Textos de Lua
Sob a luz do luar
Hoje seremos só nós.
Nós e uma noite inteira pela frente.
Trocaremos confidências, colocaremos o papo da semana em dia, falaremos de amor.
Pensei em recitar Vinicius pra você.
"De tudo ao meu amor serei atento antes, e com tal zelo e sempre e tanto...
Você gosta?
Aceita uma taça de vinho?
Um trago?
Não? Você não fuma?
Meu cigarro te incomoda?
Posso esquentar alguma coisa pra gente na cozinha...
O trabalho anda bem, obrigada.
As crianças estão lindas mesmo! Crescendo rápido né?
Porque você não veio aquela outra noite? Eu te esperei.
É, eu sei que você não pode vir sempre. Além disso o tempo tem andado meio fechado... E você tem essas suas fases... Tudo bem, eu entendo.
Que bom você ter vindo! Eu estava me sentindo só.
Sabe, fico tão à vontade com você. Sei que posso falar sobre qualquer coisa. Você vai ouvir em silêncio, mas vai compreender. Você sempre me entende.
Às vezes me sinto muito só.
Não! Não quero falar sobre aquele rapaz. Você sabe que eu continuo pensando nele, que ele não presta e mesmo assim eu continuo esperando que ele volte. Mas eu não quero falar sobre isso.
Vamos mudar de assunto?
Você está linda hoje.
Esqueci de te contar sobre a vizinha do 47!
Ah, deixa pra lá!
Podemos ficar em silêncio um pouco?
Adoro essa música.
Que bom você ter vindo lua cheia. Estou feliz por você estar aqui, deixando esta noite tão clara e iluminada.
Hoje seremos só nós. Poderei te contar das minhas dores de amores, trocar confidências e recitar poesias.
Com você, esta noite eu não estarei sozinha.
#euprecisavadizeristo
PERENAL
Indago-me, serei eu um sonho ou sonhador,
deste clichê de um déjà vi?
Mesmo sob o crepúsculo dessa caixa de pandora,
Quando em trevas a face tão pálida da lua me encanta.
Neste covil desfigurado por demônios sem asas, a imperfeição criação testemunha sempre abismada o reluzir da senhora soturna.
Enquanto o ser tumular gira sua ampulheta, eu me pergunto qual;
Qual meu proposito neste ergástulo enfermo?
Por certo serei eu um receptáculo abastado de desolação condenado à mesmice?
Neste anuviado vale sepulcral de esfinges mortas
Tudo parece o sonho de um cardíaco lívido...
Serei eu um mero fardo preenchido de lamuria?
Sinto-me provido de vida, como o suspiro de um defunto, um escárnio aos olhos da morte?
Ou um perenal protagonista deste limbo inventado?
" O menino e o seu mundo."
Quem é ele ?
Um menino,
mas não um simples menino
Ele é aquele que sonha
entre a realidade e a utopia.
É nas viagens no tempo,
no reencontro com a saudade,
e na fantasia do viver,
que o seu mundo se cria.
Ele quer voar,
a falta de asas lhe tira
a possibilidade do voo,
mas não sua qualidade de anjo.
Ainda que não possa voar,
um universo infinito,
ao subir no telhado,
é por ele contemplado.
Lá tudo é possível,
ele fala com as estrelas,
as escuta, toca a lua
e por ela é tocado."
Viviane Andrade
Passei a vida inteira, principalmente a infância, ouvindo a minha mãe preocupada murmurar: -"Filha, eles dizem no relatório que você vive no mundo da lua"
Não me orgulhava nem um pouco, ficava mais triste cada vez que ouvia isso, e quanto mais triste me sentia, mais tempo passava na Lua.
Hoje finalmente não só aceito, como agradeço. Não há mais razão para me sentir triste quando já compreendo a dádiva de fazer parte de um seleto grupo que se teletransporta para a lua quando bem entende, e não se obriga a permanecer constantemente em um mundo tão limitado, e por vezes tão chato. Pobres daqueles que não enxergam a imensidão do universo, e se limitam a permanecer estáticos onde eu não me obrigo, por que não me enquadro. Hoje eu escreveria um relatório com o seguinte laudo: "Doença do século: Egocentrismo limitante, incapacidade de sentir o universo, só lhes restam 5 sentidos básicos."
LIBERDADE DE AMAR
Sol, céu, e mar... E você na areia a me beijar!
O mar repousando em teus pés sobre a areia.
O sol aquecendo meu corpo de sereia.
Brilhando no horizonte o sol estonteante.
Que logo deixa minh'alma radiante!
