Texto sobre Dança
Ecos do Infinito
A vida é um sopro que dança no tempo
É vento que sussurra segredos antigos
Rio que escorre sem olhar para trás
Estrela que brilha sem pergunta o por quê
Efêmera. Inconstante. Radiante.
A vida é um sopro que dança no tempo
É lagrima que rega jardins invisíveis
Eco de risos em tardes douradas
Silêncio que fala ao coração desperto
Profunda. Intensa. Misteriosa.
A vida é um sopro que dança no tempo
É a pagina em branco e a tinta correndo
Sonho que insiste mesmo ao despertar
Abraço que fica quando tudo se vai
Infinita. Persistente. Acolhedora.
A vida é um sopro que dança no tempo
E quem aprende dançar com ela
Descobre que o eterno se vive no instante
Sábia. Livre. Atemporal.
Onde tem tudo, tem a tua presença
Nos campos vastos, no brilho das estrelas,
Na dança das águas que tocam a areia,
Onde o vento sopra com sua leveza,
Lá está você, na essência da beleza.
No riso que ecoa em tardes serenas,
No calor do sol que aquece as penas,
Na sombra tranquila de uma árvore imensa,
Onde tem tudo, tem a tua presença.
No abraço apertado, no olhar que acolhe,
No tempo que passa e jamais nos tolhe,
Na simplicidade que sempre compensa,
Você está lá, na forma mais intensa.
Teu ser é infinito, tua luz é essência,
Onde quer que eu vá, sinto a tua presença.
SimoneCruvinel
Em cada canto da noite, te busco,
Teu cheiro ainda dança no ar,
A lembrança de nós dois é um fuso,
Entre a saudade e o desejo a pulsar.
Teus lábios, um doce que eu anseio,
Um toque que arde em minha pele,
A tentação sussurra em meu seio,
E a saudade me envolve como uma rede.
São memórias que queimam como fogo,
Cada risada, cada olhar trocado,
A distância é um eco que imploro,
Mas o amor é um caminho sagrado.
Te vejo em cada sombra da lua,
Nos sonhos que me levam a ti,
E mesmo longe, minha alma flutua,
Entre a saudade e o desejo de sentir.
Ah, como é difícil essa espera!
O tempo se arrasta em seu compasso.
Mas ao te encontrar, toda dor se altera,
E transformo a saudade em abraço.
Pois amor é isso: um jogo de querer,
Entre o coração que clama e a razão.
Saudade e tentação sempre a tecer,
Um laço eterno na imensidão.
Na dança do tempo, a saudade vem,
Em cada instante longe, meu coração também.
Os dias se arrastam, mas a esperança brilha,
Pois sei que tua presença é o que mais me aninha.
A distância é um teste, uma prova de amor,
Mas em cada batida, sinto teu calor.
A paciência é a chave que abre o coração,
E em cada lembrança, encontro a razão.
Teus sorrisos guardados em meu pensamento,
São como estrelas que iluminam o vento.
A alegria de te ter é um doce abrigo,
E mesmo longe, sinto você comigo.
Os momentos de espera são sementes de carinho,
Cada dia que passa, fortalece nosso caminho.
E quando finalmente nossos olhos se encontrarem,
Serão mil alegrias que juntos celebraremos.
Saudade é amor em sua forma mais pura,
É a certeza de que a nossa história é segura.
Com paciência e fé, vamos juntos dançar,
E na alegria do reencontro, iremos nos amar.
MATUTINA (soneto)
Na manhã matutina do planalto
Vagueia o horizonte tão rubente
Numa dança de cor em contralto
Cintilando o azul do céu nascente
Ultrapassa os jardins do asfalto
Sem esquinas, nuvem ausente
No espetáculo como ponto alto
Riscando o cerrado num repente
E o vento chia, é julho, tão frio
Brasília de curvas retas, feitio
Sereno, num panorama pleno
Rompi o dia em arauto gentil
Ipês floridos, de sertão bravio
E amanhecer nunca pequeno
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Planalto central - Brasília
ENFADA DANÇA
Oh, meu melancólico sofrimento
Por que no silêncio recomeças
Ritmando o árduo sentimento
Numa agitada dança, as pressas
Eu vago sozinho pelo lamento
Na solidão, que queres?... Peças!
No dia, na noite, és só firmamento
Assim, sem que nada te impeças
Tu danças ao amuo do vento
Ao relento, trazendo o medo
E o pranto. Oh doce fomento
Um enredo... sou desesperança
Vago só e errante neste lajedo
E tu me leva nesta enfada dança
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/12/2019, cerrado goiano
debilidade
inflexível é o tempo, dança
que passa, Maria fumaça
deixando na lembrança
marcando a carcaça...
