Textos sobre a Morte
"No outono de 1953, parecia que eu tinha apenas alguns meses de vida. Em dezembro, os médicos - companheiros no exílio - confirmaram que eu tinha no máximo três semanas de vida.
Tudo o que eu havia memorizado nos campos corria o risco de extinção junto com a cabeça que a mantinha.
Este foi um momento terrível em minha vida: morrer no limiar da liberdade, ver tudo o que tinha escrito, tudo o que deu sentido à minha vida até agora, prestes a perecer comigo...
Eu não morri, no entanto. (Com um tumor desesperadamente negligenciado e agudamente maligno, este foi um milagre divino; não pude ver outra explicação. Desde então, toda a vida que me foi devolvida não foi minha no sentido pleno: ela é construída em torno de um propósito)."
UM PONTO
Tudo, aliás, é um ponto.
Um ponto incerto.
Um ponto sem nó.
Um ponto de interrogação.
Um nó atravessado.
Uma incerteza dentro da outra.
Uma exclamação.
A vida
A morte
Meu norte
Meu nada
Meu tudo
Verticalizado
Nas ruas desertas.
Assim, aliás, é o meu mundo,
Enigmatizado,
Energizado,
Sem uma pretensão,
Apenas uma razão
E uma loucura.
Oh as pessoas estão doentes de indiferença
E morrem como mortos, da sua doença
Morrem umas na frente das outras as pessoas
Umas são assim outras como são?
As pessoas são más as pessoas são boas
As pessoas as pessoas as pessoas as pessoas
As pessoas somos todos nós ou ainda menos (...)
Oh nós não vamos ser assim daqui a uns tempos
-Nós não vamos ser assim: pois não? pois não?
O fim te lembra o começo
O começo tende a ser sempre mais marcante,
mesmo que não tenha sido algo tão bom,
tudo que foi vivido desde então,
faz parecer que o fim é que é errante.
O ensino fundamental, o médio e a graduação,
todos os tempos de estudo, sem exceção,
o fim é tido como alívio, ficam-se os amigos
e o medo de não repetir tudo aquilo que foi bom.
Vai-se a estação preferida,
seja a calorosa ou a fria,
o outono ou a colorida,
e com elas, também se vai a vida.
O fim de um relacionamento,
que te faz lembrar da paixão,
do proibido, das loucuras, e curtição,
surgindo então um buraco de ressentimento.
A morte também é um fim.
Uma tentativa da vida lhe mostrar:
viva, sinta, releve, aprenda, coragem,
curta, agradeça, tenha deslumbramento,
mesmo correndo o risco de todo sofrimento.
Mesmo que de mim você discorde,
mesmo que isso pareça tão ruim,
não há nada mais motivador para se viver, que a morte.
Viva novos começos, antes de seu último fim.
A vida e o tempo
Essa admirável vida
Acesa por uma chama intrínseca
Disputa com o tempo
O desfrute da alma viva
O tempo é eterno
Pra sempre existirá
Ele traz e leva, do verão ao inverno
Mas sentenciado, a solidão vivenciará
A vida é movimento
Ama, odeia e semeia
Chega e vai num sopro de vento
Mas será ela maior que o tempo?
Eternas enquanto sua existência
Felizes experiências e doces lembranças
A vida não acaba com a morte
E isso o tempo não pode mudar
A guerra já começou, será que você não notou? Com seus sonhos e feitos no fundo se amedrontou, amarelou no freio pisou, mas essa guerra não é sua, será que já acabou?
Uma guerra é uma guerra, não importa quem morra por ela, estamos aqui somos peões ou melhor dizendo vilões.
A guerra continua e você sem culpa nenhuma, só olha e analisa, o que será feito com aquela camisa, que estampa liberdade, lealdade e fraternidade, isso deveria ser para toda a eternidade.
Mais uma vez digo uma guerra é uma guerra, todos nós morreremos por ela, isso é inevitável vai ter sequela, no mundo que todos acoberta, veremos só a morte da janela, só vou tomar café naquela, tranquilo e calmo, já que a morte veio feroz sem rodeio, acabar com o meu passeio.
O que esperar do senhor da guerra? Só que ele traga mortes, pestes e febre amarela? O que esperar da guerra? Conflitos armados, prontos para destruir os proletários, escravos só sabem ser dominados e manipulados, lutando uma guerra que não é sua, morrer por um motivo que ele não entende, vamos dessa corrente, se desprender, aparente alguma reação, emoção essa é a ocasião, não fique igual um paciente, que está doente complacente, faça o que quiser pois a vida é sua.
Só não se ajoelhe perante o senhor da guerra, você sabe os mistérios dela? Então por que lutar? Você não ouviu o alerta? Uma hora pode ser tarde demais, nem todos somos iguais, alguns são irracionais e outros racionais.
