Texto Medo

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⁠Coroação

Há quem pense que o poder nasce de cima,
mas nunca houve cúpula que não tivesse sido erguida
pelas mãos dos de baixo.

Quem põe a coroa na cabeça de outro
assina a própria servidão,
mesmo que diga que o faz por justiça ou ordem.

O homem que aceita governar
sem ter pedido,
já caiu.
E o povo que o aclama,
também.

O medo não vem de quem manda,
vem de quem obedece por hábito.
E o hábito é o maior inimigo da alma.

Não é preciso revolta,
basta deixar de ajoelhar.
Basta parar de apontar o dedo
e de esperar que apontem por nós.

Porque o verdadeiro governo
é o de si próprio.
E a única coroa que vale
é a que não se vê —
a que se acende dentro,
quando se escolhe ser livre
sem precisar de mandar.

⁠Medo e receio.
Do que você teme, de alcançar a felicidade.
Temor de decepcionar - se, temor de sentir- se, frustrado.
Por que não permitir que seu coração tenha uma oportunidade?
Talvez por receio de se arriscar e descobrir o que vem pela frente.
Enquanto isso, essa emoção te consome por dentro.
Causando dor, impedindo-o de viver plenamente ou de notar as coisas boas que a vida pode oferecer.
Entenda que é errando que aprende -se, ou acerta.
Na vida, quem não aventura -se, não alcança.
Experimente, deixe um pouco de lado o pessimismo.
Se você cometer um erro, não desista, pois é através dos erros que se atinge a perfeição.
Mas não deixe para depois, pois amanhã está distante e o ontem já passou.
Assim, o dia de ontem não retornará, e amanhã ainda não chegou.
Portanto, arrisque-se hoje, neste momento, experimente.
Aposte suas fichas, acertando ou errando, você terá mais uma oportunidade de ser feliz, ou de arriscar mais uma vez.

Inserida por Claudim17

⁠Ontem eu tive medo
Medo das consequências da alta glicêmica
Pensei na morte e em tudo que eu perderia por ser tão inconsequente comigo mesma;
Pensei na cegueira,
De não conseguir enxergar
No talvez de nunca mais ver teus olhos
Ou perder minhas pernas e não conseguir um dia andar lado a lado com você novamente
Pensamentos que só posso guardar pra mim, pois apenas pra mim tem algum valor. Minha bad, meus medos, meus traumas, guardo-os todos pra mim.
E assim sigo sendo uma pessoa tranquila aos olhos distraídos.

Inserida por EvaCordeiro

⁠Não foi uma realidade paralela. Foi a nossa própria realidade! Onde te vi pessoalmente, te toquei, senti o cheiro dos seus cabelos, pude andar de mãos dadas, fazer carinho nos teus dedos, rir e te beijar no topo do mundo.
Estranhamente naquele momento eu esqueci toda a vergonha que habita em mim e te beijei na frente de pessoas. Nada mais me importava, só a urgência em sentir o gosto do seu beijo e a maciez dos seus lábios.
Nós duas sedentas de desejo pelo nosso primeiro beijo, primeiro abraço apertado.
Ali o tempo pareceu parar, nada mais importava, só nós. Eu só queria seu corpo no meu e a eternidade para nós.

Inserida por EvaCordeiro

⁠Declaração

Sento-me na calçada e acendo um cigarro
Atrás de mim, a festa
Ao meu lado, a bebida
Ante a mim, a sarjeta
Me vê de costas e se aproxima
Senta-se ao meu lado e me pergunta como estou
“triste”, respondo
E me pergunta o que me aconteceu
“ora!” exclamo
“não sabes? Foi tu”
“tu me aconteceste, inconveniente”
Me pergunta que mal me fez
“mal? Não, não, isso seria o de menos”
“quando já estava desistindo das pessoas, tu me apareceste”
“descendendo dos céus como a chuva que molha uma lavoura”
“com esses cabelos negros enrolados, esse carisma”
“seu sorriso de mármore branco”
“e esses olhos, ah os seus olhos...”
“olhos acesos de curiosidade e inteligência, pretos negros feito breu”
“um olhar marcante e tão único que até em fotografia não é possível capturar”
“oh, quantas vezes joguei fora desenhos de ti”
“por não sentir verdade nos teus olhos de papel”
“é evidente que te quero por mais do que um momento”
“mas você insiste em ser perfeita demais e interessada de menos”
Olha-me nos olhos e não me responde
Levanta-se sem expressão
Calada sai
Estraguei nossa amizade

