Textos Maes Carlos Drummond
(Inspirado na Ilha das flores de Jorge Furtado)
Somos todos iguais
José Carlos era médico e atendia seus pacientes no centro da cidade. Genilson era baleiro e vendia sua mercadoria em uma barraca na frente da portaria do mesmo prédio em que o doutor tinha consultório.
Os dois homens cumprimentavam-se todos os dias e às vezes o médico parava para comprar algumas balas e conversar um pouco.
O vendedor tinha um filho com problemas de saúde e pediu ajuda ao doutor, que o mandou levá-lo ao seu consultório, onde que daria uma olhada sem custo. O homem, emocionado, tentou beijar as mãos de José Carlos que recuou dizendo que não havia necessidade de agradecimentos, que era médico por vocação, honrava o juramento de Hipócrates e que para ele todos eram iguais. Genilson, não entendeu bem, mas ficou feliz.
O médico saía pela porta dos fundos todas as vezes que a secretária informava que o vendedor o estava esperando com o filho, mandando que dissesse para voltar outro dia.
Hipócrates foi um médico grego que viveu antes de Cristo e foi considerado o pai da medicina ocidental. Acredita-se que o juramento tenha sido escrito pelo próprio Hipócrates ou por um de seus alunos e é feito pelos médicos, tradicionalmente na ocasião da formatura, onde juram exercer a medicina de forma honesta e que o bem-estar do doente estará sempre em primeiro lugar.
O vendedor não desistiu de levar seu filho ao consultório e um dia foi finalmente atendido. O doutor o examinou, fez umas perguntas e doou algumas amostras de medicamentos vencidos, que estavam separadas para serem descartadas. O baleiro não se importou com a data de validade dos remédios. Sentiu-se muito grato e no dia seguinte, pela manhã, voltou para deixar de presente um pacote da melhor bala que tinha em sua barraca como agradecimento.
Remédios fora da validade podem não ter efeito ou fazer mal à saúde causando danos piores que os da doença original. Não devem ser consumidos em hipótese alguma por ninguém.
Os remédios considerados pelo médico como inapropriados para os clientes que frequentavam seu consultório foram colocados à disposição do filho do vendedor de balas. Um médico é o profissional que cuida da saúde das pessoas e que, para tanto, precisa jurar exercer a medicina de forma honesta e tratar todos os seus pacientes de forma igual.
O que diferenciava o baleiro e seu filho dos outros clientes era o fato de não possuírem dinheiro. E o que os diferenciava do médico era acreditarem que ele tratava a todos como iguais.
Bia Tannuri
Nada a deClarar
Tudo se esClarece
Michael Clareou a pele
Clarice Clareava os cabelos
Carlos tem olhos Claros
Clara bóia sem luzes na cabeça
A Clarabóia Clareou o vão
Por onde vejo Claramente
Os livros que esClarecem mentes
Gosto de tudo as Claras
A história está a Clarear os fatos
O luar Clareia a noite
E eu na Clareira repouso
até o sol me cegar.
Gilmar Chiapetti
Poucos livros bons haviam aparecido. Entre eles, Literatura e Humanismo, de Carlos Nelson Coutinho; Os equívocos de Caio Prado Júnior, de Paulo Cavalcanti; Ferro e Independência, de Osny Duarte Pereira. Voltava-me para as revistas de cultura; apresentavam-se com dois tipos, pelo menos as universitárias, as dos docentes e as dos discentes. Eu concluia, por isso: "Em suma, provam os três exemplos alinhados que existe contraste, e até antagonismo, entre o pensamento novo, que se levanta nos meios estudantis, e o pensamento velho, que se aninha nas cátedras universitárias. É evidente que as exceções servem apenas para confirmar a regra. Nem tudo que surge do meio estudantil é de alta qualidade cultural, evidentemente; mas a esmagadora maioria do que surge do meio docente universitário é de qualidade inqualificável. Como pode haver respeito, numa atividade ligada ao conhecimento, quando os que aprendem sabem mais do que os que ensinam?
A FÚRIA DE CALIBÃ, pág. 226-227
"Imaginando oceano,
as crianças brincam na poça d'água."
Carlos Novais
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PARA O DIA DA CRIANÇA
Marcial Salaverry
Criança, em sua inocencia,
procure ensinar aos adultos
como se vive sem preconceito,
e sem procurar em todos um defeito...
