Textos de Festa
Arraiá em casa
Esse no ano no São João
Só escuto o balançar da bandeira,
O coronavírus está presente
E não veio pra brincadeira.
A fogueira não deve queimar
E forró não vamos dançar,
Usar máscara sempre que sair,
Mas é em casa que devemos ficar.
O balão não vai subir,
Nem os fogos estourar no céu,
A higiene é a melhor saída,
Use sempre álcool em Gel.
Lavar as mãos é essencial,
Evitar abraços e aperto de mão,
Para que logo nos livremos,
Pra ano que vem festejarmos o são João.
O certo é evitar aglomeração,
Esse ano o são João não vai ter,
Ficar em casa é o que devemos,
Para o vírus combater.
Pamonha, canjica e pipoca,
São comidas típicas essenciais,
Não dívida talheres e copos,
E não compartilhe objetos pessoais.
E as notícias duvidosas,
Não devemos reenviar,
Precisamos de cooperação,
Para no ano que vem o são João a gente dançar.
Dançar xote, xaxado e baião,
É o que eu quero fazer,
Mas não posso fazer isso,
Enquanto o vírus não conter.
Nem vestido de chita, nem camisa xadrez,
Esse ano é tudo diferente,
É máscara no rosto e álcool nas mãos,
Para logo sairmos dessa situação emergente.
Juntos contra o coronavírus,
Todos nós devemos ficar.
Santo Antônio, São João e São Pedro
Há de nos abençoar.
FRAGMENTO DO INFINITO
Defronte uma folha em branco, tentei escrever algo sobre o amor amigo.
Depois da lixeira cheia de papéis amassados, descobri que os amigos moram em um cômodo no coração com proteção acústica. Apurei os ouvidos mas foi impossível ouvir o que saía de lá… Mas deu para sentir as vibrações! Parecia uma festa, daquelas de arromba, danças em sincronia e coloridos fogos de artifício em composição.
Não fiquei satisfeita e procurei um doutor pra tirar uma “chapa” (eu precisava ver aquilo!)… Mas por mais que eu apurasse o olhar, não consegui enxergar nada de diferente naquele plástico escuro e manchado. Percebi que onde os amigos moram é invisível aos olhos, está tão diluído, faz tão parte da gente que acaba correndo nas veias, explode em sorriso e aquece a nossa alma!
Por fim, faltou-me inspiração e tentei em vão folhear o velho dicionário procurando palavras mais adequadas, e percebi que os melhores e mais queridos amigos surpreendentemente ouvem o nosso silêncio, lêem o nosso olhar, compreendem a nossa distância e ausência, entendem quando desmarcamos um compromisso, quando adiamos um abraço, quando não podemos brindar a felicidade compartilhada… E acima de tudo, são capazes de nos amar quando menos merecemos…
O amor amigo é um mistério para poucos revelado. Um elixir para ressignificar e nutrir a vida e germinar os nossos íntimos terrenos áridos. Amigos são mágicos que nos encantam e envolvem sem coelhos na cartola; são alienígenas que nos abduzem sem espaçonaves tecnológicas, nos levando para lugares recônditos e ocultos… Dentro de nós mesmos.
Concluí então que o amor amigo é um fragmento do infinito: quanto mais você oferecer, mais você receberá…
"Senhor, foi esse mais um dia de benção, de alegria e de luz em sua companhia.
Obrigado Pai, por estar sempre comigo, me conduzindo a cada passo e me abrigando em seu abraço.
Obrigada pela água, pelo pão, pela paz que me dás e pela festa que fazes em meu coração!"
Amém!
Haredita Angel
04.11.22
Boa noite!
DÁ NÃO DÁ
A cidade quer a noite
A cidade quer o dia
As baladas querem ritmo
Não importa a harmonia
O menino quer poder
A menina também quer
O sagrado é profano
Bem me quer ou mal me quer?
Somos sós quando queremos
Somos brasa em pleno inverno
E no verão quase Dezembro
A alegria é eterna, terna!
