Textos sobre a Morte

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O ranger da madeira das escadas ecoa na casa, e tudo fica silêncio. Adentro meu quarto, também silencioso, jogo a mochila no chão e me jogo na minha cama.

Um teto branco

Uma quatro paredes coloridas

E ainda assim, me sinto em um quarto de hospício.

E a solidão está bem ao meu lado, me fazendo companhia como todos os dias, sussurrando em meu ouvido. Só tenho eu, minha mente, e a solidão que permanece do meu lado diariamente. Parece que sempre fui solitária, que sempre estive no escuro, mesmo que a luz do sol estiver brilhando lá fora. Parece que sempre estive presa numa gaiola, sem companhia, sem amigos, sem ninguém para conversar, mesmo que esteja rodeada de pessoas todos os dias.

As vezes me pergunto como irá ser o dia seguinte, ou o próximo, os próximos três, uma semana, um mês, sete meses, quinze anos. Será que vou viver até lá?

Por que sinto essa angústia? Não há motivos. Eu tenho de tudo. Tenho amigos, tenho uma situação financeira boa, tenho tudo o que quero, tenho um pai para abraçar, uma madrasta para contar tudo, um irmão para conversar, uma melhor amiga para dizer sobre garotos, um melhor amigo para me maquiar junto, tenho notas excelentes e mesmo assim, sinto uma angústia enorme dentro de mim e não consigo distinguir de onde vem.

Tantas possibilidades, tantas dúvidas... Talvez nunca eu saia dessa angústia que sinto diariamente, talvez eu fique presa para sempre, talvez eu não consiga tirar essa angústia misteriosa. Talvez eu viva o suficiente para finalmente conseguir sair desse local....

Ou talvez eu não viva o suficiente, talvez eu não veja a luz do sol novamente.

Tenho a impressão que vou ficar aqui, que vou me desintegrar, ficar cada vez mais magra, meus cabelos caírem cada vez mais, me sinta mais desidratada, que meus órgãos comecem a se autocomerem, e por fim, morrer.

E se eu morrer, vou ter um funeral digno? Vou ter flores? Um caixão bonito? Ou vou ser cremada? Não quero ser cremada. Uma vez cremada, suas cinzas são jogadas em um lugar qualquer e não existe mais você. Não existe mais seu corpo, não existe mais a trajetória que seu corpo passou, a trajetória que você passou. Não existe suas marcas, não existe seus machucados, não existe seus cabelo e nem seus olhos. Sua história é simplesmente apagada, e ninguém vai lembrar do que passou, como se você fosse mais um qualquer no mundo.

Agora, ser enterrado deixa uma marca. Sua vida pode ter acabado, mas todos os momentos difíceis que você passou, vão estar ali, sete palmos abaixo da terra, mas ainda ali. As cicatrizes, os cabelos cortados, as estrias, os pulsos marcados, e o tiro ou facada que tomou ou se deu. Vai ter um lugar qual seu pai ou sua mãe podem ir para tirar a saudade, que seus amigos vão visitar, levar suas flores preferidas e relembrar dos melhores momentos em que passaram, seu namorado ou namorada vai poder desabafar e dizer o quão difícil os dias estão sendo e relembrar-se de todas as promessas e beijos. Óbvio, em algum momento vão deixar de existir, pois a natureza vai levar sua carne e seu sangue junto, mas foi um acontecimento natural, que vai se desfazendo lentamente, deixando o corpo se acostumar.

Inserida por MiaBennett

⁠O quanto vale uma vitória?