Mostre que todos somos iguais,
e que se pode viver em harmonia,
com a pureza da alma infantil,
vivendo feliz cada dia...
Para melhor a vida viver,
pense mais nas brincadeiras,
e do celular procure se esquecer,
para não pensar em tantas besteiras...
Para uma infancia feliz, gostosa e calma,
mantenha sempre na alma
essa gostosa alegria de viver,
não deixando esse tempo se perder...
Marcial Salaverry
José Carlos Gomez
Zequinha. Amore. Meu amigo
Dessas formas a ti eu me dirigia
Quanto carinho correspondido
Quanta confiança e paz você trazia.
Quantos momentos divertidos juntos
Que a música testemunhou
Longas conversas regadas à cerveja
Na minha mudança, como você me ajudou!
Não comigo, mas com todo mundo
Assim era você, leve e prestativo
Paciente, otimista e resiliente
Um ser humano extremamente inofensivo.
Muito precoce esta sua partida
Deixastes muitos corações desolados
Não há quem não sentirá a sua ausência
Ze Carlos = parceiro fiel, um dos seus significados.
Descansa, meu amigo. Meu irmão
Agregue aos céus a sua essência do bem
Daqui ficaremos saudosos
Daí resplandecerais como ninguém.
A propósito de “Três pontos ex... citados”, peça de Carlos Alberto Sousa
Acabei de ler (reler, para ser exato) “Três pontos ex... citados”, texto de Carlos Alberto Sousa, em que ele apresenta uma peça de tese ou conceitual.
Eu gostei à primeira leitura do texto, que já vou chamar de literário, porque se revela desprovido dos elementos cênicos, como palco, música, luz e figurinos. O teatro, propriamente dito, remete ao espetáculo, à representação no palco. A rigor, teríamos o texto (literatura) e sua apresentação no palco (espetáculo). Segundo Aristóteles.
Mas, voltando à peça, o autor coloca em discussão algumas questões há muito conhecidas de nós, quais sejam, o fideísmo, o ateísmo e a luta de classes. Ele inclui também, com muita competência, elementos pop – o tráfico, o rock, o sincretismo religioso – e elementos metateatrais – o fazer artístico em debate.
Numa peça breve, composta por oito atos brevíssimos, Carlos Alberto narra uma história bastante interessante, em que os personagens são dirigidos por um diretor manipulador e ávido de messianismo. Enfim, um Brecht às direitas.
A trama – envolvendo o elenco (os “bíblicos” Paulo, Davi e Sara, especialmente) e o diretor – trata de uma tragédia (com a presença dos elementos clássicos, inclusive o recurso do chamado “deus ex machina”, consubstanciado pela presença da Bailarina). Isso fortalece o argumento de que estamos diante de um texto literário que, ainda segundo Aristóteles, precede e se sobrepõe à montagem teatral, ao espetáculo. (Por isso, o cinema nunca será literário!)
Já tive a oportunidade de assistir, no Teatro Municipal de Cabo Frio, a uma performance de autoria de Carlos Alberto, a qual me deixou muito impressionado com o talento com que ele havia conduzido o texto e dosado a densidade temática. Com “Três pontos ex... citados”, não é diferente.
Aliás, mesmo quando faz versos, meu confrade e amigo Carlos Alberto deixa transparecer seu lado dramaturgo. Isso – em vez de restrição – é um elogio. Aristóteles, de novo, não me deixa mentir.
Mais que impressionado com a peça filosófica “Três pontos ex... citados” que acabo de reler, já me vejo torcendo pela montagem dela. Gostaria muito de ver (o verbo apropriado é “interagir”) Paulo, Sara e Davi no palco. Pois, ao contrário do filósofo grego, tenho certeza de que será unir o útil ao agradável. Com perdão do lugar-comum.
O bom (e velho) Carlos Andrade!
Só existe um Carlos Andrade que, aliás, está completando mais um ano de vida. Por isso, desde já, lhe dou os parabéns! Efusivamente!
Repito: só há um Carlos Andrade! O resto é imitação e, portanto, não merece crédito ou confiança.
O bom (e velho) Carlos Andrade é único. E essa unicidade, com o passar dos anos, ficou ainda mais patente. E admirável.
