Texto Sobre Silêncio
Às vezes o silêncio é a melhor maneira de alcançar a sabedoria, pois é quando nosso corpo e mente entram em sintonia com o que está em volta de nós. O silêncio nos permite ouvir a voz da sabedoria, que só pode ser encontrada quando nos desconectamos do barulho e da agitação do mundo. Assim, quando nos desconectamos e nos abrimos para o silêncio, podemos abrir o portão da sabedoria que nos dá acesso a conhecimento e compreensão profunda.
Marcos é um poeta renomado do estado brasileiro, reconhecido por sua excelência na literatura. Seus poemas são inspiradores e cativam o público por sua poesia profunda e cheia de sentimento. Ele tem sido considerado um exemplo para outros poetas brasileiros, mostrando que a arte da poesia pode ser uma força motriz para melhorar a vida de todos.
(Verse 1)
No silêncio da noite, um verso eu escrevo,
Amor como arte, é tudo o que eu vejo.
Sentimentos dançam, em cada melodia,
Vida e amor juntos, na mesma sinfonia.
(Chorus)
Caminhos que trilho, com respeito e fervor,
Escrevo sobre a vida, o seu brilho, meu amor.
Deus nos deu a chance de viver e sentir,
Na tessitura do tempo, juntos, vamos fluir.
(Verse 2)
Alegrias e lágrimas, tudo faz parte,
Desenho um futuro, em cada batida,
Morte não é fim, é o ciclo a seguir,
Na arte do sentir, eu só quero existir.
(Chorus)
Caminhos que trilho, com respeito e fervor,
Escrevo sobre a vida, o seu brilho, meu amor.
Deus nos deu a chance de viver e sentir,
Na tessitura do tempo, juntos, vamos fluir.
(Bridge)
Escrevo sobre o amor, em cada sensação,
Sentido profundo, na minha canção.
Vida como arte, numa eterna missão,
Cada verso que trago, é pura emoção.
(Outro)
No compasso do tempo, vou sempre lembrar,
Dos dias vividos, do amor a vibrar.
Caminho que traço, com peso e leveza,
Escrevo o sentimento, nossa maior beleza.
Medo de Ser Esquecido
por Marcos, escritor da literatura brasileira
No silêncio do peito bate um tambor,
eco de um medo antigo, disfarçado em amor.
O homem calado, o copo na mão,
esconde a insegurança em falsa razão.
Acha que vai ser trocado,
por alguém mais novo, mais ousado.
Mas não vê que o amor não se mede na idade,
e sim na alma, na cumplicidade.
Falta coragem de se mostrar frágil,
de dizer: "Eu tenho medo de não ser mais ágil."
Chora por dentro, mas ninguém vê,
vira tempestade pra não se perder.
A bebida embriaga, mas não apaga,
a dor da mente que sempre divaga.
Fica agressivo, grita, se fecha,
mas tudo isso é só a alma que se queixa.
Homem que ama, também sente frio,
mas prefere o orgulho ao desafio.
E no fundo, só quer ser amado,
sem o risco de ser trocado.
Desilusão
Eu fui silêncio.
Fui também a segurança
Que você se agarrou.
Eu te conheci por inteira,
Ouvi seus pecados mais íntimos.
Te defendi de todo mundo que te rodeava.
Eu fui fiel.
Te ensinei a confiar,
Te fiz ver além do que as pessoas falavam.
Te mostrei o que te escondiam,
O que te enganavam.
Se errei, foi tentando te proteger.
Se te limitei, foi por saber onde eras incapaz.
Se te poupei, foi por não querer te ver humilhada.
Agora que tens outros amigos,
Me questiona.
Ouve outras Vozes, acredita em outras Coisas.
Antes, era só eu e você
Contra o mundo.
Agora você duvida de mim,
E se junta à eles.
E você sabe como me superar,
Aprendeu meus pontos fracos e,
Finalmente, pode me ver derrotado.
Você aprendeu a me enfrentar.
Ou será que aprendeu a se enfrentar?
Eu sou o medo
Sendo quebrado pela alma,
Sumindo pouco a pouco,
Te entregando, enfim, à sua verdadeira essência.
Voa.