No peito eu sinto esse ardor
Que aumenta o meu amor
De querer conquistar
Mesmo com o pouco que consegui
Vou seguir, para honrar aqueles que estão comigo aqui
Meu pai vai se orgulhar
Minha mãe vai se alegrar
Meus amigos estarão brindando numa mesa de bar

⁠O tanto que eu aprendi, com a pouca passagem de tempo que tive,
pode ser resumida dentro da palma da mão de um recém nascido.
dentre tanto conflito, dessas mesmas emoções que um dia amargaram meu peito, hoje me sinto realizado com o pouco que conquistei, e essas mesmas façanhas são semelhantes a um grão de mostarda, são apenas significantes para aqueles que não me conhecem, mas para os que tem conhecimento sobre mim,
Se tudo pode acontecer, de tudo poderá ser feito.

Inserida por Efraim_Paiva

Delírio


Memória morta que ainda se faz presente
Aquele a quem chamo de felicidade com um tom obsessivo
Esse que se faz ausente mesmo quando estou em seus braços
Minha pessoa é tão perfeitamente imperfeita que me faz lembrar as obras de Tim Burton e “Bathroom Dance”
Sempre mordaz e misterioso
Um delírio pretensioso que me fascina
Cada passo seu exala um perigo que insisto em sentir de perto
Meu anseio
Aviso previamente, pois espero que esteja ciente: eu aceitaria de bom grado esta minha morte se fosse ao seu lado.

Inserida por Darklee

⁠Aquele amor

⁠Em todos os lugares que eu poderia ir
eu estava lá
onde eu sabia que você estaria
Seus cabelos misturados na tinta
me diziam o quanto estava confusa
e sua maquiagem borrada
mostrava o quanto estava nervosa
E mesmo que depois disso eu perdesse tudo
e meu mundo virasse trevas
eu sentia
Qualquer câmera pode registrar esse momento
Mas só meu coração registra a felicidade.

Inserida por Efraim_Paiva

⁠⁠O LEOPARDO QUANDO MORRE DEIXA A SUA PELE, O HOMEM QUANDO MORRE, DEIXA A SUA REPUTAÇÃO

"...No final, quando dermos o nosso último passo, ou o nosso último sopro sair por entre os nossos lábios, possamos olhar para trás e ver que o fio que deixamos não carrega o peso do chumbo, mas o brilho discreto da integridade, uma chama que dançará leve ao vento, mesmo após a nossa partida. Pois, no fundo, a morte nada apaga ela apenas revela tudo aquilo que em vida quisemos esconder."

"In Instantâneos da Alma"
T. M. GRACE

Inserida por t_m_grace_autora

⁠Por que você inventou morrer?
Partir assim de repente, sem avisar.
Por que você morreu?
Mania de ser do contra.
Só pra deixar saudade.
Pra deixar esse buraco no peito.
Pra deixar vazio o lugar na mesa.
Pra viver só nos sonhos
que insistem em deixá-lo vivo
todas as noites.
Inventou essa besteira de morrer.
quebrando o combinado
abandonando todos os seus projetos,
seus pensamentos, sua voz...
E nunca mais voltar...

Inserida por TaniaSoares

⁠"Nascer, viver e morrer é atravessar pontes, transitar entre o visível e o invisível, ora tocando sonhos, ora os perdendo pelo caminho. Mas depois de aqui chegarmos, nos tornaremos eternos de todas as formas imagináveis em átomos e memórias. Isso é ter em si o mundo inteiro e o mundo inteiro nos ter, e ainda assim a jornada do viver será sempre uma incógnita!"

(Do livro Caos de Mim-Daiana Calixto-2024).

Inserida por DaianaCalixto

Carta de redenção

Dizem que nenhum homem pode se arrepender de seus pecados
E continuar como se não houvesse acontecido nada
Mas as coisas que ouço são diferentes
E sei que no fundo serve apenas para me lembrar
Que cada um terá seu dia, de glória ou julgamento
Percebo que os espíritos me intoxicam.
Observo-os infiltrarem-se em minha alma sem sucesso
Eles tentam dizer que é tarde demais para mim
Mas sei que todos acreditam que esse é o sinal
De que estou voltando para casa...

