Texto teu Olhar
Pirata
Outrora fui pirata e roubei a maior joia existente, roubei o teu coração e com ele guardado naveguei em outros mares desconhecidos me aventurando e ao mesmo tempo perdido em meio a tanta solidão da alma.
Vindo das profundezas do mar ouvia os sussurros do canto das sereias implorando para eu voltar a terra firme, porém o magnetismo do que era misterioso ainda corria em minhas veias e assim perdurou por longos e insaciáveis anos.
Invadi mundos, conquistei tesouros, empilhei moedas de ouro e prata, mas ao descer no calabouço aonde deixara a maior joia conquistada guardada e intocável, percebi com a clarividência da vida que o maior saque quem havia levado era eu, pois lamentavelmente descobri com o tempo que a distancia e os mares navegados só estavam me conduzindo cada vez mais para longe do que eu nunca deveria ter deixado para trás, ou seja, o meu próprio coração.
Amantes
A luz dos vaga lumes o teu pouso foi ávido e desnudo por entre as flores,
Com as pimentas queimando na brasa e as borboletas fingindo dormir, uma enorme loucura foi se desenhando no alvorecer,
Almas incendiadas, corações perdidos, palavras desconexas, gritos jogados aos ventos,
O que jorrava em abundância eram os secretos desejos de dois corpos empolgados e inspirados naquele momento proibido e vigiado pelo pecado do seu ninguém poder saber,
Golpes fulminantes, embriagados de prazer, uma constelação brilhante é vista ao mesmo tempo que sorrisos são divididos,
Cegos de emoção porém relutantes com a razão,
Amantes que se dão, amantes que se vão.
Ser lírico
No teu conto de fadas sei que tentas resistir ao absurdo, mas no enredo da vida os teus ouvidos clamam pela minha voz.
Na condição de um ser lírico e sem fazer cerimônias sigo minhas intuições no repleto dever do erro.
Jogue seu charme mais uma vez e eu escalarei essa muralha para roubá-la e nunca mais devolvê-la.
Seremos um só
É o teu amor que eu quero , esqueça as promessas quebradas, venha viver o que toca teu coração,
Vou assumir o que sinto por você para os quatro cantos do mundo ouvir,
Sou sincero quando digo que não vamos nos deixar jamais, a minha meta de vida é deixar o nosso amor envelhecer para cada vez mais se fortalecer e se purificar atingindo um estágio surreal,
O perfume que um dia foi breve se tornou mal hálito, se tornou imoral, agora só existe um lugar aonde os meus olhos dormem, aonde o meu corpo implora para se misturar com a tua alma,
Dizem que sou louco por ter roubado tantas horas do tempo vagando por ai sem os teus caprichos,
Preso até o pescoço estão os meus sentimentos, atolado pelos desejos de ter você comigo em definitivo,
Eu tenho pena do ego, do orgulho, da tristeza, da safadeza e dos outros e outras que tentaram impedir o que estava impregnado em nós por natureza, tenho pena do que já foi o contrário a nossa união porque a partir desse momento estou deixando as nuvens os carregarem para bem longe de nós.
O ventilador está ligado, a música tá rolando baixinho e o vinho tá gelando, agora só falta você chegar pra gente comemorar.
Teu coala
Na troca de olhares em câmera lenta a magia da hipnose acontece, dois corpos se rendem recebendo a cura para o veneno que os possuía,
são tantos planos sendo elaborados embaixo dos panos, são tantas idas e saídas caindo no esquecimento em cima do balanço das subidas e descidas bem aquecidas,
forjados nos imprevistos saímos intactos do incêndio e pausados por um corte do que não merecemos lembrar, conseguimos costurar mais um momento intenso sem medo de errar,
e mesmo a me condenar pelas semelhanças nas digitais, eu preferia ser então o teu coala assim me tratarias como o teu mais querido bicho de pelúcia sem reclamar.
'ITALLO'
Teu abraço incondicional me faz esquecer a hipocrisia que lança-me à frente todos os dias. Para mim, teu olhar tem uma dimensão imensurável. Você é a porção maior dos meus momentos felizes. Já não olho para o que chamamos "futuro". Já o construí. Sou completo mesmo sem saber. Todos objetivos e sonhos me foram realizados, pois a cada janela aberta, olhar sincero e carinho recebido me fazem crer que a existência tem realmente muito de significado e que você é minha imortalidade. Te amarei sempre.