"Vamos a la praia"
É o refrão mais que mais se ouve
Bichos e bichas num só grito:
Queremos mais amor
Seja como for
Seja o que for
Sentimento não se mede
Queremos mais calor
Queremos sol e mar
Sentimento não se pede
Queremos celebrar
Um segundo é importante
Depois vemos no que dá
Luciano Calazans, 10/08/2017
#Despe #do #corpo #a #alma...
No frio concreto molhado...
O fato está feito, silenciosamente...
Diante do tempo que não pára...
Sonhos talvez tivesse...
Louvores sairiam em trinados...
Asas seriam estendidas aos céus...
Mas está tudo acabado...
A vida continua...
Mas não para o anjo caído...
Saiu de seu abrigo...
Tudo está perdido...
Aos céus já não mais irá alçar...
Em jardins não brincará...
Em silêncio a morte diz...
O que na vida não queremos ver...
Se você não sabe o que é a vida...
Nunca irá entender a morte...
A vida sempre é um encontro...
Um desejo...
Um alento...
Todo dia é uma festa...
Sempre é hora de florescer...
Sonhe sempre...
Seja feliz e faça acontecer...
se apresente CARNAVAL, traga a folia
venha de alma pintada, purpurina
chegue, ornado de samba e alegria
tire a tristura de sua rotina
que venha mais ousadia
mas, sem pressa
passe tal as marchinhas
que seja bom à beça
nas ruas ou pracinhas
beijos e calor
ritmos e promessa
e os segredos: - de amor
na quarta feira de cinzas, á Deus
o que resta
afinal!
fevereiro! é festa
é carnaval!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/fevereiro/2020 - Cerrado goiano
Tanta badalação, amigos de farra, sorrisos, azaração, drinks e falação da vida alheia levando tanta gente a lugar nenhum. A galera se diverte, vive aquela euforia, veste a máscara da noite e esquece todos os problemas, finge que é feliz, mas um vazio estranho permanece e ninguém entende a razão. "É natural", a gente releva, afinal todo mundo tem sua fase de boemia... Que assim seja, afinal aqui se fala pra gente de toda cultura, sair pela noite, encontrar amigos, curtir um som e viver pra conhecer os prazeres da vida é da natureza humana. Mas existe uma coisa muito mais latente nessa vida, uma coisa tão simples que muitas vezes passa e a maioria nem vê: vamos alimentar a natureza humana no sentido mais amplo da palavra, nutrir a alma, canalizar energia à festa que acontece em si mesmo, longe de música alta, maquiagens, grifes e red label, observar o próprio universo e descobrir novos prazeres na vida, aqueles do tipo que dinheiro não paga e que de tão sutis ficam cravados em nós, ecoando por toda existência e sustentando um sentido real à palavra FELICIDADE.
"Talvez você diga que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único." John Lennon.
“ANIVERSARIANTES DO MÊS – parabéns para todos vocês !
Não sei o dia em que cada um nasceu, nem quantos janeiros cada um
viveu.
Seguindo a regra mensal, parabenizam-se aqueles da escala no mural.
Hoje a tarde na repartição vai ter bolo, palmas e refrigerantes - como
manda a tradição.
Já que presente ninguém mais traz, a cota da festa é de dez reais.
É proibido trazer convidado porque o lanche já tá contado.
Sempre é meio desanimado, mas todo mundo quer ser lembrado.
Espero que não pule o mês, porque o meu é no próximo dia três. “
O sol bateu na minha janela.
Abri os olhos devagar, desencostei a cabeça do travesseiro e fiquei atenta aos ruídos que vinham do lado de fora do quarto. Nada fora do comum. Sentei na cama e abracei os joelhos ansiosa.
Levantei enfim, me arrumei e fui até a praia. Coloquei os pés descalços na areia que ainda estava fria e molhada da noite anterior. Havia chovido muito, mas hoje estava um sol escaldante. 40 graus na sombra, como dizem.
E então, após um instante perdida em pensamentos soltos, sorri! Um sorriso largo! Sorri por dentro e sorri por fora, agradecida por tudo que vivi até aqui. E então decidi: é assim que vou passar os meus próximos anos, sorrindo... Por que a gente fica muito mais bonito quando sorri!