Eu juro que vou viver para sempre
Digam ao meu criador que ele pode esperar
Estou cavalgando em vida, para algum lugar ao sul do Céu
Talvez em busca de redenção.
É dia de julgamento lá em casa, por isso volto...

Uma vez me prometeram absolvição
Mas sei que no fundo há somente uma solução para os meus pecados.
Tenho que encarar meus fantasmas
E saber sem nenhuma ilusão
Que somente um de nós vai para casa de novo

E eu culpo este mundo
Por tornar-me um homem pecador, sendo eu um homem bom
Se o demônio fizer o que quiser
Vou acabar entrando no Céu
Por que este mundo é o culpado por me fazer um pecador
Mas juro que vou viver para sempre
Depois que voltar para casa
Por que tenho dívidas a pagar e um julgamento marcado lá em casa.

Peço ao Senhor, tenha misericórdia
E guardo uma prece nessa carta para quando mais precisar dela.

Para o Pai, Filho e o Espírito Santo
E a assino, PECADOR, Sem nome.

Quando eu encontrar meu criador
Será que ele fechará o livro dos corações que parti?
Ou será que ele irá embora e me deixará viver para sempre?

Quem ler amiúdemente essa carta assim, pode até parecer que é uma carta de redenção.
Mas na verdade é o primeiro passo para a transcendência.

Pecador, sem nome(Edgi Carvalho).

Inserida por edgi_carvalho

⁠Na noite de verão, em que eu estiver na minha cama
E o clima se misturar com o vento frio feito pelo ventilador
Que os buracos no meu peito feitos pela faca
Se fechem com o sangue se secando
Que não escorra nada além de lágrimas do meu rosto
Que não seja deixado sujeira alguma
A não ser o rastro vermelho de quando meu corpo for carregado
E se o divino permitir
Que haja meu amor ao meu lado na mesma situação
Ai do meu bem se recusar a ir comigo
Pois será o único que me terá na consciência
E outros, não saberão nem dos meus pecados.

Inserida por Efraim_Paiva

⁠Ecos de uma guerra sem fim

Os mortos sabem o que os vivos insistem em negar: a guerra nunca termina. Ela se esconde nos becos e nas esquinas, na miséria que grita silenciosa e nos olhares vazios de quem perdeu tudo, menos o desespero. A farda que um dia vesti carregava o peso de um mundo que sangra, mesmo quando teima em se cobrir com um véu de paz ilusória. Cada dia de patrulha era uma batalha travada não apenas contra homens armados, mas contra as sombras que habitam o coração da sociedade.

Quem segura um fuzil aprende que a verdadeira guerra não está apenas nos disparos ou nas trincheiras; ela está nos ecos que esses sons deixam na alma. O som seco do gatilho não se cala. Ele reverbera nas noites de insônia, nos pesadelos que queimam a mente e nas lembranças que jamais se apagam. Deixar o front não é suficiente para calar esses ruídos. Uma década já se passou desde que me reformei, mas ainda carrego comigo os rostos dos que ficaram para trás e as histórias que nunca serão contadas.

Apenas os mortos encontram o fim da guerra, pois para os vivos, ela continua de formas diferentes. Cada dia longe do campo de batalha é uma nova luta contra os fantasmas que o dever deixou. Esses espectros habitam o silêncio, a solidão, a memória. A farda pode ter sido guardada, mas o espírito do guerreiro não descansa. Ele permanece, marcado pelas cicatrizes invisíveis de uma guerra que não se apaga, mas se transforma em um fardo que poucos conseguem compreender.

A paz, para quem já viveu a guerra, é um sonho distante, quase impossível. Ainda assim, é o que nos move, mesmo sabendo que ela talvez nunca se concretize. A ilusão de que a guerra tem fim é o que mantém muitos vivos. Mas eu sei, como sabem todos que enfrentaram o abismo, que a verdadeira batalha não se encerra no cessar-fogo. Ela continua, para sempre, nos corações daqueles que sobreviveram.