Inserida por PedroDino

⁠Aquele momento em que você vibrou sem vergonha, sorriu livre e brincou sem medo de julgamento, ou quando acreditou com toda fé e esperança; ou ainda no momento em que esbravejou, chorou e perdeu o controle: aquela era a sua versão humana mais sincera e refinada. Não, não é maturidade.
O que faz você esconder isso, é o medo, a hipocrisia ou uma doença

Inserida por SergioJunior79

⁠"E agora, Deus?"

E agora, Deus, quem te consola?
Quem ouve Tuas preces quando tudo em volta desola?
Quando o amor que criaste vira arma,
e o perdão, um fardo que ninguém mais carrega com calma?

Quem te estende a mão quando a criança chora?
Quando até o milagre se demora?
Quando o homem, em nome do céu, faz guerra,
e esmaga o irmão, achando que Te encerra?

Quem sussurra no Teu ouvido quando o vazio ressoa?
Quando nem os anjos entendem a dor que ecoa?
Será que o Teu peito também arde em silêncio,
vendo filhos se perderem no próprio veneno?

E agora, Deus, quem Te embala o pranto?
Quem cura Tuas dúvidas, Te devolve o encanto?
Ou será que és só espelho do que criaste?
Afinal… Criador e criatura te apavoram?

Inserida por ChristieWingler


"Brasa"



Sinto? Talvez sim.
Mas não como antes.

Havia um fogo em mim,
onde cada emoção era álcool.
Bastava um toque —
e eu explodia em chamas.
Belo, mas perigoso.

Foi assim que me afoguei em fantasias,
jogando horas do meu vasto dia
em cenários que não existiam.
Romance era refúgio
(e cárcere também).

Depois, veio o silêncio.
A dor me acordou.
E o fogo… virou brasa.

Hoje, é morno.
Quase não aquece,
mas também não queima.

Estranho.
Talvez necessário.
Talvez... uma saída, proteção.

Mas sinto falta, confesso
da melancolia que me fazia poesia,
da música suave ao apreciar a vista na janela,
do cheiro da chuva,
da beleza quieta do mundo.

Agora, meus olhos molham,
mas não choram.
A lágrima não escorrega
ela apenas sussurra.
E algo, dentro de mim,
a seca.

No começo, temi.
Temi virar pedra.
Temi nunca mais sentir.
Mas talvez...
seja uma lição.

Nem sempre a vida é sentimento.
Às vezes é fé.
Às vezes é razão.
Às vezes é só... viver.

Viciada em fugas
mundos paralelos de doçura.
Mas um dia doeu tanto,
que eu fui embora dali pra sempre.

Desde então,
sinto tudo mais leve.
Até demais.

Deveria doer.
mas só pesa.
E o medo volta:
e se eu não sentir nunca mais?

Mas talvez...
só talvez...
sentir de forma calma
também seja amar, também seja sentir.

E há esperanças
uma brasa, ainda queima de maneira escaldante
quem sabe torne-se eu novamente uma amante?
dessa vez, sem impulsos
sem extremos.

Inserida por liny_2

"Entre Fantasmas e Fios”

Nos conhecemos rindo, num grupo de quatro,
amizade primeiro, raízes no raso,
depois, veio o sentir mais fundo,
mas agora me vejo num laço escasso.

Você, com seus fantasmas a rondar,
inseguranças que falam mais alto que meu gesto,
não importa o quanto eu prove,
sua sombra sempre contesta o resto.

Tenho amigos, tenho vida,
mas ao teu lado, sou quase proibida.
Ciumes de tudo, de todos, de mim,
como se amar fosse me manter assim.

