Tiago de Melo Poesia
Balas-delícia
A tarde era contente.
Árvores projetavam sombras.
O sol não alcançava a gente,
que andava distraída entre as cores.
As diversas flores encantavam os olhos,
seduziam com seu aroma e despertavam o paladar,
que só era saciado pelas balas de uma firme senhora
também agraciada pela tarde de delícias.
Pouso Alegre
Uns partem, outros chegam.
Alguns apenas aguardam.
O cachorro esperava,
não sabia o que.
Num instante, um aceno.
Em direção àquele que o portava.
Não sem resposta, sorriso e aceno em retribuição.
Parava o ônibus e logo todos desciam.
O senhor de chapéu puxava o cachorro,
ou pelo menos tentava.
Ela desce do ônibus
Ele a encontra com um beijo
O cão eufórico parece sentir
a mesma felicidade do dono.
Agora é ele, o cão,
que recebe um pouco de atenção.
Ela, traz consigo a alegria,
uma mala e uma caixa.
Bagagem que logo compartilha.
Eles se vão. E assim a vida segue.
Partir e chegar.
Na rodoviária, um pouso alegre.
No amor se corre cego tendo a expectativa de acertar o abismo. Despencar em direção ao céu.
No profundo de si se resumir em solidão e eterno.
Ser leve não é se bastar com sorrisos,
O simples também tanto exige,
E viver significa demais o tempo todo.
Um viva a todas as pessoas; as aglomerações, e a tudo que reúne e que faz aproximar.
Salve o exercício da criatividade que revela a beleza e a riqueza que é o universo humano. Viva os impulsos, a troca de informações, as agremiações, as iniciativas, os conjuntos, os corais, as coleções, os comprimentos, os compromissos, os cultos, os intercâmbios, as danças de salão, as raves, os debates nos comitês, todos os sotaques, todas as palestras, os brindes, as visitas, os feriados.
Pratiquem-se os jogos mais variados, utilizem bolas, cordas, redes, dedos, dados, prêmios, troféus, vontade, lágrimas.
Aproximem-se os que não se amam, os egoístas, os de orgulhoso cego, os iludidos e os rancorosos, porque estes são o próprio exemplo do que não deve ser semeado e a mudança nas suas vidas ensina sem palavras.
Destaquem as diferenças porque é a única coisa que todos temos em comum e o que deixa a vida tão colorida e em constante aprendizado.
A lei é clara: Para que nasça um, dois se fazem necessários com ou sem presença física.
Existir é coletivo.
O coletivo de pessoas é cultura. Cultura é universal.
Morte
Se encherga muito sobre a vida menos que morte é seguir em frente tanto quanto.
Saudades e difícil conformação sobre o que julgamos deixar de existir.
Pensa-se na existência como sendo aqui e só.
Como se "partir" fosse deixar de pertencer.
Quando podemos mesmo é não ser daqui.
É louco ! Mas certa compreensão existe.
Se concebem tantas ideias,
Se defendem facinantes ideais.
Mas a convicção não é simples de se convencer.
Eu penso sobre ...
Vago lento nesse abstrato em busca de revelações discretas próprias da curiosidade.
Talvez considere algo tão próximo como são os sonhos onde vozes eternas ecoam sugestões e contam sobre mistérios e milagres enquanto dormimos.
Nada sei.
Só acredito que não é simplesmente o fim.
Pérolas em silêncio; assim são as letras criadas para ninguém agora e nunca.
Frutos maduros caídos nunca apreciados.
Entes da criatividade; lembranças de alguém não lembrado.
Seu conteúdo: algum castigo, algum sofrimento, algum amor em algum lugar.
Mente de um poeta não nascido. Sobras de luxo.
Também nada. Também nunca.
Sem rastros para se seguir, navegam a deriva sem pressa, em um mar sem tempo.
Absurda lástima nunca se saber de sua riqueza despretenciosa.
Sem saber do mundo em outras palavras.
Está lá.
Mesmo que para única espectadora: A vaidade, sua semente.
Mundo incerto
De uma alma sem cor....
Qual é a lagrima da loucura?!
Destruíram os poemas
Qual é o tempo em que vivemos
De onde vem essas perguntas
Qual é a lagrima da loucura?
E onde ficam os poemas
De onde vem toda toda essa dor
E em que pagina termina
Qual é a lagrima da loucura?!
Aonde esta toda a verdade....
Oh vida de tantos temores
Escondidos, trancafiados por traz de sorrisos
Oh vida de mil faces
Ilusões, mentiras e falsos amores
Oh vida!!!