Inserida por italo0140

⁠Um poeta, justo e sofrido, jaz ao lado; flores enfeitam o caixão.
Sem pressa, o ar seca à sua volta. As flores, quase mortas, exalam o cheiro da tarde fúnebre.
O choro se entrega ao vazio, misturado ao álcool consumido antes do velório — tédio, dor e ódio.
Para os que ficam sentados, olhando aquela cena, não haverá mais poemas, não haverá mais questões.

Chorosa, pensativa e discreta, a amante incerta recorda os momentos de amor.
Não haverá mais beijos, nem paixão, nem ereção.
Tenebroso, rancoroso e coeso, o cobrador ileso reflete sobre a dívida que não será paga.
Não haverá pagamento, nem provento.

Ao lado do caixão, calada, os olhos da mãe se desfazem em lágrimas.
Seu pranto não é ouvido, mas sua dor apavora a solidão.
A filha, aflita, não compreende; cede ao impulso de abraçar a carne morta.
Sem consolo ou alívio, esta dor também a sufoca.

Cala-se o poeta ao som da tampa que fecha a urna que será enterrada.
Dentro dela, nada mais restará.

Inserida por aragalvao

⁠Carta em Homenagem e Justiça por Kathie McCormack Durst

Kathie McCormack Durst. Uma mulher marcada pela injustiça, usada e abandonada por um casamento falso.

Esquecida pela família de seu marido, negligenciada por um sistema judicial que escolheu proteger o bilionário em detrimento da verdade, Kathie foi mais uma vítima do silêncio cúmplice, aquele que culpa os inocentes pelas agressões que sofrem.

Robert Durst, homem que se esconde atrás do poder de sua família, desafiou a sociedade, manipulando-a com sua fortuna. Um hipócrita que, após assassinar e esquartejar um amigo íntimo, alegou “legítima defesa” e comprou sua liberdade.

Um homem que abusou da confiança de todos ao seu redor, transformando violência em estratégia e sua vaidade em arma contra aqueles que buscavam justiça.


E Kathie? Enquanto Robert a acusava de vícios que nunca existiram, tentando manchar sua reputação, Tão jovem e já enfermeira, ela era uma aluna exemplar no curso de medicina no Albert Einstein College of Medicine, prestes a se formar. Qualquer pessoa que conheça a intensidade dos estudos na área médica sabe que o perfil de um estudante bem-sucedido como Kathie não se encaixa na narrativa de dependência em droga tão pesada criada por Durst. Ele apenas espelhava sua realidade para invalidar o outro com sua dor.

Mas isso não impediu que ela fosse desumanizada em vida e, depois, na morte.

Kathie enfrentava não só o peso dos seus estudos, mas também a violência doméstica. Meses antes de desaparecer, foi tratada no Jacobi Medical Center, no Bronx, após sofrer agressões por parte de Robert. Amigos próximos relataram que Kathie, aterrorizada, dizia que, se algo acontecesse a ela, seria culpa de seu marido. Essa confissão nunca foi levada a sério pelas autoridades.

Quarenta anos. Quatro décadas em que a justiça negligenciou seu dever, enquanto um assassino evidente seguia livre. Não houve sequer uma análise rigorosa ou profissionais dedicados o suficiente para agir com seriedade no caso.

Ao invés disso, recursos foram desviados para proteger quem tinha dinheiro, enquanto pessoas comuns, muitas delas marginalizadas, permanecem à mercê de um sistema que falha diariamente.

Não há redenção para o que foi perdido. O corpo de Kathie já não está entre nós, mas sua história grita por justiça.

A série documental sobre Robert Durst toca na monstruosidade desse homem, mas a negligência das autoridades precisa ser exposta com o mesmo vigor. A sociedade merece entender como a fortuna pode comprar a indiferença da lei.