O senhor da guerra quem é? Pare de procurar seu mané, você não entende né, nem os mistérios da vida ou da morte, como vai entender os mistérios da guerra.
Enquanto meu corpo não trair meu espírito eu seguirei.
E sem fraquejar, estarei em pé no mundo que eu desenhei.
E como em um sonho de amor, rogo para que os dois, corpo e espírito, permaneçam fiéis até o fim. É onde mora minha fé: na esperança da imaginação estar certa.
E assim caminho quieta para que nenhum mal me encontre, nem a arrogância me atropele.
Apenas no dia da minha morte saberei:
Me abandonastes ó Pai? Ou me resgatastes pelos pensamentos?
Ao Criador das flores, dos bichos, dos mares, dos campos, do céu, do Sol e de todos os astros, confio meu destino.
Quero estar no curso de quem sabe fazer beleza; não na boca dos enfermos a rastejar.
Como podem entender de Ti, se não enxergam teus olhos, doces a marejar? Sim, fizestes o mundo! E a terra na qual me deito, pequena a existir, eu sinto seu cheiro na manhã que nasce, é o cheiro do ar frio com o sol gelado e para o lugar onde ele me leva. Como eu não vou te amar?
Eu rejeito tudo que é feio e mal e me recuso a viver a vida como se não houvesse magia na nos sentidos e na natureza.
Enquanto a sorte quiser repousar no meio peito, eu serei brisa, até que ela me absorva e sejamos uma.
Mas a certeza, caro Pai, sei que não me pertence. A minha fé é um castelo de cartas e meu Ser a iminência de assisti-lo cair ou ficar.
O que fazer se a verdade é vento? Quem o pode controlar?
Assim, eu imploro: permita que eu morra em teus braços a te amar. E mesmo que não nos vejamos, existiremos.
As vezes, assim penso, vivo
Um monólogo diário
Atravessando as vielas
Sem atalhos
Em frente ao mar
Dedico-lhes meus devaneios
Discorro sobre tudo
Sem, ao menos, um pingo de receio
O mar atento
Se comunica através de suas ondas
Mergulhante, deslizante e ascendente
Cabe a interpretação daqueles que mantém os olhos bem abertos
Hora que foi
Dia que veio
Semana passada
Mês que vêm
Ano novo
Numa
Única vida
Vários momentos
Brindemos!
Uma
Garrafa de tempo
Um brinde
A cada momento
O tempo
É como o vento
Passando
Pela vida
Vento forte
Soprando
Do sul
Ao norte
Um dia
Chegamos pra vida
No outro
Partimos pra morte
– Os homens vivem disputando – disse o abade. – Mas as mulheres sempre os tornam piores. Veja Troia! Todos aqueles homens mortos por causa de um rosto bonito! – Ele olhou sério para o jovem monge inglês. – As mulheres trouxeram o pecado para este mundo, irmão, e nunca deixaram de fazer isso. Agradeça por ser monge e ter feito voto de celibato.
– Graças a Deus – disse o irmão Michael, sem muita convicção.
Encontro celestial
Um dia te encontrarei no paraíso e te pedirei desculpas por não te escutar, te pedirei perdão por ficar com raiva de ti e pensar só em mim.
Quando eu te encontrar, te darei o meu melhor abraço, o presente mais caro da loja, o doce mais apetitoso da confeitaria, o perfume mais cheiroso, a flor mais graciosa e a fruta mais apetitosa.
Quando eu te encontrar, te contarei todos os meus segredos e burradas, meus desejos não realizados e meus sonhos ainda não conquistados.
Quando eu te ver, levarei comigo o melhor sorriso, a áurea mais pura, falarei as palavras mais lindas, contarei todas fofocas que eu souber e todas as piadas sem graças que eu puder.
Enquanto eu estiver chegando bem perto de ti, ficarei te observando com atenção pra nunca mais te esquecer, lembrarei dos nossos dias juntos, de quando por ti sofri e da saudade que por ti eu senti.
E, no dia em que finalmente eu puder sentir a tua presença, esquecerei de todas as lágrimas que chorei e dos dias de luto que enfrentei.
Desejo em faces
O desejo é primitivo
Ele ilude a escassez
É uma água na miragem
O inimigo da sensatez
Do seu objeto desejado
Sua fonte de alimento faz
Enquanto seu hospedeiro
Apraz, diverte-se e se satisfaz
Quando se faz soberano
Consome, devora e corrói
Até seu objeto obsoleto se tornar
O desejo é ambivalente
Sua real função é dúbia
E sua morte inerente
Às vezes, ficamos pensativos tentando entender algumas coisas da vida e podemos chegar a algumas conclusões. Quando o "Amigão" olha a lista dele e vê que chegou a hora de alguém, simplesmente ele o chama, apagando de sua vida a chama.