Me perco em seus cabelos soltos ao vento.
E me inebrio com teu sorriso que me fascina.
No seu rosto lindo aquela brisa,
Que beija meu rosto de menina.
A tarde chega e vemos o pôr do sol
Deitados na areia, paixão que incendeia,
Já não existe mais o sol que nossos corpos bronzeia.
Cai a noite, fogueira na areia, brisa suave...
Lua cheia, céu e mar...
Cenário perfeito para dois amantes...
Observando a lua brilhando sobre o mar no horizonte.
Lua, céu e mar,
Você na areia a me beijar!
Sobre a luz do luar...
Abraçados e extasiados de se amar!
A despedida...
***
Amanheceu e seu amado partiu tristemente...
Deixando-a com coração partido.
E voltou a adormecer eternamente...
As coisas já não tinham mais sentido.
Pois de que adianta ter as estrelas, a luz do luar... Ter o mundo...
Se não irá mais o encontrar.
O amor, um sentimento lindo e mais profundo...
Mas muito difícil de explicar.
Anoiteceu e tudo ficou mais triste...
Saiu a noite pra contemplar o mar.
Lua cheia no céu, não mais existe...
Agora tão longe do seu amor, já não podes mais o amar...
Rio, 06/05/06.
POETANDO
O poeta é um amante eternamente insatisfeito. Entre a paz do doce lar e as incertezas das noitadas, prefere se esgotar nos braços das madrugadas, beijando estrelas, acariciando a lua, deitando e rolando nas praias, perseguindo estradas, pulando cercas, usurpando alcovas de cetim, invadindo cabarés, escolhendo trilhas, adentrando Casas da Luz Vermelha, galgando montanhas, repetindo mergulhos abissais em busca das sereias, adentrando bosques ansiando fadas, esgotando bares...
(Juares de Marcos Jardim)
Eu não preciso de muito... De todos os lugares, aquela pedra, com aquela mesma árvore onde descanso minhas costas, parece que foi criada sob medida, ajustada de forma a arrancar de mim muito mais que olhares.
Saio de casa, ando inquieta até a pedra, onde sento e pouso minhas costas em uma partezinha da planta que parece já estar familiarizada com meu contato. Sei que se trata apenas de mim e uma noite inteira para desbravar. E como me sinto acolhida ali! É como se, debaixo de todo aquele manto de folhas e diante da silhueta da cidade que o horizonte me fornece, todo o mundo fosse desenhado novamente para mim.
As estrelas por vezes me paqueram, mandando piscadelas constantes em minha direção. E a Lua, majestosa, clareia meus pensamentos à medida que vou adentrando em um universo que é só meu, de mais ninguém.
Às vezes, por conta do lembrete do vento que vem agitar meus cabelos ou, em outros casos, do chamado da minha mãe, "desperto" do modo de reflexão ao qual me habituei a realizar e me encontro novamente recostada naquele tronco, recolhida naquela rocha... Não sou mais a mesma de antes. Saio sempre melhor, mais leve, segura...
Em Titã, aquecido por um cobertor de hidrogênio,
vulcões de bordas geladas vomitam amônia
dragada de um coração glacial.
Substâncias líquidas e congeladas constituem um império
maior que Mercúrio e até um pouco
parecido com a Terra primitiva: planície de asfalto e lagos
de minerais liquefeitos. Mas
como eu desejaria beber as águas de Titã debaixo daquele céu brumoso,
onde os solos se esmaece num vermelho difuso
e bem lá em cima, como úteros flutuantes, nuvens
fervilhantes despejam as chuvas primeiras
enquanto a vida aguarda em suas asas.
Minhas Luas
Sou de fases como bem sabe mas tenho minhas próprias luas. Se eu pudesse nomeá-las, a que me rege hoje seria lua ardente. Não do ardor de brasa que queima e destrói, mas o ardor que aquece e vibra. Vivo, impetuoso, intenso, violento, passional.
Se eu fosse descrevê-la seria lua inflada, alta, ávida, âmbar. Impossível ignora-la mesmo no céu mais nebuloso. Nuvem alguma teria a audácia de encobri-la. Ela se ergue imponente e vaidosa, sedenta por olhares. Sedenta, isso a define. Bem como ela, me ergo quente, viva e intensa aguardando avidamente pelo olhar tão quisto.
Iasmin Borges
Último verso
Deixe as ilusões para os adormecidos,
Para os que se satisfazem com os rodapés da vida.
Suba em minhas costas e apague a luz da lua,
E então saboreie minha essência em um cálice, querida!
