Textos que Falem eu Nao Vivo sem Voce
To vivendo, um dia de cada vez. Um pouco por dia, não é fácil superar, e nem sei se um dia eu vou. Mas estou vivendo, estou tendo um pouquinho de paz. To me procurando ao invés de procurar você. To atras da felicidade, ao invés de você. To me amando ao invés de te amar. E assim vou indo. Quem sabe um dia me torno essa mulher forte, que eu tanto digo que sou. Quem sabe um dia me torno mais feliz. Quem sabe um dia você volta, cada vez parece mais impossível. E tudo bem se for, ate por que eu não aguento mais esperar. Eu quero paz de espirito, eu quero a felicidade das coisas pequenas, eu quero a felicidade de menina boba, que eu tinha e você levou. Quem sabe um dia eu seja mais leve, por enquanto vou chorar mais um pouco, guardar as lagrimas e encarar um dia por vez. Quem sabe de pouco em pouco eu não acabo sendo feliz.
Aline da Fonseca.
Eu consegui e surpreendi ...
Um dia chegaram em mim e falaram que não conseguiria ir além ,parei e pensei e no meu eu interior respondi :
-O meu além que faz sou eu ,não duvide de quem tem fé e tem objetivos na vida ,por que se você tem sonhos a se realizar basta levantar a cabeça olhar para você e falar ”eu consigo ,eu consigo ,eu consigo ” , e com essas simples palavras em mente abrir os olhos e ir a luta , pois a fé move montanhas e você movimenta o mundo ao seu redor , com Deus ,fé e saúde , o resto e ter força de vontade e ir atrás do seu além e mostrar que nos erros você aprende e nas vitorias você conquista sabedoria e experiencia.
Ele me liga e pergunta se tenho saudades.
Eu fico muda,não posso dá o braço a torcer,não agora que eu já estou quase curada daquele amor doentio.
Pergunto o porquê da pergunta aquela hora da noite,afinal a minha resposta não mudaria nada do que havia acontecido entre a gente...
Ele me diz que é importante que ele saiba,que é só lhe responder que ele desliga o telefone e se eu quiser ele nunca mais me liga.
Eu fico muda de novo,ele tem esse poder sobre mim,consegue me deixar sem palavras,sem reação,sem chão...Minhas mãos soam,e a muito custo eu consigo dizer um: Não,eu não tenho saudades suas.
Do outro lado da linha o silêncio toma conta, e ele desliga.
É. ..consegui.Mesmo morrendo de vontade de dizer que sinto falta dele todos os dias,que ainda sonho com os planos que fizemos juntos,eu consegui dizer que não...Não quero mais ser parte de um jogo que só quem vence é ele e esse medo que ele tem de não me ter mais a disposição. Porque o que ele sente por mim é costume,e o que eu sinto por ele é amor,mas isso,ele não precisa saber.Não mais.
Se tivesse assistido invés de ter lido, eu não teria declamado.
Se tivesse ficado invés de ter ido, eu não teria chegado.
Se tivesse duvidado invés de ter acreditado, eu não teria comoçado.
Se tivesse descido invés de ter subido, eu não teria caído.
Se tivesse gritado invés de ter relaxado, eu não teria me acalmado.
Se tivesse deitado invés de ter levantado, eu não teria continuado.
Se tivesse parado invés de ter trabalhado, eu não teria terminado.
Ocorre que eu declamei, cheguei, comecei, caí, me acalmei, continuei, e terminei o meu trabalho.
MAIS UM FILHO
Não, não andei só com uma pessoa
pra poder gerar-te
E eu não me abstive da tua concepção
por um único dia.
Tentei sempre o equilíbrio, o ritmo adequado,
a palavra certa.
Busquei sempre o melhor que sentia em mim
para criar-te.
Confessei-te todas as minhas verdades, vontades,
medos, segredos, pudores, valores, ansiedades e vitórias.
Fiz-te com amor para que pudesses passar isso
para os outros.
Não te senti pequeno nem mesmo em projeto.
Não te sinto grande nem mesmo criado.
