Coleção pessoal de JessicaMarquez
"...mas no fundo acreditava naquele final de frase que dizia “NOS” assim maiúsculo e sem acento, afinal era como ela sempre a deixara; sem assento, sem teto,sem chão. Apenas respirando e isso já era de certo alguma coisa."
Jéssica MarquesDe fato, se fosse ouvir a razão, nunca mais te queria. Acontece que o coração é chão sem cerâmica...
Jéssica MarquesEscrevo porque não posso engolir o mundo, não pude pari o mundo e como quem abre as pernas pra dá;a luz.
Jéssica MarquesE faço dos meus sofrimentos, salmouras (...)
Jéssica MarquesE fumou seu cigarro na ânsia de engolir a fumaça.
Era mas fácil que engolir 'humanos'.
"...para que Eros subscreva toda essa idolatria que consagro a ti."
Jéssica Marques"Vastos são os meus transtornos diários e minhas flores noturnas."
Jéssica Marques"E lá distante nela ainda se avistava, sinais doces de menina aos quinze anos..."
Jéssica Marques"...Tenho um jeito calamitoso de amar, e isso me leva ao desalento que sinto
e que passa nesse exato instante.Quero cremar toda essa dor latejante que faz decrépita e caduca, por isso que deram o nome de amor, por isso que efêmero é em mim, por mais dorido que seja, eu não acredito nele, eu acredito nos conhaques que me deixam lúcida, que me saciam, que me bastam."
"...Vez em quando era o sol, pensava o sol, como sol
era o sol, só!"
Transbordado, transbordando.
Ausências de cheiros, perfumes na pele trêmula. Seca de Nordeste.
"Eu me pus a escrever porque falar não alimentava minha dor."
Jéssica MarquesEla tem cheiro de manhã de domingo
Jéssica MarquesDentro dos olhos farpados de Berenice (Ou no pulsar dela)
No pulsar pequeno ou medíocre da menina-moça-ou-mulher-velha que costumava acompanhar o relógio que tinha estendido na parede da saleta de sua casa tão vasta quanto seus apuros, estudava as voltas dadas pelo ponteiro como quem fielmente vai à missa ao domingo e cada tic-tac soava nos ouvidos apressados de Berê que pendurava os olhos na varanda que se escondia todas às tardes para tocaiar o mar. O mesmo mostrava-a os traços profundos carregados em sua face de uma mocidade mal vivida, preocupada com a filosofia agitada do tempo os números marcavam o contorno da cabeça de Berê que tinha olhos de chumbo e pesavam mais que seu corpo; Carregava dentro de uma pequena bolsa de mão,sua alma embrulhada com papel crepom e uma fita amarela que com algumas voltas formara um laço, se pôs a observar a vida apenas pela janela e o tempo corria nas ruas sem calçamento da menina que sorria um sorriso insosso ou amargo para o senhor das horas passadas que por vez batia informando os últimos segundos do meio-dia. O relógio da saleta parou. Os olhos em farpas também... E a vida!