Textos de Desalento

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Desalento

Às vezes oiço rir, é ’ma agonia
Queima-me a alma como estranha brasa
Tenho ódio à luz e tenho raiva ao dia
Que me põe n’alma o fogo que m’abrasa!

Tenho sede d’amar a humanidade…
Eu ando embriagada… entontecida…
O roxo de maus lábios é saudade
Duns beijos que me deram n’outra vida!

Ei não gosto do Sol, eu tenho medo
Que me vejam nos olhos o segredo
Que só saber chorar, de ser assim…

Gosto da noite, imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!

Se é pra sofrer, que seja sozinho, onde seu rosto possa estampar desalento, inchaços, nariz vermelho, olhar perdido, boca crispada. Se é pra sofrer, que o corpo possa verter, vergar, amolecer. Se é pra sofrer, que possa ser descabelado, que possa ser de pés descalços, que possa ser em silêncio.

Se é pra sofrer, que seja sozinho, onde seu rosto possa estampar desalento, inchaços, nariz vermelho, olhar perdido, boca crispada. Se é pra sofrer, que o corpo possa verter, vergar, amolecer. Se é pra sofrer, que possa ser descabelado, que possa ser de pés descalços, que possa ser em silêncio.

Que os demônios levem pro inferno aquele que bate à nossa porta bem no meio da nossa fossa, aquele que telefona bem no auge das nossas lágrimas, aquele que nos puxa para uma festa obrigatória. Malditos todos aqueles com quem não podemos compartilhar nossa dor, e nos obrigam a fingir que nada está se passando dentro da gente.

Disfarçar um sofrimento é trabalho de Hércules. Um prêmio para todos aqueles que conseguem fazer com que os outros não percebam sua falta de ânimo nos momentos em que ânimo é tudo o que esperam de nós: nas ceias de Natal, jantares em família, reuniões de trabalho. Você não quer estar ali, quer estar em Marte, quer estar em qualquer lugar onde não seja obrigado a sorrir.

Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.

Martha Medeiros
Crônica "Infeliz em público", 2004.

Nota: Trecho da crônica "Infeliz em público" de Martha Medeiros.

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Você reclama contra o meu desalento. Tem razão, Francisco, sou um pouco desalentada, preciso demais dos outros para me animar. Meu desalento é igual ao que sentem milhares de pessoas. Basta, porém, receber um telefonema ou lidar com alguém que eu gosto e minha esperança renasce, e fico forte de novo. Você na certa deve me ter conhecido num momento em que eu estava cheia de esperança.
Sabe como eu sei? Porque você diz que sou linda. Ora, não sou linda. Mas quando estou cheia de esperança, então de minha pessoa se irradia algo que talvez se possa chamar de beleza. (...)
A hora de rir há de chegar, Francisco.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Adeus, vou-me embora!

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Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

– Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M., A Cinza das Horas, Teresópolis, 1917

Passos lentos...
que desalento.
Caminho desconhecido...
corações desunidos.
Cruzando olhos vazios
os sonhos todos por um fio.

Uma cortina se move sutilmente,
os olhos se cruzam suavemente...
nem um, nem outro nega o que sente...
sussurram docemente...
o coração não mais mente.

A solidão,
o desalento,
o frio,
o medo...
tudo cruza o mar...
tudo transforma o verbo amar.


Seus olhos
de toda dor meus olhos despiu
seu passo o meu seguiu.

CHAMO-ME AMOR...

Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos busca-me: eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

Quando te julgares incompreendido e vires em torno a indiferença, acerca-te de mim: eu sou a luz;

Quando se te extinguir o ânimo e te achares na eminência de desfalecer, chama-me: eu sou a força;

Quando, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: eu sou o refúgio;

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me: eu sou a paciência;


Quando te abateres na dore tiveres a alma ulcerada grita por mim: eu sou o bálsamo, que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração, clama por mim: eu sou a alegria;

Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: eu sou a esperança;

Quando a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: eu sou o perdão;
Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou a crença;

Quando já não provares uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de seu semelhante, aproxima-te de mim: eu sou a renúncia;

Quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
Chamo-me AMOR
o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.

Corvo

Pelo fúnebre âmago e mortiço, exalo pela língua bifurcada de um enfermo, resmungos amargos de um moribundo idiota... Apenas flagelos de uma mente turva e onusta de angústia e um olhar agourento, desprovido do alento que se diluiu em desalento, gotas mornas transbordam os umbrais de minhas janelas... deixando minhas pálpebras orvalhadas, apenas um momento, mórbido e melancólico, enuviado de alusão... o que foi embora... e olhar nefasto do corvo, tão sagaz e lúgubre, já me espreita sem demora, na ânsia de me libertar e no pesar me devora.