Não te vi adotado ou abandonado, pois te abriguei,
não briguei e te alimentei com as minhas mais
íntimas e tímidas entranhas.
Estás no ponto, pronto!
Pronto para o mundo.
Vai e faz o teu papel.
Conquista o teu espaço.
Luta pela tua verdade.
Eu, como sempre, vou estar do teu lado.
Torcendo, vibrando muito porque sempre
Apostei e acreditei em ti como um bom guri.
Que Deus te abençoe, meu filho.
Que as pessoas te gostem, meu livro!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma
Página 48,
1989
Porque eu não sou do tipo que se apaixona do dia pra noite.
Tem todo um tempo,tem que haver uma conquista diária.
Tem que ir me conhecendo e se deixando conhecer.
Namoro pra mim é sentimento.
Não é só achar legal e pronto.Ta namorando.
Tem que ter a Química,a física,a matéria toda.
Tem que conseguir me deixar com vontade de querer mais,de ver mais.
Assumo que é quase impossível eu resolver largar a solidão e me interessar por alguem.
Mas eu digo uma coisa.Quando isso acontece,
vale todos os esforços usados para conseguir.
Quando eu me apaixono nem o céu é o limite
E se as coisas pra mim não fossem do jeito que são,
eu nem sei que tipo de pessoa eu seria.
É nossa história de vida que define quem somos.
São as nossas experiências que moldam o nosso caráter,
os nossos pensamentos e as nossas ações.
A vida é uma escola.
E na minha vida eu tenho aprendido várias lições.
As experiências amargas procurei adoça-las.
As doçuras que já encontrei pelo caminho, fui degustando e
gostando do seu gosto bom.
E todas elas grudaram no céu da minha boca.
Me olho no espelho e vejo o quanto ainda preciso mudar.
O quanto a vida ainda tem para me moldar.
Quando me olho e não me reconheço é o reflexo do resultado das mudanças que vejo.
E isso é bom.
Porque não tenho mudado ao longo da minha vida pra pior.
São mudanças que geralmente foram acontecendo enquanto eu estive só.
Porque a solidão também ensina.
Sou o que já vivi.
Sou o que das minhas experiências eu fiz.
Sou e continuo sendo da vida, uma aprendiz.
Eu quero que tu seja a minha Mariana da noite, a quem devera nao ter nascido no mundo de feras. A noite a qual e' cumplice de nosso desejo de amar, sem parar beijo os seus labios, eloquecido estou com o beijo que nao devera ter mi dado.
A qual me deixa sem nenhuma inpotese de resistir aos seu encantos, A nevua cai na calada da noite, com frio te encho de abraxos, sem querer parar somente na Aurora em sol fertil do que a proprio cumplice.
Haaaa feliz estou porque a lua e' tambem a nossa confidente.
Vejo-te em meu olhar apaixonado sem o desejo de fazer penas observar o teu corpo me dizendo vem consumar o belo prazer da vida.
Em fim fico apenas de longe , pois a tua presenxa me devora, como o leao faminto procurando a sua presa. ai me dou conta o quanto es inportante na minha vida, haa a minha Aurora da noite.
se querer o prazer me presegui, tentei fazer a noite nao passar, mais isso e' inpossivel, Assim e' o meu amor por te minha auraro da noite. estou procurando descrever a noite , nao consigo pois e' assim a tua beleza, nao ha palavra alguma que possa descrever a nao seer a propria beleza.
romance : de Pedro Jaime Cirindo para a minha
Amada
Humildade:
Eu acredito que não é apenas ser caridoso, ajudar os necessitados ou fazer essas coisas que os "bons" julgam ser humilde.
Pra mim ser humilde pode ser tudo isso sim, mas eu acredito que é muito mais, como por exemplo: Saber a hora certa de dar um abraço que te transmita aconxego, dar um 'boa noite' calmo, que te cause bons sonhos, ter respeito mútuo à quem te dar. Saber a hora de ouvir e de falar.
Essas coisas singelas e tão simples que passam despercebidas aos olhos de muitos "humildes".