Não importa como o dia começou. Só interessa como ele vai acabar. E hoje vai ser uma festa! Afinal, quem decide sou eu!
Nos dias de hoje vemos tão
pouca humildade,sinceridade,caridade
E carinho e demonstrações de amor virou artigo de luxo
Parece que tudo isso saiu fora de moda e o que vemos em destaque é a desumanidade essa sim ganha manchetes em jornais ,reportagens longas
Quem me dera voltar no tempo que viver em união era costume e não período somente de festas.
Poetema :: Alexandru Solomon
Carnaval
Como sempre, o deus Cronos brinca com a ampulheta.
Descobrimos um remédio, batizamos um cometa,
E cansados dessa vida, desse monte de misérias,
Decidimos dar um basta e tiramos umas férias.
Uma fuga, um subterfúgio ou será escapadela?
Para todos os efeitos , ele fica longe dela.
Céus , que será do mundo com o meu afastamento?
Pois garanto: Desprezível será todo seu tormento.
Cessará tudo que é guerra e se instaurará a trégua?
Sobre todos os pecados alguém passará a régua?
Ou como diria Dante do Inferno ao Paraíso,
Haverá um só caminho e seria seu sorriso?
Desde quando um feriado conseguiu esse poder?
Logo chega a quarta feira e o tempo de sofrer.
A folia implantada sob momesco patrocínio
Só reforça o pessimista e amargo vaticínio.
É um tríduo marcante, uma doce fantasia,
A miséria por instantes dá a vez à poesia.
Se o frevo entusiasta levantou toda poeira,
Ela logo se assenta, a partir da quarta feira.
Por saber que tudo é sonho, brincadeira dos sentidos,
Uns e outros aproveitam os momentos divertidos
E procuram, quando muito, prolongar a ilusão.
Erra quem se acomoda e prefere a inação.
Ao diabo a compostura e as tolas convenções.
Carnaval é carne vale, o recanto das paixões.
Um Pierrô desempregado dá adeus ao sossego,
Sobra tempo o ano todo para a busca do emprego.
*Do livro ´´Desespero Provisório``, Ed. Edicon.
O menino e o baile de garagem
O menino está crescendo, tem pressa de viver tudo, nos meados dos anos 70 eram comuns bailinhos feitos em garagens e assim o menino pela primeira vez fora convidado para um baile na garagem de um dos amigos de seu primo, tinha um globo e luz negra, era pequena, ele ajudou a montar os equipamentos e no final da tarde lá foi ele para o seu primeiro baile, já tinha alguns de seus amiguinhos no local e também uma linda menina com cabelos longos pretos e com a pele morena, ela dançava com suas coleguinhas, como era de costume falar, seria uma seleção de musicas quente (seis musicas) e uma seleção de musicas lentas (quatro musicas), o menino ficou observando como se dançava as quentes e as lentas, ele arriscou alguns passos e depois de algum tempo já descontraído com seus amigos, arriscou chamar aquela linda menina de cabelos pretos para dançar a próxima seleção de lentas, a menina que também o olhava o tempo todo aceitou, ele ficou ansioso a espera da próxima seleção, ficou por ali próximo da menina com medo que outro a chama se, então anunciaram (Próxima seleção lenta, chama seus pares e vamos dançar), foi a primeira vez que ele ouvia aquela linda canção, dançando com aquela linda menina, o menino se aproxima da menina pegando a pela mão, levando a até o centro do salão, coloca a sua mão esquerda no ombro da menina e sua mão direita na cintura, fecha os olhos e sente o pulsar do coração daquela linda menina embalados pela musica de Chris De Burgh - Flying
Voando, nunca achei que aprenderia a voar assim
Eu pensei que eu gastaria minha vida inteira tentando,
já que estar voando é aquela antiga arte de manter um pé no solo...