E eu que só queria te ver crescer,
te ajudar a florescer onde te podaram,
mas nesse processo, fui murchando,
enquanto as tuas dores me calavam.

Chorei dias, chorei ontem —
logo após um dia lindo pra mim,
te ouvi dizer que não te apoio…
e senti meu peito ruir assim.

E agora carrego a dúvida cortante:
se me solto de ti, o que será do "nós quatro"?
Será que ao puxar esse fio
desfaço a teia de um laço exato?

Mas sei… se essa rede for de verdade,
ela sobrevive ao que é sincero.
O amor não precisa de prisão,
precisa de espaço pra o que é belo e claro.

Talvez seja hora de me escolher,
de não deixar tua dor virar meu lar.
Porque amar alguém que não se ama
é uma estrada solitária de tentar.

Inserida por Desabrochar

Pulseira Escarlate

⁠Eu tenho uma pulseira escarlate
A amo de paixão
Me ajuda com a sensação
Com ela, sou uma modelo de alfaiate
Sou um manequim
O artista me veste de vermelho
Procuro um conselho
Escarlate fica bem em mim?
Te cai muito bem
Coloco meu bracelete vermelho
Olho-me no espelho
Não consigo viver sem
Mas essa cor dói, digo
A encaro como um necessário perigo
Ando aos holofotes
Ganho, de ouro, alguns lingotes
Saio do palco, cansada
Olho minha pulseira, desesperada
O acessório brilha vermelho escuro
Consequência de meu sangue impuro
Que, em meus antibraços, escorre
Em todo meu corpo, uma sensação me percorre
É a calma
Esse é o trabalho da pulseira
Ela, sempre muito ligeira
Sangra, relaxando minha alma
A pulseira é a automutilação
O alfaiate, a pressão
O manequim
Se trata de mim

Inserida por monile

⁠Flores em meu funeral

Não desejos flores em meu funeral. Nunca recebi uma só margarida, porque receberia buquês no meu final? O arrependimento é sempre maior que a gratidão. Sempre só damos valor quando sentimos, à porta, a solidão. Os tempos mudam, os velhos se vão e as crianças crescem. Aquelas pobres almas, completamente esperançosas, se amargurecem. A verdade as atinge como um raio inesperado. Não há carro te esperando, não há uma só escolha própria e muito menos seu destino desejado. Tudo o que há é um mar de incertezas, cercados por uma baía de certezas ainda piores que as dúvidas. A antiga criança percebe que, no sistema que estamos, não somos nós que vivemos nossas vidas. Afinal, quantos adultos tu viste que realmente gostam de trabalhar? Pouquíssimos, pois quando cresce, percebe-se no mesmo lugar deles, escolhe o dinheiro ao invés do amar. Todavia, relembra o que viveu, volte tua infância. Ache o porque escolheste esse caminho: sobrevivência.

Assim as gerações passam pelo capitalismo. Como máquinas, sem nenhum estrelismo. O morto nunca se levanta, com ou sem flores, sua esperança ali descansa. E a morte o toma, silenciosa e mansa. Eu não recebi flores em meu funeral. As dúvidas ainda sim me acompanharam até meu final.

Inserida por monile

⁠Lei da rotação

O mar é confuso,
é algo misterioso,
mas mesmo que de medo
não é tão perigoso.

Também tem o sol,
caloroso e intruso,
ele alegra as criancinhas,
e ilumina o mundo.

O sol, porém, tem um defeito,
tem um pouco de obsessão,
sempre que vê o mar,
começa uma absorção.

Vou tentar explicar,
o sol rodeia o mar,
cada raio obsessivo,
é um modo de carinho.

Inserida por c14r4

⁠Muralhas

Vivo dentro de muralhas...
isso não pode estar acontecendo...
até há pouco tempo,
por bobagens eu estava
me debatendo.

Eram coisas tão bobas, triviais
que me incomodavam...
hoje é questão de sobrevivência
um coquetel único de anomalias...
tudo foge à norma, tudo é diferente do normal...
do habitual...