'DESENHO'
Cogito o mundo dos vernizes,
obra de arte,
teu corpo.
Sou breve em rasuro,
representações,
embaralho.
Fragmento telas,
borracho novos quadros.
Fito o linear dos olhares.
Pinto álgebras em giz,
cenários.
Amplificações de afeições,
Painéis,
compassos...
Traço esboços diários,
tuas curvas,
retratos.
Infinito novos dramas.
Torturo faces,
mãos,
papéis,
panoramas.
Inspiro geometricamente tua forma,
incorporo métodos,
desejos...
Nos quadrângulos/côncavos,
sussurro prospectivas.
És partículas,
com seus ângulos moldados à grafites,
tintas,
cores,
sulfites.
Sínteses de contornos harmoniosos,
fictícios,
provisórios.
Tentações...
ROSA, ESPINHO E RAIZ
Rosa, teu nome é um verso antigo que o tempo não soube decifrar. Teu corpo, um mapa de cansaços dobrados em silêncio. Cada ruga, um caminho que não escolheste. Os dias te escorrem pelos dedos como areia grossa, e ainda assim, seguras o peso do mundo nas costas curvadas. Erraste como quem planta em terra seca, mas regaste com lágrimas o que a vida insistiu em queimar. Nada muda, mãe. Os anos passam e te deixam a mesma dor, só que mais quieta, mais funda, como um copo quebrado colado com saliva...
Os teus filhos - esses estranhos de teu próprio sangue - não veem que o desprezo é uma faca sem cabo: fere as mãos de quem a segura. Eles não sabem, Rosa, que um dia a solidão baterá à porta deles também, e trará o mesmo sabor amargo que tu engoles há décadas. Choras às escondidas, esfregando no avental manchado as lágrimas que ninguém merece ver. O espelho já não te devolve o rosto que um dia foi jardim; agora só mostra os espinhos que cresceram por dentro, enquanto teu sorriso murcha devagar, como flor esquecida no vaso...
Mas oh, mãe ferida, tua raiz ainda segura a terra. Mesmo quando o vento sopra forte e os frutos caem podres aos teus pés. Há uma luz trêmula em ti que nenhum abandono apagou. Talvez porque o amor, quando é de mãe, seja o único fogo que queima sem consumir. Rosa, eu te vejo. Se os outros não olham, eu escrevo teu nome na parede escura desta história. Não serás apenas a que sofreu. Serás a que resiste, mesmo quando o mundo te diz que já não há razão. E no teu peito partido, lateja um verso que ninguém ouviu: Eu era forte, e ninguém perguntou...
PRETO, SOMBRA E SEMENTE
Irmão, teu apelido é uma cor que carregas como cicatriz e estigma. Teus passos, arrastados no asfalto quente de promessas quebradas, desenham um caminho de fuga. Os entorpecentes são teus únicos abrigos. Esquece essas casas de papelão que o vento leva e reconstrói um novo lar, mesmo que com mãos trêmulas. Erras como quem cai no mesmo buraco e não tenta mudar. Os anos passam, mas tu permaneces parado no mesmo cruzamento, vendendo tempo em troca de minutos de esquecimento. Teus filhos e parentes, esses fantasmas de teu sangue, ainda te esperam na soleira da memória, com olhos que não aprenderam a odiar. Eles são espelhos quebrados onde teu rosto se reflete em fragmentos e ainda assim sorriem (escondendo a dor profunda) quando te veem...
Enganas os outros como enganas a fome, com migalhas de histórias requentadas. Os de sangue próximo já não choram por ti; apenas observam de longe, como se assistissem a um incêndio lento. Não vês que te transformaste em tua própria lápide ambulante? O chão que te acolhe é frio e fedido, mas é o único que não te pede explicações. A chuva te lava e tu a bebes como se fosse redenção, mas nunca tenta saciar tua sede de paz. Irmão, ouves os gritos da tua própria carne? Ela clama por um último gesto de dignidade, por um instante em que não sintas vergonha de existir. A ajuda está lá, à tua frente, mas exige que estendes a mão. E tu, acostumado com tão pouco, esqueceste como se pede socorro...
Eu ainda insisto em acreditar em ti, irmão. Não por ingenuidade, mas porque conheço o brilho que há por trás desses olhos embaçados. Deus, ou seja lá o que nomeamos como esperança, não desistiu de ti. Ele está no pão que comes quando há, no teto que não tens, nos de sangue que clamam por ti. Volta não como herói, mas como sobrevivente. Para de trocar tua vida por êxtases momentâneos. O chão que pisas pode ser o mesmo, mas tu podes ser diferente. Irmão, tu és semente sob o concreto. Não deixes que te definam pela podridão que te cerca. Germina. Todos ainda acreditam em ti. Tenta voltar, percorrer um novo caminho...
