Textos de Lembranças
“A distância, a rotina, a correria do viver podem nos fazer esquecer temporariamente de quem gostamos ou porque gostávamos.
Porém só é preciso a oportunidade de um toque para que novamente este ser volte a povoar nossa mente. A pele não sofre de Alzheimer, ela sempre se lembrará ou de uma carícia ou uma cicatriz.”
"Hoje relembrei coisas que aconteceram e parecem tão distantes. Já sua partida, parece que foi ontem. E não tem mais aquela bagunça na sala, nem a disputa pelo controle. Não tem mais os sofás totalmente ocupados e nem os gritos pela casa. Meu quarto não está dominado e agora posso me esparramar. O controle fica sob meu comando, o silêncio quase sempre predomina. Sobra lembranças e saudades. Sobrou um buraco triste entre o portão e a porta, quem sabe a espera de quem não volta.
E agora eu escrevo, porque escrever é enfiar um dedo na garganta. Escrevo palavras não faladas, não contadas. Relato da saudade que me acompanha em apenas um ano. Um ano e um minuto de silêncio para as coisas que eu deveria ter falado e não falei."
Aquele olhar
Passam os dias, e nós vivemos outros momentos,
e nunca pelo nosso pensamento passam fases
diferentes , de repente a mente voltas dá,
e traz à nossa frente aquela lembrança aquele
olhar.
Olhar que um dia vimos e que é dificil não
lembrar.
Pelos dias novas emoções são vividas,caminhos
outros são trilhados, e a paz dentro de nós
agora mora.
Pelas manhãs , depois de um descanso olhos abertos,
sorrisos, aquele olhar a nós, do nada volta.
O olhar do amor que nunca morre, amor que em nossa
retina fica e dali nunca sairá.
A esse olhar vontade da, de não o deixar de ver.
Olhar de amor.
Pensando bem, é bom com ele conviver.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Tinha domingo que era dia de receber visita. E elas chegavam logo cedo. Parece que a mãe da gente tinha algum pressentimento nesse dia. Levanta que vai chegar gente! Ela falava enquanto preparava a massa para os beijus de tapioca. Acordava todo mundo logo cedo, dava café da manhã, ariava as vasilhas na pia, colocava naqueles suporte de ferro de pendurar panela e dava rapidinho aquele trato caprichado na casa. A mãe mandava o pai na feira comprar umas coisinhas, enquanto a gente arrumava as camas e dava uma "barrida" no terreiro. Era tiro e queda, não sei como ela acertava. Não tínhamos telefone, nem o fixo nem nada, e mesmo assim, ela parecia que tinha recebido um e-mail ou zap zap informando que fulano ia lá.
Umas 10h e pouco a gente ouvia o bater de palmas lá no portão. Chegavam entrando, assim, sem protocolo nem nada. Ô de casa! Eram o tio dela, ou primo do meu pai, ou irmão de alguém ou ex-vizinho... era alguém conhecido que chegava com a família pra passar o dia. À pés mesmo, nada de chegar de carro, desciam do ônibus em alguma parada próxima e iam cruzando a poeira solta, preocupados em chegar limpos. Chegavam cedo que era pra dar tempo de ajeitar um melhorado pro almoço. Põe água no feijão! Alguém já gritava lá do portão afora. A gente, menino do mato, ficava observando aqueles abraços e recomendações lá da janela, de butuca, igual bicho, morrendo de vergonha de depois ter que ir na sala pedir a benção. Era regra: Menino, pede bênção pra fulano. A gente estendia a mão ganhava a benção e uma bagunçada caprichada no cabelo, ia de brinde. Quando vinham outras crianças que a gente não tinha intimidade, era pior ainda. Mais bicho do mato a gente ficava. As mulheres se apressavam e já iam na cozinha ajeitar um cafezinho e uma água gelada pro povo e os homens ficavam na área da frente falando dos parentes distantes e ouvindo meu pai falar das futuras reformas que queria fazer na casa. Quase sempre, quem visitava levava uma "lembrancinha" que trouxera de algum lugar. Uma lata de farofa, uma rapadura, um queijo, um docinho de leite, uma linguiça caipira, um pedaço de carne de caça ou até mesmo uma carta de um parente distante...Essas coisas que a gente que é da roça dá valor.
