Texto sobre eu Amo meu Irmao
Alma em chuva
A chuva cai numa constante
Assim como as minhas lágrimas insistentes
Meu peito espia uma vertente
De sentimento que arde como um raio
Que atinge o chão e ali se sente
O mais forte de todos, o abrasador.
Um rastro tênue, entre a dor e a paz,
Um eco distante, que a alma acalenta.
Vou juntando em silêncio os pedacinhos
Refazendo meus pensamentos
Com apenas um movimento
de falar tudo que sinto
Só assim serei eu mesma,
Sozinha com meus sentimentos.
Não é simples, é bem verdade
Falar de coisas inexplicáveis
Muitos sequer desconfiam
Do que realmente tenho vontade
Da vida, do tempo, da realidade,
Que eu fantasio a felicidade.
O tempo, implacável amigo,
Testemunha silencioso a minha vida,
Mas ele sabe que também não pode
Cobrir de estrelas o meu caminho
Indiferente aos meus clamores,
segue adiante, muito tranquilo.
Agora sopra um vento muito forte
Levando embora as amarguras
E de pronto vejo longe um raio
Daquele que antes me queimava
agora é luz no céu
que cai pra me acordar,
E assim como o tempo,
Poder enfim seguir adiante.
CANTANDO SÓ PARA MIM - João Nunes Ventura-09/2024
Meu doce passarinho que canta
E encanta,
Já vem chegando nova alvorada,
A manhã de primavera iluminada
E esperada,
Que lembrança de minha amada.
Na aurora raios fulgentes de luz
E reluz,
No fascínio os cantos e amores,
E nas brisas que vem das matas
Em cascatas,
Espalham fragrâncias das flores.
Borboletas azuis de belezas mil
Céu de anil,
Tem a atração das lindas rosas
E com suas asas de cores belas
Todas elas,
Fascinadas nas flores cheirosas
Vem chegando ao jardim florido
E colorido,
A linda ave das tardes fagueiras,
Fascinado ao redor e circulando
Até recordando,
De felicidade as belas palmeiras.
Meu meigo e querido passarinho
Teu ninho,
De longe vens visitar meu jardim,
Que a manhã da minha felicidade
De saudade,
É te ouvir cantando só para mim.
Estou sozinho, cercado por silêncios que preenchem os espaços ao meu redor. Não é a ausência de pessoas que mais pesa, mas a falta de um olhar que se cruza com o meu, de uma palavra que quebra essa distância invisível. Há uma calma, quase solene, no estar sozinho, mas também uma saudade profunda de compartilhar momentos. O silêncio que antes parecia ser apenas uma pausa agora é um lembrete constante do vazio.
Mesmo assim, continuo aqui, firme, esperando que em algum momento a solidão se transforme em companhia. Não é um desejo desesperado, mas uma esperança serena, de que um dia alguém perceba o espaço ao meu lado, sinta que há algo a compartilhar e que esse silêncio deixe de ser tão pesado.
Você
Você é tudo pra mim,
Fogueira ardente,o meu sol poente,
És a linda flor do meu jardim.
Você é a explicação das minhas procuras,
Uma mulher que reluz e me seduz,
Meu único remédio que sempre me cura.
Você ,é como um dia eu sonhei,
Uma menina linda e sensual,
Que nas estradas da vida encontrei.
Você é o meu infinito,
O meu melhor grito,
E sem você, não resisto, simplesmente me agito.
Me agito de carência e por medo da solidão,
E sem você,
Sou um problema sem solução.
Você é algo sublime e inexplicável,
Uma mulher que escolhi simplesmente amar,
E dentro desse enigma indecifrável,
Está o fato de eu sempre conseguir lhe encontrar.
Numa linda noite de março,
Onde tudo simplesmente começou,
Entre doces beijos e abraços,
Algo forte me cativou.
Foi forte e com muita cor,
Leve como brumas ao vento,
Foi o início de um grande amor,
E com ele ,um grande sentimento.