Por ser bom (velho) e único, Carlos foi conquistando a admiração de todos à sua volta. Graças a seu talento, imprimiu seu nome na história das cidades de Itanhém e Teixeira de Freitas, para as quais escreveu os hinos oficiais.
De Teixeira, recebeu o título de Cidadão Teixeirense. De Itanhém, receberá a Medalha Eloino Moreira Lisboa.
De mim, o bom (velho) e único Carlos Andrade sabe que pode contar, agora e sempre, com a AmiZade zarfeguiana.
O Valor do Tempo
Carlos cresceu ouvindo que riqueza era sinônimo de contas bancárias gordas, relógios caros e viagens para destinos exóticos. Por anos, ele perseguiu essa definição com afinco: horas extras, madrugadas em claro, fins de semana sacrificados. Quando finalmente alcançou o tão sonhado "sucesso", algo parecia faltar.
Num sábado ensolarado, sentado à beira de sua piscina, ele viu João, seu vizinho, passar com uma bicicleta velha e um sorriso largo no rosto. Curioso, Carlos o chamou para conversar.
— João, você nunca quis ter mais? Uma casa maior, um carro melhor? — perguntou, enquanto segurava o copo de um uísque caro.
João riu, tranquilo, e respondeu:
— Ter mais? Tenho tudo que preciso. Sou rico do meu jeito.
Carlos franziu a testa. Como alguém que morava numa casa modesta, sem luxo algum, poderia se considerar rico?
— E como você define riqueza? — desafiou.
João olhou para o céu e, depois, para Carlos, com serenidade.
— Ser rico, meu amigo, é ser dono do meu tempo. Posso pedalar pela manhã, tomar um café com calma, ouvir os pássaros, ver minha família crescer. O tempo é a moeda mais preciosa, e eu gasto a minha com o que realmente importa.
Naquele instante, algo em Carlos mudou. Ele, que tinha tanto dinheiro e tão pouco tempo, percebeu o quão caro havia sido o preço de sua "riqueza".
YakuzaMoon § JWC Autism
“O rei Carlos Magno perseguiu os saxões, executando milhares de nobres que se opunham à cristianização forçada, e tornou-se líder dos cristãos europeus, sendo coroado pelo papa como imperador et augusto, antigo título dos césares. Depois da sua coroação, ele iniciou sangrentas cruzadas cristãs na Irlanda e no Leste Europeu, convertendo os povos a ferro e fogo, destruindo templos e locais de culto e matando os pagãos que resistiam ao batismo cristão.”
O Templo da Cruz:
As sombras dos homens estranhos.
Invadem o horizonte, rumo à baía de Asa.
Em cavalos pomposos cavalgam.
Com cruzes em seu pescoço e fala serpentina.
Sem respeito aos Deuses, não pouparam mentiras.
“Não há mais Deuses nem mitos.
Estes há muito os deixaram e agora jazem falecidos.”
Falaram os soldados da trapaça.
A esperança se findava com os meses.
Dos templos sobraram as lembranças mortas.
Para quem se recusou a abandonar os Deuses.
Ardidos foram os chicotes nas costas.
Espadas cobertas de sangue, covardia lastimável.
Infeliz o dia da coroação de Magno, o miserável.
Duas moedas para cada, foi o preço.
Para a construção de um novo templo ao Deus da cruz.
Em duzentos dias. No exato local do antigo foi erguido.
Uma imponente construção de madeira.
Anunciando os terrores de uma outra bandeira.
E todos diziam: Fique tranquilo meu amigo,
essa maravilha contentará o Deus da Cruz.
Certamente ele vai ficar muito satisfeito conosco.
Tire a neve do capuz, compartilhe o brilho que seduz.
Saúde o templo, o templo da cruz.
“E então fora do círculo formado pela multidão,
um velho homem mantinha-se em pé.
Ele olhava pelas águas,
enquanto tapava o sol com uma mão.
E os seus velhos olhos quase podiam enxergar
os navios-dragões a navegar.
E os seus velhos ouvidos quase podiam ouvir,
massas de homens
a bradar saudações a Odin.
E, todavia ele já soubesse, tornou sua face ao céu
E sussurrou palavras esquecidas lá do alto.