Domingo era dia de visita. A casa ficava alegre com tanta gente. A gente ficava de ouvido ligado nas conversas e fofocas dos adultos se atualizando das novidades familiares. A gente podia até "assuntar" os assuntos, mas ai de nós se intrometesse na conversa, já ganhava aquele olhar de reprovação do pai. A mãe com a visita na cozinha já providenciava a tal "água no feijão". Era dia de almoço gostoso, com toda certeza. Os adultos falavam do dia-a-dia na lida da vida, ouviam umas modas no radinho, falavam de sonhos futuros, falavam mal do governo e iam emendando prosa atrás de prosa. A meninada ficava por ali na área da frente, jogando uma bola ou inventando alguma brincadeira em que todos pudessem participar. Apesar da "bichodomatice" a gente se introsava e fazia amizade bem rápido. Quando o cheiro de comida boa começava o tomar de conta, o pai ou, geralmente, a visita tirava uns trocados da carteira e mandava a gente ir comprar umas barés ali na padaria da esquina. Aí sim eu via vantagem. Almoço servido, conversa animada, panelas cheias. A gente era muito feliz com bem pouco. Não era raro o dia de duas visitas no mesmo dia, a casa enchia mais ainda. Onde comem dois, comem três e põe mais água no feijão. Nos dias de sorte, o senhor que vendia quebra-queixo ou o do algodão-doce passava gritando em frente às casas, meninada eufórica, adultos felizes, sobremesa garantida. Era baratinho, umas moedinhas e aquele doce que faz criança sorrir estava em nossas mãos. Acho que visitas só iam na casa dos outros em dias de pagamento, pois eram bem generosos.
Meio de tarde, tinha café coado, biscoito de polvilho frito, conversas, dominó, lembranças, uma foto na máquina "love" (que a gente só veria um mês depois) e por fim as despedidas. Desejavam boa semana uns aos outros. Agradeciam a Deus pela recepção. Agradeciam a Deus pela visita. Agradeciam a partilha do pouco que tinham, que se tornara fartura à mesa. Agradeciam pelos momentos de alegria. Com meu pai e minha mãe, aprendi a agradecer por tudo, pois era assim que eles faziam. Final de visita, pede benção pra se despedir, cabelo bagunçado de novo, alma abençoada novamente. Família feliz. Era o domingo da gente. Amém. Dia de domingo era dia de visita. Pães multiplicados, laços familiares ressuscitados. Tudo era bênção. Acho até que Deus nos visitava também.
Põe mais água no feijão minha gente!
" Uma Dor "
- Quantas vezes na vida sentimos dores ?
Dores essas talvez por motivos relacionados ao amor, a perda de um ente querido ou por alguma ferida física...
Confesso que, de todas as dores a que mais senti foram as perdas de entes queridos, dores que se acalmam com o tempo mas nos deixam as marcas de tempos vividos em nossas lembranças...
Uma dor também que me sufoca bastante é a dor da solidão, sim, solidão, por mais que estejamos cercados de pessoas todos os dias não aceitamos a falta de um abraço, de um amor, de um alguém do nosso lado para podermos dividir nossos momentos do dia a dia... Em fim, ela pode ser inevitável, mas devemos estar preparados quando ela chegar...
Seja forte, aprenda a suportar e encarar de frente, por que é tão ruim quando se tem: Uma Dor.
Amor, o que é o amor?
E dar presentes caros ao seu companheiro
Ou expressar seus verdadeiros sentimentos?
Você realmente ama? Ou só finge que ama?
O amor não pode ser expressado por palavras
Mas, sim por ações
Se você realmente ama
O seu companheiro notara
Se você finge, sua vida assim será infeliz
O amor não pode ser expressado por palavras
Mas, sim por ações
Como o amor de uma mãe, para o seu amado filho
As pessoas realmente amam? Ou só fingem amar?
Talvez só agora você pensou a diferença que seu mundo tomou
Nada é mais o mesmo, mas mesmo assim tenta se manter no eixo
Ficar pensando em voltar no tempo não vai ajudar
Tivemos uma chance e não fomos capaz de melhora
Agora que se foi, vem a consciência querendo pesar
Outra fase do jogo, agora só resta continuar
Vamos seguindo em frente, as cicatrizes e as memorias ardentes
Cada lembrança traz uma saudade, um aperto que não some apesar da idade
Dizem que com o tempo vai melhorar, mas comigo foi ao contrario
E não já não sei como suportar
Penso nas estrelas tão brilhante, e mesmo assim tão distante
A vida não tem direção, a cada hora algo novo pode surgir
E vou continuando sem saber pra onde ir
A memoria brinca comigo, mas eu prefiro ela assim
A dor me lembra dos vacilos que eu cometi
Espero que nunca vá se repetir.