Lourival Alves
Renascer
Floresce cada etapa
Juventude se curva, meu bem
E a sabedoria se encaixa
Nesse ciclo que a vida tem
O coração pronto deve estar
Para a despedida, para recomeçar
:
Com coragem, vamos seguir
A novos vínculos sem tristeza
Em cada começo há de existir
Uma magia e sua beleza
Viver acima das incertezas
Com fé no peito a nos guiar
De espaço em espaço a caminhar
:
Felizes, sem pátria se apegar
O espírito do mundo não prende
Eleva, amplia, faz-nos andar
Mal nos aconchegamos
Já o desalento vem nos rondar
Mas prontos para a jornada
Conseguimos a mente libertar
:
Talvez a morte nos chame
Ainda jovens, pra nova partida
Mas o chamado da vida é constante
E sempre nos guia nessa lida
Avante, coração, sem temer
Fala até logo e segue firme
Que a vida é sempre renascer
Olhos do Coração!
Quando a visão falhou
Meu querer confortou
Minha voz confirmou
Inspirando a confiança
Quando a visão falhou
Meu abraço acalmou
Minha fé perfumou
Exalando em abundância
Quando a visão falhou
Seu coração notou
E o amor me enxergou...
Revelando a esperança!
No compasso do meu interior.
Sob a luz prateada da lua
O mar dança em sussurros de maré
Vibrações energéticas fluem cruas
No compasso de um cantigo que é fé
No meu mundo interior, a música ecoa
Cada acorde ressoa como ondas no mar
É a essência que em mim sempre voa
Num balé de sentimentos a navegar
A lua, guardiã das marés e dos sonhos
Reflete em mim um cântico sem igual
As vibrações do mar, suaves ou risonhos
São melodias que me fazem ser real
Em cada nota, encontro o meu ser
Na harmonia do universo a pulsar
Meu canto interior, eterno florescer
É a minha sinfonia de viver e amar.
Sinfonia do Ser
Nos acordes do vento, encontro meu som
Na melodia do mar, sinto-me em casa
Cada nota um murmúrio, um desejo bom
Cada acorde, uma chama que se embasa
A vida é um ritmo, um verso em movimento
Nas cordas do tempo, traço minha história
Sem música, seria apenas um lamento
Com ela, navego em mares de memória
Nos acordes da alma, encontro meu eu
Na sinfonia do ser, me faço inteira
A música é o sonho que nunca morreu
É a linha tênue entre o agora e a fronteira.
CHÃO DO MEU PASSADO
Nada mais existe
O curral foi desmanchado
Nem sinal do umbuzeiro
Saudades do passado
Aquela casa grande
Rodeada de avarandado.
Não vejo mais nada
Acabou-se por ironia
Não tem mais a fonte
Nem a cerca que existia
Um sonho destruído
Junto foi a alegria.
Lembrando do terreiro
Com galos e galinhas
Pato, peru e gansos
E também as porquinhas
Ficou tudo estranho
Não tem mais as estradinhas.
No lugar onde morei
Tudo está mudado
Serrote não é o mesmo
Meu sonho foi plantado
Hoje só lembranças
Do meu eterno passado.
Ali passei a Infância
Escrevi a minha história
Passei a adolescência
Tudo está na memória
Hoje, mesmo distante
Tempo de paz e vitória.
Irá Rodrigues.
Sou poeta raiz do meu nordeste,
uma lenda na arte do improviso.
O meu verso pesado corre liso,
desbravando esse rincão agreste.
Rima pesada de um caba da peste,
que defende a cultura sem descarte.
Sempre há alguém que em alguma parte
ignora a minha rima, então.
São alguns colegas de profissão,
que, por inveja, ignoram minha arte.
Semanas evidentes.
Hoje, sem forças me encontro
Na esperança de uma aliança.
Ainda que meu erro, minha sentença,
Seja feita de meu ser.
Nessa luta, nesse desespero,
Embora nessa linha, nesse espelho,
Esteja o meu erro,
A ausência do conforto do meu eu.
Na busca de me encontrar, me perco
Na luta de te esquecer, lhe encontro
É como se eu soubesse a resposta de tudo
Mas de nada me servisse a própria.
Como de nada, antes, me ocorresse
Algo que sei que jamais cogitaria
Tudo como um fruto de minha mente
Que fantasiada se ascendia.
Entre olhares que guardamos na memória,
E palavras que guardamos no silêncio,
Onde foi que nos perdemos?
