Textos eu Preciso
"O Richard era um homem fascinante. Tinha mãos de cardíaco e pés de barro, mas eu amava-o com a certeza de que seria o último homem da minha vida. Porque me fazia rir. Porque me desejava às horas mais absurdas do dia, entre parágrafos. Porque vivia em desespero constante e eu achava que podia salvá-lo. Porque usava camisas cor-de-laranja, roxas e encarnadas e calçava meias de cores diferentes. Porque foi hippy, teve aulas de ballet, foi actor, operário das obras, jornalista, alcoólico, desregrado. Porque me levou aos extremos e me obrigou a sair de dentro de mim mesma."
- A vida sem ti, Tânia Ganho
Como eu pude ser tão burra, para acreditar que aquela loucura toda daria certo?
Como eu pude deixar que minha boca falasse minha fantasia de que um dia, nossos destinos se cruzariam e apartir dali, nos poderíamos escrever uma historia juntos? Eu não sei como eu pude ser tão imbecil, de acreditar que dessa vez seria diferente, que dessa vez eu havia confiado meu coração a pessoa certa e olha o que deu?Novamente, meu coração que mal havia cicatrizado de feridas antigas que você causou se feriu. Mas, pra você tanto faz né? É muito mais cômodo partir o coração das pessoas, é mais fácil jogar toda confiança em que se tinha mais eu juro que essa vez foi a ultima daqui por diante vou tomar mais cuidado com o meu coração, afinal, eu só tenho esse como irei oferecê-lo a quem realmente valha à pena e se ele estiver em frangalhos? Eu sei que é difícil lutar contra uma paixão, pois eu perseverarei e continuarei lutando para que esse coração de gelo, Não torne a se derreter por ninguém até que seja à hora certa.
Eu lutei contra eu mesmo e as minhas vontades, eu pedi, eu relutei.
Eu posso cair em contradição dizendo que eu fui egoísta, sim, eu posso ter sido, mas uma coisa eu posso dizer. Eu tentei, e muito, mas sozinho não se vai a lugar algum.
Então eu resolvi parar, soltar e voltar a caminhar só, eu posso me arrepender, mas posso também ter feito o melhor pra mim.
Num relacionamento deve haver 4 personagens:
Eu, meu universo, meus amigos, meus segredos
Você, seu universo, seus amigos, seus segredos
Nós, nosso universo, sem amigos, nossos segredos
E nossos amigos, nosso universo compartilhado com nossos amigos, nossos segredos compartilhado com nossos amigos
Eu nasci para amá-la, eu vivo para te fazer feliz...
Entenda os meus sentimentos como tudo que a fiz
Minhas aventuras são de conquistar você
Quero arriscar-me em um dia te ter;
Eu iria até o infinito com intenção de te amar
Dar-te-ia o meu coração em um tanto para te agradar
Contudo a minha intenção sempre foi de te exaltar;
É triste!
uma coisa que eu nao quero mais pra mim é viver de aparências , se quiser pode falar , mas só você sabe o que sente e passa , mas ninguém esta no seu lugar,agora é só seguir em frente ,porque Deus é mais e sabe de todas as coisas , Deus é mais do que uma religião e crenças ,nada me segura vou buscar a minha felicidade,só Deus pode me parar e ele me dá livre arbitrio...
Amor é somar e não dividir...
Amor é ficar e não sair...
Amor é nós e não eu...
Amor é mais alegria e não tristeza...
Amor é cumplicidade e não egoísmo...
Amor é estar junto e não separados...
Amor é sonhar diferentes mas realizarem juntos...
Amor é verdade e não mentira...
Amor é atitude e não palavras...
Amor é elogiar e não ignorar...
Amor é bom dia e não até logo...
Amor é persistir e não desistir...
Amor é acreditar e não inventar...
Amor é Amor!
Sergio Fornasari
Quem eu sou? Bem, eu sou...
O seu pensamento, o seu sorriso triste e carente.
Sou a sua frustração, a sua inocência perdida que insiste em se revelar na sua imaginação.
Eu sou a lágrima que vagarosamente cai dos seus olhos na hora da oração.
Eu sou o amor oculto e proibido que mora em seu coração.
Enfim, sou apenas seu amigo, lamentavelmente seu amigo, nada mais do que amigo.
Rezo o meu rosário.
Sopra o vento e eu não oiço.
A chuva cai nos canteiros.
O aroma a terra molhada.