Proponho que a fortuna da família Durst, cujo valor chega a bilhões, seja utilizada para reparar a família McCormack, com parcelas distribuídas ao longo das suas gerações. Não como caridade, mas como a mínima reparação devida por décadas de sofrimento, nenhum conforto que o dinheiro compra pode recuperar uma vida, mas é junto o conforto de todas gerações de Kathie McCormack Durst. Infelizmente ela também foi uma Durst, não merece o silêncio da indiferença.

Minha alma não encontra paz em um mundo onde isso ainda é tratado com indiferença. Enquanto a família McCormack carrega o peso dessa perda, a família Durst se recusa até a reconhecer o mínimo de responsabilidade.

A maldição que a familia Durst carrega não é sobrenatural: é a consciência pesada de quem perpetuou o ódio através do silêncio,e assim propagara através da sua conexão distorcida por todas suas gerações.

Se minha história continuar sendo ignorada, todas as gerações da família Durst carregarão essa vergonha como um fardo eterno. E eu estarei lá pessoalmente para me divertir assombrando todas suas futuras gerações.

Mas, se minha memória for honrada, existe a possibilidade da redenção para vocês.

que cada membro da família McCormack seja abençoado pela justiça que lhes foi negada por tanto tempo.

Kathie McCormack Durst não será esquecida. Sua vida e seus sonhos, interrompidos por um monstro e ignorados por um sistema corrupto, são um símbolo da luta por dignidade.

Inserida por Diogovianaloureiro

AMOR NÃO CORRESPONDIDO


Se eu pudesse, no teu olhar,
Ver uma demonstração do teu querer,
Eu viveria, mesmo sem te ver,
Na ilusão de um dia te ter.

Se ao teu lado houvesse um lugar vago, Onde minha alma pudesse repousar,
Eu aceitaria até teu silêncio,
Se nele eu pudesse descansar.

Seu olhar não quer florescer,
Seu amor está gelado,
Você vive ainda sem me ver,
Eu morro por não ter-te do meu lado.

Alma penada é aquela que vaga,
Na esperança de um amor recíproco,
Num mundo onde o amor se tornou nada,
Onde as pessoas não têm vínculo.

Inserida por Maykzssx

⁠Quando o peso do tempo
Repousar sobre meu rosto
Cansado
Quero ter um sorriso
Bem largo
Para falar de amor.
Quando o peso do tempo
Repousar sobre meu corpo
Cicatrizado
Quero ter o sorriso bem largo
Para continuar falando de amor
Quando o peso do tempo
Terminar sobre mim sua dança
Sobre meu rosto,
Meu corpo,
Meu sorriso,
Quero transformar-me
Em esperança
Tecendo nas estrelas
Muitos risos
De amores.
De infindáveis
Amores.

Inserida por Siomaraspineli

⁠Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. João 10:10

"Não creio que o céu seja interessante apenas por ser eterno. Aliás, de nada adiantaria estar lá sem a companhia de Deus e de pessoas queridas. Viver de verdade envolve bons relacionamentos. Além do pecado, nada provoca mais nossa morte do que a negação de conviver em harmonia com Deus e uns com os outros. Que tal experimentar hoje estar mais próximo de Jesus e das pessoas que você ama?"

Inserida por dominici01

⁠⁠Nós vamos morrer. Então, vamos viver.

Essa é a única certeza que temos desde o dia em que nascemos: a morte. Passamos a maior parte da vida tentando ignorar esse fato. Vivemos como se tivéssemos todo o tempo do mundo, adiando planos, guardando sentimentos, esperando por um momento ideal que pode nunca chegar. Mas a verdade é que o tempo não espera por ninguém. Cada dia que passa é um dia a menos, e no fim, o que realmente importa não é quanto tempo temos, mas o que fazemos com ele.

