Texto Sobre Silêncio

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O GRITO DOS MAUS E O SILÊNCIO DOS BONS

Meu querido Martin você disse que o que te preocupava não era tanto o grito dos maus, mas o silêncio dos bons... Permita-me discordar de você, Martin. Os bons não ficam em silêncio. Aqueles a quem você chama de bons não passam de maus travestidos de bons e se estão em silêncio é porque são coniventes com aqueles maus que assumem que são maus. Esses maus travestidos de bons, Martin são piores que os outros que assumem que são maus. Parecem estar em silêncio, mas não estão. Eles estão gritando como os outros nos bastidores de todo e qualquer tipo de poder. Têm em seu poder uma leva de fracos que fazem o que eles mandam. Tudo no silêncio. Já os bons de fato vão para a rua e gritam sem medo da morte. E não raro são mortos. E os bons de fato, Martin, assim como você, são muito poucos. É na verdade uma minoria da sociedade.
[Osvald Wendel]

Talvez

Talvez nada tenha a importância
Do tamanho da minha audácia
Talvez tudo não passe de imaginação
Mesmo assim tudo é dilúcido

Da soleira o espero pacientemente
O frio do granito gela os pés
O cobertor aquece meu corpo
Mas não meu coração...

Rompo as palavras
Guardo-as no intimo da noite
Quando o silêncio pernoita
Criteriosamente deito e adormeço.

O silêncio, às vezes, soa assustador pra mim...
Como escutá-lo?
Como interpretá-lo?
É um não ou é um sim?

Sim, sim... eu sei o valor do silêncio.
Pra que errar se se pode evitar?
Pra que falar se se pode calar?
Pra que magoar se se pode resguardar?

O silêncio... estratégia inteligente
de muita.... muita gente.

O VÉU

Descobri a sabedoria do silêncio ao me deparar com o caos das multidões e com o barulho das mentes vazias; ele me revelou que, quando a palavra já cumpriu a sua finalidade, por consequência, perde seu significado, e que o inaudível é a própria linguagem de Deus.
Descobri o amor ao ver o quanto o buscava nos outros; a partir disso, entendi que, nesse sentido, a verdade é uma só: o amor está em mim, pois que é essa a minha própria substância; e que tudo que receber de fora será por reflexo daquilo que houver oferecido.
Descobri a importância de respeitar o espaço das pessoas quando o meu próprio foi posto à prova; e isso me fez dissociar qualquer antiga ideia de espaço, por ele não existir; qualquer lugar em que esteja será sempre o meu "aqui".
Descobri que não me voltar demais ao passado ou planejar demais o futuro fazia bem quando percebi que o "ontem" ontem era hoje, e o "amanhã" amanhã também será hoje; ambos convergem ao mesmo ponto, porque ele é uma dádiva, e, por isso, se chama presente.
Descobri o quanto é importante seguir o fluxo da vida e não resistir às tempestades que tentavam me abalar em meio à efemeridade de tudo que me cercava; assim, compreendi a maravilha que é ser vento, ser fluido, de não parar, de deixar ir, de não prender, de não pedir.
Descobri o quão relevante é a pureza da alma ao vê-la tocada por mãos sujas de vaidade e egoísmo; a partir daí, entendi que o sol não pode brilhar através de uma vidraça imunda, e que não se pode contar as melhores histórias senão em papéis em branco.
Descobri que a paz começa em mim e que não pode ser encontrada lá fora ao perceber que em vão a atribuía somente à quietude externa; então, passei a alimentá-la em mim mesmo, porque em mim ela já existia, só necessitando minha atenção para, como uma muda que cresce ao ser regada, ser manifestada.
Descobri que eu, somente eu, poderia me guiar quando confrontado por quem dizia saber o melhor para mim; daí, pude enxergar que a verdade não é universal; mas o que condiz com cada um; mais ainda, é aquilo em que se crê, e não aquilo que dizem ser.
Descobri que não dar atenção à crítica ou à opinião alheia tornaria mais suave a experiência da vida ao observar o quanto eu me desdobrava a fim de me ajustar a isso, mesmo que implicasse em me depreciar; hoje, a própria observação me demonstrou que o que se julga nos outros é exatamente o que se falta vencer em si; e, sendo assim, o julgamento se torna um modo de esconder as próprias fraquezas, fazendo de quem o recebe um espelho, o qual revela muito mais a respeito de quem julga do que de quem é julgado.
Descobri, ainda, que cada evento na vida possui tempo para ser e que não se pode contrariar a sua espontaneidade ao tentar apressar o que ainda não se pode receber, ou retardar o que já está no tempo de aprender; dessa maneira, tornou-se possível compreender que o que fosse para o bem sucederia no momento oportuno, sem expectativas; assim, surgiu também o respeito pelo ritmo da vida, pois que não há sincronicidade maior senão na cadência e alternância das estações do ano, no fluxo e refluxo das marés, ou no nascer do sol e no seu ocaso.