A fragrância perfumada da natureza
Peço a Deus entre as contas do rosário
Senhor, a tristeza deixou um rastro no meu coração
A minha alma tem um ninho de dor e solidão
Rezo o rosário e adormeço com ele na mão.!!
Quanto mais eu tento me encontrar mais me perco
Sou imensamente desastrado e sei que não sou perfeito
Faço confusão das coisas que me aconteceram! Não por maldade
Mas por que me esqueço, gosto exageradamente mesmo quando não conheço;
E sempre sorrio em meu caminho
Mesmo quando falam mal de mim! Mesmo quando não mereço
Mas, contudo nunca irei desistir da esperança de ser feliz;
Me perguntaram o que me deixava contente. O que eu fazia para sorrir sempre com tanto entusiasmo. O por quê de eu ser tão elegante na forma de sorrir e brincar. E se eu perdia a compostura por algo que me incomodasse.
Eu olhei nos seus olhos e sorri. Ela sorriu de volta e sentiu. Se satisfez e num largo riso de canto a canto do rosto respondeu: "Eu já entendi!"
Eu queria jogar teu telefone fora, trocar de número, de roupa ou de mundo.
Eu queria trocar de rosto, de mão, de endereço. Mas não posso arrancar as partículas tuas-minhas, não posso apagar o toque das mãos suas nas minhas, não posso limpar da mente a imagem do seu semblante em descanso.
Eu queria trocar de pele, de corpo, de voz, de boca. Mas não posso arrancar a marca do beijo teu. Não consigo arrancar os vestígios da tua pele na minha.
Eu queria trocar os olhos, o sorriso, a emoção, o coração.
Porque não me sai a vontade de ver, de ter, de beijar, de amar?
...
Quero te apagar de todo lugar, mas sei que da alma é único lugar do qual não te posso tirar.
Tanto tempo, que eu sofri por voce!
Tanta paixao que eu senti por voce!
Tanta dor de Coraçao que eu senti por voce!
Querida o amor que eu sinto por voce! ee tao perfeito!...
mas voce nao aconselhou, por favor oiça as minhas palavras. eu te amo! mas agora eu te digo... O amor expira quando alguem perde intece e' substituido.
SANGUE NA CRUZ
– EU NÃO CONHEÇO NINGUÉM COM esse apelido, mãe. Foi só um sonho, ou um pesadelo. Não era nada com que deva se preocupar. Eu nem me lembro do sonho.
A tentativa de justificar seus gritos falhou. Suzane não era tão ingênua para crer que não havia nada de errado no comportamento da filha; não depois do último sábado.
Os princípios fundamentais da convivência lhe diziam que, para uma pessoa mudar sua personalidade sem nenhuma justificativa aceitável, seria necessário um motivo bastante condizente com a situação em questão.
Quanto a Morgana, ela não podia tirar conclusões para si. Ela conhecia perfeitamente a filha.
– Morgana, por favor, me conte o que está acontecendo. Impossível não ser nada! Quem esteve aqui com você na minha ausência? Sua cama está na sala de estar!
Suzane havia conectado-os-cortes dos acontecimentos recentes. Sua filha abusava de um comportamento estranho desde a tarde de seu sumiço. Era sexta-feira e toda a semana fora desconcertante naquela casa. Caminhando com a lógica, para que a cama de Morgana estivesse na sala de estar, seria necessário desmonta-la e monta-la novamente; a casa era ampla e o quarto de Morgana ficava no fim do corredor. Elas não possuíam nenhuma ferramenta. Portanto, para que a mudança acontecesse alguém deveria dar o empurrão necessário.
O que aconteceu aqui? Por que minha filha está tão estranha? Será que falhei em sua educação? Sim. Eu devo ter falhado em algo. A culpa é toda minha!
O mar estava estranhamente calmo. O clima estava agradável. O fluxo de pessoas aumentava àquela hora da tarde. Perseguidor, sempre usando preto, caminhava tranquilamente.
Deniel Sanders, o Perseguidor, seguia para uma reunião de trabalho. Mais adiante, na orla da Praia da Costa, no que podemos chamar de restaurante chique, Carlos Margon estava a sua espera.
Cinco minutos seguiram até a mesa 10 do Opallazi Gourmet.
– Boa tarde, Sr. Margon!
O cumprimento de Deniel foi acompanhado de um belo sorriso relações-públicas; intencional à conquista de uma melhor posição do diálogo que estava por vir.
E viria.
– Sente-se.
Margon era um homem autoritário. Um metro e meio de altura, olhos verdes e orelhas grandes. Era feio. Usava um terno chumbo com uma calça preta, uma camisa também preta em gola V. Assim como Deniel, era careca.
