estava fechada
E por baixo da fresta
Eu via a tinta vermelha
E rezava
E rezava para que fosse
Literalmente
Apenas tinta
E eu parei
Eu parei ali
Pois no fundo da alma
Eu sentia
Ela já não estava mais aqui
Já não me pertencia.
O Fim é o princípio.
Uma página que se vira.
Somos a tinta fresca em folha áspera.
A capa dura. Aquilo que procura.
Somos a História.
Desde sempre.
Somos todos os nomes.
As pessoas do Pessoa.
O Mundo na mão.
Ponto de encontro.
De quem pensa. De quem faz pensar.
Temos pele enrugada de acontecimento.
As páginas são nossas.
E o pó que descansa na capa também.
Sabemos falar de guerra e paz,
explicar a origem das espécies e dizer
qual a causa das coisas.
Somos o que temos.
A tradição e a vocação.
A atenção. A opinião.
A história de dor e de amor.
Somos o nome do escritor.
A mão do leitor.
SOMOS LIVROS!
Faz tempo que abri o armário e escolhi a cor amarela. A ausência de tua pele é falta de tinta na minha aquarela.
O poeta tem na tristeza o seu combustível de escrita.
É como se ao invés de tinta, as lágrimas pintassem melhor as palavras.
Quero a tinta mais vermelha para escrever a minha vida. Sangue! Pois passar por aqui sem ter dado o melhor de mim não me satisfaz.
Jogar Tinta em nosso Quadro da vida, mexer as tintas com as nossas Atitudes para obtermos um Controle de cores no qual teremos um resultado que é a Arte de Viver!
Espelho
O artista pintou o amor
Deus tinta com cores reluzentes
Em tela com infinitas dimensões
Ao fundo um estúdio
Armários com tintas e pincéis
Cadeira, cavalete e telas
Sentado está o pintor
Com a paleta na mão
Misturando a cor ideal
Na tela o espelho atual
Uma auto imagem construída
O artista pintou o amor
COLISÃO
De repente...
tudo se rebela.
O tom da voz.
O canto grave.
A tinta da aquarela.
O frio do estribilho.
O som da pausa.
O fio da navalha.
No meio do corte...
palavras cirúrgias.
O veneno.
O antídoto.
As “palavras sujas”,
na saliva salgada,
que escorrem e ardem
pela boca ensanguentada.
