Texto Pontos Autor Luis Fernando Verissimo
Carta Aberta: Chovendo Arrependimento
Se nesse momento eu morresse… será que eu me arrependeria?
Creio que sim.
Das coisas que deixei de fazer.
Das coisas que fiz — poucas delas eu realmente me arrependo.
Mas das coisas que não fiz… de muitas eu gostaria de ter feito.
E por que não fiz?
Por medo, vergonha ou timidez.
Acho que por todas essas emoções juntas.
O tempo em que eu fiquei trancado mexeu um pouco com o meu coração.
Eu sei que estou errado nesse momento futuro.
Deixei a única pessoa que realmente gostou de mim ir embora.
Me perdi.
Perdi a minha personalidade para fazer os outros pararem de chorar lá fora e começarem a rir no agora.
Eu não me considero um herói.
Me considero um covarde.
Porque em vez de manter minha personalidade, eu escolhi fugir dela para ser aceito.
Mas adiantou o quê?
Falsas amizades que eu fiz.
Pessoas que me traíram.
Para todos eu desejo o bem… e todos, nem aí, me desejaram o mal.
Tudo o que eu contei, tudo o que eu planejei… eu mesmo destruí.
Mas por que eu não reparei?
Só vai… é o que eu sou.
Eu estava com saudade do teu calor, da tua risada, do teu cheiro, do teu abraço.
Agora, longe, está a chuva lá fora.
Cada gota que pinga se mistura com sonho e saudade.
E a saudade… a saudade não some.
Ela volta.
Volta para mim.
Eu só queria, com você, ter um final feliz.
Talvez agora você não goste mais de mim, pois eu me perdi.
Eu não sou mais o mesmo rapaz.
Gostaria de ser.
Será que ainda tenho tempo?
Será que você não se desfez de vez?
Onde está aquele jovem que uma garota como você um dia quis?
A Matemática dos Fins
Não sei ao certo quando comecei a não gostar dos fins de ano. Talvez tenha sido no dia em que percebi que o nome já carrega uma despedida embutida: fim.
Ou talvez tenha sido quando o tempo passou a correr mais rápido do que eu.
Cada pessoa lê o próprio calendário de um jeito. Há quem veja dezembro como festa, luz e promessa. Eu vejo como uma espécie de espelho — daqueles que não mentem, mesmo quando a gente gostaria que mentissem um pouquinho.
Aos 41, faço as contas da vida. E, mesmo com conquistas que um dia imaginei inalcançáveis, ainda me visita essa sensação de que está faltando algo. Não é falta de teto, de trabalho ou de sonhos… é outra falta. Uma lacuna que nenhuma realização profissional consegue preencher.
Casa própria, por exemplo. Para muita gente, é o fim do jogo, a prova de que deu tudo certo. Para mim, é só um quebra-cabeça incompleto, como se eu tivesse montado todas as bordas, mas o centro — a parte mais bonita — ainda estivesse espalhado por aí, perdido em algum canto do tempo.
E aí chega dezembro, com seu peso e seu brilho, lembrando que mais um ano passou. Não sei explicar direito, mas enquanto o mundo comemora o que vem, eu penso no que vai.
Na matemática que inventei pra mim mesmo, o ano que chega não soma — ele diminui.
Faço contas que talvez ninguém devesse fazer. Tiro fatalidades, subtraio doenças, divido esperança por realidade. Se eu tiver sorte, digo para mim mesmo, talvez eu tenha mais uns vinte anos vivendo bem, com saúde, com lucidez. E então eu me pego imaginando algo que aperta o peito de um jeito difícil de dizer em voz alta.
Se minha filha viesse ao mundo no próximo ano, quando eu tivesse sessenta, ela teria dezenove.
Dezenove.
E eu talvez não estivesse aqui para ver a formatura dela, para ouvir o primeiro “pai, deu certo”, para fingir que não chorei quando ela desse o primeiro passo fora de casa.
É uma conta simples… mas que me destrói como se fosse impossível.
Talvez seja isso que eu não gosto nos fins de ano: eles me obrigam a olhar para dentro, para esse vazio que não se preenche com compras, viagens ou promessas. O vazio de quem sabe que o tempo não volta, e que cada desejo adiado custa mais do que parece.
Ainda assim, aqui estou, atravessando mais um dezembro.
E, no fundo, torcendo para que a vida me surpreenda — quem sabe com peças novas para esse quebra-cabeça, quem sabe com alguém que transforme essa matemática dura numa conta que finalmente faça sentido.
Eu vou
O sol se vai
Mas uma vez sem objectivos
O dia passa, a noite chega onde o vento me levar levarei comigo o meu coração
Pretendo seguir, mesmo com dificuldades. Eu vou seguir o meu caminho, pondo em mente
Que as derrotas, os falsos mostraram-me o caminho da verdade
Com persistência e esperança de ser e de quem pensa ser, eu vou a busca do meu futuro
Eu vou.