Toque levemente a taça
Com a qual te sirvo meu vinho,
Saboreie minha essência como um mapa
Que contornas em meu corpo, com carinho.
Saibas que cada luz desta cidade
É uma vela que ascendo pra ti,
E a cada vez que alguma delas piscar,
O fogo revelará o que és em mim...
Estarei em cada falta,
Em cada brinde, em cada valsa.
Pois nossos corpos são à prova da idade,
E nossas almas, a causa da eternidade.
Pois precisava ser criado o infinito,
Algo tão belo e indeciso,
Para que todos os mistérios da vida
Pudessem caber no teu sorriso...
Quero teu amor pq sei que é ardente, carente,decente, que prendes como corrente...
Amor Amigo,Doce e meigo comigo.
Um Amor de Sermões quando lhe convém ser.
Mas que o carinho reine se torne a arma principal para se resolver quaisquer obstáculos entre nós...
E que sempre dure!...
ironia? não!...porque fazer durar depende das partes envolvidas, e que durem na mesma Intensidade do Brilho do Sol e com Capacidade de Sedução da Lua...
Quero que venha de dentro, mas que seja Racional, Possível.
Quero voce pra Viver... Momentos ruins, momentos bons.
Um amor Sincero, Um amor que consola.
Quero teu amor critico, mas que me Constroí...
Quero perdão e preocupação.
Pois teu Amor e Plenitude!
Quero um amor Confiável, Amável, Afável.
Um amor de desencontros, de intolerância, mas que seja meu...
Que entenda quem eu sou
Assim, chata,carinhosa sempre e amável.
Quero voce, porque sei que tens o mais belo amor a me oferecer...
Amo-te noite , as estrelas a brilhar me faz lembrar daquele tempo, de alento.
Bons tempos
Dos meus amigos, da minha escola.
Dos perigos, da minha bola.
Nao enrola... eu sei que você lembra,
Lembra de mim!
Não imaginei que te veria assim.
Uma flor, a essência tua
Meu jeito céu, teu jeito lua.
(Rafa Souza)
Na velocidade da luz dos astros do universo, estamos sempre vivendo no passado
A vida é uma eterna evolução e tudo passa na velocidade de um piscar de olhos um segundo, minutos, horas, transforma sempre o presente em passado, a luz do nosso Sol, que está "perto" - em termos astronômicos -, chega a nós com um atraso de 8 minutos, que é o tempo que a luz demora para chegar ao nosso planeta. Na velocidade da luz ela viaja a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, este flash de luz é também o tempo que a luz da Lua leva para chegar a terra.
#MINHA #RUA
Moro em uma rua esquecida...
Abandonada, a mais escura...
Cachorros cagam nela...
Há 1/2 século vejo pela minha janela...
Em minha esquina ...
Começam as serestas...
Mas logo sai de minha rua...
Só deixando a solidão nela...
Tem uma calçada de estrelas...
Muita calma nessa hora...
Apenas uma homenagem...
Aos grandes menestréis das serenatas...
Lindos sonhos sonhei...
De ver muita alegria...
Sempre contando os dias...
De tudo que existe...
Que tristeza...
Pura quimera...
Rua tão triste...
Horas mortas...
Do amanhecer ao anoitecer...
Que me faz sofrer...
Última a ser enfeitada...
Em festas, pouco iluminada...
Até o padroeiro Santo Antônio...
Hoje não passou por ela...
Acesso para a cidade...
De casarões coloniais...
Resistência de antigos moradores...
Poucos, quasem não se encontram mais...
O comércio é escasso...
Poucas lojas de fato...
Uma igrejinha presbiteriana...
Pouco aberta na semana...
É a rua que mais árvores tem...
Entre duas praças...
A da matriz que um dia teve um lago...
E a da feirinha com artesanatos...
Rua do hospital...
De farmácias...
Se passar mal...
Ali você se acha...
Tem pousadas...
Uma delas é rosa...
Namoradeiras sonhadoras...
Sempre alguém querendo prosa...
Linda cidade de Conservatória...
Quando no céu a lua aparece...
Um violão solitário chora...
Eis que é a hora...
Das pedras contar suas histórias...
Nessa rua eu cresci...
Nessa rua eu brinquei...
Nessa rua eu vivo...
E se Deus me permitir...
Daqui partirei...
Mas agora eu só queria mais ver...
Mais alegria e muitas flores...
A florescer...
Durante o dia pouca gente...
Na madrugada só gambá...
De viralatas muita bosta...
Cuidado quando andar...
