Textos de Chico Chavier sobre o Amor
A MULHER EGOCÊNTRICA
Um Homem e o Porteiro estavam conversando sobre a vida:
– A rejeição não é uma coisa horrível como muitos pensam – disse o Homem. – Horrível é não poder viajar!
O porteiro curioso perguntou:
– Pode explicar?
– É que eu não vejo problema em ser rejeitado por uma mulher egocêntrica – respondeu o Homem.
– Por quê?
– Poque ela é mais interessada em si própria do que em mim.
– E o que você vai fazer agora?
– Bom, ela me deu a oportunidade de conhecer uma Mulher melhor do que ela.
SOFISTICAÇÃO
Dois amigos se encontram e começam a conversar sobre o mundo:
— De pessoas falsas o mundo tá cheio — diz o primeiro.
— Verdade.
— O que é sofisticação, afinal?
— Um sábio disse uma vez que a simplicidade é o mais alto grau de sofisticação.
— Então as pessoas sofisticadas são aquelas que reivindicam por justiça.
— Sim, sem dúvida.
— O que você espera desse mundo corrupto?
— Bom, eu não espero nada, apenas busco viver o que ninguém nunca viveu.
O ÔNIBUS
Um Homem, uma Ruiva, uma Morena e uma Loira dialogavam sobre a história de um Ônibus.
A Morena perguntou:
– Se você estivesse saindo em uma viagem pela estrada, quem você gostaria que fosse o motorista? Qualquer um ou alguém informado a respeito das necessidades envolvidas em dirigir um Ônibus?
– O último, é claro! – respondeu a Loira.
O Homem olhou nos olhos das três belas mulheres e perguntou:
– Então por que eles continuavam a pensar que qualquer pessoa podia ser capaz de escolher quem seria o líder de um Ônibus?
– Tudo indica que a democracia no Ônibus era o último estágio antes da tirania – respondeu a Ruiva.
A Morena, carinhosamente, disse:
– Não houve mais tirania, nem democracia depois da iluminação que faltava no Ônibus.
_______Sim__
DUAS PESSOAS CONVERSAM
SOBRE O MUNDO
— A nova política: nada mais
velho do que o ato de
enganar o povo para atender
os interesses próprios.
— Verdade.
— Os piores inimigos das
crianças são os próprios pais.
— Entendi, elas são oprimidas
pelos oportunistas que seus
pais elegem.
— De tempos em tempos
aparecem políticos diferentes
apenas para atualizar as
injustiças da gestão anterior.
— Isso é óbvio.
(Desconhecido)
DUAS PESSOAS CONVERSAM
SOBRE O MUNDO II
— A teimosia no erro é a força
de vontade dos fracos, além de
que a falsidade é o escudo
deles.
— Uma mão na bíblia, enquanto
a outra pede propina.
— Tipo isso.
— Quem engana mais: políticos
ou líderes religiosos?
— Tanto faz, pois o que eles têm
em comum é a desonestidade.
— A falsidade deles nos mostra
o quão felizes somos por não
sermos iguais a eles.
— Sem dúvida.
(Desconhecido)
UMA VERDADEIRA FANTASIA
Dois detetives argumentam sobre um fato ocorrido.
— Bem, amigo, algo me preocupa.
— Como?
— A manchete diz: "Dormi com uma sequestradora — disse assustado o Homem".
— Ele abriu uma garrafa de vinho e logo depois estavam fazendo amor no sofá.
Ele disse que ela foi muito legal.
— Ela aparece em casa e diz que tem saudade do Homem e aí... ele sente saudade dela também, logo depois estão no sofá.
— Então quer dizer que é assim que se ganha agora?
— Bom, eu acho que é.
— Ele é um Homem comprometido, mas vai pra cama com uma fugitiva, porque ela diz que tem saudade dele. Ele conta o ocorrido pra todo mundo e a polícia o protege.
— É.
— Já viu essa Mulher?
— Não, ele pediu pra não revelarem os nomes deles.
— Bom, faz parecer que... o que ele faz é certo, contando que a Mulher não descubra, como uma Mulher que trai o Homem, dizendo que o que ele não sabe não o preocupa.
— Sim, mas tenho quase certeza que nesse caso não existe ninguém além dos dois.
— Prazer em falar com você.
— O prazer é meu.
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Às vezes me pego pensando — só pensando mesmo.
Ontem, na aula, teve duas falas sobre as quais eu sei o mínimo: BR-319 e a Cracolândia em São Paulo.