O JARDINEIRO DO INVISÍVEL
Ninguém se torna poeta — o poeta é aquele a quem o silêncio escolheu como altar.
Não foi chamado por glória, mas ferido pelo mistério. Carrega no peito uma fenda invisível,
onde o mundo sussurra com voz de vento e de ausência.
Dentro dele dorme um vulcão que não ruge, mas ora — e cada brasa calada acende sentidos nas margens do indizível.
Não traz o fogo para incendiar — traz uma bússola trêmula, feita de dor decantada, contemplação e entrega.
Ser poeta não é declarar-se ao mundo — é desaparecer aos poucos em palavras que brotaram do exílio da alma,
como se cada verso fosse uma oração plantada no deserto.
Ao fim, o poeta é o jardineiro do invisível — aquele que sangra em silêncio, todos os dias,
para que outros vislumbrem, mesmo que por um instante, o caminho no turbulento escuro.
Eu sou
Eu sou o sussurro que paira antes do grito,
o silêncio que dança nas frestas do tempo.
Eu sou a lâmina sem fio que corta o que não se pode tocar,
o olhar que não se dobra, mesmo diante da luz.
Eu sou o passo que não ecoa,
mas faz tremer o chão.
Sou a sede que não se sacia,
o caminhar sem destino,
a fome sem nome.
Sou a palavra que se nega a ser dita,
o desejo que não cabe em desejo.
Sou o rastro invisível deixado em corações que jamais saberão meu nome.
Eu sou o erro e o acerto,
o meio sem bordas,
o abraço que aperta sem tocar.
Sou quem molda a si mesmo a cada respirar,
sem roteiro,
sem permissão,
sem plateia.
Eu sou aquele que dança com as sombras,
não por medo da luz,
mas por amar a textura do escuro.
Aquele que colhe o que não plantou,
e semeia em terrenos onde ninguém ousa pisar.
Eu sou a chama que não arde,
o frio que não gela,
o toque que não acaricia...
mas marca,
finca,
mora.
Sou o que nunca se cansa,
mas finge cansaço só para sentir o gosto do repouso que nunca vem.
Sou o viajante sem mapa,
o traço sem desenho,
o verbo sem tempo.
Eu sou.
E por ser, não peço licença.
Apenas respiro...
E no meu respirar,
o mundo aprende a conter o fôlego.
o silêncio dela não é só o calar sua mudez disfarça desespero e agonia quando se recolhe o faz para suportar a vida sua quietude é seu lugar de proteção precisa de um pouco de sossego para que a respiração se normalize necessita de calma para assimilar a vida se perde em pensamentos à procura de si de repente se dá conta de quantas contas errou
dos resultados que não alcançou e da vida que não viveu
dormiu menina acordou mulher
(Livro: Apenas uma possibilidade)
Fresta do Infinito
Sou verso solto na dobra do tempo,
Rasgando o silêncio com doce lamento,
Na dança da brisa que afaga o cimento,
Sonho acordado num breve momento.
Espelho quebrado reflete universo,
Em cada estilhaço um poema disperso,
O caos é harmônico, quase subverso,
No peito, um abismo de canto reverso.
E se eu for só fresta do infinito,
Luz que escapa, mesmo em grito aflito,
Me despeço do que nunca dito
E abraço o mundo no que acredito.
Carrego perguntas no bolso rasgado,
Respostas me fogem num tom disfarçado,
Sou verbo no cio, desejo alado,
Nas entrelinhas do não-declarado.
Faço da dor um bilhete encantado,
Do riso, um abrigo improvisado,
E sigo, ainda que despedaçado,
Com alma em festa e corpo cansado.
E se eu for só fresta do infinito,
Luz que escapa, mesmo em grito aflito,
Me despeço do que nunca dito
E abraço o mundo no que acredito.
Não me contenha em moldura ou muro,
Sou tempestade no traço mais puro,
Entre o delírio e o sonho mais duro,
Habita em mim o futuro inseguro.
No trapézio dos dias, me jogo sem medo,
Não por coragem, mas por segredo,
Porque viver é poema sem enredo
E amar… é se despir sem degredo.
E se eu for só fresta do infinito,
Deixa que a luz me tome por escrito,
Não peço paz, mas sim um conflito
Que me transforme em algo bonito.