Deve ser por isso que eu lacro nas coisas simples e essas são exatamente as que mais chamam a minha atençao e conquistam o meu respeito. E deve ser por isso também que acho a humildade uma coisa estranha. Quando penso que ela estar, cadê? ?
Ja foi.
" meu sonho?
bom, ainda não sei.. mas eu vou correr atras dele
com fé com raça, não emporta o caminho que eu vou passar as lutas que eu vou enfrentar mas existe aquela velha e boa frase.."" nunca desista dos seus sonhos""
então, ela e a minha inpiraçao.. pode ser o sonho mais dificil que uma pessoa possa enfrentar mas eu consequir"
EU
Já tentei, juro que tentei ...
Mas não consegui ser perfeita,,.!
Sou totalmente, completamente humana, cheia de defeitos, erro sempre....
As vezes tagarelo demais, em outras me escondo em mim mesma...!!!
Crio meu próprio isolamento e me torno antipática, sem graça nenhuma,
é nessas horas que falo com meu "Eu", e nesse bate-papo interior a minha humanidade me diz que são meus erros, meus desacertos
que me fazem ser o que sou!!!
E se quiser me gostar, precisa respeitar minha essência.....
RJS
Escreve aí em teu caderno. “Eu sou livre!”. Só para lembrar. Tu bem sabes, mas não custa repetir. Amar não é ter posse sobre ninguém. Quando te sentires escravizar, manda às favas! Assim, simples, direto e com toda a força. Fecha teus olhos, respira fundo e manda embora todo aquele, aquela e aquilo que te faz mal. Não carece verbalizar, repetir, soletrar em voz alta, gritar e essas coisas tão deliciosas. Diga a ti mesmo, esculhamba o opressor aí dentro primeiro. Aperta o botão vermelho, dá de ombros, dá as costas e vai em frente para longe dessa lama doentia.
Por que carregar esse peso, hein? Para onde? Vai valer de quê? A vida é uma viagem e a mala dos outros não te cabe. Despacha. Expulsa. Demite. Tu és livre, criatura! A maior concentração de idiotas por metro quadrado do mundo está aí mesmo, ao teu redor. Repara. Observa. Tem sempre um cretino por perto, cada vez mais próximo, exalando sua incrível capacidade de invadir o espaço alheio e um hálito estranho a tuas entranhas. Se vacilas, descuida, cochila e permite sem querer uma só aproximação, logo ele terá cravado os caninos em teu pescoço. Estará pendurado em ti, no pleno e livre exercício de seu parasitismo.
Rejeita. Escapa da areia movediça das relações doentias. Percebe o quanto tu, criatura divina que um dia foi amada com honestidade sob a forma de um bebê inocente, frágil, corre agora o risco de ter a vitalidade sugada por um espírito miserável, patológico e paranoico, povoado de expectativas unilaterais. Não te obrigues a agradar quem quer que seja antes de te contentares. Não te encantes com ninguém antes que um amor louco por ti mesmo fortaleça tua alma e dê sentido a cada santo dia.
Acredita. Tu haverás de amar honestamente só aqueles que mereçam o privilégio. Teus amigos, tua família, tua gente e olhe lá. Esses estarão contentes com o quinhão de amor e dedicação que tu lhes der, seja qual for o tamanho disso. Ao resto, tu deves nada, nada! Quanto àqueles que não entenderem, que se danem! Danem-se com todas as letras e ferros. Porque a nós nada está garantido mesmo senão a danação absoluta. E se te permitires afagar o ego de outro antes de mais nada, está escrito que também irás te danar mais cedo!
Manda longe aqueles que te “amam” sob a condição de que faças exatamente o que de ti esperam. Porque se ousares fazer diferente, se te atreveres a seguir tua própria vontade, sem nada conceder ao capricho alheio, rapidamente te odiarão com a mesma fúria com que hoje te adoram.
Desiste. Desiste de agradar a Deus e todo mundo. Afaga antes a ti mesmo e, se Deus quiser, o mundo todo será teu. Então poderás escolher o que queiras dele e a ele devolver o que puderes.