Ainda Tenho em Mim
.
Ainda tenho em mim,
O perfume do teu amor,
A canção dos teus toques
E a revelação do teu olhar.
Por Deus!
Ainda tenho em mim,
A rima do teu silêncio
E a luz do teu falar.
E se te encontro em meus desertos,
É que me farto de ti
Em ilusória convivência
Das vezes que foges de mim.
Tua sombra me acompanha
Numa presença que soma
Meus pecados por te querer.
Pois tu és a indulgência que eu preciso,
O alívio de um suplício
E a triste ausência que me faz,
Em desalento destino,
Por ti, de saudades, chorar.

Silencie seu mundo
Se leve mais a sério
Vá mais fundo
Resolva seu mistério

Se ame mais
Deixe de ser refém
Viva na sua paz
Aprenda a ser ninguém

Viva sua vida
Tenha sua fé
Vá ao lugar certo
Não seja ralé

Faz morada pra felicidade
Seja sempre uma bondade
Crie sua criatividade
Tente voltar pra cidade

A vida é uma só
Tem alguém pra você não ficar só
Ande, não pare
Guarde, não fale

Você dá mais certo consigo mesmo
E claro, com aquele que acredita
Lembra que tem alguém que pagou o preço
E vem de encontro, guarde suas fitas

POEMA EM SILÊNCIO (soneto)

Meu verso está amordaçado
As palavras dentro da vidraça
Represadas e tão sem graça
Estou calado, o poetar calado

Inspiração diluída na fumaça
O vazio estridente e arestado
Ácido em um limo agargalado
Inebriando tal qual cachaça

Meu pensamento está suado
Ofertado como fel numa taça
E na solidão, então, enjaulado

O poema em silêncio, bagaça
Oh! Túrgido sossego enfado
Diz nada, só tira a mordaça...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Saber ouvir, é um dom primoroso,
Quando se ouve com o coração,
Com a singeleza da sabedoria;
Bem mais que falar,
Especialmente, quando as palavras
Não são projetadas para o que elas intentam dizer;
Ou, quando são ditas apenas
Para preencher o vazio
Que o silêncio se encarregou de deixar.

⁠Quando a gente cresce ,parece que automaticamente deixa de sentir ou dizer coisas , pq a vida adulta é um eterno jogo de desinteresse.
Quando a gente cresce , parece que não ouve ou não acha necessário ouvir...o que no reflexo te faz não falar ,parece ser tão óbvio que não é dito, e o que não é dito faz silêncio na gente e morre sombrio .

Não era o silêncio do sereno;
era o silêncio do aflito.
Não era silêncio de mudança;
era silêncio de despedida.
Não era o silêncio do indiferente;
era o silêncio do apaixonado.
Não era o silêncio do quieto;
era o silêncio de quem já tinha ido.
Não era o silêncio do que concordava;
era o silêncio do que desistia.

Ouça o silêncio; interprete-o...
O silêncio fala.

São as noites escuras que trazem o silêncio
A calmaria da brisa, um leve vento

Num oceano de imaginações fora do tempo
O céu fechado, sombrio do meu pensamento

Cansado, refletindo no que se passou
Nas supostas horas felizes, ficaram a dor

Na angústia, na falta, nos risos de momento
Percebi que só falava por respeito e agradecimento.

Silêncio.

O silêncio insuportável da minha alma.
Causa barulho em noite calma!
O sorrir da solidão.
Traz emoção ao coração!
Mas nem toda solidão é sofrimento,
Mas um prazer reflexivo ao firmamento.
O silêncio nos faz pensar,
Faz sorrir ou faz chorar.
Porem existe um silêncio que ninguém pode tirar.
É o silêncio do coração,
Pois dependendo, pode causar outro tipo de emoção .

CALMARIA

Deus é parente do silêncio, eu aprendi.
É tão família que às vezes
O que empino para escutá-lo
é o ouvido da alma.

Escuto, mas não sei
Se o que ouço é calmaria
Ou o próprio Deus.

Apenas sei que terei de esvaziar-me
Da trombeta que é a minha consciência envaidecida
Dos alaridos e dos aplausos que me cultuam
E assim dançar nesse dueto solene
Que é o divino e a calmaria.

Quando na Vida Há Você

Há poesia na vida...
Há poesia em você...
Em tudo que você é
Há sempre um poema lindo e diferente
A ser lido
A ser revelado
A ser declamado
A ser amado.
E até mesmo quando você fica em silêncio
Há uma poesia de paz necessária
Que nos faz renovar
Só por pensar em você.
Porque...
Há poesia em você...
Há poesia na vida,
Quando na vida há você.

Você calada,
é uma fábrica de destruição de mente,
é uma arma na cara do consciente,
é algo que nem o inexplicável explica,
é uma maldade quê se aplica,
o teu silêncio destrói meus ouvidos,
você calada, acaba com meu sentido ...
Saudades de suas palavras sonoras
Que pra voltar, minha poesia implora .