Ecos da Alma
No silêncio profundo da existência, A alma brilha em pura ressonância, Liberdade dança em suaves fragrâncias, Paz interior, uma eterna constância.
Nos jardins secretos do ser, Onde a luz do espírito floresce, Gentileza se espalha ao amanhecer, A alma, em seu esplendor, agradece.
A felicidade verdadeira é sutil, Não grita, mas sussurra ao coração, Nos gestos simples, no amor gentil, Na beleza da pura contemplação.
Caminha a alma, livre, leve, Entre o céu azul e a terra calma, Em cada passo, um sonho se atreve, A manifestar a graça que acalma.
A União Perfeita das Metades Eternas
No encontro das metades eternas, há uma dança silenciosa, um balé de almas que se entrelaçam no mais puro dos sentimentos. Não é necessário despir-se de roupas, mas de barreiras; não é o corpo que se entrega, mas o espírito que se revela.
A presença é um presente constante, onde cada riso se transforma em uma melodia, e a telepatia, em uma linguagem sem palavras. Olhar nos olhos do outro é ver além das aparências, é enxergar a alma despida de máscaras e armaduras.
O toque não é apenas contato; é a costura delicada que une duas essências, entrelaçando memórias, compartilhando segredos e deleitando-se na companhia um do outro. Sentimos que somos um só, transcendentais no tempo e espaço.
Fazer amor com a alma é uma celebração do amor puro e eterno. E neste encontro sublime, compreendemos que não se pode ganhar a outra metade sem, primeiramente, despir-se de si mesmo. É uma entrega total, onde duas metades se completam, formando um todo inseparável, e juntos, transformam-se em um único ser, passeando pelo jardim do céu, onde as estrelas sussurram segredos de amor eterno, e a magia do universo os envolve em um abraço celestial.
Solitude Serenata
Entende o segredo dos solitários, Quem no silêncio encontra a paz, A alma dança ao som do vácuo, A luz que ninguém mais traz.
Não teme o peso do abandono, Nem se curva à solidão. O que busca o próprio sono, Encontra abrigo em seu coração.
A companhia é ofertada, Não mendigada, não em vão, Pois em si, a mente é fortificada, Fortaleza na imensidão.
Se entende a solitude serena, Encontra vida em seu universo, A existência se torna plena, Na calma de um verso.
Ressonância Noturna
Em meu lar, ressoa a voz, Do vizinho que não guarda o tempo. No silêncio, ecoam palavras, Que invadem, perturbam o momento.
Alugado o espaço onde vive, Enquanto o meu é minha morada. São pequenos e próximos lares, Mas a paz, por ele, é roubada.
O síndico espera por vozes, De outros que se sintam oprimidos. Mas os corajosos se foram, E o silêncio dos justos, vencidos.
Há noites em que o descanso reina, E noites que em vigília me encontro. O relógio, sem leis ou limites, Transforma em tormento o meu sono.
Buscar consolo na casa materna, Um lar que já não me pertence, Bagunçaria minha rotina, Em uma fuga que não convence.
É aqui que vivo, é aqui que insisto, Na luta por um pouco de paz. Pois cada eco, cada grito, É um apelo que não se desfaz.
A Floresta do Silêncio
Em um canto remoto do mundo, longe das luzes da civilização, havia uma floresta antiga conhecida como a Floresta do Silêncio. Diziam que qualquer pessoa que adentrasse suas profundezas com o coração tranquilo seria capaz de desvendar os segredos da existência.
Leonete, uma mulher medrosa e desconfiada, decidiu aventurar-se na Floresta do Silêncio. Cansada de viver de teorias, ela buscava a verdade e acreditava na magia. Sentia uma necessidade constante de entender o que fazia tudo funcionar e como ela se encaixava no grande esquema das coisas. Com uma mochila nas costas e a mente aberta, ela se embrenhou entre as árvores altas e ancestrais.
Os primeiros dias na floresta foram desafiadores. O silêncio era avassalador, quase ensurdecedor. No entanto, aos poucos, Leonete começou a perceber as sutilezas da natureza ao seu redor: o som suave do vento nas folhas, o murmúrio dos riachos e o canto distante dos pássaros. Ela começou a sentir uma conexão profunda com tudo ao seu redor.