Cuidado com quem te cobra coerência, perfeição e generosidade. Atenção a quem te julga egoísta por valorizares a vida que te foi dada. Geralmente, é um cínico despejando em ti os defeitos que não suporta saber em si mesmo.
Olho vivo na turma do olho gordo, tão boazinha e viciada em sentir pena dos outros para disfarçar e esquecer sua própria miséria.
Evita, evita descaradamente os santinhos e sanguessugas dissimulados, entregues a sua corrida de lesmas. Tu não precisas provar nada a ninguém, não deves nada além das contas que pagas a tão duras penas, nada senão respeito a toda e qualquer criatura honesta que viva sua própria vida e não atrapalhe a dos outros.
Corre. Corre o mais rápido que puderes das malditas expectativas, as suas e as alheias. Expectativas são bichos não domesticáveis, aranhas peludas de mil pernas, escravizando suas vítimas em teias de preconceito para devorá-las no mingau gelado da frustração. Melhor é criar filhos, cachorros, gatos e lembranças.
E sobretudo perdoa. Aprende a perdoar quem te ataca em tua mais óbvia fraqueza: tu és nada além de um ser humano cheio de falhas que ora carece de companhia, ora anseia por solidão. Mas não te esquece: perdoa, sai de perto e segue em frente. Porque o perdão é a tua liberdade com outro nome.
Reconhece então tua fraqueza e cai no sono sem culpa. Quando acordares, serás ainda a mesma criatura imperfeita de sempre, mas terás mais força que nunca para seguir correndo. Em frente, atrás, de lado, não importa. Só o que ainda vale de tudo isso é o puro e simples movimento. Dispensa o peso. Manda embora. Liberta-te. Levanta e voa!
(Não faz sentido)
Eu não sei
Onde vive meu coração
Onde está minha minha paixão
Ou quando nascerá minha cançao
Quero ver
Teu rosto quando anoitecer
Teus olhos quando eu perecer
Ou então o seus lábios dizendo me querer
Vai saber
Se eu sou só um louco a escrever
Se meus confusos pensamentos façam revelar
O que realmente vai nos importar
Eh realmente nao da
Meu coração doi como se nunca mais fosse passar
E eu sei que vai passar
Voce expôs o que queria e eu decidi compartilhar dos seus momentos
Ate onde pra mim fosse valido
Mas quando nao dava mais pra mim eu tambem espus o que eu sentia
E nao fez diferença pra voce
Percebo que nesse jogo soh eu que tava jogando
E as vezes eh melhor a gente desistir do que ficar esperando que algo mude
Por que tem pessoas que realmente nunca mudam
E eu decidi nao mais te esperar
Não mais esperar que reconheça o que fui pra voce
Antes que se arrependa ...
Adeus !!
"Foi bom enquanto durou"
" Sabe aquelas marquinhas do seu sorriso que a um tempo não muito distante eu disse que amava ? Pois é pensa que esqueci ?
Não meu amor ainda lembro do seu olhar, do seu sorriso, do seu jeitinho sem jeito quando ficava envergonhado com as coisa que por vezes eu dizia, querendo justamente te deixar embaraçado, gravar na sua alma um pouquinho de mim assim como voce, me marcou tão profundamente...
Conheço cada traço do seu rosto e me lembro sempre, umas vezes com carinho, outras com tristezas, mas sempre esta lá no cantinho da minha retina seu lindo sorriso ... "
Maturidade
Por vezes eu sofri sem querer entender o óbvio, só a maturidade nos faz ver o que não queremos ou ainda não temos a capacidade necessária para ver.
É preciso ter certeza do que buscamos, ter segurança de quem somos e o que procuramos, para começar a perceber o mundo de uma forma mais realista, sem ilusões e sem tantas decepções.
Eu hoje percebo antes o que poderia me magoar, eu sei prever o incerto, onde devo pisar, o melhor caminho a tomar.
Ainda vou me equivocar, pois os sentimentos muitas vezes nos tomam, e a cabeça não pensa, mas hoje me dominam bem menos e consigo domar a mim mesma, sei onde estão as minhas fragilidades e ao que não devo ceder. Hoje eu posso sonhar , mas não tiro meus pés do chão.
