Tiago de Melo Poesia
Aprendi que solidão não é castigo, é ferramenta. É na distância do mundo que a consciência afia sua própria lâmina. E com ela, cortamos ilusões que sempre nos mantiveram presos. A liberdade começa quando deixamos de ter medo de
estar conosco.
Não nasci para ser inteiro, nasci para ser verdadeiro. E a verdade, por vezes, é feita de fragmentos difíceis de aceitar. Mas são eles que compõem quem realmente somos.
E isso basta para caminhar.
Meu coração carrega cicatrizes que não conto
a ninguém. Não por vergonha, mas porque algumas dores não cabem em palavras. Elas apenas me lembram do caminho que trilhei.
E por mais tortuoso que tenha sido,
ainda estou aqui.
O mundo passa com pressa e leva pedaços da gente como folhas ao vento. Resta um bilhete amassado no bolso: “sobrevivi por pouco”.
Não é glória, é quase legenda de uma fotografia torta, mas serve para lembrar que ainda posso olhar e contar.
Perdão não é gesto fácil: é levantar a cadeira do chão e colocar de volta. É reconhecimento, trabalho suado, uma paciência que dói. Quando perdoo, não apago cicatrizes, aprendo o ofício de conviver
com elas, transformo o passado em instrução
e não em cela.
O grande medo da humanidade não deveria ser o medo de morrer.
O grande medo da humanidade deveria ser o de não sermos lembrados.
Igreja amante ou Igreja noiva? Qual tipo de Igreja temos sido?
A amante é egoísta e busca seu próprio prazer. Foge dos compromissos, vive em função do ego, viola os princípios do outro em busca da satisfação pessoal. Ela quer te usar, te fazer mais um. Não quer criar expectativas. Não quer amar, tão pouco ser amada.
A noiva vive em busca de uma união inseparável. O prazer dela é o prazer do noivo. Vive em função dele e nada pode tirar sua vontade de tê-lo. Deseja desesperadamente o dia em que o noivo colocará o anel em seu dedo e dirá:
-Enfim, eu sou teu e tu és minha.
Mesmo que por uma fração de segundo, nossos olhos novamente se encontraram; corações aceleraram e os pensamentos se afloraram...
Percebi que já não é mais desejo, é Amor.
Logo sou
Sentir tudo junto. Medo, pavor e o tempo de ser feliz.
Logo, tão logo atrás do que esperava.
Assim mesmo não ter percebido,
A causa de o ente ego inflar à majestade de um deus.
Quando meu corpo desconhece o seu senhor.
Armadilha encontrada e trocas perpétuas.
Gritos desconhecidos que chegam em direções.
Longe de mim; minha vida que nunca será.
Tão alta e distante que daqui nunca saberei também de nós.
Novamente perdi alguém especial, e só percebi quando me deparei com a distancia.
Queria poder estar ai, perto de ti novamente ou ter você em meus braços... Sentir essa tua pele macia, teu toque, teu cheiro.
Porque o destino nos separou ? Tem horas que passo por lugares que nos vimos, que vivemos momentos legais, que vivemos risos e gargalhadas, onde só restava a gente.
Te amei e te perdi, te quis e não te tive... Um dia, um dia você será minha a qualquer custo. Te amo, do meu jeito mais amo. Novamente perdi alguém especial.
Metamorfose
Eu vou pensar em te dizer;
Eu vou dizer-lhe o que pensar;
Falar-lhe o que der na telha;
Dizer-lhe o quanto sofro por te amar.
Eu vou fazer mudar e transformar;
Todo o seu modo de pensar;
Mudar tudo, tudo;
Tudo o que você conhece de mundo.
E arrancar o seu verdadeiro eu, bem la no fundo.
Levar-te-ei por lugares jamais visitados;
Por galaxias totalmente desconhecidas;
Fazer você respirar ares diferentes;
mostrar-te-ei o que realmente tem de bom em nossas vidas;
Coisas que ninguém viu e nunca verão;
Descobriremos um mundo magico;
Onde as pessoas saibam se amar;
Amar, amar, amar;
Eis a questão.