Amo a sua alma, o teu coração e a sua essência, todos os dias o teu comportamento ganha o meu coração,
Seus toque é como uma brisa suave que acalma a minha alma...
Seus olhos são dois oceanos profundos que me fazem nadar em amor, aonde quer que fores irei eu; e aonde quer que pousares, ali pousarei eu; meu eterno amor.
Quando o teu relógio
Finalmente despertar
Pode ser recordação
Ou a frase que porventura
Lhe vier à cabeça
Em mais uma oração
Um ponteiro tardio
Mostrando que a hora passou
Um palco vazio
A cortina, há muito fechada
A roda gigante da vida girou
Teus relógios brilhantes
Mostram sempre as mesmas horas
Mas os tempos são outros
Este mundo está tão diferente
Luzes apagadas
Não há nada, não há mais ninguém
Um dia o relógio desperta
É momento de despedida
Nesta vida
Pra tudo existe a hora certa.
Edson Ricardo Paiva
Viva a vida
Enquanto a vida acontecer
Agradecendo aos invernos
E também a cada deserto
Que teu coração suportar
Pois sua vida está sendo escrita
Não busque amparo em promessas
Palavras bonitas são só palavras
O dia de hoje, ontem, amanhã será
É assim que se vive a vida
Então, simplesmente viva
A tudo aquilo que germina
Oculto pela transparência
Da beleza fina do cristal
Pois tanto mal quanto bem
Vem bater à tua porta
A cara verdadeira de tudo
Está sempre escondida
Viva a vida
E a magia da ilusão desmedida
Cada coração se fecha
Na medida que os olhos se abrirem
Deixa a vida correr
Pois toda a vida é uma ilusão
Exceto os olhares vivos
Olhares da vida
Tão perdida quanto todos nós
Cada passo dado
Escondido pela pedraria
A revestir o pó dessa estrada
Na alternância entre luz e treva
Viva cada dia dessa vida
Um dia, dessa vida, não se leva nada
Todo dia, nada resta.
Edson Ricardo Paiva
Hoje
A tudo que olho
Alguma coisa tua eu vejo
Da textura do teu rosto
Ao gosto do teu beijo
O Som dos teus passos na rua
E os laços de afeto que criamos
Abraços que não mais nos demos
O amor que ...se acabou... não percebemos
A dor mais que incorreta da distância
No medo da demência que hoje sinto
Hoje, onde não vejo
Um olho te procura
No brilhar de cada estrela
No trilhar, tão solitário, que hoje vivo
De algum modo existe a tua permanência
Em teu vulto despontando no horizonte
Se alicerça a esperança de uma vida.
Edson Ricardo Paiva
Desfeitos os enganos
E feitos à partir de então
Somente bons planos
Esqueça-se agora
deste teu triste lado crítico
E torne-se o mítico artísta
Que desejas
Procure lêr nas entrelinhas
desta loucura poética
haverás de achar, então
a métrica perfeita
E verás
Que a canção
Já nasceu feita
Aquele diamante
Ao qual você procura
A solução mais brilhante
Que teu lado inconsciente
Insiste em te dizer que existe
E que você prossegue a desejar
Na noite escura
Ainda não foi visto
Porque você somente olha
Onde ele não pode ser encontrado
Seu brilho, de tão intenso
Tua visão ofusca
A vastidão desse Universo Imenso
Te leva a buscar num lugar distante
O brilhante diamante
Que durante a vida toda
Pulsou e reluziu
Ali, ao seu lado
E nada o esconde
Mas está
Visível somente aos olhos
daqueles que sabem onde olhar
E o seu valor se encontra na paz
Que toda riqueza deste mundo
Não é capaz de trazer
e não traz
Enquanto não chegar o dia
Em que finalmente enxergar
Que as maiores riquezas
Que se pode buscar
São a humildade e a sabedoria.