Já não sei mais o que faço
Se tento subir, me puxam o braço, eu caio
Uma escuridão me possui me deixando pra baixo
Me tira desse buraco!
Pai me tira daqui
Eu não sei viver sem ti
Me levanta do chão, me ergue
Eu não aguento mais viver sem razão
O Teu amor é o que quero sentir
Na sua brisa de paz onde eu vou fluir!
Estou indo embora, e isso aqui não é sobre a música do Pablo
Eu fui e quis muito ir embora. Mas não como essas pessoas que usam a fuga pra se salvar, não. Eu quis ir por uma razão de um querer involuntária, porque quem sabe assim você sentia falta. Mais ainda, eu queria que você fosse atrás sabe? Me gritasse da sessão de embarque, como louco até. Me pedisse pra ficar, nem que por um segundo. Mas, por mais que a gente sonhe, queira de alma uma coisa, elas nem sempre acontecem da maneira que a gente quer. Bom, é pra isso que serve a vida, viver e aprender. E eu aprendi que nem sempre temos o que queremos. Aprendi também, que quando a gente menos quer, as coisas chegam. O difícil é não querer que alguma coisa chegue.
Na verdade verdadeira, bem lá no fundo, eu quis muito ir pra você voltar. Pra mim.
Meus 15 anos!
Eu sempre me senti diferentes das outras garotas. Não mais bonita, nem mais feia, só diferente. Nunca gostei de maquiagem, quando usava me sentia o curinga personificado. Minha moda? Eu mesma criava o meu jeito de me vestir. Saltos? Nunca gostei, eu preferia All Star. Roupas com decote? Eu passava longe!
Eu estudava em uma escola de tempo integral - Escola Estadual de ensino integral Emanuel Rosa Sales. Meu tempo de escola não era diferente desses famosos clichês que passam nos filmes: "Garota bonita vs Garota feia".
Bruna, é uma daquelas garotas que todos os meninos são loucos para "pegar". Realmente linda e atraente, mas posso dizer que tinha muita beleza e pouco conteúdo. Eu era exatamente o oposto dela. Enquanto os garotos faziam fila para namora-la, eles também faziam fila para fugir de mim.
O meu primeiro e tão sonhado beijo, aconteceu com um garotinho da escola, que tinha por nome Pedro. Eu estava feliz, cheguei a pensar que ele e eu namoraríamos (quanta inocência)... Depois de alguns dias trocando beijos e acreditando que estávamos juntos, Pedro me deu um belo fora dizendo:
- Não posso mais ficar com você, meus amigos estão me zoando e falando que estou namorando uma garota que parece menino.
Eu chorei muito ao ouvir aquilo, eu tinha apenas 13 anos e não entendia porque insistiam em me rotular gay.
Comecei a perguntar a mim mesma se aquilo era resultado do modo como eu me vestia ou talvez o jeito masculino como eu andava (eu já tinha ouvido alguns colegas dizendo que eu não sabia rebolar e andava de um jeito masculino. Eu nunca imaginei que existia regras na forma de andar, onde diferia homens de mulheres.) Talvez a minha falta de feminilidade tenha contribuído em toda essa construção pejorativa que as pessoas tinham com a minha aparência.
Um dia almoçando sozinha na escola, sentou uma garota na minha mesa (de nome Nicole) para me fazer companhia. Isso raramente acontecia... Ela me tratou bem como há muito tempo não acontecia, disse que entendia tudo que eu estava vivendo pois também passou pelo mesmo ao se assumir.
Fiquei brava por ela ter agido como se eu também fosse lésbica. Levantei furiosa e fui embora pra minha sala deixando o almoço quase intacto na mesa. Sentei na minha cadeira e comecei a refletir que talvez aquela menina tenha sido a única que me tratou bem, não se importando com o que falavam sobre mim. E se eu tinha tanta raiva daqueles que me julgavam, porque logo eu iria julga-la? Voltei ao pátio e olhei em volta para encontra-la e fui até onde ela estava para me desculpar.