Pra poucos ser feliz, muitos devem se sacrificar
E assim aprendi que independente da nossa vontade
Alguém sorrir, e outra vai chorar
E nesse mundo um equilíbrio que nada pode mudar
No lugar que eu só consigo lamentar
O lugar que a mente se torna mais fraca e não consigo parar de chorar
As lembranças vem tão forte, e a dor começa queimar
Digamos que se fosse possível eu voltar no tempo, eu não ia aceitar
O que passou passou, não adiantar querer mudar
Talvez ainda termine fazendo algo pior
Nem todas jogadas saem como queremos
E quando achamos que estamos confiante, é o momento que perdemos
Não sei qual foi a razão dessas coisas acontecer, mas espero que isso nunca volte acontecer.
Verdade à minha Pequena.
Ou verdade pra quem foi enquanto precisava ficar, ou pra quem ficou enquanto precisava partir.
Espio pela janela do meu quarto as nuvens se formando, a chuva se aproxima. Os ventos já sopram desde cedo, a temperatura desceu e todo esse clima que sinto só me dá desejo de escrever algo belo. De alcançar alguém, acalmar um coração, esmiuçar a saudade em palavras que virem poesias. Na última vez que choveu te encaixei numa música, falava sobre querer te conhecer e a certeza de que as coisas jamais seriam as mesmas sem você. Eu não pretendia nada disso, tu sabes, se dependesse de mim te colocaria no meu colo e te levaria por onde fosse, assim faria; eu não pretendia um dia sem você, nem uma semana ou um mês, nem uma vida sem você, porém agora me responde: quantos dias, quantas semanas, quanto tempo, vivendo uma vida que me assustava só em pensar? Entretanto, de alguma forma, me encontro aqui: vivendo. A distância pode ser chata, o tempo pode ser realmente um divisor de águas e o que fica de tudo isso é o que a gente permite levar consigo. Levo comigo uma imagem bonita de você, uma lembrança dos nossos encontros, a gente fugindo da chuva, a gente fugindo até mesmo de seus parentes que podiam nos pegar juntos, levo comigo você sorrindo das minhas leseiras e eu me perdendo sobre como seu sorriso era o que mais importava pra mim. Levo você comigo, Pequena. Fiz da saudade um elo pra não te esquecer e transformei em esperança, pois não se sabe qual a próxima carta escondida que a vida vai tirar da manga. Torço pra que essa carta seja você, não agora, mas quando estiveres andando descuidada da vida e por um truque de mágica nos encontrarmos em algum lugar. Até lá, ninguém sabe o que a vida vai trazer, e isso me assusta, mas me deixa feliz também. Estamos vivendo tempos de pequenas surpresas, conhecendo pessoas que jamais sonhávamos em conhecer, revendo pessoas que há muito não víamos. Esse deve ser o papel da vida, juntar e afastar de acordo com a necessidade, de acordo com o tempo. Quem sabe a próxima carta a ser puxada da sua mágica seja eu? Só me cabe esperar, torcer pra que você ainda tenha a carta com meu nome, que haja saudade e que você tenha me permitido levar consigo. Amanhã ou daqui alguns anos, a gente se bate. Reinventados. Redescobertos. No fim das contas, tudo acaba acontecendo.
👏👏👏👏
A vida é imprevisível, quando pensamos que não vamos mas passar pela msm prova, pelo fato de já ter vivenciado, lá vem ela de novo e trazendo brinde de recordação.
Deus, ele nos permite passar por provações, não pq é ruim, mas para nos deixar aptos para o mundo, não podemos esperar coisas boas vindas de lá.
Nunca saberemos em quem realmente devemos confiar, então mais uma vez, o passado vem a tona para nos ensinar a escolhermos, escolhermos com quem devemos nos relacionar, tanto amorosamente quanto amigavelmente.
Os mandamentos e as escrituras da Bíblia Sagrada, não estão ali só para lermos, mas sim para serem colocados em prática.
