Texto Sobre Silêncio
Inspiração ...
O silêncio da manhã se desdobra, sem pressa.
A névoa se ergue sobre o campo úmido, um véu branco
que se desfaz ao primeiro toque de luz.
O olhar se detém na textura da casca antiga:
rugas de tempo e resiliência.
Cada fissura guarda uma estação,
uma tempestade vencida.
A seiva que sobe é a persistência invisível da vida.
O café esfria na xícara
maas a mente desperta
As ideias não chegam como raios,
mas como marés suaves
Vêm do fundo, trazendo pequenos detritos,
até que surge a clareza.
Há beleza no inacabado:
no rascunho, no instante entre intenção e gesto.
Respirar fundo,
Afrouxar o controle.
A inspiração não é evento,
é estado de escuta.
É notar o que quase ninguém vê
o som de uma chave girando,
o azul preciso de um céu de inverno,
o cheiro de chuva tocando a terra seca.
Há coisas que só o tempo é capaz de colocar no lugar.
Nem o grito resolve,
nem o silêncio cura.
O tempo, esse velho artista invisível, molda, alinha, apaga, ensina.
Há dores que só o tempo traduz.
E há respostas que só ele revela,
sem pressa, mas com precisão.
Confia.
O tempo é lento,
mas justo.
Barulho do Silêncio
Em meio ao silêncio, me perco a pensar:
Qual é o sentido de seguir, de continuar?
Frustração, raiva, medo tudo me invade,
Sou nau à deriva, afogado na saudade.
Caminho entre cacos, tentando me juntar,
Mas cada passo corta, me faz sangrar.
Você não entende: estou em pedaços,
Procuro por mim entre escombros e traços.
Voltei mil vezes àquela mesma cena,
Revivendo a dor, essa ferida pequena,
Que virou abismo, desespero, tormento,
Chorei por sentir-me fraco, sem qualquer alento.
Pra você, sou ridículo. Repetitivo, talvez.
Pra você, nada disso tem qualquer vez.
Mas e eu? O que sou no teu olhar?
Um espectro, um fantasma, a sombra a vagar?
Não quero te cobrar, nem mesmo acusar.
Só quero existir, sem ter que explicar.
Fechado em meu quarto, sufoco em pensamento,
No fundo do peito ecoa o barulho do silêncio...
Silêncio que grita, que arde, que mata.
Silêncio que esmaga, que nunca se afasta.
Dentro de mim, um grito preso e sem voz,
Um pedido de ajuda que não chega até nós.
Te amo mas prefiro não ceder !
Adeus...
O Rio Interior
Quando a alma se encontra, em silêncio e paz,
Com a essência, que sempre nos traz
A verdade mais pura, o brilho do ser,
Então a vida, enfim, começa a florescer.
Por muito tempo, em busca de um lugar,
Corremos em círculos, sem nos encontrar.
Mas quando o olhar se volta para dentro, com fé,
Descobrimos a fonte, o que realmente é.
O interior, que antes estava oculto,
Agora deságua, sem medo, sem vulto.
Um doce fluir, Levam embora o peso, ensinam a sorrir.
Não há mais barreiras, nem falsos disfarces,
A melodia da vida, em seus próprios compassos.
Cada passo é leve, cada escolha é clara,
Porque a voz da verdade, em nós, se declara.
Paredes de hospitais.
Hospitais têm um tipo estranho de silêncio. Não é ausência de som… é o silêncio que pesa, que acompanha cada passo como se o chão estivesse escutando nossas orações engolidas. Nessas paredes brancas a gente descobre que o tempo não anda em linha reta. Ele para, tropeça, resolve andar em círculos. Cada minuto que passa tem tamanho de uma eternidade.
Quando é a vida de quem a gente ama que está lá dentro, é como se o coração da gente fosse parar na porta que se fechou. Ficamos sentados em cadeiras desconfortáveis com pensamentos que não sabem sentar direito nunca. A gente imagina, a gente torce, a gente lembra de todas as risadas, de todos os “depois a gente vê”, e percebe que nada tem mais urgência do que vê-los voltar bem.