E, nessa angústia, me derramo.
Procuro no mar às lágrimas
Um pouco de que me caiu do resto, a alma.
Já o tempo, esse estranho cúmplice,
Me leva as mágoas, e embeleza as dores
Mas nunca devolve o que já foi,
Pois não há como voltar em algo que nunca de fato existiu.
E amanhã, acordo-me
E recordo-me
Nesse erro, essa luta,
Como sempre, pois aos mares não há como se apressar
Como nunca, pois de fato apenas tenho a lidar, não sonhar.
Jardim Sertanejo
Os dedos perpassam a pele deixando o tato quente do meu desejo
Entre nós escorre o néctar do meu alvo jardim sertanejo
A língua que faz o caminho atinge a flecha do veraneio
Sinto que perde o ar em cada toque, em cada beijo
Vou te despindo devagar, a tua pele eu incendeio.
Os olhos a conversar, pedem que o sorriso aprume o seio
A paz que veio buscar ficou entre mãos fechadas, nos fios do meu cabelo
No ritmo intenso e domado, tua boca abre em apelo
O tremor lhe segue a medida, que acaba o nosso rodeio.
Embora aquele meu anseio de que a felicidade envolva meu peito, seja evidente em meus textos, por que eu sinto que esse sentimento é tão vazio ? A felicidade é apenas, um, sentimento. O que a deixa, uma hora, monótona e sem graça, sem riscos, sem desafios. A felicidade, é a mais solitária, em meu ponto de vista.
Já a tristeza, ela me envolve em seus braços, tão quentes, tão confortáveis, quando se aprecia a dor, você enxerga a beleza dela. A tristeza, não finge que vai ficar, ela fica, a tristeza não é um sentimento que eu preciso conquistar, ela vem até mim, por livre e espontânea vontade. Quando você se acostuma com a dor, com o frio, com o desespero, com a solidão, você percebe que esses são os sentimentos que te moldam da melhor forma, você aprende a não se iludir, a não deixar que te machuquem, você aprende a se proteger. Eu já fui feliz, e sinceramente, a tristeza me trouxe mais emoção, os olhos melancólicos, enxergam a dor de terceiros, eles enxergam além daquela aura de felicidade. Eu nunca vou me cansar da sensação de não precisar de ninguém, depois que eu me acostumei a estar só, são raras as exceções em que eu não escolho quem pode, ou não, entrar. Eu poderia até escrever mais textos sobre a felicidade, mas eu sinto que a sensação de estar sozinho, afundado no desespero, em um beco sem saída, com a tristeza me perseguindo, trás até outra sensação, a adrenalina, a mesma que faz com que os nossos pesadelos, sejam tão intensos. Essa fusão, entre tristeza e adrenalina, é a mais impressionante, e a mais importante, para se tornar uma pessoa feroz, que encara os problemas, cara a cara.
RÉU CONFESSO
Não me agrada meu pensamento...
Vez ou outra paro e penso
nas rosas que não brotaram e nos lírios que emudeceram,
sem jardim
Concluo, ansiosa, o pensamento...
Quem azulou o firmamento,
verdejou os campos e brilhou as estrelas, cuida de mim,
sem dúvida
O problema não é Ele. Sou eu e o que invento...
É essa dúvida que revoa meu pensamento
e vez ou outra sofro pelas rosas que não brotaram
e pelos lírios
que emudeceram
sem jardim
Pobre de mim quando me afasto d’Ele.
Pobre de mim...
MCRocha
Outono, Escócia. 2024
“Por favor, amor meu, me livre desta vida moribunda.
Permita-me, pedir-lhe em namoro em uma tarde fria de Domingo, e casarmo-nos, na Segunda.
Por favor, meu amor, deixe-me, curar-lhe as feridas e ser da sua alma, a lembrança mais profunda.
Permita-me, meu amor, e verás que a felicidade, há muito lhe circunda.
Amo-te, amada minha, deixe esse sentimento dar vazão, pois esse amor me inunda.
Minh’alma, afogada, se afunda.
A vida é tão bela; o amor, aquela coisa singela; e a paixão, aquela coisa insana, que compursca.
Seus olhos, são paisagem; seu toque, inenarrável aveludar; sua imagem, o todo do divino; sua voz, é música.