– Pois não, Sr. Margon.
– Conte-me o que aconteceu desde o último sábado.
– Eu tenho observado a garota, Sr. Margon.
Sr. Margon suspirou profundamente e, antes de responder, fechou os olhos.
Por que este puto não vai direto ao que interessa? Otário!
– E...?
– A menina mora em um bairro simples no município de Cariacica, é alegre e gosta bastante de músic...
– Quero saber se a pestinha abriu o bico.
– Não, Sr. Margon. O nosso Nome da delegacia contatou-me dizendo que a mãe de Morgana Sorans, Suzane Sorans, prestou queixa do sequestro e exigiu uma investigação para o caso. Marcus Brass, que estava com ele na delegacia, rapidamente seguiu até a casa de Suzane para fazer algumas perguntas à menina e vistoriar a residência. Ela respondeu a todas as perguntas sem nenhuma dificuldade aparente. Mentiu sobre o sumiço e disse não recordar das feridas.
– Cachorra!
Carlos Margon pensou por um minuto antes de disferir uma retórica.
– O que se passa na cabeça dela?
– Suponho que ela tenha gostado da experiência, Sr. Margon – disse com um quê de eu-sou-o-tal. – A menina não reclamou à dor e não sentiu o corte.
Era verdade. Ele recordava perfeitamente. A experiência não havia sido marcante somente para ela. Ele não conseguia esquecer a maciez daquela pele. Ainda ouvia os gemidos calorosos de Morgana. Ainda sentia aquele sabor maravilhoso. Jamais se esqueceria dos momentos em que Morgana olhara profundamente em seus olhos. Aquele olhar penetrante que o estudava e ao mesmo tempo lhe pedia algo ainda mais intenso.
Como se estivesse cegamente apaixonado pela sensualidade da garota de dezesseis anos, ele ainda desejava mais daquele corpo. Sentia prazer em seus pensamentos. Adorava rever em seus pensamentos a imagem dela amarrada e amordaçar, ouvir o estalar do chicote, os gritos abafados, a pele estremecendo.
– No ritual, quem estava com você?
– O próprio Marcus Brass. Ele estava na gaveta e realizou o corte com precisão.
A cama em que Morgana estava amarrada era uma fabricação exclusiva da CASTIDADE usada somente em rituais da seita. Era revestida em aço inoxidável e possuía uma espécie de gaveta, onde um membro aguardava o momento da execução de sua função.
– Qual a quantidade aproximada de sangue recolhido?
Para que o ritual obtivesse sucesso, era necessário que recolhessem um dedo de sangue da vítima.
– Cerca de dois dedos, Sr. Margon.
Excelente!
– Deniel, Marcus notou algo na casa que para nós é familiar?
– Sim, Sr. Margon. A casa possui um crucifixo para cada cômodo, mas no quarto da menina, o crucifixo de sua cama estava invertido.
– Ótimo trabalho! Agora se retire.
Carlos Margon estava sorrindo como se acabasse de descobrir a sensação de estar contente.
Normalmente era um homem sério, de poucos amigos. Impaciente e controlador.
Que maravilha!
Suzane Sorans era uma mulher apegada às suas crenças. Não frequentava regularmente as missas, mas seguindo conselhos do Padre José Paulo Spinnotza, rezava em cada uma dos crucifixos dos cômodos de sua casa. Nos móveis, algumas miniaturas da santa de sua devoção. Ela limpava a cada um destes objetos sagrados com um zelo invejável. Mas, especialmente nesta semana, ao limpar as cruzes, elas estavam invertidas. Essas imagens a estavam assombrando quando retornou de seu devaneio.
– Morgana, como sua cama veio parar aqui?
Cabisbaixa, Morgana ergueu lentamente o olhar.
– Sozinha.
Um mísero sorriso surgiu no canto esquerdo dos lábios de Morgana.
– Quando?
Morgana estalou o pescoço e os dedos.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze.
– Esta noite.
Ela levantou a cabeça enquanto tentava esconder o sorriso.
– Mamãe, olhe – apontou com o dedo indicador para o corpo de Cristo no crucifixo que estava na parede do corredor.
Ao olhar, o corpo do Salvador estourou em mil pedaços.
Morgana gargalhou.
Assustada, Suzane virou-se para o crucifixo na cama da filha enquanto fazia uma prece.
– Pai nosso que estais n...
Estava invertida.
O som dos estalos repetiu-se em sua consciência.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze.