(Inspirado no poema de Poe; O Corvo)

Oceano Poesia

"Caminhava eu há tempos
com o peito abafado
no olhar o desalento
e o semblante enrugado

Sentimento como esse
não havia experimentado
como se a alma gritasse
sem ninguém ter escutado

Era como se minha alma
fosse um imenso redemoinho
e pra dentro dela sugasse
as coisas do meu caminho

Era como se o miocardio
Fosse um imã desregulado
que pra dentro de sí atraísse
coisas de tudo que é lado

Se eu via alguém chorando
ou um casal apaixonado
se eu via alguém ajudando
ou alguém sendo assaltado

A gargalhada do bebum
ou o grito do estressado
se eu via um gesto obceno
ou um fiel ajoelhado

Isso muito me tocava
dentro do meu peito ficava
tudo junto e misturado

Dentro de mim ja não cabia
tanta coisa que eu sentia
Sentimento a revelia
me deixando atordoado

Caí de joelho ao chão
com as mãos no coração
O pranto escorria ao chão
formando um pequeno lago

E desse pranto salgado
nasceu minha poesia
mistura da amarga revolta
com a doce alegria

Mistura minha devossão
com a minha rebeldia
Mistura minha submissão
com a minha teimosia

E o pequeno lago de pranto
um riacho formaria
Sua água salgada deságua
e com o oceano fundiria

Quem nele nada, se afunda
nas suas águas profundas
ondas ricas e fecundas
do Oceano Poesia."

" Quando em inolvidável momento de amargura ou desalento,
Teu coração vibrar o pranto do valor de sua contribuição para o mundo,
Não duvides de que por mais singela que possa parecer a sua participação,
O resultado vitorioso dos diferentes campos da sociedade humana,
Teve sua participação como partícula do Todo da criação."

Suspenso no espaço
sem chão
numa extasiante
vontade de prosseguir...
Em estado de desalento
como uma desarticulada marionete
sem fios
solta na imaginação
a devagar na imensidão
sem saber onde chegar
alma num corpo em flutuação
que não aprendeu a esperar
Ate que por si só
vai se deteriorando
e despencando como
se não se sustentasse
mais na altura
e na suspensão do ar...

VIDA E MORTE

A vida é luz, doação, alegria e movimento.
A morte é sombra, egoísmo, desalento e inércia.
Analisa as forças vivas que te rodeiam e observarás a Natureza desfazer-se em cânticos de trabalho e de amor, assegurando-te bem-estar.
É a árvore a crescer na produção intensiva, o manancial em atividade constante para garantir-te a existência, a atmosfera a refazer sem cessar os elementos com que te preserva a saúde e o equilíbrio...
Mas não longe de ti podes ver igualmente a morte no poço estagnado em que as águas se corrompem, na enxada inútil que a ferrugem devora, no fruto desaproveitado que a corrupção desagrega...
Depende de ti acordar e viver, valorizando o tempo que o Senhor te confere, estendendo o dom de ajudar e aprender, amar e servir.
Muitos nascem e renascem no corpo físico, transitando da infância para a velhice e do túmulo para o berço, à maneira de almas cadaverizadas no egoísmo e na rebelião, na ociosidade ou na delinquência, a que irrefletidamente se acolhem.
Absorvem os recursos da Terra sem retribuição, recebem sem dar, exigem concurso alheio sem qualquer impulso de cooperação em favor dos outros e vampirizam as forças que encontram, quais sorvedouros que tudo consomem sem qualquer proveito para o mundo que os agasalha.
Semelhantes companheiros são realmente os mortos dignos de socorro e de piedade, porquanto, à distância da luz que lhes cabe inflamar em si próprios, preferem o mergulho na inutilidade, acomodando-se com as trevas.
Lembra-te dos talentos com que Deus te enobrece o sentimento e o raciocínio, o cérebro e o coração e, fazendo verter a glória do bem, através de teu verbo e de tuas mãos, desperta e vive, para que, das experiências fragmentárias do aprendizado humano, possas, um dia, alçar vão firme em direção à Vida Eterna.

No desalento do meu dia
escrevo palavras ao vento
as arvores abrem seu manto
para calar meu tormento
As mãos que meus desabafos escrevem
se encontram agora vazias
das amizades variadas
de traições tão deslavadas
e infinita hipocrisia
Foi nesse falso encanto
que me vestiu de ilusão
Como um verso que sangra
dentro do meu coração
Pois alguns pertensos amigos
oportunistas , desleais
nas costas
me cravaram seus punhais

"Quando você se foi a primeira vez, que desalento, chorava em demasia por não entender e guardava de sobejo a infinidade de lágrimas e de uma terrível saudade.
Quando você partiu a segunda vez, que tristeza, mas entendi e aceitei.
Dessa vez aproveitei o silêncio da tua partida e parti também.
Pra sempre."