Eu vou fazer a minha vida, conquista-la com amor e trabalho sem magoar ninguém respeitar e ser um acolhedor e bom ouvinte
Eu vou.
Quem nunca brincou de enfileirar peças de dominó?? Depois derrubá-las todas... coisa de criança, de criança crescida também...
Acho que essa é a melhor metáfora da minha vida...
Um milhão de peças, centena de caminhos... algumas vezes derrubei as peças para sentir prazer, para dar risadas... escolhi aqueles caminhos tortuosos e fui feliz...
Algumas vezes derrubei as peças para ver o que tinha construído cair... Talvez por sadismo puro, talvez por ser a minha essência destrutiva...
Mas algumas vezes vezes esbarrei nas peças sem querer... e elas desmoronaram... Como na brincadeira, a tristeza e a decepção foram enormes... Aquele sentimento de incompetência ao lidar co algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo...
Acredito ser injusto você destruir uma caminho, uma estrada, uma opção de vida por um "esbarrão"... quando você escolhe destruir aquele caminho nada há a ser lamentado.
Se existe consolo, e talvez exista mesmo, é que podemos enfileirar tantas quantas vezes quisermos as peças do nosso dominó... Mesmo que não fique tão bonito quanto na primeira vez.
E se?
Se caio, não espero que levantem, eu sou forte, no batente sou valente.
Se não acreditam, mostro que da força tiro riqueza.
Se não me ligam, faço que não sinto, me mordo por dentro e agüento.
Se não consigo, tento de novo por que sei que eu posso.
Se não me dão, eu vou lá e consigo.
Se o medo me toma, corro pra cima, por que a melhor defesa é o ataque.
Se erro, o problema é meu, sei que um dia eu aprendo.
Que caia, o que for, que leve quem for, que passe quem quiser,
Eu estarei firme e forte sempre.
Se um dia não conseguir. Talvez não esteja mais aqui.
E se, não estiver aqui, deixei toda lembrança do mundo.
E ta ai o príncipe que não é sapo, não é homem, é um pensamento,
E ta ai o príncipe nos meus sonhos e minhas lamentações,
Por que todo mundo quer o príncipe? Se posso me contentar com
Apenas alguém que me conforte, pra que esse príncipe?
E ta ai, se espero o príncipe que quero, ele talvez não me ache.
Quer saber príncipe. Na verdade eu sou a princesa.
E outra príncipe, tenho até medo de te beijar, vai que você vire um sapo.
E de sapo eu não entendo. E ta ai. E estou aqui.
Quer me achar? Príncipe. Vem procurar.
Mas vem procurar devagarzinho, pode ser que eu não tenha essas tranças todas que você pensa.
Mas posso ser bem melhor do que imagina.
Tempo, tic, tac, passa ao redor de mim, tempo tic tac.
Me ajuda no que quero tempo, passa, extrai o pensamento.
Sento, agüento, o tempo é um tormento, tic TAC.
Me leva e me motiva, tic tac tempo, passa e renova.
Tempo, assopra a vida e os desejos, o toque dos meus sonhos.
Tempo, se esvai, as vezes me deixa as vezes me atrai.
Tic tac, meu tempo passa e as vezes não consigo.
A força do tempo, a força que repete, tic tac, passa.
Mas me deixa fazer o que desejo, não tire de mim os meus sonhos.
Tempo, tempo. Renova o pensamento.
E me deixa e me leva.
Analisando a história dos projetos de iniciativa popular, convertidos em lei, fica impossível refutar seu caráter de "instituto decorativo", abordado pelo professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Primeiramente, pode-se dizer isso em face do número de leis oriundas da iniciativa popular: a maioria dos estudiosos fala em quatro leis. No entanto, em uma análise mais pormenorizada, percebemos que, de fato, apenas duas leis vigentes tiveram seu processo legislativo deflagrado nestes moldes: a Lei 11.124/2005 (lei que criou o fundo nacional para moradia popular) e a Lei Complementar 135/2010 (lei da ficha limpa). As outras duas leis consideradas como fruto da iniciativa popular (Lei 8.930/94, conhecida como Projeto Glória Perez; e Lei 9.840/99, conhecida como lei da captação de sufrágio) tiveram cogitação popular e recolhimento de assinaturas, porém, em ambos os casos, o legitimado para dar início ao processo legislativo não foi, efetivamente, a iniciativa popular, mas sim, respectivamente, o Presidente da República e um grupo de Deputados Federais.