- tudo fica mais frágil
o ágil perde a esperança
as engrenagens pagam pedágio
e o pouco no mínimo, danos
neste naufrágio, um só adágio:
capengamos! que siga os anos!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
24/10/2019, quinta feira
Cerrado goiano
TERRA DO CERRADO (soneto)
O diverso agita o cerrado em dança
Em ventos místicos em um gorjeio
A primavera lhe dá variegado seio
Na secura és de bravio possança
Do teu chão feraz nenhum receio
Velho planalto generosa usança
Vastidão, em arbustos em trança
O encantamento daqui me veio
Qual a tulha de preciosa faiança
Terra mestiça de vário devaneio
Ó sertão, do édem semelhança
E entre ovação, aplausos carreio
Tua luz, céu, horizonte, bonança
Na fascinação és de amor cheio
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Reflexão sobre a Dopamina
Na dança da vida, um fio de luz,
Dopamina flui, mas o passado seduz.
Um sorriso fugaz, um prazer que consome,
Mas a sombra do trauma, em silêncio, se some.
Em cada conexão, uma busca incessante,
Por momentos de alegria, um toque vibrante.
Mas as feridas abertas, como sombras, persistem,
E o prazer que se encontra, algumas vezes, resiste.
Estímulos prometem um alívio fugaz,
Mas o eco do medo muitas vezes é voraz.
Em busca de fuga, um refúgio em vão,
A dopamina canta, mas fere o coração.
A cada conquista, um brilho passageiro,
Mas o peso do passado é um fardo verdadeiro.
Entre a euforia e a dor, um jogo sutil,
A mente navega, em um mar tão hostil.
Traumas que marcam, como cicatrizes,
Transformam os prazeres em sutis deslices.
E ao sentir a alegria, vem o receio,
De que a felicidade seja apenas um anseio.
Oh, dopamina, amiga e vilã,
Em ti busco alívio, mas a paz é tão vã.
Que eu aprenda a dançar, sem medo do chão,
E que a cura venha, não só em emoção.
Por trás de cada riso, um choro silente,
E a vida é um ciclo, um espelho latente.
Que eu possa encontrar a luz na escuridão,
E transformar meu trauma em força, em canção.
És como brisa que de mansinho abranda arredores, és dança de salão como um tango ardente, és cores que colore a vida, és pequena no andar, és grande no olhar, és coração do impulso, és reflexo da transparência, és doutora das leis, és menina de agulha e linha, és moça coroada, és princesa do agreste que trouxe ventura pra cidadezinha ... Teus passos, amiúde, seguem um rítmo nivelado nessa magia de beleza e alegria que transcende o seu sorriso.
Para Modelete.
Ela era poesia... Ele, não sabia ler
Ela era verso livre, dança de palavras ao vento, um livro aberto cheio de entrelinhas.
Tinha alma de outono, folhas caindo em promessas douradas, e um olhar que escrevia histórias sem precisar de tinta.
Falava com os olhos, sussurrava com os gestos, recitava amor em silêncio.
Mas ele... Ele não sabia ler.
Não enxergava as metáforas bordadas no riso dela, nem as estrofes ocultas nos suspiros entre uma conversa e outra.
Passava os dedos sobre sua pele sem decifrar as rimas que ali moravam, sem perceber que cada toque era um poema esperando ser sentido.
Ela declamava sentimentos na sutileza do olhar.
Ele ouvia, mas não escutava.
Ela escrevia epopeias com a alma.
Ele as tratava como rabiscos sem sentido.
E assim, ela seguiu sendo poesia.
E ele, analfabeto de amor.
Olhar carente, inocente
Meu desejo, vem cair na dança
Perder o juízo,
Vem rolar na rede, escorregar na cama
Vamos fazer o quê, sei lá...mas vamos fazer
Vamos se entregar no vento, na chuva..
Correr no mato, cair na grama.
Vamos lá, meu dengo
Dengar...ai,ai, ai...ê, ê ê...
Hum, hum, hum...
Vem cá, meu nego
Chamegar, chamego.
Preciso Ser.
É preciso ser criança,
aquela que não perdia a dança,
brincava até aprender a sambá
e descansava apenas pra recomeçar.
É preciso ser criança,
sem medo do erro,
buscando sempre,
um novo acerto.
Não digo para Peter Pan ser,
mas há momentos,
em que jovem e adulto
devem aparecer.
Pois para aprender,
é preciso criança ser.
Canção da Magia
Nos sussurros do vento, a verdade escuto,
No fogo que dança, segredos oculto.
Pelos ciclos da Lua, meu passo é guiado,
No rastro das sombras, meu dom despertado.
Sou a chama, sou a terra,
Sou o rio e a tempestade,
Na dança antiga dos tempos,
Sou a voz da eternidade.
Na raiz do carvalho, memórias se enlaçam,
Nas folhas do outono, destinos se traçam.