Não, dito.
E tudo diz não. Discordar é apenas a outra metade.
Minhas alegrias e sobressaltos vêm e são barrados na porta.
Observador, me guardo.
Adormeço em meus braços cruzados.
Sou eu comigo e no fundo as outras salas. Por todo lado, música, notícias, índios e idosos em atividades.
Tempos isolados nas suas questões que não sabem se já foram as do outro.
As decisões tomadas atrasam as que aguardam como o futuro espera enquanto não acontece.
E se nos pensamentos existe alguma determinação, que fique guardada lá; afinal, o acaso também existe.
Somos um e pouco nos representamos. Sabemos quem são todos melhor que nós.
Das metades que estão do lado de fora.
O que não aconteceu ou não chegou.
Tudo que existe no papel, no conto, na imagem pintada na tela.
Parte de tudo que não é além de possibilidade.
Parte do que fala mais de nós do que somos perfeitos.
E que me levam para além quando me calo depois que tudo diz não.
Guardo o adeus
Enquanto guardo teu adeus
Meu olho se torna vidro e
Reflete a mim despido e distante
Caminhando soturno até onde posso apagar a luz e não ver
Como se todos os pássaros saíssem das minhas mãos
Entrassem no mesmo horizonte
Seguindo o sol até se irem com ele e
Não mais amanhecessem comigo
O mar agora é silencio
O coração não. Bate sozinho
Para mim apenas
Ignorando outro som; outro adeus
Até mesmo o fim da impressão
Aquela em que o mundo te lembra despedida
Ando. Feliz.
E hoje; feliz acredito no dia que vejo mais bonito.
No dia que criei asas e voei até o galho mais alto, que fosse toda a altura de minha vontade.
Quando acreditei nas letras que canto.
Nas lembranças que chegam quando divago na paz do vento.
Ando.
Se esses lugares no meu olhar estão no paraíso;
Nem sempre me sinto bem.
Feliz.
Minha terra
Chão e céu.
Minha terra toda é você. É areia.
Minha língua falada e cantada.
Meu deitar de bruços desarmado.
A varanda nos sopros do vento morno.
Onde sem sombra, existe a dúvida clara.
As visitas indiscretas dos arrepios. Teu riso.
Tudo perto demais do ouvido e onde o pensamento faz seu ninho e dali mesmo parte para voar.
Nome de alma
As cruzes penam sobre as atitudes; o nome pena com a alma.
Que não se leve a cruz, mas antes, que não se erre o nome.
Não viver a si é suicídio com direito a também querer ser feliz.
Querer ser a fantasia. Ser outra verdade.
O que não existe.
Fantasia não tem alma. A alma é que se mascara.
Vai Cambaleante. Sem natureza. Oca.
Errante nas intenções; cativa de qualquer bem das palavras que não calam e só contam sorte.
E se afasta tão longe, mascarada e sem asas, que o rastro deixado atrás se torna outro caminho para ser seguido.
Retorno.
O nome cai ali; na madrugada pouco acesa da memória.
Onde os passos tentam ajustar as pernas.
Onde não frutifica a saudade quando o passado não se quer ter.
Onde o tempo leva muito mais quando se é surpreendido sem ser a si mesmo.
Onde só restam lúgubres pensamentos em um coração vazio, quando sem chama.
De quem é o riso, o ego, ou a mentira sem o nome?
O nome pena com a alma, agora mais longe, trocando de máscara.
Acho
Achismos em bem dizer milagres
E em mãos, como em vento as árvores.
Som de voz.
Tom de nós. Cada um.
Pontes de outro fim.
Palavras, passos e
Pontes. Quando chega o primeiro ou o último dia.
Não preciso que vá.Preciso que fique.
Pelos mesmos motivos que estou.
Os motivos do único dia da borboleta.
O que também é ar e carne dentro de nós.
A tua presença. A própria vida.
-Vivemos em um mundo de pessoas vazias.
-É, mas também existem pessoas vazias nas Igrejas...
-Sim existe. Mas quem nos enche é o Espírito Santo, estar na Igreja não significa ser cheio D'ele.
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