Guarde o teu amor
no coração
Encare as amizades
que a vida lhe trouxer
Sempre com aquele
mais profundo
e imperdoável sorriso
Talvez hoje não precises
de ninguém
A resposta da vida vem
Quando não precisarem
de você também
A luz do Sol
Não é tão amável todo dia
Até o dia
Em que você abre as cortinas
E percebe que naquele dia
O Sol não ilumina
Guarde no abrigo do coração
tenha guardado consigo
Todos os amores
e todos os amigos
Mesmo aqueles que às vezes
lhe provoquem
mais dores que alegria
Todo amigo e todo amor
há de lhe causar
Alguma espécie de dor um dia
Se você não der abrigo a essa dor
Você, fatalmente
Não pode ser chamado de amigo
E também não descobriu
O que é amor.
A cada vez que teu coração
se deixa dominar
Por um momento qualquer
de loucura ou demência
E você age
sem pensar nas consequências
Por estar enxergando miragens
Aguarde o Mar voltar
E nessa volta não haverá de vir nada
Além de uma indomável
Enxurrada de razão
Que há de lhe jogar ao chão
Ou quem sabe até
Num precipício
de onde eu te garanto
Vai ser muito difícil voltar
Portanto
Procure sempre refletir um pouco
Um segundo antes
de agir feito um louco.
Teu Poema.
O que precisamos na vida da gente?
Talvez desejemos apenas
Aquelas coisas, que ... de tão bobas
Tão boas e tão pequenas
A gente nem as veja
Como gostar de estar onde estamos
Poder ser só quem se é
E mesmo que não se seja
Quem a gente queria ser
Ser para alguém, Inexplicavelmente
Aquele que ela quer que a gente seja...é só
Pois é só assim que sabemos
Que nunca estaremos sós
A alma sobrevoa, pra além da nascente
Do majestoso rio que voa
Precisamos, de verdade
Dessas coisas imprecisas
Que não se pode dizer
E que, às vezes, não se enxerga quando as tem
Mas que ficam pra eternidade
Pois é disso que se precisa
E é sobre isso que a vida versa
Sentir-se feliz
Numa boa tarde de chuva
Companhia, conversa
Palavras concisas, apesar de poucas
Molhar-se de alegria
Olhar-se de manhã
E também olhar-se igual no fim do dia
Olhar com cara de quem confia
Sem saber porquê confia
Apenas acreditar
Que essas coisas tão boas
Apesar de bobas e tão pequenas
Serão para sempre genuínas
Jamais haverão de nos deixar
E assim
Teu poema termina.
Edson Ricardo Paiva.
Um dia
Alguém vai te perguntar
Se soubeste viver a vida
E o que fizeste de teu tempo
Tua senda
Não precisaste
Plantar as flores do campo
Nem pintar estrelas no céu
Ou aquecer o Sol
A tudo encontraste feito
De um jeito tão perfeito
Que a gente o jamais faria
Buscaste sempre
Um defeito ou emenda
Um dia
Alguém há de te perguntar
Por que será que foste tão exigente
No teu dia-a-dia
E ponto
Visto que quando acordavas
Teu dia já estava pronto.
Edson Ricardo Paiva.
Nunca se prenda a nada
Nem prenda nada a você
Aprenda que o certo é deixar partir
Que teu coração seja deserto
E que tenha saída
Mantenha sempre aberta
Uma porta de entrada
Mas, lembre-se
Que pra tudo existe sempre
Um outro ponto
Este, o de partida
Assim como toda criança
Que se despede pra brincar na rua
E que nem sempre te escuta
Até que um dia, ela nem te ouve mais
E dessa vez ela parte, mas pra vida adulta
Aquela que você foi um dia
Nem essa jamais foi sua
Mas há de sempre regressar
Por aquela porta aberta que você deixou
Deixe-a
Deixe que ela venha pelo menos de manhã
Mesmo que ela venha cada vez menos
Assim como há pureza
No café que sempre fica
No fundo de uma xícara que você põe
Debaixo da torneira que goteja
E que vai perdendo a pureza
A cada vez que uma gota cai
Que teu coração seja assim
Porque no fim, tudo muda
O ponteiro, a goteira, o movimento de rotação
Algo sempre oferece ajuda
A planta cresce, a folha cai...tudo se vai
Exceto a sua essência, a parte mais bela da vida
Permita que ela sempre volte pra te falar das coisas
Se ela ainda é ou se não é mais aquela
Que teu compromisso seja sempre em deixar partir
Assim é a vida, no fim a gente compreende
Que isso não chega a ser tão triste
E que não existe outra opção
Mas deixe uma porta aberta pra ela
Pra que assim as coisas venham
Sejam belas
e depois se vão.
Edson Ricardo Paiva.
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