Então, por que não viver de verdade? Por que não dizer “eu te amo” sem medo? Por que não perdoar e seguir em frente? Por que não tentar algo novo, mudar de rumo, sair da rotina? Passamos tanto tempo presos a preocupações, a problemas que nem sempre importam tanto, que esquecemos de aproveitar o presente. Guardamos palavras para depois, acumulamos ressentimentos, evitamos riscos e deixamos os dias passarem sem propósito. Mas e se não houver depois? E se esse for o único momento que temos?

A vida é feita de escolhas. Podemos escolher viver intensamente ou apenas existir, passar pelos dias no piloto automático, cumprindo obrigações, repetindo padrões, sem jamais nos permitir sentir a verdadeira alegria de estar vivos. Mas será que vale a pena viver assim? Será que, no fim da vida, não vamos nos arrepender mais daquilo que não fizemos do que dos erros que cometemos?

Não sabemos quanto tempo nos resta. Pode ser muito, pode ser pouco, mas independentemente disso, devemos aproveitar cada instante. Viver não significa apenas respirar e sobreviver; significa sentir, experimentar, amar, errar, recomeçar. Significa olhar para trás e saber que aproveitamos cada momento da melhor forma possível.

Então, pare de esperar. O momento certo não existe. A vida acontece agora, neste exato instante. E se há algo que você deseja fazer, faça. Se há algo que precisa ser dito, diga. Se há um sonho guardado, corra atrás dele. Porque, no fim das contas, a única coisa pior do que a morte é perceber que nunca realmente vivemos.

Inserida por sucoespiritual

⁠Te vejo no olhar das seis
sucumbindo
a tudo que tenho
sem ter nada
para conquistar no futuro.
Te vejo no olhar das sete
contando os dias
como se amanhã
estivesse garantida
a existência do futuro.
Te vejo no olhar das oito
porque ainda sou capaz
de me iludir
acreditando que o futuro virá.
Fico cega à espera do futuro.
Futuro não há.

Inserida por pe51

⁠Poema: Quando Minha Irmã Morreu

Quando minha irmã morreu,
o tempo não avisou que seguiria em frente.
A vida lá fora pulsava,
mas aqui dentro, o relógio parou.

Quando minha irmã morreu,
aprendi a andar de novo,
mas tropecei tantas vezes na ausência
que ainda sinto as cicatrizes.

Guardei a dor no bolso,
engoli o choro em meio aos abraços,
porque o mundo não espera
e a vida cobra sorrisos.

Quando minha irmã morreu,
o silêncio dela gritou no meu peito,
suas coisas fofas pesaram nos meus braços,
e o vazio ocupou cada canto da casa.

O tempo diz que já passou,
mas ele não sabe de nada.
Aqui dentro,
ela ainda mora no quarto ao lado.

Inserida por Brunawotkosky

⁠Amor Vencido

Vício desse amor? Requinte de ternura
teatral no seio da vida instável,
Gíria fulcral da ânsia inesgotável,
Infâmia surreal ou sensível loucura?

Energia astral da emoção aceitável
Na mente de desejos, abstrato puro
Da indulgência ou deleite inseguro
Da intuição humana ao inexplicável?

Nobreza plantada no palco da fantasia
Sedutora ou rica colheita da cortesia
Indivisível do ser ao adaptável?

Éteros mortais! O que dirão da antropia
se temem o Obscuro? Quem responderia
À sua dor: ─ A Morte Vence esse amor insaciável??

Inserida por JeaziPinheiro

⁠Encontros e despedidas

Eu vou pular você
Afinal, você não me vê
Já não estou na frente
Me encaram com se fosse doente

Não alcanço sua alma
Ela escapou de mim
Perdi o juízo e a calma
Minha condição parece sem fim

Hora euforia que beira a loucura
Momentos de pura doçura
Perdendo uma luta sem oponente
Tentando trazer o passado para o presente

Mas, tudo se foi como pílulas engolidas
Como vida e morte
Como encontros que viraram despedidas.

Inserida por roberto_sides