Assim, percebe-se, claramente, que a experiência brasileira é pífia. Outro problema deste instituto é a possibilidade de emendas ao projeto inicial, por autoria de parlamentares, sem um mecanismo de controle popular posterior. Deste modo, por meio de emendas, não é raro vermos desnaturação do projeto inicial. Outro debate, talvez mais polêmico, é o que trata da possibilidade de emendas à Constituição por iniciativa popular. Numa análise literal, refuta-se esta possibilidade mediante a leitura do art. 60, da CF. Todavia, por uma análise ampliativa dos princípios fundamentais abrangidos constitucionalmente, pode-se aceitar esta tese. Partindo desta análise sistemática, José Afonso da Silva representa a gama de autores que entende ser possível que o processo legislativo de emenda constitucional seja deflagrado pela iniciativa popular.
Por tudo isso, não podemos aceitar discursos que elogiam nosso sistema democrático a partir de uma visão míope e estática do parágrafo único do art. 1° e do parágrafo 2° do art. 61, ambos da Constituição da República. Os avanços se fazem necessários, principalmente, no campo da elaboração de mecanismos e institutos que regulem melhor esta hipótese de iniciativa, impedindo a desvirtuação descontrolada dos projetos iniciais e permitindo uma maior clarificação dos contornos e limites deste instituto basilar de nosso sistema.
Não muito, meu bem.
Não muito tem.
Não sei bem o que me faz bem.
Não sei ser zen.
Quanto tenho não quero e quero o que não tenho.
Quando vem eu saio e procuro onde não acho.
Sim é isso eu sei.
Sei que isso eu não procurei.
Tudo muito frágil e não me procura.
E não sei o que realmente me falta.
Ou se você é aquilo que me faltava.
Não muito me faz bem.
O que me tem , quando me tem meu bem.
Aquele momento é zen é aquém.
Uma rima , que anima.
Não é. Meu bem.
LETAL
A fidelidade jurada foi carnal,
Trair-te não me põe pecador.
Devaneios não causam mal.
Traio mais nego amor.
Pois se desejo, sou desejado.
Excetuando as trapalhadas
Não amo, nem sou amado,
És letal nos sussurros das gargalhadas.
Seguimos indiferentes na condição
Não é amor, apenas é bom.
É carne. Nunca será pão.
Outro deleite bem casual
Fitamos o universo a procurar.
Mero acaso, nada proposital.
Há mulheres do tipo linda e do tipo gostosa.
Por isso valorize se um homem diz que você é linda.
Linda é um adjetivo "de respeito", quer dizer que você não chama a atenção apenas pelo seu corpo ou pelo seu jeito. São poucas as lindas, são aquelas mulheres que chamam a atenção por terem um perfil intrigante aos homens. Por isso tente sempre ser do tipo "linda", não é necessário roupas vulgares, saber beber ou dançar como as outras. Basta estar bem vestida, saber se comportar e ter um belo sorriso. Afinal, as coisas mais simples do universo é que são as mais belas.
AMIGOS PARA AMAR
Procuro amigos.
Amores não mais.
Em toda vida busquei. Desisti.
Procuro só amigos que não tenham que partir.
Amigos podem ter defeitos.
Gordos. Feios. Mal acabados.
Amores não.
Amor tem que ser perfeito.
Amigos podem ser desengonçados,
Basta que sejam leais e esforçados.
Ao contrário da amizade
O amor te faz enciumado.
Amigos que me recebam sorrindo.
Que me incluam em seus programas.
Que não permitam que eu dirija embriagado.
Mas que nas minhas recaídas estejam ao meu lado.
Que deem abraços.
Que entrem sem pedir licença.
Que peçam meu terno emprestado.
Que transmitam a certeza de muitas presenças.
Amigos de qualquer idade.
Que respeitem minhas vaidades.
Que zombem sem ter maldade.
Mas que admitam sentir saudade.
Amor sentinela
O meu amor não se mede
Não tem tamanho.
O meu amor faz
Todas cheias minhas luas.
O meu amor não tem físico.
Mora em mim.
Dorme em mim.
Belo, intenso, ausente.
O meu amor sentinela.
As vinte e quatro horas é dela.
Você sabe como deste amor esquecer?
Guarde pra você
Eu não quero apreender.
PAPA FRANCISCO
Um novo comandante da minha fé
Agora começa a reinar.
Só de saber quem ele é
Já serviu pra me emocionar.
Um religioso latino-americano
Com o desfio das renovações.
Sinto-me representado no Vaticano
Dirijo a ele minhas orações.
Justifico a alegria que de mim não sai
Além do catolicismo que acredito,
Francisco era também o nome do meu pai.
Chico pai e papa também,
Deus te guie e ilumine
Hoje e sempre. Amém.