Na primeira, disse que o erro do Brasil foi se rodovializar, em vez de se ferrovializar. Juscelino Kubitschek (não sei nem se escrevi certo)… um país se constrói com ferrovias, um modal base para qualquer nação em desenvolvimento. Por isso a Amazônia vive isolada. Sem falar nos supostos crimes de destruição da nossa estrada, casos de explosão (terrorismo), tudo pra não integrar rapidamente — e continuarmos vivendo nas balsas.
Já a Cracolândia: foi dito que o Governo de São Paulo está limpando a cidade na cautela, sem mostrar isso ao público. Na minha humilde concepção, drogas e drogados não se combatem com polícia, e sim com médicos. Não é caso de segurança pública, e sim de saúde pública. Sim, ele tirou os que vivem à margem do centro, mas eles foram sublimados? Não. Só se espalharam para outros locais. Agora, em vez de um local, estarão em vários pontos da cidade.
Contudo, pensei em falar meus posicionamentos políticos e sociais na aula. Entretanto, sei que muitos ali não possuem capacidade para entender ou debater com profundidade o tema — ou os temas. Não sou o mais inteligente da sala. Se duvidar, sou o mais néscio e burro da sala de aula.
TÉDIO
Sobre o meu poetar, como uma sina
Tal ave de rapina, pesa a monotonia
Despovoando os versos, na surdina
Ilustrando a poesia de turva predaria
Oh! Escrever no silêncio, e inquilina
A solidão, sem sonho e sem alegria
Sem uma idéia e sensação cristalina
Faz o tédio ao poeta sua companhia
Ah! Deixar de fantasiar este ensejo
O pensamento no vão, a alma fria
Se a luz está escura e assim velada
Como posso avivar o meu desejo?
Se dorme numa catedral tão vazia
E lá fora a vida está abandonada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
REGRESSO
Irei! Que importe o engano? Desate deste nó
Sobre o dúbio está o ousado ensaio. Então!
Arda em chamas o medo, evole deste chão
Os teus segredos, uive as feras, sem ter dó
Vamos! Ignoto, um botão entreaberto, e só!
Regue este deserto com outra tua emoção
Leve tudo: felicidade, amor; infortúnio não!
Pois, o que for perdido, no tempo, vira pó...
Depois que o pecado ao mudo é revelado
Nada importa, todo regresso tem direção
Ah! E tu, má sorte, aí, fique do outro lado!
E se, a vida com seu crime não for ilusão
Redimido e sublime, não fique ultrajado
Errar, é falta, e não a perene contrição!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
“SPLEEN”
O céu do cerrado, hoje, amanheceu plúmbeo
Sobre o espírito meditabundo, só e chuvoso
E, ungido toda a reta do horizonte, nebuloso
O dia virou noite, e o meu fausto olhar, ateu
Neste temporal escuro tal calabouço lodoso
Onde a vontade quer encontrar o êxito seu
Espavorido, o acaso coloca asas de fariseu
Em um voo infeliz, tão enfado e impetuoso
A chuva a escorrer as traças da melancolia
Imita as aranhas tecendo sua espessa teia
No beiral do vazio, numa angústia sombria
O trovão dobra, de repente, e furibundo
E a alma encarcerada em lúgubre cadeia
Chora o verso, suspirando e gemebundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, de 2018
Cerrado goiano
EM UMA TARDE DE INVERNO
Inverno, em frente ao cerrado, frio singelo
Sobre a secura calada, e o céu, absorto.
Inverno... de esplendoroso ipê amarelo
Pintalgando, o cinza do árido vivo horto
Escancaro a janela, um devaneio, tão belo
Desta visão, de ilusão dum campo morto
Abre o vento, sopra, no horizonte paralelo
Num rodopio feiticeiro de um som corto
As folhas dos buritis em canto, um tranco
Nos flancos das queimadas, e floco branco
Dançando pelo ar o amarelado da fumaça
Olho à frente, e vejo o cerrado, que insiste
E contemplo o sertão ressequido e tão triste
Banhado de teimosia e cheio de airosa graça...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro, 03
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CERRADO ERUDITO
Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Tão triste desmatado
Fui as lágrimas soluçantes
Fui por ele calado
Um dia cerrado, gigantes
No seu torto encantado
Só para me recordar
E não pude fascinar
Fiz uma poesia
Como poeta do cerrado
Soltei brados de fantasia
Pra tê-lo do meu lado
Mas a lembrança esvaia
Pelo axioma empoeirado
Neste preço tão alto
Do belo desnudado
E então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Chorei... Ante a força do sertão
Até quando este estado?
Surrado. Resiste a civilização
Ainda andei sobre o cerrado (...)