Eu te amo, do momento em que te vi, até da minha morte, obscura.
Sei que não te mereço, sou o pecado, o erro, das criações do Deus, a mais impura.
Mas imploro, a esta pífia existência, amor meu; um único beijo, a salvação sua.
Caso não, tudo bem, divindade que és, mate em meu âmago, o amor que sinto por ti e livre me, desta vida moribunda…”
"Invejo, todo amante que diz.
'Restou-me apenas, a cicatriz.'
A ferida, ainda aberta em meu peito, é o que me deixa por um triz.
Refém de um coração lacaio, vítima de uma indiferença atroz, pergunto: O que eu fiz?
Fui porto seguro, pra um sentimento naufragado, fervoroso amante e ela; atriz.
Infelizmente, a nossa história, não fora escrita em lousa; onde, com um simples sopro, faria esvoaçar as lembranças, as dores, o giz.
Se fora com o vento, levou-me as cores, tornei-me gris.
Eu fui o que você precisava; você, foi o que quis.
Não me amava, nunca amou; o que ela ama é ser infeliz.
Rogo para que o Pai, cure-me tal ferida, me poupe desse sangrar e me permita ser, apenas, mais um amante que diz.
'Daquela ferida, restou-me apenas, a cicatriz.'..."
"Perdão, amor, o erro foi meu.
Errei, em ligar de novo, errei em implorar por você, a Deus.
Errei, em dizer adeus.
Sim, meu amor, perdão, erro meu.
Errei, em te amar demais, errei em amá-la, mais do que eu.
Errei, em não tolerar o desdém, a indiferença, o beijo frio, que me ofereceu.
Perdão, amor meu.
O erro não é nosso, o erro é só meu.
Assim, como nosso amor; pois quando do seu abandono, só o coração, desde que lhe escreve, sofreu.
Perdão, meu amor, o erro foi meu.
Falando em coração; há muito, abstive do meu.
Desde o momento do nosso primeiro olhar, este lhe pertenceu.
Hoje, percebo; não obtive o seu.
Mas, peço-lhe perdão, amor meu.
Perdoe-me, por desejar-lhe da primeira aurora, até da noite, o último breu.
Realmente; reflexivo na madrugada, percebo: o erro foi meu.
Errei, em fazer de ti, a minha religião, eu deveria ter morrido ateu.
Errei, em tentar matar o nosso amor, eu deveria ter matado o meu.
Ter matado eu.
Por te amar demais, assumo o fardo da culpa, vá em paz, deixe comigo, o inferno da culpa e o paraíso dos sonhos, que um dia me prometeu.
Perdão, meu amor, assumo: o erro, foi meu..."
Era desta vez!
Era o meu olhar,
Era o seu olhar
Eram nossos olhares.
Será que escrevo com quem me deito?
Ou
Será que me deito com ''Olhares''...
Eram nossos corpos entrelaçados entre nossos ''Olhares''
Era minhas mãos deslizando pelo seu corpo, e meus olhares
perdidamente em seus ''Olhares''.
Os teus olhares me diz: Vem cá
Os meus diz: Agora.
E agora?
Éramos nós.
Gerações Distantes
Cada movimento que faço torna meu dia único, nas madrugadas rezo por proteção dos justos jamais quero usar a expressão que estou sentindo sua falta. na minha mente você não será apagado pois me sinto bem com sua áurea, adoro sua naturalidade a pureza do olhar movimento do seu corpo, pena que somos de gerações distintas.
Poeira estelar.
Céu noturno
Pra onde se dirige meu olhar.
E fico a me perguntar: de que partícula sou... como aqui vim chegar?
Mergulho profundamente nos processos cósmicos que moldam este mundo...
Vou em busca de respostas...
E vou até o fundo.
Chego à minha raiz – nuvens cósmicas gigantes... as nebulosas.
Entrelaçaram-se elas num balé cósmico.
Chegam a um frenesi sem igual.
Explodem numa explosão fenomenal.
Olho o céu noturno.
Em busca do meu passado.
E repito sempre palavras que em algum lugar li: “eu, universo de átomos, um átomo no Universo”.
É estranho estar aqui agora simplesmente a fazer disso versos.