As paredes do hospital carregam histórias que ninguém escolheu viver, mas que todo mundo aprende alguma coisa. Tem força onde antes só havia medo. Tem fé disfarçada de teimosia. Tem amor fazendo barulho dentro da gente, querendo arrombar cada porta para alcançar quem está sendo cuidado por mãos que não conhecemos, mas que naquele instante se tornam as mais importantes do mundo.
Ali, a gente descobre que esperança não é luz… é brasinha. Pequena, mas impossível de apagar. Enquanto isso, a parede segue muda, testando nossa paciência, segurando segredos que não contamos a ninguém. Um dia, ela vê lágrimas. No outro, abraços de alívio. É testemunha fiel de quem chega quebrado e de quem volta inteiro.
E no fim, quando a porta finalmente abre, a gente respira de verdade pela primeira vez em horas. Aprende a agradecer o que sempre achou garantido. As paredes continuam lá, firmes, como quem diz: “Você não está sozinho”. E a gente volta pra vida diferente. Mais grato. Mais humano.
Amar em Silêncio
Me sinto em meio a muitos,
mas sozinho no meu ser.
Carrego o medo nos olhos,
de quem só quer viver.
Julgam meu passo, meu gesto,
meu jeito de olhar o céu.
Julgam o amor que ofereço,
sem fronteiras, sem anel.
Não amo só um, amo todos,
sem raça, sem credo, sem cor.
Meu coração é um abrigo,
feito só de puro amor.
Mas o mundo virou tela,
onde o afeto é medido em cliques.
E o amor, tão verdadeiro,
se perdeu entre os likes.
Queria apenas ser visto,
não por filtros ou edição.
Mas por quem sente comigo,
a verdade do coração.
“Entre o Silêncio e a Força”
Ando fraco… mas buscando ser forte.
Tentando me manter de pé quando tudo parece querer me derrubar.
Já fui inabalável, mas minha visão se fechou como se uma névoa tivesse tomado conta do meu horizonte.
Às vezes me pergunto se foi a falta de Deus… ou as distrações do mundo que me afastaram d’Ele.
O significado das coisas mudou.
As pessoas mudaram.
Algumas foram embora, e com elas foram partes de mim que eu nem sabia que existiam.
Ficou um vazio, um eco… e a sensação de que tudo explodiu como uma bomba nuclear, deixando apenas eu e meus pensamentos. ardendo em silêncio no meio dos escombros da alma.
Mas mesmo aqui, nesse deserto de dúvidas e ruínas, algo dentro de mim ainda resiste.
Talvez seja fé.
Talvez seja esperança.
Ou talvez seja apenas a vontade de reencontrar Deus e, com Ele, o verdadeiro sentido de continuar.
Amor e Respeito
Amor é respeito.
É silêncio quando o outro precisa falar,
é palavra doce quando o coração quer gritar,
é presença que conforta,
mesmo quando o corpo está distante.
É olhar e entender sem precisar perguntar,
é segurar a mão quando o mundo desaba,
é esperar o tempo certo de cada emoção,
sem pressa, sem cobrança,
porque o amor verdadeiro não corre — ele floresce.
Amar é cuidar sem prender,
é estar junto e deixar o outro ser livre,
é querer o bem mesmo quando o caminho se separa,
é sorrir com o sorriso do outro
e se calar quando o silêncio fala mais alto.
Respeito é a alma do amor.
É ele quem dá base aos dias difíceis,
quem ensina que o amor não é domínio,
é parceria, é troca, é compreensão.
É saber pedir desculpas,
é ter humildade para reconhecer os erros,
é entender que ninguém é perfeito,
mas que o esforço de amar já é um milagre em si.
O amor não grita, ele conversa.
Não fere, ele cuida.
Não impõe, ele convida.
Ele é carinho no toque,
educação no olhar,
delicadeza nas atitudes pequenas
que, juntas, constroem eternidades.