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Paráfrase Paulo Vanzolini
SONETO DO PLANALTO CENTRAL
Ressequido, a luz do sol alumiado
Sobre o sulcado e arbusto sinuoso
Reclina o planalto central grandioso
Entre as nuvens do céu do cerrado
É percurso do diverso e encantado
Pela maré poeirada, o audacioso
Sertão, de flores e ramo veludoso
Que banha o entardecer encarnado
De grossa casca e, fruto gomoso...
Forma bizarra no leito cascalhado...
Flora ipês, pequi e o buriti viçoso...
Não te rias do planalto, és enganado
Nele, o amanhecer é mágico e vistoso
Nele, o anoitecer é místico e imaculado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
janeiro de 2017
Cerrado goiano
Mutante
As chuvas que vem e vão
sobre a sequidão do cerrado
Dos ipês, atapetando o chão
enfeitando o pasmo encantado
No horizonte o céu encarnado
flor de pequi e buritis na enseada
Trafegam entre o pó ensebado
dos galhos, folhas e cor desbotada
Na vastidão as luas de prata
das noites cheia de tudo e de nada
E nesta estrada tão pacata
mutante o vem e vai da esplanada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, outubro
Cerrado goiano
Cerrado Erudito II
Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Pelo vale cascalhado
Tortos galhos, gigantes
De pôr do sol encarnado
Imaginei uma poesia
Como poeta do cerrado
Devaneei na tua magia
E o teu cheiro foi inalado...
Saudades, choro e alegria
Pelo memorial empoeirado
Então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Relembrei... na recordação
Da infância que aqui me criei
Espalhadas por este sertão.
Andei sobre o cerrado (...)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Abril, 2018
TÉDIO (soneto)
Sobre minh’alma, no cerrado ao relento
Cai tal folhas ao vento, dum dia outonal
Um silêncio mortal, dum vil argumento
Tão brutal, o aborrecimento, tão fatal!
Oh solidão! Tu que poeta no momento
Abandono, no mundo, a mim desigual
Me dando ao pensamento o lamento
Num letargo sentimento descomunal.
Só, sem sonho, sem um simples olhar
Deixar de sonhar, como então fazê-lo?
Se é um aniquilamento assim estar...
Deixar o enfado num desejo em tê-lo
O que não vejo! Porém, estou a ficar.
Ah! Dá-me a aura da ventura em zelo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto, 23 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
EM TARDE CHUVOSA (soneto)
Março. Em frente ao cerrado. Chove demais
Sobre meu sentimento calado, aborrecimento
Gotejado do fado.... Rodopiando nos temporais
Enxurrando desconforto, angústia e sofrimento
Verão. E meu coração sentado na beira do cais
Da solidão. Do mar agitado e cheio de lamento
Por que, ó dor, no meu peito assim empurrais
Essa tempestade e tão lotada de detrimento?
A água canta, lá fora, e cá dentro o olho chora
Implora. Para essa tempestade então ir embora
Que chegaste com o arrebol e na tarde ainda cai
E eu olha pela janela deserta, e vejo o céu triste
E, ao vir do vento, a melancolia na alma insiste
Sem que das nuvens carregadas a ventura apeai
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)
Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera
Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.
Devaneios, perturbação. E a sensação na espera
No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção
A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera
Tal uma tela em branco, aguardando uma demão
De imaginação, e perfume da delicada primavera
Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração
E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela
Invade a alma a sensação dum vazio subalterno
No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela
E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno
Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela
Que priva o estro poético, numa manhã de inverno
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
A TARDE
O clarão se esvai, a sombra declina
por sobre o sertão sem um alinho
e o sertanejo vindo pelo caminho
se desata no horizonte, sua rotina
A boiada no curral, mugi, rumina
a lobeira com flor e com espinho
o vento plana em um remoinho
no breu que cai atrás da colina
Flutuam estrelas no amplo céu
O galo canta, triste, no cercado
E a luz da escuridão se faz réu
E passam, as saudades, ao lado
fantasmas de recordação ao léu
na languidez da tarde no cerrado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2021, 18”14” - Rio de Janeiro
SONETO VIVO SOBRE A MORTE ...
Se casualmente aqui deparar, ledor
Com soneto vivo na morte acabado
Leia piedoso este versar imaculado
Pois, fui caminhante e um trovador
Já cadáver feito, aspeito o pecador
Em cada estrofe uma prece ao lado
Cravado no amor, o poeta lacerado
Choro e saudade, assim, espero for
Já sem norte, leia-me com voz forte
Pra ser escutado donde eu estiver
E a alma no descanso seja na sorte
E, então, o sentido o aplauso quiser
Que escolho vivo, do que na morte
Pois, lá logo se há de me esquecer! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 10’46” – Araguari, MG
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