Ela desculpou-me e se tornou minha melhor amiga. Quando alguém zoava a gente nos chamando de lésbicas ela sabia exatamente como nos defender, até parecia que ela acostumou com aquilo ao ponto de ser mais forte e pouco a pouco ela me ensinava a ser forte também.
Depois de um tempo esse tal menino - o Pedro - começou a me zoar com os demais amigos... Me chamava de "Maria macho", "sapatão" e uma série de coisas desse gênero. Eu chorava e tinha vergonha de ir a escola. Eu implorava que minha mãe me tirasse de lá, mas ela inocentemente achando que era preguiça de estudar, não atendeu meu pedido. Eu comecei a rezar que a convivência na escola melhorasse, mas tudo só piorava, passei a ter medo de me aproximar das pessoas e chorava quase sempre que estava sozinha.
Eu comecei a cair em uma depressão enorme. Piorando eu morria de medo de falar para minha mãe o que estava acontecendo. Eu tinha medo que ela também achasse que eu era lésbica. (eu era só uma garota de 13 anos sentindo-se só).
Os boatos sobre minha sexualidade se espalharam e logo todos os alunos e alguns professores já estavam sabendo da história e tomando essa mentira como uma verdade absoluta. Eu me afundava a cada dia em uma solidão absurda dentro de mim. E sempre quando me viam chorando nos cantos da escola, afirmavam que era vitimismo para chamar atenção.
Tentei me afastar da Nicole para diminuir os boatos, mas sem ela a escola era ainda mais difícil de suportar. Nossa amizade só crescia e os boatos de que estávamos namorando se espalhou pela escola.
Em uma manhã de quarta-feira fui ao colégio, mas não tive coragem de entrar na sala de aula. Eu tive fobia/medo daquelas pessoas que se diziam meus colegas. Covardemente desisti de entrar na sala e segui de uniforme, livros e mochila até a saída para tentar ir embora da escola, mas infelizmente os portões já haviam sido fechados e eu em uma atitude desesperada para não entrar na sala, segui em destino ao banheiro do vestiário feminino. Fiquei lá por quase 4 horas sentada no chão do banheiro, por mais desconfortável que fosse, era melhor para mim que entrar na sala.
Na hora do intervalo um grupo de meninas da minha sala entraram no vestiário para retocar a maquiagem antes de irem almoçar. Ironicamente notei que o assunto da conversa era sobre mim. Elas falavam em alto e bom som, para que quem entrasse naquele banheiro pudesse ouvir que os diretores deveriam expulsar-me, pois pois era inaceitável um namoro lésbico na escola. Todas caiam na risada, pareciam contar a mais engraçada de todas as piadas.
Abri a porta do banheiro e com toda a raiva que eu estava sentindo, empurrei uma delas contra o banco do vestiário. Por ironia, era a Bruna. Mas meu ódio me cegou e não consegui parar de machuca-la, suas amigas tentaram separar a briga e chamar socorro, mas até lá eu já tinha feito um estrago no rosto dela.
Fui suspensa após isso e quando finalmente voltei à escola minha vida se tornou um inferno ainda pior. Bruna começou a espalhar boatos mentirosos sobre mim, afirmava aos quatro cantos da escola que me viu beijando uma garota e eu havia batido nela para que ela não falasse a verdade sobre mim.
E enquanto pessoas como a Bruna e o Pedro se voltaram contra mim, a Nicole se aproximava cada vez mais e me fortalecia.
O tempo foi passando e eu acabei me encantando por aquela garota. Me encantei por ela e não por ser uma menina. Acabei me apaixonando pela forma que ela me cuidava e me protegia do mundo. Eu não sei se nasci lésbica ou se me tornei devido as circunstâncias, mas até hoje não me arrependo.
Parei de me importar com o que as pessoas falavam sobre mim e passei a ter orgulho de quem eu era. Tomei coragem e me assumi para minha mãe que, graças à Deus, me aceitou bem. No início eu tinha receios de assumir até a mim mesma, mas depois que eu me aceitei vi que minha sexualidade não me fazia menos que as demais pessoas.