Mentindo, eu jamais pensei que pararia de mentir
Eu pensava que perderia tudo isso suspirando,
Já que mentir é aquela antiga arte de esconder palavras que nunca serão encontradas
Chorando, eu pensava que nunca pararia esse pranto,
Eu pensava que eu sempre sonharia com minha morte
Já que chorar é aquela antiga arte de derramar rios de lágrimas
Oh morrendo, eu jamais me imaginaria ver morrendo,
Eu pensava passar minha vida inteira voando,
já que morrer é aquela antiga arte de manter o mundo girando
Suspirando, eu pensei que nunca ia deixar de suspirar
Eu sempre pensei que continuaria chorando,
Já que suspirar é aquela antiga arte de pôr pra fora toda sua tristeza
E tentar, jamais pensei que passaria minhas estações tentando ,
Eu pensei que poderia parar de mentir,
Já que tentar é aquela antiga arte de provar que o mundo é redondo
Oh voar oh oh, mentir oh oh, chorar oh oh, suspirar oh oh,
tentar oh oh, e morrer oh oh,
sendo que morrer é aquela antiga arte de crescer flores no chão,
Sim, é assim...
Foi a primeira musica que marcaria para sempre uma passagem de sua vida, a primeira dança o primeiro de muitos bailes, dançou as quatros musicas, era a última seleção, era o fim daquele primeiro dia de baile, o menino acompanhou a menina até o portão de sua casa que ficava na mesma rua, deu um beijo no rosto macio daquela que seria sua parceira de dança em muitos outros bailes na mesma garagem e todos os finais de semana o menino lá estava e novamente chamando aquela linda menina para dançar, as musicas eram as mesmas, mas o menino queria mesmo era estar ao lado da menina a qual ele a desejava como sua namorada, mas não tinha coragem de revelar e um dia, depois de meses o baile de garagem não mais tocaria a canção que marcou sua vida e o menino não dançou mais com aquela linda menina de cabelos pretos, pele morena, rosto macio, não sentiu mais o seu coração pulsar no embalo da musica. O menino novamente deixou um pouquinho do seu coração naquela linda menina e partiu, mas todos os finais de semana ele iria para festas e bailinhos de garagens, em um desses bailes ele encontrou a menina da escola, a menina de cabelos loiros e olhos azuis, seu coração quase saltou pela boca ao lembrar o quanto aquela menina o fez feliz os quatros anos juntos no primário, ele jamais esquecera que aquela menina para sempre seria a sua primeira namoradinha...
(José Augusto – Primeiro Amor)
Foi numa festa outro dia
Que eu te encontrei a dançar
Namoradinha de infância
Sonhos da beira do mar
Você me olhou de repente
Fingiu que tinha esquecido
E com um sorriso sem graça
Me apresentou ao marido
E o resto da noite dançou pra valer
Se teus olhos me olharam fingiram não ver
No meu canto eu fiquei entre o riso e a dor
Lembrando do primeiro amor
Pra me beijar precisava
Ficar na ponta dos pés
Eu tinha então oito anos
Mas te menti que eram dez
Lembro você orgulhosa
Da minha calça comprida
Vínhamos juntos da escola
Sem qualquer medo da vida
E o resto da noite dançou pra valer
Se teus olhos me olharam fingiram não ver
No meu canto eu fiquei entre o riso e a dor
Lembrando do primeiro amor
Sábado tinha dinheiro
Pra te levar ao cinema
Onde com medo pegava
Tua mãozinha pequena
Nossos castelos de areia
Sonhos perdidos no ar
Jogo de bola de meia
E um refrigerante no bar
E o resto da noite dançou pra valer
Se teus olhos me olharam fingiram não ver
No meu canto eu fiquei entre o riso e a dor
Lembrando do primeiro amor,Lá-rá-lá-lá-rá
A menina diz que sempre se lembraria do primeiro namoradinho, o menino não sabe se ela ainda o lembra,
“E no seu canto ele ficou entre o riso e a dor”.