Ela estendeu a mão para colocar o crucifixo na posição correta e ao toca-la, seus dedos umedeceram com um líquido vermelho.
Era sangue.
Prometa-me que vai calar-me com um beijo
toda vez que eu falar tamanha bobagem,
toda vez que eu disser que vou embora.
Prometa-me esconder as chaves do carro
toda vez que um desatino tomar-me por hora,
toda vez que meus olhos trovejarem desesperanças.
E me abrace sereno e forte, constante
e me lembre do quanto gosto de lhe ter por perto
do quanto me sinto segura em teus braços.
E afague meus cabelos, meus anseios, minha alma.
Sem igual ternura, e me lembre do quanto sou tua.
Sem igual medida, e descubra o quanto és minha vida!
O vazio vai me consumindo
Porque estou vivendo mesmo?
Eu estou aqui, mas Ele não está comigo
Porque? Me sinto traída e abandonada
Estou em desespero
Quero ser forte,mais forte!!
Me pergunto porque eu não choro mais
Mesmo eu tendo vontade
Volte para mim amor!
Apareça para mim, vamos quebrar nossa maldição!!
Aquela que Deus lanço em nós
Ficaremos juntos e separados pela eternidade
Sofrendo calados,
Procurando um pelo outro no breu
Sem poder nos ver
O pior castigo de todos
Sangue do meu sangue
Jogam pedras em mim
Enquanto sou presa em uma cruz
Sendo sacrificada, como um cordeiro
Sofrer Calados
Sendo soterrada
Talvez se eu morrer eu lhe encontre
Mas se morrer não poderei ter minha estrela da manhã
Pois mortos não geram vidas
O que nos resta é sofrer calados!
Destino
O destino foi sempre traiçoeiro?
Em todas as minhas vidas,
Eu nunca o encontrei novamente
Mas a lembrança do nosso primeiro encontro
Sempre vai estar lá
Em um canto obscuro do nosso possível coração
No meu corpo atual
Me transformei em tudo que eu odiava
Tudo o que eu não era
Diferente do que já fui
Talvez seja por isso que eu não lhe encontrei
Por que minha pureza se foi
Desde o dia em que eu cometi o meu pecado
Meu maior pecado de todos
Do qual eu tinha medo
Mas ele fez que nos dois caíssemos
Foi torturante lhe ver cair
Enquanto eu era mantida presa
Na gaiola
Esperando o castigo Dele
Então foi decidido
Eu seria condenada a nascer, “viver” e morrer
Até a Eternidade
Enquanto você seria invisível para mim
Eu correria no breu a sua procura
Com o risco de cair
Cair sem o ver,
Sem saber que minhas lembranças são reais
Sem saber que esse sentimento que brota
Em mim é real.
E esses é mais uns do meus castigos.
Ficar na duvida
Sem saber se nós não somos
Mais uma marionete
Onde somos ligados
Por um fio fino que a qualquer momento pode romper.
Nunca imaginei que eu pudesse sentir por você, o que eu senti, amor tão puro e verdadeiro como nunca eu vivi.
Será que todo dia vou acordar e lembrar de você que não está aqui, ou será que toda música que eu escutar vai ter momentos que eu vivi com você, será que nunca vou te esquecer? Te esquecer...
O que será preciso pra poder te mostrar que ao meu lado é seu lugar, o que será preciso para você entender... Que eu amo você, amo você, só você... Eu amo você.
“O concreto muro das ilusões”
Um muro alto,
É tudo o que vejo,
Eu corro, eu grito, eu salto,
Mas só ouço um relampejo.
Que me desperta da tentativa,
Dessa minha vida relativa,
De sufocado desejo,
E sufocante partida.
Desse tempo nauseante,
Querendo resgatar o antes,
Não podendo ir adiante,
Nem vendo qualquer saída.
Muro de três tempos,
Muro de sentimentos.
O esforço que esgota,
É o mesmo que me suporta.
O silêncio gritante,
Que me abate e me motiva,
É um sábio pedante,
Um adulto infante,
E uma dor gradativa.
Para onde quer que eu ande,
O muro se expande,
Junto com essa dor tão grande,
Que não deixa alternativa.
Muro sem fim,
O vazio em mim.
Ninguém ocupa este espaço,
Tão ávido e casto.
Me vejo solitária,
Nessa desgraça tão hilária,
De sofrimento não presumido,
E de amor pressentido.
Amor forte o suficiente,
Para me afastar de muita gente,
Mas que se torna inseguro,
Quando se trata de pular esse muro.