“Uma vez erguida a casa do Deus da cruz,
eles deixar-nos-ão em paz”.
Embora tenha ele ouvido de algum lugar nas florestas
um velho corvo de sabedoria a dizer:
"Povo de terra de Asa, tudo isso apenas começou!”
Era de manha,Carlos ia sair para trabalhar,deu um beijo em sua mulher,e a desejou um bom dia,saio de casa,pegou seu carro e foi para o escritório,passou pela sua secretaria,que era realmente linda disse bom dia e entrou em sua sala,depois de alguns minutos,a secretaria entrou,disse que deixaria alguns papeis em sua mesa no dia seguinte que eram muito inportantes,ai vocês pensam,ele vai trai-la,mas enquanto isso em sua casa estava Darla com Jon o limpador de piscina,estavam apenas conversando certo?Errado,Jon era o amante,Jon também era o traido porque Darla tinha outro porque Darla só traia,e por vários anos foi assim Carlos seu marido,Jon o limpador de piscina
Wilian o vendedor de imoveis,e Pedro o padeiro,eram traidos e traiam suas mulheres,é assim que começa o ciclo da traição.
Mas ainda não acabou,falei da traição de um casal,tem vários tipos de traição,da amizida por exemplo,eu vou contar para vocês,essa historia envolve as duas traições.
Kara amiga de Darla sabia seu segredo,e prometeu não contar para Carlos,Darla realmente acreditou e confiou em Kara,mas foi um erro,um dia Kara com inveja de Darla por tudo que ela tinha foi ao escritório de Carlos,e o contou tudo,ele ficou furioso e quis se vingar,sendo que ele também traira Darla,não só com sua secretaria mas naquele dia com sua amiga Kara,que queria estragar o casamento dos dois e por isso depois de trai-la contou que ele a traio então esse foi o fim de um casamento,o fim de uma amizade,mas não foi o fim das traições
Lagrimas de Um Povo
Luiz Carlos Paiva
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Lagrimas não brotam ou saem de uma pedra pomes,
Não se conhece as lagrimas de quem nunca chorou,
Lagrimas são encantos dados a quem sabe o que é amor,
Elas são encantamento de Deus que as temperou no sal.
Uma pedra de amolar, pode afiar ou desgastar o metal,
Um ato que também destrói a pedra que não sabe chorar,
Pedras podem ser imãs, um lado atraí ou outro repele,
Pedras sob pedras, edificam e dão forma ao novo lar.
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A água infiltrada na pedra aos poucos rompe a dureza,
Vaza inicialmente em pequenas gotas, são lagrimas,
Que aos poucos tornam mais densas, rompendo a pedra,
Lagrimas não doem o que doe são os motivos que as causa.
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Somos um povo vivido entre lagrimas, nascidas de pedras,
Pedras de nossos alicerces seguidamente abalados, alhures,
Que somados a interesses esdrúxulos para nosso espanto.
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Sem dúvida lagrimas de pedra angular sustento da nação,
Assistindo invasão de água suja, jorrada de cérebro vazio,
Abala a instituição, sob o sorriso debiloide ansioso de poder.
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Luiz Carlos Paiva / Estiva – MG / 08-01-23
D. A. R. Lei 9.610/98®©
A Chegada
Luiz Carlos Paiva
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A Campainha toca, atendo à porta, é ela,
Linda, charmosa, perfumada, sorridente,
Um frenesi invade meu corpo ao senti-la,
No abraço sinto o corpo e beijo-a nos lábios.
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Uma sensação de desejo invade meu corpo,
Sinto nela a reciprocidade, quando me acarinha,
Suave, e me enlaça se aconchegando no abraço,
Nossos corpos unidos se declaram, na entrega.
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Ainda não consigo entender como aconteceu,
Foi o instante certo que se fez presente,
Um encontro circunstancial uni você e eu,
Nas correntes do amor, atados eternamente.
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Quando você entra em minha vida, sou submissão,
Tudo que sempre quis, foi você, e a vida muda,
Transforma, são sonhos que se realizam vidas.
Cada vez que me toca, no silêncio, leva meu coração.