Inserida por euandreiabarros

Nefasto desalento

Será uma noite tranquila?
Talvez!?
Em meio a tempestade turbulenta, num lugar que desconheço, veio a escuridão, tinha me esquecido de como é a escuridão, medo, angústia, desespero, solidão
Se eu me sinto assim? Tão triste? Augustiado? Solitário?
Ah como me sinto...
Estou aqui escrevendo, enfrentando-a e descrevendo, temo ter que dormir e o amanhecer não for o mesmo, a luz não brilhará? talvez a tempestade me desperte nesta noite
Será amanhã um dia normal?
Talvez!?
Como é bom enxergar, não como antes, mas continuo enxergando, mesmo que seja somente o papel sobre minha mesa é tão bom enxergar
Será que poderei enxergar novamente como antes?
Talvez!?
E se um dia não puder enxergar meu papel? Direi que a luz me abandonou?
Mas talvez de tanta desesperança ela se cansou!
Nesta manhã não será como na manhã anterior, vou tentando escrever o que vejo, mas mesmo não enxergando tento falar, um dia alguém irá ler, e eu digo mais uma coisa:
Não se limite, não desista, tenha esperança ou a sua luz ainda pode se apagar!

Inserida por RobertRodrigues1

Primavera de Fevereiro

No ápice do desalento
Uma luz de esperança
Me convida para a dança
Traz à tona um novo sol

Fronteiras quebradas
Pelo piscar de uma tela
Aproveitando-se dela
Seduzindo meu olhar

Em milhões de desavenças
Nem em sonhos aguardava
Que um dia haveria de ser
A água que me faltava

A qual refresca minha alma
E me queima por dentro
Com o fogo do apreço
Com o fogo do desejo

O ar gélido da manhã
O ar quente de teu hálito
A sonoridade da tua voz
Tão suave como o aroma do hibisco

Puxando-me para seus beijos
Salvando-me do abismo
Acolha-me em seus braços
Faça-me tua, faça-me viva

Reprisando como um velho filme
Inquebráveis palavras de conquista
"Amo-te como tu me amas"
O eterno sopro de paixão

Inserida por tyler_ozunu

CASTIGO O CORPO

Castigo o corpo deste meu desalento
Não há quem saiba do que me consome
Dores que me castigam a alma já ferida
Sofro deste mal que ao desespero me leva
Neste vazio em que me encontro tantas vezes
Sem saber porquê, que me reduz a nada
Que me emerge nesta solidão, que me seduz
Como um louco para me ofuscar nesta luz
Que me tolha a visao, faz-me andar na escuridão
Onde bebo deste maldito veneno que a vida dá
Num desespero que me conduz a tentar morrer
Para voltar a nascer, florindo como uma flor
Nas saudades de ti, sim de ti amor.

Inserida por Sentimentos-Poeticos

“Homenagem ao dia dos namorados. Poesia”

DESALENTO

Quando você disser,
Que já não tem mais tempo para mim
Que nosso amor já não faz sentido
E que o barulho da chuva nada mais
Significa para nós.
Quando você disser,
Que já não sou mais motivo de tua preocupação
Nem que teus olhos me procuram entre a multidão
E que você nem mais me busca
Pelos cantos vazios do teu quarto.
Quando a nossa canção tornar-se obsoleta,
E você não quiser mais chorar nos meus braços
Nem sorrir, caminhando com meus passos
E a noite se fizer escura demais para nós;
Eu ficarei só...
E quando entre nós tudo estiver desfeito,
E você não encontrar mais teus sonhos
Tuas realidades,
Sei que você vai sentir-se deprimida
Com vontade de chorar,
E eu a estarei esperando
Nos braços de minha tristeza
Para juntos sorrirmos outra vez.

Inserida por poeta1958

FAZER AMOR

Hoje não faço amor
como quem deseja...
Mas como quem chora!
De desalento...
de desencanto...
de desgosto...
Risco e rabisco os meus escritos,
Eis que por agora Não tenho motivo nenhum de encanto.
Meu verso é dúvida e medo do futuro incerto
Volúpia ardente...sim!
Ânsia esparsa... Também!
Remorso vão...não!
Dói-me nas veias...muito!
Espera Amarga e quente,
Cai, gota a gota, de suor!
Coração, amor, paixão ou razão ?
Qual a lógica da paixão?
E nestes versos de angústia rouca e sedutora...sim!
E dos lábios que a vida corra, morra e recorra à ressurreição do amor!
Deixando um mordaz sabor na boca.
Do desejo contido, retido... Outra vez...
Hoje não faço amor como quem deseja,
Hoje faço amor por fazer!
______________ Norma Baker

Inserida por NormaBaker

HOJE
Eis que a Noite chega
Pego a viola do meu silêncio
Fecho as portas para o desalento
Melodio minha solidão .
Nem sempre é assim
Mas hoje ...
Ah , especialmente hoje
decidi romper as
notas tristes
e compor uma nova canção
em meu coração.
por onde
a chuva da tristeza não
me assista
por onde
as nuvens do vazio não
não me aqueça
por onde
a areia dos meus olhos não
me seja movediça
Hoje ...
Especialmente hoje
decidi me vestir de vento ,
ficar no canto
e melodiar em meu céu
o som da brisa

Inserida por Paulamonteiro

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