Uma noite, enquanto observava as estrelas, Leonete teve uma epifania. Ela percebeu que não havia distinção entre ela e o resto do universo; tudo fazia parte de um único evento cósmico, uma dança eterna de energias e formas. Compreendeu que o universo não tinha um propósito específico, mas que era belo e perfeito em sua simples existência.
Com o tempo, Leonete aprendeu a viver cada momento plenamente, sem tentar traduzir ou complicar o que acontecia ao seu redor. Ela entendeu que as coisas são como são e que o segredo da felicidade está em aceitar a simplicidade da vida. Assim, ela voltou para a civilização com um coração em paz, carregando consigo a sabedoria da Floresta do Silêncio.
Ela compreendeu que a verdadeira sabedoria é render-se à vida e deixar-se fluir com ela. Viver de maneira plena e autêntica significava acolher cada experiência sem resistência, permitindo que a vida seguisse seu curso natural. Leonete encontrou paz ao perceber que, ao se entregar ao fluxo da vida, ela era capaz de se conectar mais profundamente com o mundo ao seu redor e, assim, descobrir o significado verdadeiro da existência.
Ouvindo a Voz do Silêncio
Já vivi na correria, e minha vida não tinha alegria. Quando eu queria descansar, não podia parar. Tinha contas para pagar. Honestidade sempre foi meu nome, e ficar devendo nunca fez parte de mim. Enfim, eu não vivia como queria.
Hoje eu caminho devagar e sem pressa de chegar. Adoro observar cada lugar por onde eu passo. Sinto o calor do sol acariciar minha pele e o perfume sutil das flores que enfeitam o caminho. Em todo canto há uma história; todo lugar tem memórias que sussurram ao vento, convidando-me a escutar.
O passado era obscuro. No presente e no futuro, tudo pode acontecer. Eu fluo com a vida, sentindo a brisa tocar meu rosto como um afago suave e o gosto fresco da natureza a me alimentar, como se cada sopro de ar fosse carregado de energia vital.
Amo ficar dentro de mim, olhando para fora, da janela da minha alma. Com calma e serenidade, vejo as árvores dançando ao som do vento, e as cores do céu pintando quadros únicos a cada pôr do sol. Assim, vivo de verdade a verdadeira felicidade.
O Chamado da Alma
Na quietude da madrugada, quando o silêncio se torna um portal para o infinito, fui envolvida por uma força que transcende a lógica humana. Naquele instante, compreendi que minha existência não era apenas uma sucessão de eventos, mas uma jornada conduzida por algo maior.
O mundo material sempre me ensinou a acreditar no que os olhos podem ver, no que as mãos podem tocar, mas naquele momento, o véu da ilusão se desfez. Fui chamada para algo além da compreensão, a travessia para um conhecimento que exige coragem, renúncia e entrega.
As palavras que chegaram até mim não eram apenas um conselho, mas um convite. Um chamado para abandonar certezas rígidas e adentrar o fluxo dinâmico da verdade espiritual. A jornada não prometia facilidade, nem recompensas imediatas, apenas a certeza de que, ao cruzar esse limiar, eu jamais seria a mesma.
Entendi que os desafios não são obstáculos, mas degraus que elevam a alma. O ego resistiu, tentando me prender ao conhecido, mas minha essência pulsava em outro ritmo. A cada passo, percebia que não caminhava sozinha—uma força maior guiava meus movimentos, sussurrando verdades ancestrais que despertavam algo profundo dentro de mim.
A partir daquele momento, minha vida tomou um novo curso. Cada escolha, cada renúncia, cada aprendizado passou a fazer parte desse caminho de expansão e transcendência. O nome que carrego hoje reflete essa metamorfose, a chama que ilumina o percurso e me lembra que sou movimento, fluidez e transformação.
Agora, sigo a jornada com gratidão, sabendo que cada passo ressoa no universo e que, na simplicidade da entrega, encontro a verdadeira grandeza do ser.