(Ricardo Cardoso)
Sobre a Páscoa,
Um dia um homem, diz a história,
Sacrificou a vida no que acreditava
E servir ao próximo diante de tudo,
E hoje do que resta, se comemora
Renascimento, é um novo recomeço,
Quem pode acredita, tem seu perdão
Segue a sua vida, conquistas ou não
Renovam os votos, seus novos valores
Justificam seus erros, evitam os novos
E entre irmãos esperanças se renovam
No seu simbolismo, os ovos de páscoa
Fertilidade, um presente, uma vida nova
Ter, poder, acreditar, ter nova chance
Depende de quem, se espera mudar
Já sabemos ter Judas em todo lugar
Perdão vem para quem pode alcançar
A Páscoa é momento de grande festa
Em saber que se pode e deve esperar
Que o homem tem suas grandes falhas
Mas a persistência de todos é superar !!
Feliz Páscoa !!!
Um poema festejando 15 anos
15 anos, segue o caminho
tem desvio, sol, chuva, frio
tem bandido, tem mocinho
tem amor, suspiros, tem feitio.
Se tem choro, também carinho...
Tem primavera e outono com desfolha.
Momentos em companhia e sozinho.
Siga, e faça a sua escolha!
A que escolher, contigo eu alinho...
Feliz anos dourados!
Feliz aniversário!
Amizade é isso...
Não importa se estamos perto ou longe, se conhecemos novas pessoas e com essas criamos novos laços.
Não importa o espaço entre os encontros,
Não importa se não trocamos mensagens diariamente.
Nada importa, porque sabemos que quando estamos juntos, é sempre uma festa e recheada de muitas gargalhadas e alegrias.
E é essa alegria, o combustível que precisamos, para aguardar o momento de um novo reencontro.
ANIVERSARIAR!
Não quero desapegar do riso de criança
Descobrindo inocente, novos sabores e cores.
E depois, o botão carmim virando flor,
A cada amanhecer uma valsa debutante.
Da juventude colher cada conquista,
E na sequência, com o fruto sazonado e pronto,
Viver na madura plenitude e esplendor
De mais um dia, mais um ano... Enfim.
Até que, com os grisalhos e voz trêmula
Espécie perpetuada correndo e gritando
Eu possa, em sessões nostalgia
Lembrar de todos meus amores, viagens e amigos...
E sorrir para a vida, aniversariando mais uma vez!
E na 125ª primavera (não duvide, eu chegarei lá!)
A fibra que enlaça o espírito ao meu corpo se arrebentará
... E dormirei o sono eterno
Tendo todos os meus deveres cumpridos
(E os meus impostos e pedágios pagos!)
E para sempre ficarei no coração e na mente
Daqueles que bem me querem... 🌼
E todas as vezes que o calendário chegar
No três de janeiro, às sete da manhã
Esfregue os seus olhos e me veja renascer
Olhando pela janela, ao amanhecer
Em cada gota do orvalho evaporando sobre as folhas
No ar que enche os seus pulmões de vida
Em cada piado e algazarra dos pássaros
Nas frutas multicoloridas penduradas nas árvores
Nos pisca-piscas do Natal ainda não retirados
(Ou nas luzes por apagar dos postes e das casas)
No calor esplendoroso do sol
Ou na úmida chuva de verão que cai de fininho...
Lá estarei pra todo sempre
Enquanto eu for lembrada
No terceiro dia de cada ano:
Aniversariando!
Um carro velho que emitia muito monóxido de carbono. Velocidade abaixo do permitido naquela via rápida. Ainda ouvia fitas de um velho rock and roll. Óculos escuros para evitar o sol de frente no final da tarde. Cabelos que balançavam com o vento gelado do inverno. Finalmente noite para libertar a energia acumulada o dia todo como se fosse bateria recarregável. A pista, uma boca bem desenhada, olhar sedutor e qualquer corpo bastavam.
Um estúpido - como diria a música - cupido que causava buracos feito cupins na madeira. E uma paixão por alguém, depois por algo, para preencher aqueles espaços vazios uma vez por semana. Dez lances de flechas erradas. Mais de mil recordações.