Deeeus nunca desampara um filho seu, ele nunca tira sem o intuito de trazer algo melhor. O ser humano é falho, dificilmente aceita a vontade de Deus, pedem em oração, fazem campanha e tudo, mas quando recebem a resposta, não aceitam, não aceitam que aquilo não é o que Deus quer para nós.
Com isso, colocam na cabeça, que sim, que é o certo, não entendem que tudo aquilo é passageiro, o q não é firmado em Deus, não é duradouro. Deus por ser generoso, nos deu o livre arbítrio, para escolhermos e vivermos como bem queremos, então acabam deixando a vontade de Deus de lado para se entregarem aquilo que momentaneamente os satisfaz. Com o tempo acabam entendendo que Deus era a melhor opção, e que tudo o que imaginava e planejava, era uma ilusão passageira.
Devemos confiar sempre em Deus, ele não vai dar para vc aquilo que para ele é precioso, assim tão facilmente, tem que fazer por merecer, temos que saber exatamente o valor daquilo que estamos sujeitos a lutarmos.
VOU ME MUDAR DAQUI
Os amigos em comum
sempre me falam de você
juro, tento não lembrar
más não está facil te esquecer
Quando penso que estou bem
e que posso me entregar
basta conhecer alguém
pra lembrança torturar
Eu vou me mudar daqui
pra tentar ser mais feliz
pois quem sabe desse jeito
eu consiga me soltar
O saudoso passado...
Durante muito tempo ouvi, como um mantra enfático, a afirmativa: “Saudade do passado! No meu tempo era muito melhor...”. Repetidas vezes isso me provocou a revolta adolescente de quem gostaria de convencer que o meu presente também era bom, seja pelas tecnologias, avanços, mudanças histórias, conquistas, .... e até pela minha presença. Por mais que o desafio de mudar esta frase motivasse, era uma realidade irredutível. Contudo, como o bêbado que retoma a sobriedade, a maturidade trouxe uma capacidade analítica de enxergar os problemas da minha época, admirar elementos do passado e repensar certos conceitos. Apesar da “minha tecnologia” ser surpreendente, de fato no meu presente faltava muita coisa, que não justificavam mudar esta frase. As minhas críticas foram revistas, ganharam novos pontos de vista, interpretações, ... e só me restou tentar mitigar as lacunas do meu tempo. Até que um dia, as lapidações da vida, como em um ciclo previsível, me fizeram repetir o mesmo discurso de meus antepassados. Penso que ...
Talvez, com o tempo as luzes naturalmente se apaguem, como as estrelas no céu que perdem o brilho te deixando em um vazio sem orientação ...
Ademais, é provável que a inversão dos polos magnéticos esteja de fato ocorrendo, pois, o Norte não está mais evidente. Todos os elemos norteadores da vida começaram a desaparecer fazendo com que precise caminhar sem referenciais, como em um quarto escuro ....
Talvez as cores percam a intensidade e naturalmente o mundo pareça monocromático, como os clássicos do cinema mudo, que apesar de antigos trazem felicidade para a vida ...
Os meus exemplos, formadores de caráter, retidão, honestidade, hombridade, .... os meus inspiradores não estão mais aqui para me aconselhar ...
E por mais mórbido que pareça, lápides trazem de volta um passado de lembranças, plenitude, alegrias legítimas, conselhos, aconchego, orientação, sinceridade ... . E para quem não tinha arrependimentos, o maior passou a ser a vontade de ter construído mais lembranças ...
As memórias viraram o melhor destino de boas viagens ....
Os atos criticados, por quem queria mudar o mundo, passam a ser repetidos como uma herança de família ...
Os diálogos que traziam serenidade e paz, desapareceram. O “olho no olho”, os sorrisos com volume e intensidade, tranquilidade, ... deram lugar a figuras que tentam representar emoções, de alguma forma, na tela de um smartfone. Talvez por isso tanta depressão ...
Os elementos que tinham função de retroalimentar a vontade de andar, desapareceram e ninguém reparou, pois somos carregados pelo fluxo ...
Os nomes dos meus grandes mestres já não estão mais nas grades horários de aulas, em apresentações de congressos, .... os que não posso mais visitar, encontro nos velhos livros e artigos amarelados ....
A leitura de um livro deixou de ter o som das folhas, o cheiro característico, o peso do conteúdo e a criatividade de improvisar marcadores ...