Grito de Liberdade
Quantas vezes...
busquei no silencio da noite
uma saída...
murmurei para as estrelas
questionei com meu Deus
chorei com a lua
andei até meus pés doerem
pensei até minha cabeça latejar
quantas e quantas vezes...
gritei silenciosamente
só para mim mesma ouvir
esperando algo acontecer
com o rosto escondido
entre as mãos
rezei...a todos os santos
me joelhei e implorei...
muitas e muitas vezes
e não me achei
e nem saída encontrei...
Eu nem peço muito.
Peço o que é quase nada
mas que, no fundo, é tudo:
silêncio que não me fira,
presença que não me sufoque,
um canto quieto onde eu possa respirar.
Aquietei meu desejo sem fazer alarde.
Enrolei-o num véu de silêncio
e o deixei repousar onde ninguém mais alcança.
Há um tumulto lá fora.
Uma pressa que empurra,
uma sede que nunca se sacia.
Mas eu…
eu recolhi meus sentidos,
como quem apaga as luzes para ver melhor por dentro.
Permiti à solidão entrar com os pés descalços,
sem medo dela
como quem reencontra uma velha amiga.
Não me falta amor,
me falta barulho a menos.
Me falta gente que saiba calar bonito.
Hoje, fico guardada.
Não por medo do mundo,
mas por amor a mim.
Sou abrigo do que é leve,
sou pausa.
E quem souber me encontrar nesse silêncio,
não precisará bater.
"Em silêncio, encontrei a verdade que a pressa esconde.
Descobri que sou feito de instantes que não voltam e escolhas que me moldam.
Carrego vitórias, mas também feridas — e ambas me ensinaram.
Hoje compreendo que crescer não é acumular, mas desapegar do que já não me leva adiante.
Sou o reflexo das minhas lutas internas e da paz que escolho construir, mesmo quando o mundo lá fora insiste em me tirar do eixo.
Sou imperfeito, mas em construção — e nisso há beleza."
— Joel Vigano
Às vezes, o silêncio da noite é o único som que a alma precisa ouvir.
É nesse instante, quando o mundo desacelera e os pensamentos dançam em tom mais leve,
que a gente se encontra de verdade.
Não se cobre tanto.
Você já foi forte o suficiente hoje.
Deu conta do que pôde, e o que não deu… ficará para amanhã.
E tudo bem.
Acolha sua humanidade.
Com suas luzes e sombras, com suas vitórias miúdas e os tropeços também.
É isso que faz de você uma história bonita — imperfeita, mas cheia de verdade.
Respira fundo.
Deixa que a paz entre devagarinho,
como quem não quer incomodar,
mas vem para ficar.
Boa noite.
Durma em paz.
Amanhã, a esperança renasce com o sol.
(Joel Vigano)
A metamorfose das borboletas é um poema que a natureza escreve em silêncio. De um pequeno ovo, nasce a lagarta, tímida, rastejando sobre a terra, carregando o peso de um destino que ainda não compreende. A jornada começa ali, no ventre do mundo, onde o tempo se alonga, e cada movimento é uma dança lenta, uma preparação para o grande milagre que está por vir.
Vem então o casulo, a prisão necessária, onde o tempo se dobra e o corpo se transforma em segredo. Na escuridão do casulo, há um pacto entre o que se foi e o que será. E, quando o véu finalmente se rompe, surgem as asas—leves, coloridas, como se carregassem o próprio céu em suas tramas. O voo é um ato de libertação, uma prece ao vento, uma celebração da vida que se recria.
Assim somos nós, navegantes do tempo e do espírito. Nascemos presos ao chão, e a vida, com sua delicadeza cruel, nos coloca diante de casulos invisíveis—desafios, perdas, silêncios que nos envolvem e nos moldam. Mas é ali, na aparente imobilidade, que a alma se prepara para alçar voo. Cada lágrima, cada dor, cada espera se torna parte de uma transformação inevitável, tão bela quanto o desabrochar de uma borboleta.
E, quando finalmente rompemos o casulo das nossas angústias, encontramos nossas próprias asas, tingidas pelas cores de nossas vivências. O voo humano é menos sobre a leveza do corpo e mais sobre a leveza do espírito. Voamos para dentro de nós mesmos, para os céus íntimos onde habitam nossas verdades mais profundas.
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