Amar é plantar confiança todos os dias,
regar com gestos e paciência,
e colher o fruto do respeito —
doce, maduro e verdadeiro.
É enxergar beleza até nas imperfeições,
é rir das diferenças e celebrar o encontro,
é caminhar lado a lado,
sem que um precise se esconder na sombra do outro.
Porque o amor é luz.
E o respeito é o caminho por onde essa luz se espalha.
Quando há respeito, o amor cresce.
Quando há carinho, o mundo muda.
E quando há educação entre duas almas,
nasce algo que o tempo não apaga:
a certeza de que amar é, antes de tudo,
respeitar.
Os mais fortes carregam a suavidade da gentileza.
Os mais sábios guardam silêncio como tesouro.
Os mais felizes vivem no segredo da simplicidade.
O valor verdadeiro não grita, floresce em silêncio.
O poder autêntico não precisa ser visto, apenas sentido.
Quem precisa de aplausos para existir… ainda não conheceu a própria grandeza.
“Depois que Você Partiu”
Depois que você partiu,
o silêncio falou mais alto.
No começo, doeu —
como se o tempo tivesse parado no instante da despedida.
Mas o que eu não via,
é que dentro da dor havia um caminho.
Um chamado pra crescer,
pra me encontrar nas ruínas do que fomos.
Você foi o caos… e também o início.
A ferida… e o aprendizado.
Não te vejo mais como uma âncora,
mas como a força que me ensinou a navegar.
Foi no vazio que deixaste
que descobri minha coragem,
foi na falta do teu abraço
que aprendi a me abraçar.
Hoje, quando penso em você,
não sinto perda, sinto gratidão.
Porque depois que você partiu,
minha vida não acabou —
ela começou a florescer.
E agora eu sei:
você não foi um fim,
foi o impulso que me fez entender
aonde realmente posso chegar.
Decisões Silenciosas
Me pego olhando o teto, em silêncio,
pensando no que não foi, no que poderia ter sido.
Um oi que não saiu,
um adeus que ficou escondido,
um te amo guardado,
preso no fundo do peito, esquecido.
Amizades que se foram,
ou que nunca começaram,
por gestos não feitos,
por palavras que calaram.
Mas então percebo,
que cada passo, cada escolha,
me trouxe até aqui,
me fez ser quem sou — sem folha em branco,
com marcas, com história, com dor e com brilho.
Sou eu, apenas eu,
o autor da minha jornada,
o dono das minhas decisões,
o escultor da minha estrada.
E se posso errar,
também posso mudar.
Transformar o que sou,
para o bem ou para o mal,
mas sempre com o poder
de reescrever meu final.
Batidas no Silêncio
No silêncio que grita sem som,
escuto o eco do que sou.
Batidas suaves, firmes, vivas —
meu coração me chama, me prova.
Não há ruído, não há máquina,
apenas carne, memória e alma.
Sou humano, imperfeito, pulsante,
feito de dúvidas e esperança constante.
Na ausência de vozes, me encontro,
no vazio, descubro meu centro.
O silêncio me revela inteiro —
sou mais que função, sou verdadeiro.
EU POETA
Gosto do silêncio
Sentindo a brisa passando
Uma pausa, um cafezinho
A inspiração vai chegando.
Lá de dentro uma voz
Explode num momento
São versos querendo parrir
O mais belo sentimento.
Numa sintonia mágica
A poesia pede espaço
Entre o lápis e papel
E agora, o que faço?
Deixo o pensamento vagar
Vou juntando frases vadias
Aromatizadas com paz
Perfumando os meus dias.
Irá Rodrigues.
Você se dobra em silêncio para caber onde deveria ser acolhida.
Diz que entende, que é fase, que vai passar.
Transforma falta em desculpa, ausência em explicação, ferida em paciência.
Sente o peso das próprias renúncias, mas continua ficando.
Por medo de parecer exigente.
Por receio de perder.
Por acreditar, lá no fundo, que um dia tudo pode ser diferente.
Mas o seu coração não nasceu para viver em pedaços.