Sintonia fina. Garçom, por favor, dois copos de atitude. As luzes cansavam a visão. O barulho, antes música, depois apenas ensurdecedor barulho que irritava os tímpanos. Nada tão bonito que não pudesse esquecer, exceto seus sapatos de salto comprados especialmente para ocasiões como aquela, então levados em mãos e largados no mesmo carro – calhambeque – num momento de completo delírio causado pelo etílico das bebidas. Achou-se Cinderela. E foi na busca por achar-se que tantas vezes se perdeu.
Cinderela de profundas olheiras. Cara borrada pela maquiagem comprada na farmácia. Corpo suado. Enfim, só. De frente para ela mesma num reflexo confuso que sugeria ser mais bonito do que realmente era. As fotos espalhadas pelas paredes pareciam sorrir. Pareciam. Acessórios de camelô. Decoração barata. Moradora de apartamento de um canto pobre da cidade.
Ainda assim habitante do mundo e um mundo que habitava nela. Como todo mundo. Amiga dos versos, das poesias tortas, das músicas dançantes, dos cupcakes e dos gostos amargos do amanhecer. Passagem pelo hospício. Mas para quem foi dado o direito de julgar? E como chamar alguém de louco na era do politicamente correto? Pensamentos viraram questionamentos que careciam de respostas para todo o sempre. Despiu-se. Despiu a alma também como um atentado violento ao pudor.
__ Louca. Crazy. Crazy. Crazy!
Dizia para si mesma como tapa na cara em frente o espelho.
Transtorno Obsessivo Compulsivo foi o último diagnóstico. TOC. Toque. Vícios? Possuía muitos. Principalmente os de linguagem.
__ Perdoe-me pelos mal conjugados verbos.
Desculpou-se em oração.
E depois, sem fôlego para mais uma dança e cansada por não conseguir parar de pensar, deitou-se. Adormeceu. Sonhou e encontrou um mundo distante do seu. Mesmo assim eloquente. E o relógio mais compulsivo e transtornado então despertou.
E despertou. E despertou...
Bebida tetra
Fervente da água cristalina
soluto de ralos fragmentos só,
mas sei que abrasa ainda mais o suor na colina
para me dar inspiração
para me dar essa paz,
ao degustar de um néctar semelhante ,
é árduo e merecedor
quão seria tal semelhança o solo em que semeaste
Observando atentamente ao colher,
a nostalgia que impera em mim a esta produção
tal bebida então escoa pelos lábios e desse a garganta então
ai posso observar de tudo sem no mínimo esmorecer
Como se o sangue arquejasse mais ligeiro ,
pelas artérias barradas por açúcar, que me dão essa imponência ,
mas logo após, o efeito se dissipa,
levando-me a perder toda a agitação
permaneço a convalescência
Não serei esnobe a ponto
de exigir-te efervescente
e esperar esfriar , e sorrir ...
Gabriel Silva Corrêa Lima
Reflexão..
Findou-se aquele momento, aquela felicidade passageira, aquele romance instantâneo e aquela boa festa. Ficou saudade, arrependimento, tristezas, boas lembranças e um emaranhado de sentimentos que é peculiar de cada ser. O que há de errado com uma pessoa que “abre mão” de coisas mais concretas para viver estes momentos? Nada. Cada escolha leva por um caminho diferente, nada se repete; a cada oportunidade abraçada outra é perdida, não podemos ter tudo ao mesmo tempo, assim como não conseguimos viver sem nada, sem emoções. Mas sempre fica faltando algo; o que nos completa? Nada nos completa, pois sempre buscamos emoções, felicidade, diversidades, sendo tudo isso tão passageiro quanto a própria vida. Então, que abracemos as nossas consequências e sejamos felizes, pois o que custa caro é desistir de si mesmo. É preciso viver pra aprender o que é a vida.
Tão louco, tão diferente.
Dançante de cabelos esvoaçantes, eu te olhava no meio da multidão, sua pele transpirando e eu pirando na sua onda. Criança louca, moleque levado, homem safado, sabe que me tem quando quiser e por isso me trata com desdém. Um dia eu deixo de te amar, mas essa noite, nessa festa, eu só quero te ver dançar.