O corvo me chama, a coruja vigia,
No espelho da noite, reflete a magia.
Com sangue e com sonho, o traçado se faz,
No ciclo infinito, o tempo é fugaz.
No tombo, na luta, renasce o poder,
Pois toda consciência aprende a morrer e viver.
No grande salão, mistérios fervilham,
Na voz do trovão, os Deuses me trilham.
Sigo o chamado da Noite e do Dia,
Pois eterno é o Caminho da magia.
O BALANÇO DO VENTO!
Minha dança é energia que os males espanta, um rito de dor e esperança, por vezes lembra as peripécias de criança, uma leveza doce que encanta, mas sou uma guerreira que o vento lança, para os enfrentamentos vou com perseverança, minha ginga com santidade faz aliança, sigo com fé, força coragem e esperança meus ingredientes de autoconfiança, sou mulher negra trago ancestralidade como herança..
Tempo ao Tempo.
A dança do universo
Em vinte quatro horas a terra girará em torno do seu eixo, a lua a seguirá.
O sol estará a bilhar. Noite e dia sem parar.
Os planetas do sistema solar seguirão em suas órbitas ditadas pelo sol.
Na Via Láctea, e em outras 2 trilhões de galáxias ( isto mesmo 2 trilhões, segundo dados coletados durante vinte anos pelo telescópio Hubble) , supernovas explodirão e buracos negros continuarão a engolir luz e matéria.
Galáxias continuarão a disputar forças gravitacionais.
O universo continuará sua expansão, iniciada com o big bang há 13, 7 bilhões de anos terrestres.
Pois bem, não importa o que façamos com o nosso tempo, com o nosso dia ou com a nossa vida. Não importa também
o que os humanos farão com o planeta Terra: a dança Universo, do espaço e do tempo continuará implacavelmente.
Em tempo: a do Multiverso também.
A Vida
Da vida, espere a dança
Entre o sol e a sombra
A melodia do inesperado
E a força para florescer
Mesmo no inverno da alma
E quando a noite se alonga
E a dor tece seu véu
Lembre-se da aurora que irrompe
Com seu pincel
A vida, um rio que serpenteia
Entre pedras e jardins,
Reflete o céu em sua alma
E cura os teus confins
Que a esperança seja teu farol
Na tempestade e na calmaria
E que o amor, como um girassol
Te guie em cada melodia
Pois a vida, em sua grandeza
É um mistério a desvendar
E em cada instante, a certeza
De que podemos recomeçar
Na terra de natureza abundante e horizontes vastos, a mulher brasileira dança sob céus nebulosos, contrastantes e nefastos.
Nas sombras do cotidiano, uma dura realidade, ela foge do espectro da violência, sem descanso, sem piedade.
No lar, onde deveria encontrar abrigo e amor, é onde muitas vezes enfrenta um mar de odio, violência e temor.
Entre paredes que testemunham silêncios amargos, a mulher brasileira busca forças e se contenta com migalhas e desprezíveis afagos.
No tecer de seus dias, entre laços e desvãos, enfrenta o desconhecido, sem medo de seus grilhões.
Em um sistema que às vezes parece não notá-la, ela ergue sua voz, desafia a injustiça, mas a maioria se cala.
Com a coragem de quem tece os fios do destino,a mulher brasileira é luz em meio ao seu futuro escuro em desalinho.
No palco vasto da existência,
Onde a vida dança em fluência,
Humanos e bananas em harmonia,
Com ancestrais na mesma melodia.
Genomas como manuscritos divinos,
O destino de cada ser tece fino,
Cada um, um universo singular,
Na trama da vida a se entrelaçar.
Um ancestral remoto, a história desvenda,
Onde toda vida se comanda e se agenda,
Humanos e bananas, formas diversas,
Mas unidos pela mesma força imersa.
No DNA, o segredo da vida se revela,
A essência da existência em cada senda,
Uma epopeia narrada pela evolução,
Cada espécie, uma encantadora canção.
Leveza na alma
Dança moça;
deixa sua dor flutuar;
Dance até raiar o dia,
ou até se cansar.
Dance com a música
bem alta;
Deixe o ritmo te levar;
Sua alma irá se libertar;
antes da noite terminar.
Dance a música da vida;
deixe chuvisco molhar;
Após limpar sua alma;
o arco-íris vai voltar
para iluminar o seu olhar.
Faça tudo que quiser;
mas nunca esqueça
de dançar;
A esperança gruda
como imã;
naquele que continua
a dançar.
Lembre-se
a vida é um convite;
Mas a gente que escolhe;
qual ritmo acompanhar!
Ou dança de mãos dadas
para vida;
Ou dança parada
em algum lugar.
Poema autora #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 06/07/2019 às 14:30 horas
Favor manter créditos ao autor original #Andrea_Domingues