Fomos o primeiro casal lésbico da escola. Era algo novo e inusitado, após isso muitos outros casais gays começaram a assumir também.
Ao me assumir, uma porção de barreiras difíceis começou a surgir para que eu quebrasse. Eu era vítima de preconceito constantemente. Até daqueles que deveriam nos defender. Acabei sendo obrigada a mudar de escola após uma conversa de diretores com minha mãe. As pessoas não aceitavam e parecia que a minha sexualidade desmoralizava a todos.
Pessoas se afastaram e deixaram de ser meus amigos, no início não entendia o que estava acontecendo comigo. Eu era uma menina como todas as outras, a única coisa diferente era o que eu trazia no meu coração. Mas desde quando a minha forma de amar muda quem eu sou?
(...) ANOS PASSARAM
Deixei de ser a menina assombrada, para me tornar a mulher destemida. Concluí o ensino médio e iniciei a faculdade de Psicologia.
Um certo dia vindo da faculdade, encontrei uma garota desolada, com a cabeça baixa, sentada em um banco na rodoviária. A faculdade é em uma cidade vizinha, então fazia parte da minha rotina descer do ônibus na rodoviária e ficar na espera da minha mãe ir buscar-me.
Já era tarde e não tinha quase ninguém na rua, era por volta de quase onze e meia da madrugada. Me aproximei e quando a tal garota levantou a cabeça, vi que se tratava da Bruna. Nesse momento eu gelei, fiquei paralisada e sem ação.
Ela tentou ignorar a minha presença, continuando sentada em um banco, tentando abafar o choro. Creio que se sentiu intimidada. Tentei me aproximar, porém eu estava com certa vergonha. No fundo eu sentia muita mágoa, raiva e desprezo ao lembrar de tudo que ela me causou anos atrás, mas ir embora e deixa-la para trás naquele estado me traria peso na consciência. Já era tarde e seria perigoso para qualquer garota ficar ali naquele horário sozinha. Insisti para que ela se abrisse e eu pudesse entender o motivo do choro. Mesmo com muito medo que ela me tratasse mal como tratou em todas as vezes que cruzamos.
De início ela me tratou mal e disse que eu estava tripudiando da tristeza dela. Ela implorou para que eu me afastasse, mas eu fui insistente. A verdade é que ela estava insegura, achando que eu estava ali para me engrandecer com sua dor.
Sentei ao seu lado no banco em que ela se encontrava e disse:
- Eu não quero te fazer mal, se o destino fez que a gente se encontrasse a essa hora, talvez fosse mesmo pra ser assim, do contrário, as forças superiores teriam enviado uma daqueles suas amigas do ensino médio. - Rimos juntas.
Ela começou a chorar e me abraçou, fortemente como se fosse um pedido de desculpa por ter durante tanto tempo me perseguido. Creio que a minha piadinha fora de hora sobre ensino médio tenha despertado tais lembranças nela.
Ela ainda presa no meu abraço, contou-me que acaba de ser expulsa de casa e o motivo era sua sexualidade. Eu fiquei surpresa. Puts! Sempre imaginei ela héterosexual e agora essa revelação, caramba me pegou realmente surpresa. Ela chorava mais que antes e me pedia desculpa por tudo que me causou e me abraçou ainda mais forte.
Quando minha mãe finalmente chegou para me apanhar da faculdade, eu expliquei toda a situação e pedi permissão para leva-la para dormir aquela noite em casa.
Minha mãe respondeu algo que me fez agradecer aos céus por ter a sorte de ter nascido daquela mulher:
- É claro que pode Lanny. Algumas vezes na vida, nós pais tememos tanto que nossos filhos sofra, que brigamos para que eles sigam um caminho que a nossos olhos seria menos doloroso. Talvez seus pais só esteja com medo de tudo que você vai enfrentar pela sua sexualidade. No início eu também agi assim, mas depois me preocupei em não der para minha filha um exemplo dessas pessoas que não se importam com com a felicidade. Nós as vezes buscamos tanto o melhor para nossos filhos e esquecemos que o melhor nem sempre é o caminho mais fácil e sim o caminho que mesmo difícil os fazem mais felizes. Eles vão te aceitar Bruna, é questão de tempo até que eles vejam a filha maravilhosa que você é.