Sandro Paschoal Nogueira
Beleza Mórbida
Tortura-me muito a vê a pútrida mente se acendendo cada vez mais, na podridão do âmago dos humanos, essa hereditária, sádica e nefasta que eu e você temos de deixar... Os frutos do amanhã.
Sou um louco? Talvez. Mas prefiro ser esse louco do quê mais um receptáculo abastado de ignorância e com um cérebro provido de uma visão anuviada; que só ver com os olhos. Prefiro vagar na treva e viver ao desalento com minha consciência conturbada.
Eu prefiro o mórbido farfalhar das folhas orvalhadas das árvores melancólicas que decoram o ermo e olvidado cemitério que visito... Nele, sinto-me menos atormentado... Seu silêncio me encanta, como uma melodia sonâmbula...
E às vezes, pareço ouvir o eco do sussurro feral da morte permeando aquele vale sepulcral coroado pela névoa lúgubre. Mas além desse estranho e soturno eu, que tanto resmunga, há uma amiga aprofundada na tristeza mais abissal.
Ela, sim, compreende-me, e mesmo possuindo uma beleza fantasmagórica e estando remota, ela me entende. Estou sempre de preto por luto a ela. Ela está lá, solitária, em meio ao negrito da rainha noite.
Pálida, taciturna, fria e quieta como uma lápide velha...
Sempre espreitando nas noites sombrias; imponente e inspiradora com sua beleza nua.
Como eu, nos ocultamos quando a noite moribunda dá seu último suspiro.
Sempre que a noite ressuscita, ela emana seu encanto opaco, e lá fica perscrutando o mundo impregnado de seres depravados...
Sua imagem pura e deprimente sempre vai me encantar... Porém, sinto que seu brilho nada mais é que lagrimas por testemunhar à horrenda raça humana espalhar sua insanidade. Ela está sempre lá em cima, vista por tudo e por todos sob ela...
Não usa traje, todavia parece está em volta de uma mortalha.
E talvez somente a pálida lua nas trevas da noite, saiba o destino que nos reserva.
Pedi ao amigo vento
Pra me fazer flutuar
Vou colorir as estrelas
E no céu vou rabiscar
Palavras de um poema
Pra tornar uma canção
Meu quadro vai ser as nuvens
O meu lápis minhas mãos
Sinto o abraço da chuva
Meus pés dançam pelo ar
Meu corpo gélido aquece
Vejo a lua despertar
Tu chamaste o meu nome?
Minha alma te escutou
Senti cantar minhas frases
O seu brilhou ressoou
Anjo me dê tuas asas
O espaço vou alcançar
Eu quero ouvir minha música
Bem de perto do luar.
CONSTELAÇÃO
Sem ti sou um epíteto do nada
Refuljo toda vez que te aproximas
Olhando o céu na noite enluarada
A tua imagem doce me sublima
Quando acordo sem ti fico tristonho
Se te busco no início estás no fim
Se me ponho a dormir estás no sonho
Como fujo de ti, se estás em mim?
Olhar-te como estrela é minha sina
És como o sol que brilha e me ilumina
Como uma lua em todo o seu clarão
Mas não podes, se a noite se insinua,
Ser sequer o meu sol ou minha lua
Pois que já és minha constelação!
L U A 🌒
Alguns costumam achar o dia ensolarado uma coisa linda, alguns amam o nascer do sol e outros o pôr do sol.... Enfim alguns amam o sol; eu amo a lua.
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Logo quando anoitece
E no céu você aparece
Iluminando com sua luz fluorescente
Encantando os românticos feito entorpecente
Sendo ícone da paixão
E também da solidão
Vem arrasando nas noitadas
Mais que flashs em baladas
Esteja você na fase nova
Esteja você na crescente
Cheia ou minguante
É você a protagonista de todas as noites
Sendo assim
Por completa, cativante
Pode não ter luz própria
Pode não ser uma estrela
Mas nas noites
Fria
Crua
A voz é tua
É para ti que olhamos
Para ti que cantamos
Para ti que choramos
E é com você que lembramos
Lembramos de idas e vindas
De quem perdemos
Quem ganhamos
E quem amamos
É graças a você, Lua
Que as noitadas são lindas
"Enquanto o brilho das estrelas nos emanava energia,
Eu pude ver seu sorriso, me transmitindo Paz e alegria;
Entre a luz dos seus olhos e a luz da Lua,
Minha mente ganhou uma dimensão oculta,
Pude sentir a vibração positiva, tanto minha quanto sua;
E minha alma bateu para o seu coração que de sua Vida eu não sairía nunca."
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