Abraça-me apertando suavemente, perco o folego,
Você e eu juntos, um sentimento, vivo de emoção,
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Luiz Carlos Paiva / Estiva - MG / 18/09/22
Direitos Autorais Reservados por Lei 8610/89 e Lei 9.610/98®©
Fidelidade
Luiz Carlos Paiva
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Que não seja imortal,
Porque segunda a jura é até que a morte os separe,
Não se faz do outro propriedade, pela jura de fidelidade,
Enquanto juntos foi servil amou um amor sem igual.
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Que ama ou amou, num gostar dividido, será sempre leal,
A reciprocidade nasce e cresce em peitos de sentimentos,
Trocados na confiança reciproca de amar e respeitar,
Sem competição, qualidade, verdadeira de um amar.
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Hoje em dia a fidelidade ficou difícil de se encontrar,
Não é no amor que está a dificuldade, é no confiar,
Essa é a essência de se manter fiel, amor verdadeiro,
Se compartilhado, aceito em todos os sentidos.
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Fidelidade é a marca registrada do amor verdadeiro,
O amor não sobrevive, quando existe a traição,
Sobrevive sim quando há maturidades das partes.
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Ainda creio que a fidelidade é a maior prova de amor,
Necessário alicerce firmado em respeito e lealdade,
Sustentáculos dos elos da corrente e porto seguro.
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Luiz Carlos Paiva / Estiva – MG / 21-11-22
D. A. Reservados por Lei 8610/89 e Lei 9.610/98®©
Aproveitando os primeiros versos das estrofes do soneto de Carlos Drumond de Andrade, "Amor e Seu tempo",
inspirei-me para o soneto "O Tempo de seu Amor".
Osculos e amplexos,
Marcial
O TEMPO DE SEU AMOR
Marcial Salaverry
"O amor é privilégio de maduros,"
que sabem realmente seu significado,
e com sentimentos, os mais puros,
entregam-se a um amor apaixonado...
"É isto, amor: o ganho não previsto,"
algo que chega, vem e nos domina,
nossos sentidos desatina,
mas de amar, jamais desisto...
"valendo a pena, e o preço terrestre",
jamais será perda de tempo, ou trará dor,
o tempo que se viver vivendo um amor...
"Amor é o que se aprende no limite,"
não tem tempo e nem prazo de validade,
amor pode começar tarde, trazendo felicidade...
Marcial Salaverry
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AMOR E SEU TEMPO
Carlos Drumond de Andrade
Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade
Queimando como Fogo - Brito, Carlos
Me enganei nos próprios erros,
Me joguei desse enorme morro,
E a partir de hoje estou queimando nesse fogo.
De toda mágoa que cometi,
De todo amigo que trair.
De frases e frases,
De poemas e poemas,
De sorrisos falsos,
De mentiras que vivi,
Percebi que só eu mesmo sabia e escolhi mentir,
Fechando meus olhos pra tudo que já senti.
As fumaças do cigarro,
Misturadas com meu choro amargo,
Remoendo dores do passado,
Criaram não só uma, mas vários versos decorados.
De frases que viraram mentiras,
De coisas que nem mesmo sentia.
Na minha vista só existia uma neblina,
Mas não importa o que dizia,
Um dia iria me salvar.
Fechei meus olhos pra tudo,
Hoje, cego e mudo,
Obrigado a viver no escuro,
Me contentando a entrar no túmulo,
Com esse álcool puro,
E esse tabaco “sujo”,
Olhando para meu último cinza e triste luar.
ALGUNS MOTES E NADA MAIS
Cada frase é um começo pra uma bela narrativa.
De: Carlos Silva
Nesses motes trago ao mundo, lições que a vida me deu.
De: Carlos Silva
O que não vivo no presente, eu deixei no meu passado.
De: Carlos Silva.
Pensei que a vida fosse um sonho, não acordei para viver.
De: Carlos Silva
O que mais eu quero na vida é ter a sorte pra viver.
De: Carlos Silva
Nos passos que dei na vida, Deus tava sempre comigo.
De: Carlos Silva
Não se tem certa direção, quem segue caminho errado.
De: Carlos Silva
De tudo que eu fiz na vida, a melhor parte foi viver.
De: Carlos Silva
Se eu errei foi tentando, acertar um bom caminho.
De: Carlos Silva
Na minha estrada de flores, respeitei cada espinho.
De: Carlos Silva
No mote de quem escreve, tem o amparo do glosador.