TRAVESSEIROS
Num devaneio alvissareiro
Na cama coloquei dois travesseiros.
Quiçá amanhã um terá teu cheiro
Ou repousará ainda inteiro.
Sinfonia, bem baixinha, de Chopin.
Foco de luz no quadro de veleiros.
Pra lembra-te amanhã
Ou esquecer-te por inteiro.
Perfume pra deixar em você o meu cheiro,
Roupa de grife parecendo natural.
Peças pensadas no tabuleiro
E uma ansiedade sem igual.
Poderá ser um fato magistral
Ou afundar em ilusão.
Vejo-te deusa colossal
Imagino-te em extrema excitação.
Encanto-me ao vê-la se aproximar
Meu desejo haverá de se realizar.
Champanhe e taças pra brindar.
Um deslumbre! Ela acaba de entrar.
Jogo do Amor
Não me pergunte o que eu penso
sobre vocês mulheres
Indecifrável o que eu sinto
nem mesmo eu sei...
Nâo tem como me defender
da ilusão de seus poderes
Ou eu morro de uma vez
ou me matam de prazeres...
Vocês mulheres
Tão difíceis de entender
Vocês garotas
Impossíveis de esquecer
Porque é que não veêm
que dependemos de vocês
Por que é então
que nos fazem sofrer?
A verdade é que a paixão
é uma mentira sem solução
A verdade é que o nosso amor
não passa de uma ficção
Nos enganamos todos os dias
com essas emoções
vivendo uma vida
que não pertence aos corações
Os olhares se enganam
as pessoas também
E as vezes sonhamos
que está tudo tão bem
Mas é tão difícil
de se aceitar
Que o amor só é bom
até acabar
Quero mesmo é viver
ficar sem vocês
Não queria escolher
mas acabei de perder
No jogo do amor
Quem venceu foi você!
Pensamento soprado
Como quem sopra um balão
Soprei meu pensamento ao vento.
Fiquei vibrante aqui no chão
Ao subir deu-me um alento.
Vai pensamento
Corta os ares da cidade
Siga firme em silêncio
Vá, como eu, sem maldade.
Vá dizer aos sofredores
De todos os cantos do mundo,
Que ainda existem amores
Buscando-te a cada segundo.
Vá levar a esperança,
Onde impera a tristeza
Leve alívio às crianças
Torne farta sua mesa.
Leve uma mensagem de fé
Aos descrentes e abandonados.
Lembre que na baixa da maré
Também podem ser abençoados.
Leve cura aos enfermos,
Conforto a todos os seus.
Lembre a eles que nenhum termo
Supera a vontade expressa de Deus.
Leve água aos nordestes do mundo
Pra colheita incrementar
Umidade bem no fundo
Pra vertentes brotar.
Como última missão te peço,
Leve motivo a todos os povos
Pra superar os tropeços
E acreditar em tudo de novo.
As vezes tu me pareces tão próxima a meu coração,
tão palpável em teus sentimentos,
tão perto ao toque e presente como o ar que preenche minha existência,
me pareces tão minha e tão dona de si.
Outras vezes tu me pareces um sonho ao horizonte,
um sonho que na proximidade aparente e na
certeza de meus passos em direção a ti,
tornam-se uma espera interminavel,
não te alcanço e você não se afasta, assim como o horizonte,
mas a distancia é finita e o horizonte há de me esperar...
Se houvesse no amor um porque, uma explicação para existir seria fácil evita-lo, não haveria dores, idas e vindas, magoas, choro, lágrimas, desencontros, brigas, ciumes nem lamentações...
Mais amor não se explica se sente, é querer estar perto, tão perto que gostaria de estar do lado de dentro, é querer dois mundos em um, é fazer loucuras sem pensar, é ver poesia em pingos d'agua, ver em outros olhos fantasia, harmonia, doçura e bem querer, é estar disposto a viver, a sonhar e a realizar, é desejar, sentir e querer muito, é deixar se levar pela emoção, e que seja ela exposta em vários beijos inesperados, em lágrimas de ausência ou em gargalhadas de felicidades.
E por mais dor que o amor nos cause porque ainda assim não deixamos de amar?
Será que é porque quando amamos é que realmente estamos vivos?
Tua formosura e graça fazem felizes meus olhos,
tuas palavras adentram meus ouvidos e coração feito divina canção.
As maravilhas do seu coração são tantas que me trazem a razão.
Eu quero ser o teu grande amor,
o protetor, o melhor amigo,
o fiél companheiro e o mais grato servidor.
E graças a você meu coração bate mais forte e compassado,
e aos poucos vai sendo mudado para que mereça por você ser amado.
Sei que merece mais q apreço,
então aceite o amor eterno e humilde que a ti ofereço.