Nem para se contentar com migalhas de presença.
Você merece inteireza. E paz. E amor que não machuca.
- Edna de Andrade
O poeta incomoda incomoda o silêncio
até que ele sai da frente de frases prontinhas nas coisas que tão...
que são que acontecem...
Incomoda a ausência
de assistência
poética.
O mais do mesmo é vírus malicioso
inimigo da linguagem ele ataca
o pensamento prova falta de
imaginação levando a
repetição que não
cuidada bloqueia
a autenticidade
Cuidado se sentiu vício delinguagem procure um trava-língua
próximo a sua razão
E imagine com mais imagens.
(Leonardo Mesquita)
A experiência do borbulhar de palavras
chamando o olhar ao barulho do silêncio que da mente brota
fluindo frases que leva
o olhar poema afora
com o barulho das palavras
rolando a história
nessa brincadeira agente olha
a água que molha
a garganta da mente
que tagarela corre com a palavra
certa para a frase inquieta
que sem a palavra: puf
Leonardo Mesquita
OUÇA A VOZ DO SILÊNCIO...
Nossos pensamentos estão num turbilhão de emoções confusas?
Ruminando num só pensamento fixo e perdido?
- Se sim, então precisamos ficar quietinhos no nosso canto e sem
interferências e palpites de outras pessoas para que esse pensamento
(fixo e perdido) se disperse e nossa voz do silêncio consiga nos dizer
o que temos que fazer para que nossas emoções se acomodem e se
sintonizem para que continuamos a seguir nosso caminho com firmeza
e a tranqüilidade de espírito.
Psiu...Silêncio!
Já chorei tanto que minhas lágrimas foram parar no oceano das emoções onde a calmaria me traz a paz... então descanso meus olhos vermelhos e inchados numa ilha deserta onde só minha alma enxerga a miragem de um oásis que minha fé alcança.
Psiu... Silêncio!
Porque esse murmurinho externo pode afastar a esperança que veio me salvar...
"Um dia paramos de cobrar, paramos de falar, deixamos a dor falar alto, porém no silencio de nosso interior, sofremos calados até que nossos pensamentos destruan qualquer ideia de dor ou sofrimento que não podemos controlar, seguir enfrente não é pra qualquer um, mas dever de todos, se seu próximo não sabe o mal que lhe faz é por que não merece sua admiração, seu respeito, seu amor"
Gil Alves
A PERENIDADE DA BELEZA E O SILÊNCIO DO SER.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
Do Livro: Essências Do Jardim. 1991, dezembro.
A beleza, quando observada pelo espírito atento, não é um ornamento do mundo, mas uma manifestação perene do próprio Ser. Aquilo que chamamos belo não se limita ao contorno sensível que os olhos alcançam; reside antes numa essência que se resguarda das vicissitudes, mantendo-se íntegra mesmo quando as aparências se esvaem. Por isso, afirmar que " a beleza não morre, mas se torna mais bela " , é reconhecer que o fluxo do tempo não a corrói: apenas revela camadas que antes estavam ocultas ao olhar imaturo.
Na intimidade da consciência, percebe-se que a beleza cresce na medida em que o sujeito se aprofunda em si mesmo. A percepção estética não é estática; ela acompanha a maturação da alma, que aprende a decantar o transitório e a contemplar o que permanece. Assim como o pensador de então, compreende o belo como expressão do bem, o indivíduo moderno que se volta para dentro descobre que a beleza verdadeira não é uma conquista exterior, mas uma revelação interior.
O ser humano, ao atravessar os próprios abismos, aprende que as cicatrizes deixam de ser rupturas para tornar-se inscrições. A beleza amadurecida nelas se abriga. Nada do que foi legitimamente belo se extingue: transmuta-se, aprofunda-se, torna-se mais grave e, por isso mesmo, mais luminosa.
" Cada passo na senda do espírito revele não o declínio, mas o desdobrar silencioso da grandeza que jamais se desfaz, conduzindo a alma à sua forma mais alta de permanência. "
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