Existem apenas duas coisas certas na vida e que merecem nossa atenção devida: o nascimento e a morte. O intervalo, a vida, fica por nossa conta. Para isso, ele nos deu o tal do livre arbítrio, e devemos saber usá-lo. Podemos vivê-la bem ou maltratá-la, entregando-nos a vícios.
Dê hoje os beijos que tiver para dar, porque não sabemos se amanhã poderemos dá-los. Ame quem merecer ser amado e diga-lhe isso. Amanhã, quem sabe? Devemos entender que começamos a morrer no dia em que nascemos. A vida é apenas uma passagem. Façamos uma linda viagem, aproveitando a paisagem, nunca perdendo a fé e a esperança, nem o amor no coração, mesmo que seja ilusão.
Basta cultivar o amor para justificar a vida. Temos nosso destino. Entendê-lo é preciso. Vivê-lo é importante. Saber viver é o bastante.
"Não me digas que a tua hora chegou,
Tu tens ainda muito a viver.
Não vais já! Ninguém te chamou!
Ainda nada terminou.
Não me faças sofrer!
A vida não está acabada!
Ainda que não esteja a cem porcento
Não chegou a abalada,
Não estás na chamada.
O teu nome não vai com o vento!
O barqueiro sombrio
De ti nada vai levar.
Apesar deste grande frio,
Vive a vida com brio.
Tudo vais ultrapassar!
Cantigas leva-as o vento,
Também leva as palavras más.
Ainda haverá muito tempo
Onde irá passar este tormento.
Esperemos pelo bom que a vida traz!
Quando um dia eu desaparecer
Por entre a sombra da madrugada
É sinal que não irei saber viver
O resto da vida que tinha guardada
Se um dia tudo acabar
É porque a minha vida não faz mais sentido
Quando deixar de cantar
É porque estou perdido
Ajudai-me nesta aflição
Esta dor não era merecida
Está a parar o meu coração
Já tenho a vida mais que vivida
A minha estadia por aqui está acabada
Apesar de tudo, tenho tido muita sorte
Uma grande sorte destroçada
Já não consigo mais ser forte
Quando eu morrer
Por mim vós não chorais
Todos devem saber
Que fiz tudo até já não poder mais
E veio a mim a inspiração, com as letras misturadas em gritante confusão. E tudo parecia entorpecido em meio a escuridão.
De repente, brilha uma luz, e as palavras que outrora inefáveis, a um caminho me conduz.
Foi então como um fluir das inserções, que se aglutinaram em diversas composições.
Já não mais me dominei, tão somente me rendi, as palavras me entreguei, e novos versos escrevi.
Já não me faltava inspiração, e um poema então citei, do fundo do meu coração, para quem eu tanto amei.
E o amor não acabou, mas tão fraco eu fiquei,
pouca força me sobrou, não desisti, mais eu lutei.
E assim findou a lida, de alguém que tanto sonhou, nas agruras de uma vida, findou o espetáculo e a cortina por sobre ele enfim fachou.
A cada instante vou me despedindo dessa vida. Não me levem a mal, faz parte do natural. E cada momento único vou vivendo, tendo grande responsabilidade ante minhas ações e omissões. Não sou perfeito, tento levar do melhor jeito. E entre erros e acertos, procuro errar no varejo, e acertar no atacado, para não ser achado em falta quando aferido for pela metrologia do destino, quando prestarei contas, dos últimos atos, desde quando era menino.
Então, vou seguindo, entre lagrimas e risos, plantando e colhendo, esperançoso de ter feito o máximo de boas ações e ter garantido meu reservado e diminuto espaço em muitos corações.
Tá foda. De novo as generalizações:
Estávamos falando das mortes por pisoteamento no baile funk ai alguém chega e fala "Mas todos vão morrer um dia mesmo"🤦♂
Falávamos dos jovens que morreram no baile funk ai vem outro e diz que "mas lá todo mundo é drogado e ladrão".
Pensamento pequeno carregado de indiferença e desprezo que se alimenta de rancor, ódio e sede de sangue e que procura justificar de certa forma as mortes.
Tristes mentes que pensam assim.
Acha mesmo que se eles tivessem opção de moradia e lazer iriam fazer uma festa numa rua na favela?
A necessidade do jovem de interação e relacionamento falaram mais alto que o bom senso dos que estão de fora e vem aquilo como perigoso. Mas se eles tivessem opção de lazer e diversão a historia seria diferente!
Esses que morreram pisoteados são sim vítimas da sociedade. Não eram bandidos. Não saíram a noite para roubar e sim se divertir e paquerar. Como pobre vc sabe muito bem o quão escassas são nossas alternativas de diversão. Sem lugar melhor para ir foram para um baile funk na favela e lá morreram como animais pisoteados por uma massa desesperada e em fuga.
O texto passou de 3 linhas. Leia mesmo assim. Questões complexas não podem ser debatidas com um simples meme.
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