De: Carlos Silva
"O homem sonha monumento, e só ruínas semeia".
De: Paulo Eiró
A verdade é que a mentira, só engana o mentiroso
De: Carlos Silva
Esperança e ilusão
São as essencias do amor
De: Carlos Silva
A vida é uma escola
Onde o destino é o professor.
De: Carlos Silva
O amor é um santo remedio que cura qualquer doença.
De: Carlos Silva
Quem não crê em Deus nao sabe,
O que quer dizer amor.
De: Carlos Silva
Quem não ama desconhece
Pra que foi feito o amor.
De: Carlos Silva
O passado tras as lições, pra não errar novamente.
De: Carlos Silva
Quem pensa que sabe tudo, é porque não aprendeu nada.
De: Carlos Silva
O acerto ensina que o erro, tem chance de se consertar.
De: Carlos Silva
O embriagado é o fruto, causado pelo vendeiro.
De: Carlos Silva
O espelho sabe revelar, qual o teu melhor amigo.
De: Carlos Silva
A pandemia é a causa de um efeito programado.
De: Carlos Silva
Quem morre sem perdoar, não tem de Deus o perdão.
De: Carlos Silva
"Voce um dia foi a flor
que perfumou minha estrada,
hoje sem vida murchou
nao tem cor, cheiro e mais nada"
CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Adeus, Carlos Bonito e Lindo Irmão…
Que triste eu tão fiquei, por descobrir;
que tinhas partido, meu Lindo IRMÃO*;
deste nosso viver, com triste chão;
por todos cá andarmos, pra partir!
Oxalá que O de nós, Bom Criador;
tua Alma Boa, Tenha Recolhido;
num Lugar, para Ela, pois, Merecido;
dado O Da Mesma, Tão Lindo valor.
Pois por cá, neste viver natural;
de ti, só assisti a um bom semear;
do que em ti, tanto tinhas, com Valor...
Nesse, elevares voz, com pouco igual;
nesse, som Da Alminha, tanto a nós dar;
nesse tão, tal cantar, com tanto Amor.
Elevaste-A, a brindar com tal cantar;
neste dia seis, a para o CÉU olhar…
que pareceu, teres o adivinhar;
que dia sete, te ias infectar!
Agora, ao fim de mais doze, partiste;
pra junto Dessa Mãe, que tão brindaste;
sempre que, a Ave-Maria, a Tal cantaste…
quero acreditar, pois, que ao Céu subiste.
Pois como a tua voz, a Tal chegou;
também tu lá chegaste, IRMÃO bonito;
com essa Alminha, cheiinha de AMOR…
Pra te juntares, Ao Bom Salvador;
a quem A Essa Mãe, roubamos Franguito;
Pois, nem sequer dos trinta e três, passou.
Até sempre,
*Irmão, por parte Do de nós Criador!!!!!!
2021-dezembro-19
Época do colegial.
Sid me amava.
Eu amava Carlos.
Lu amava Carlos.
Tania amava Carlos.
Carlos escolheu Lu.
Sid casou com Tania.
E eu? Bem... eu fui embora, pra muito longe.
Hoje, apenas Sid e Tania continuam se amando.
Eu sinto que deveria ter olhado para o lado, devia ter mais alguém que fazia parte da história e eu não percebi.
-ednamachado-
Percepção
Carlos Nery
Você já pensou se um dia
A nossa Terra se cansasse
De ter estado sob a gente
E ela toda tremesse, numa
Ameaça iminente?
Então, para onde iriam
O ciúme, o egoísmo e a inveja
Que ora à Terra nos prende?
Será que evitariam que nós
Caíssemos dela?
Ou iriam com a gente
Para o fim ou outra era?
Amar a Carla ou A Mara Carla
Carlos Nery
Ao amor, ao entregar-se totalmente,
Mais agiganta-se o ser diante de si mesmo;
A alma, de amor, alimenta-se e realmente
Revive se, em desamor, perdera-se a esmo.
Amar a Mara, então, oh, glória, que ventura!
Chamar-te amor, ao próprio amor, quem dera,
Alcançar, da felicidade, a perfeição mais pura;
Redimir-me, sublimar-me de todo o pecado;
Lograr, eu sonho, achar o amor, pudera
Amar – a ti eu amo – e ser por ti, amado!