Naquela noite e por mais alguns meses Bruna passou a dormir em minha casa. Esquecemos sobre o passado e firmamos uma amizade forte. Hoje somos quase como irmãs. Após alguns meses sentindo na pele o peso da rejeição e do preconceito ela foi finalmente aceita por seus pais e hoje é namorada de uma garota linda que costumo chamar de cunhada.
Não sei se dá pra tirar uma moral dessa história, mas se desse seria: O mundo gira e as pessoas que hoje você oprime, amanhã pode ser uma das poucas que vai te estender a mão quando precisares.
Repentinamente me vejo sendo outra vez aquela garota de quinze anos. Isso é tão assustador!
Me vi presa outra vez dentro de mim mesma, com medo de sair do quarto e viver. Parece tão louco me sentir assim. Eu sempre me achei/pensei ser tão segura de mim mesma.
Me sinto de mal com o espelho, quando fico diante dele vejo um reflexo errado de mim. Por mais louco que seja, ele mostra a imagem de uma garota de quinze anos chorando, mas eu sou uma mulher. Ele deve estar refletindo errado ou sera o reflexo da minha alma?
As pessoas me olham, mas sinto que são sempre olhares focados para as minhas "imperfeições" e nunca olhares de admiração. Eu já desisti de conhecer novas pessoas por vergonha da minha aparência, recusei alguns encontros por puro medo do que os outros pensariam de mim depois de me conhecerem a fundo.
Sei que muitas pessoas não entendem meus sentimentos, minhas escritas, minha palavras. Mas a confusão dessas palavras combinam com meu excesso de sentimentos confusos. Sou tão de mal comigo mesma que me recuso a pensar na ideia de alguém me ver com bons olhos... É como se fosse impossível na minha cabeça.
Cinco anos passaram e a garota de quinze anos ainda não morreu dentro de mim. Ela continua chorando e se sentindo abandonada nesse mundo onde só parece caber pessoas de boa forma e pouco conteúdo.
Gosto de pessoas que buscam despir não só meu corpo, mas minha alma também.
Agradeço...
À incompreensão daqueles que não compreendo.
Àqueles que apagam as luzes das quais eu ainda não acendi.
Àqueles que sorriem de frente e, ao primeiro passo, apontam-me armas.
Àqueles que nunca conversaram comigo, mas idolatram a minha imagem e tiram suas próprias conclusões.
Aos esperançosos, porque são aqueles que mantêm o caos das esperas.
Aos otimistas, porque são eles que, na primeira frustração, mudam seus pontos de vista.
Aos que olham a alma alheia e baseiam a vida do outro na sua, inclusive, generalizam-na.
Aos que vislumbro no cotidiano e que, com a distância, desconheço.
Aos que se aproximam com interesse e logo desencantam... (...)
Aos que navegam, pois há portos.
Aos felizes, pois há momentos que não cabem em palavras e, muito menos, em denominações... (...)
Àqueles que apontam sem ver, concluem sem pensar, insistem em conceituar.
Aos falsos humildes, pois, em algum momento, vão demonstrar sua pretensão.
Aos ricos, que só ostentam e que se desmoronam em suas fragilidades.
Aos pobres, porque percebem os valores e significados.
Aos ignorantes, porque se acomodam em seus quadrados e preferem a cegueira, a respirar o insuportável saber do outro, ou a sua própria capacidade de ver além dos seus preconceitos.
Aos pseudo-amigos, porque em suas ausências consegui ver os que importam. (...)
Aos do bem, aos do mal, pois só assim saberei a diferença.
Aos que partem, porque me levam onde nossos pés não alcançam.
Aos que ficam, porque me ensinam a continuar. (...)
De tudo algo se tira. Tudo é muito, nada é pouco.
Os extremos me deturpam a visão e continuo agradecendo à vida, porque só assim é possível olhar para as minhas marcas e reconhecer que sou humana.
Fragmentos do livro: Entre Pausas e Reticências, pág 111.
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