O museu que influenciou sua vida foi queimado, as salas de cinema enormes deram lugar a espaços pequenos com uma pipoca de gosto estranho, os lugares que gostava de visitar já não existem mais, ...até a pizza que marcou a infância virou um gosto exclusivo da memória ....
Não existem mais “renascentistas” dotados de visão holística e integradora. Na saúde, deu-se lugar aos tratamentos específicos, segregados e especializados a ponto de não existir mais correlações; agravado por alguns profissionais que podem nem entender a fundo suas especializações ...
As músicas não ofereçam mais a mesma carga de emoção arrebatadora, falam em uma linguagem diferente e seus cantores prediletos não tem mais como gravar álbuns inéditos ...
O amor não é mais o mesmo da época onde o simples “cheek to cheek” conseguia prover fortes emoções como impulsionar ao paraíso...
Perdeu-se a magia de cantar na chuva para fazê-lo em chuveiros apertados ...
Os heróis, não eram personagens com superpoderes, mas mortais com atitudes que qualquer um poderia ter. Não viviam em cavernas ou esconderijos mirabolantes, estavam em seu convívio, família, ...
As pessoas não tinham medo de se comunicar, nem estavam demasiadamente ocupadas com seus celulares.... Elas davam bom dia sem nem mesmo conhecer e assim funcionavam as “redes sociais”, ... “like” era um sorriso, as notícias eram “compartilhadas” com boas conversas nas portas das casas ou na mesa do bar ...
Os pais se tornaram filhos, a ponto de passar a ver suas “malcriações” ...
Era possível ter aula de história pelos livros, com um professor, ou ouvindo o relato de quem viveu aqueles momentos ...
O telejornal não se assemelhava a apresentação de um catálogo criminal ...
A textura do papel do jornal era suave e a tinta soltava nas mãos ...
O GPS eram as paradas sequenciais para pedir informação, deixando a viagem mais longa e divertida, conhecendo lugares pelo caminho, com mais expectativa ...
Havia mais honestidade que Interesse, a ponto de até o vendedor do mercado aceitar a “pendurar a conta”, esperar ir buscar o dinheiro em casa ...
Os alimentos não faziam mal, tinham mais sabor ...
O tempo das coisas era mais devagar que da geração “fast”; até as células não tinham tanta pressa em se dividir ...
Os políticos pareciam mais honestos ...
As novas piadas, mesmo com todo seu conteúdo apelativo, não têm mais a mesma graça ...
O ar não tem mais o mesmo cheiro, assim como a água o sabor e ...
Não existem mais palmeiras, primores e sabiá, ... e talvez por isso, os “mais velhos”, se sentissem no exílio do tempo novo ...
... mas posso afirmar categoricamente que no meu tempo era muito melhor, porque existiram pessoas insubstituíveis que deixam uma saudade irreparável. Aqueles que sentiram um amor legítimo, hoje ocupam um espaço inabalável, como em um relicário junto ao peito onde posso visitá-los nas melhores memórias.
Carnaval?
Vou ver uma vez mais desfilar a minha fantasia preferida.
Guardada na gaveta menos acessível da memória,porta bandeira das minhas lembranças mais presentes,dançará frenética, para ser mais uma vez esquecida na quarta-feira de cinzas.
São assim as lembranças, as boas, as más e as que a gente talvez nem tenha de fato vivido.
Eterna
Disseste à mim eu te amo.
Não sei , se vale dizer que eu
nunca, nunca deixei de te querer.
Dentro de mim vives.
Nas lembranças, encontro o motivo
para tudo.
Os dias às vezes passo mudo,
procuro de cada minuto,lembrar do
bem que a mim fazias.
Matar saudades, da forma, que me
querias.
Impossível é, eu sei, aos olhos do
mundo,o nosso amor.
Porém na liberdade que dentro de nós
existe, a cada segundo,és minha.
Tenho-te a todo momento, o nosso amor
vive, existe.