Que se apaga em tardes frias de verão
Oh vida de amores imperfeitos e sem cor
Como sinto tua falta no entardecer
No vago silencio que a noite traz..
Presente
De tão perto sei o quanto pode demorar.
A espera alcança ainda de tão perto.
Vindo e vindo os dias.
Ao que respiro; ao que mecanizo; ao que ouço.
Me vejo indo...
E o presente está feito.
À Kiehr
Sem entender a verdade
Até aprendido a ser
Por ter a virtude nas mãos
A excelência em mil vidas e nas memórias
Suspiros e antigas paixões
Em tudo sentir arrebatado pelo belo
Do eterno e do primitivo
Sem tribos; os arcos seguem como símbolos entre ideias de triunfo.
Sem mitos; Tu segues como júbilo entre madres e entre deus.
Seco.
Galhos em árvore.
Cem goles de cem gafanhotos.
Poeira cercando o passo e o assento.
Pedregulhos de cobre, prata, ouro e sol.
Batido chão, castigo e pausas longas. Silêncio pisado.
Desde quando era começo e ainda atrás.
Cem mãos, barro e alma.
Para trás de um sereno breve sem saudade.
Semelhança
Mãos e ouvimos.
Pés, sorrimos e corremos.
Por abraços, somos tantos filhos com saudades.
Cantamos, acordamos e estamos no alto olhando a imensidão verde cheia de silêncio e repleta de profundidades.
Nossa terra, água, fogo, e aves migratórias em curso para outra estação.
Vamos essas vontades e não a outro.
E algum criador vislumbra enquanto me rebelo por acreditar muito mais em mim do que o consigo imaginar.
Me percebe quando me vê tão semelhante a ele.
Quando primeiro já existia sem ainda nem saber acreditar.
Sem saber
Não se sabe da tarde no dia cinzento,
e sem precisar saber, pássaros gorjeiam em qualquer tarde.
Sem precisar saber, a inteligência se inclina à devoção, mesmo quando em sonho, onde se é deus e vontade.
Também sem saber, e sem precisar saber, me vejo no teu pensamento preto e branco.
Sem precisar saber de tuas importâncias, sou na tua lembrança, o corpo da tua saudade.
E sem saber, você é o que diz meu nome.
Sem mesmo precisar saber, estou em você todo dia.
Quisera eu outra tarefa de casa pra completar os afazeres domésticos.
Mas entro num túnel mesmo assim pra não ouvir o mundo.
Recordo minhas cenas preferidas.
Sou sem beijo e sem voar, mas sempre fumaça.
Ou sou eu a partida do trem, ou sou a noite densa em névoa, ou só penso.
Enquanto dirijo olho as mãos e as cabeças, e me vejo onde estou.
De passagem entre assobios indiferentes.
Partindo pra mais tempo.
De mais tempo me aguardar.
Até o fim quando no olho brilha a luz que chega.
Por dois
Passar mil passos. Por espaços e ponto.
Ponto de encontro distante. Marcado de reencontros.
Perto de motivos carentes e outras propostas.
Desejos egoístas de feitiços com varinha genuinamente humanos. Chegar. Acontecer. Esquecer.
Risco no afeto oferecido. Querer parte e dar parte.
Brincadeira e desacordo. Possibilidades em dois lados.
Que troca, atribui, atrita. Que parte ceifando algo de energia.
A idéia com luz que confunde agora, este instante.
Ode ao bem
Dói e choro.
Penso no bem do meu irmão; é o mesmo bem que penso pra mim?
Seria certo pedir? Estar bem não é simplesmente saúde?
É mais? Amor. Dinheiro. Saúde.
Por quê? Se a insatisfação não depende de se estar bem.
A busca pelo bem sangra em terror. Ninguém sabe disso.
Limites podem nem existir.
A comunicação ser apenas códigos de correção.
O bem, um estado de equilíbrio hoje.
Dói e sigo,...
Aperitivo
Negro grão, negro eu
O gole, a boca, o pensar
Me acompanha a espera
Sem palavras, apetece apreciar
Mar lá
O mergulho revolto das ondas sobre si
Soa como uma salva de muitos canhões.
Mas na efervescência branca das ondas
Tem-se o pedido de silenciar.
E na calma do mar, tem-se o eterno.
Mar cá
Num ósculo sagrado, sol e lua refazem o teu temperamento
E nesse momento teu de mar
Me esqueço sem fim
Sou tudo o que vejo
Um mar sem desejo
O que está em seu movimento que não em meu equilíbrio?
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