Talvez as coisas não estejam tão boas assim para você, quem sabe hoje não passe de apenas mais um domingo, de mais um dia cinzento.
Procure novos motivos para sorrir, busque novas motivações em sua vida, creia que nossa vida é dividida por fases e sejam boas ou ruins, elas passam! Antes de procurar novos motivos para sorrir no mundo, olhe para dentro de você, é aí que mora sua força, será olhando para você que irá descobrir que a força sempre esteve aí, dentro de você, só esperando que ser encontrada.

A vida é incrível e tudo pode mudar de uma hora para outra, creia mais, erga a cabeça, se vista do seu melhor sorriso, converse mais com Deus e se permita surpreender-se com as infinitas possibilidades de temos para sermos felizes!

E quando eu disse; A noite me atrai, a escuridão em si me atrai, é nela que eu me encontro. Todos me olharam espantados. As pessoas ali se agitaram. Uma senhora no meio dos outros levantou sua voz dizendo;
- A noite é fria, apenas os seres rastejantes e grotescos habitam a escuridão, como pode sentir-se atraído por ela??
E eu lhe respondi;
- Justamente por isso, não há o que clarear na luz, tudo é visível para aqueles que sabem ver. Agora na escuridão não, é lá que precisamos levar a luz, portanto é lá que devo estar.... E o silêncio pairou naquela sala....

(Trecho do livro Diário de um Índigo - Wesley Diniz)

SILÊNCIO POR FAVOR

Parei de falar
tentando entender
o que o silêncio dizia.
As vezes eu entendia,
outras eu não entendia.

As palavras são...
O veículo da razão
O silêncio é...
O caminho da sedução.

Silêncio é onde
o que se alucina
se tornar verdade.

Aquele que com a perfeição
de um sonho se aproxima
na intenção de atrair
quem se jogue na sua teia.

Quem melhor entende a mentira
que o vivente dos erros da mente.
Magos sem maculada
diante de uma pateia alucinada.

Inescrupulosamente
vender a arte que o mata
diariamente.

Magos da realidade são poucos
únicos e em extinção
São aqueles do amor extraem
a ilusão de cantar a verdade.

Não se mostram perfeitos.
Querem se mostrar perfeitamente
Para atraírem as presas
se fazem verdadeiros.

Por que me privar do chão duro
se eu fui feito para andar?
Por que ter medo das asas
que uso para voar?

Evitar o que para os outros é dor
se ela é parte da minha natureza
Como se pode querer o amor
quem não se entregar a própria dor.

Dante Locateli

⁠Perder é recomeçar...
Antes que desperte em mim algum grito...
Antes que se perca o sentido...
Diante o desconhecido...

Não me disseram para o que vim ainda...
Em um excesso de desejar sonhar, sonho...
Mas não sei trocar a minha sorte...
Antes da morte me beijar...

Hei de gritar...
Hei de cair e de chorar...
Também levantar...
Hei de amar, querer , desejar...
Não quero ter outra lei...
Além de sonhar...

Terrível solidão do mundo...
Onde pensam serem felizes por estarem acompanhados...
Onde colocam suas esperanças...
Em outro tão mais ou menos coitado...

Transcende a vida...
Entre as feridas...
Entre sopros...
Enganando-nos ...
Entre sorrisos e arrotos...
Enquanto nos abandonamos...

Enquanto no peito pulsa e canta a chama...
No silêncio mais fundo de nossa alma...
Sobre tudo por nós criado...
De si mesmo...
Contemplador e contemplado...
Enquanto escoa o tempo e o vento...
Até se completar o fado...

Perder e recomeçar...
Sempre...
Voltando, novamente...
A sonhar...

Sandro Paschoal Nogueira

Ansiedade em Verso,

A cada esquina da mente, dançam sombras incessantes,
A ansiedade, sutil, tece seus fios de inquietação.
É um labirinto íntimo, sem jardim, sem findar,
Onde o pensamento se perde em constante aflição.

O coração bate descompassado, respiração ofegante,
Cada instante, um mar revolto, turbilhão interno.
Na ânsia de um não ter querer, sincero.
A vida, peça onde sou figurante,
Interpretando o papel da busca pelo eterno.

Há dias em que o sol não aquece, apenas brilha,
E as noites são abismos de silêncio e dor.
A alma cansada, curva-se, vacila,
Na esperança de um alívio, um gesto de amor.

Mas, na tormenta, encontro força oculta,
Nos versos que escrevo, busco compreensão.
Na luta contra a maré, a alma exulta,
Descobrindo na poesia, a chave da libertação.

Assim, navego nas águas do ser, profundo,
Entre medos e sonhos, perda e ganho.
Na jornada de viver, só neste mundo,
Tentando, dia após dia, encontrar meu tamanho.