Da minha vida,és dona.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Saudades!
saudades, tenho sim,
de uns belos anos atrás,
saudades de quando,
eu saia para brincar
sem me preocupar
com nada mais.
saudades de quando,
não precisava trabalhar,
de quando,
tudo era motivo para gargalhar.
saudades de sentar na esquina
com meus amigos, para conversar,
saudades de quando
meu único motivo para chorar,
era o fato de não me comportar.
saudades das grandes noites dormidas,
de todas minhas experiências vividas,
de tudo que no passado ficou,
e saudades
foi tudo que me restou.
mas eu sei que fui feliz,
que tive uma infância
muito bem aproveitada,
e dessas memórias em minha mente,
não desperdiçarei nada.
são lembranças de um tempo,
que não voltará mais.
são lembranças de um tempo,
que não me esquecerei jamais!
Domingo
Perguntas para um campeão
rostos que lembram outros
olhos cheios de ternura
nove à mesa
busco equilíbrio
Os últimos cajus caem do pé
como pontos, virgulas
antes de saltarem às risadas
Vinho verde
Portas e janelas abertas
mergulhos em caixas de fotografias
Tesouros
deitados em retalhos no jardim
a profundidade insuspeitável do olhar
do ponto de vista das formigas
ser movida pela felicidade que brilha
Antes... criações fantásticas
Construir uma, e outra vez...
Ó tão formosa luz azul, vem me guiar,
Explorar essa montanha de sentimentos que muitos tentam escalar.
Já tentei de muitas formas te alcançar;
Mas a cada brilho teu, um novo raio consegue me afastar.
Não se trata apenas de te querer e não te ter,
E sim de ver, sentir e não poder te esquecer.
O amor é companheiro, visa sempre o bem e não esfria nas dificuldades...
muito pelo contrário ao ver o outro cair estende a mão e ajuda-o a se reerguer,
quem ama preserva o ser amado,
coloca-se a frente nas tempestades e trabalha em conjunto por tempos melhores.
Quando se ama todo tempo é pouco e toda lembrança é saudade.
Às vezes a gente se perde em pensamento, o lado bom é que no pensamento fica em segredo, o ruim é que tem segredo que a gente não quer mais guardar, mas é incontrolável.
Sempre me bate uma curiosidade quando eu vejo horas iguais, "será que é você?", porque costumava ser.
Quem sabe você não tá pensando nas boas risadas que já demos juntos?
Confesso que vez em quando eu penso. Agora é de vez em quando, mas já foi de vez em sempre.
É difícil descrever se fico feliz ou triste, eu deveria achar legal ser outro alguém pensando em mim, e acho, mas é complicado deixar e difícil ir.
Acontece que eu estou indo, aliás, já fui há algum tempo, e daqui de onde eu tô ainda não da pra fugir de algumas lembranças, mas da pra construir outras tantas novas.
Com o tempo, você acaba entendendo de uma vez por todas, que lutar contra o tempo é perder tempo. E que por sinal, esse passa e não fica.
Entende também, que o que fica é apenas o som dos ponteiros ecoando sob cada ação que você imortalizou enquanto vivo. Ou, a oportunidade de realizar as ações, que perdeu enquanto estava ocupado demais vivendo. E, essa última, por sinal é a que dói de verdade, pois remorsos e lembranças, ecoam para sempre na eternidade. Você é apenas uma pequena fração de toda a existência, mas que carrega consigo, o poder de mudar o destino de muitos. Para sempre.
E se pudesse voltar no tempo?...
Claro que eu voltaria!
Outras escolhas faria.
Mas, isso só aconteceria por eu ter passado o que já passei.
O tempo e as intempéries é que fazem amadurecer a fruta.
Arrepender-me mesmo, só pela acomodação, por ter levado tanto tempo
para encarar que a mudança era inevitável. Quando uma direção faz se perder o rumo, só resta a conversão, recuar já não é possível.
Direita ou esquerda, volver!
Pelo caminho lembranças... boas, às vezes, nem tanto assim...
Lembranças...
Lembrar de não cometer os mesmos erros.
Lembrar que só devo cultivar o que vale a pena para ser bem lembrada,
de seguir sempre com a alma lavada, porque o que fica para depois só a faz encardir.
Boas escolhas, sempre boas escolhas, sem essa de “se chorei ou se sorri”.
A prudência sempre leva ao sorriso; e a emoção, só se for edificante.
Tempestades sempre chegam, mas , também se vão. Tenho é de construir um abrigo seguro, com minhas próprias mãos. Uma grande obra começa sempre com um pequeno tijolo. Tenho tempo, todo o tempo do mundo porque tudo isso depende só de mim.
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