Muro de concreto,
Onde ninguém chega perto.
É todo meu o esforço,
E para quem me despreza eu torço.
Promessas jamais feitas,
Mas tão certas e aceitas,
Deixam minha alma emudecida,
Por que foram esquecidas.
O céu não clareia,
Meus olhos estão cheios de areia.
Por eles descem as lágrimas,
Com meu rancor e minhas lástimas.
Do mais profundo martírio,
Sou despertada por um cheiro de lírio,
Que vem do outro lado,
Daquele muro amaldiçoado.
Minha mente atordoada,
Ouve uma voz entrecortada,
Chamando pelo nome,
Que parece ser de um homem,
Em uma busca emocionada.
Querendo ir ao seu encontro,
Desesperada eu respondo,
Com incessantes batidas,
Que não sei se estão sendo ouvidas.
Meu semblante denuncia o medo,
De ser mais uma vez abandonada,
Não posso desistir nem tão cedo,
De finalmente ser resgatada.
Sem futuro no presente,
Mas com uma vida pela frente,
Tento seguir o caminho,
Onde não tenha que pular sozinha.
Só me resta este corpo,
Que de vida tem um sopro,
Mas preciso derrubar o concreto,
Para que eu possa vê-lo de perto.
Um olhar que não me é estranho,
A beleza ímpar daqueles olhos castanhos.
Uma lembrança intempestiva,
Me faz reconhecer aquela mão estendida.
O impacto do passado,
Tão presente e superado,
Me trouxe o amanhã.
Ao som de “Nem um dia”,
Na voz de Djavan.
Música de infinitos acordes,
Que faz com que desse pesadelo eu acorde,
É meu único apoio,
Para que eu possa novamente olhar no teu olho.
Muro da mesma rota,
Muro que te traz de volta.
Estou caminhando em círculos,
Hora no inferno, hora no paraíso.
De uma profunda reflexão,
Sou sorrateiramente despertada,
Não vejo mais sua mão,
Nem ouço sua voz emocionada.
Muro do arrependimento,
Da incapacidade,
Do nó por dentro.
Muro do orgulho ferido,
Da necessidade,
Do puro perigo.
Não importa quem duvida,
Para pular esse muro darei minha vida.
Um impulso,
Uma sequência,
Esse muro,
A resistência.
Pés e mãos corroídos,
Pelo tempo em que foram esquecidos.
O choque entre o que eu quero,
O que pode ser e o que espero,
A consequência em nada muda,
O querer sair dessa dor profunda.
Liberdade e o teu beijo,
Tudo isso em um só desejo,
Meu coração palpitando,
Enquanto vejo o concreto desabando.
Um forte pensamento,
E um chão cheio de cimento,
Dos escombros sou salva,
E reconheço aquela pele alva.
Tamanho sorriso,
Olhos castanhos dos quais preciso,
Teu beijo sela a vitória,
Nessa felicidade tão provisória,
De caráter indeciso.
Muro destruído,
Objetivo conseguido,
Meu corpo se entrega,
Estou fraca, estou cega,
Meu tempo já foi perdido.
Sinto meus pés do chão se desprendendo,
Sinto minha alma livre, estou morrendo.
Tenho que ir embora,
E não posso ouvir quem por mim chora.
Estou morta para a vida,
E viva para a metamorfose,
Não sou mais um barco a deriva,
Cansei dessa overdose.
Dessa droga que me alucina,
Que me inocenta e que me incrimina,
Que criou aquele muro de dependência,
De desconsolo e de “sub-vivência”.
Onde fui reduzida a lixo,
Absorvida pela minha condição,
E por crer num discurso prolixo,
Assinei minha própria condenação.
Reflexo do inconsciente,
Que insufla o ego e degrada a mente,
O livre arbítrio obrigado,
O som com os ouvidos tapados.
Muro que era de aparência,
Muro que crescia com a sua ausência,
Excesso da droga infinita,
Que rege o mundo e o limita.
Droga que criou esse muro,
Droga que o derrubou,
Só não conhece essa droga,
Quem nunca se apaixonou.
Expresso
Eu recito e tu me receitas
Uma xícara de café e meia
Ou uma dose alheia
Do teu mau-olhado.
E eu te olho nu – olho
E eu te decoro no olho
Mas eu te vejo é no cheiro
Eu te sinto é no trago
Mas eu te quero de lado
De perfil
Não hostil
Ou triangulado.
Eu te recito e tu me receitas um gole de café amargo.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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