Saudades de quando tudo era tão normal e eu pouco caso fazia.

Não, eu não perdi.... nós perdemos.
De tão apavorados, preferimos viver uma vida vazia
de nós...

Inserida por RosangelaCalza

⁠⁠O seu medo sempre fez questão de influenciar a sua vida, sendo um grande obstáculo, que a conduzia para as ruas sem saídas, a sentimentos angustiantes, mas com o tempo, depois uma certa maturidade, de alguns sofrimentos, aprendeu a usá-lo como seu aliado, usando sua influência para agir com mais cautela, diminuindo as suas decisões precipitadas, sobressaindo a sua resiliência.

O seu poder negativo ainda tem muita força e resistência, ela não pode se descuidar, entretanto, a mudança foi muito significativa, o seu medo não é o mesmo de antes, tão forte, agora ele é usado por uma fênix renascida, livre para voar, uma bênção para si e para as pessoas a sua volta, graças a Deus, conquistando muito mais do que poderia pedir, tendo uma atitude transformadora, assim, passou a viver e deixou de apenas existir.

Finalmente, pela permissão do Senhor, é norteada pela coragem, uma fé poderosa, a luz que brilha entre as sua adversidades, que continua imperfeita, às vezes, insegura, todavia, não é mais aquela amedrontada, demonstra uma postura mais sadia, o amor transborda da sua alma e se espalha à semelhança de uma bela melodia, que se movimenta e é percebida por onde passa, poesia resiliente que não oferece somente lindas palavras.

Inserida por jefferson_freitas_1

SERINGUEIRA

Ao caminhar pelo parque
Exercitando à minha maneira
Observo, atentamente,
Uma antiga seringueira

Como pode a natureza
Ofertar tanta beleza?
Quanta sombra e formosura
Em uma só criatura!

E apesar de tão perfeita
Não se dá por satisfeita
Ainda fornece a borracha
Como a me assegurar:
“Conheço os teus receios,
E os irei apagar”

Ao despedir-me da sábia árvore
Sigo feliz, mais confortado
Ela sabe dos meus medos...
Quiçá já os tenha deletado.

Inserida por MarcoARCoura

⁠A ponte

Não é estranho quando o caminho em que andamos tao florido que podemos até ver o colorido no horizonte
De repente se transforma em uma ponte, móvel, opaca e desestabilizante?
Não é estranho como nosso riso e gargalhadas em dias que parecem deslumbrantes
Transforma-se em um piscar de olhos, e este derruba lágrimas sufocantes?
Sim, é realmente estranho.
Mas após secar este líquido dolorido que está encobrindo sua visão
Você descobre que é nesta ponte móvel e temerosa que aprendemos a ter equilíbrio, avançar os medos e conhecer a superação.

Inserida por CristinaMarafiga

⁠Coragem não significa ausência de medo.
O medo e a coragem caminham juntos. Cabe a nós escolhermos.
Muitas vezes eu disse e ouvi: não tenho coragem para fazer isso ou aquilo.
No entanto, diante dos desafios fui descobrindo que esta força está presente em todas nós. Ainda que só nós damos conta depois que a situação já passou.
Quando confiamos em nossa capacidade, ou acreditamos que a ação nos levará a conquistas, a coragem superará o medo e o fortalecimento deste sentimento tão profundo em nós se intensificará.

Inserida por HelenaAndrade10

⁠Sei o quanto você tem medo
Também tenho muito medo desse sentimento
Medo de se entregar, se envolver
Assim como eu também tenho
Quem nunca sofreu por alguém ou por algo
Quem nunca foi machucado
Mas mesmo com tanto medo gostaria de dizer que amo você, que sou louco por você
Não vou insistir, nem mesmo desejar o mesmo sentimento de você por mim
A única certeza que eu tenho
É que quero viver essa história, esse sentimento, e esse amor por você....
Mesmo que seja do seu jeito
Mas é isso que eu quero.

Inserida por seripodnanref

⁠É difícil falar
e mais difícil explicar,
o que o ansioso sente,
o que está em sua mente,
e conseguir externalizar.
Um sentimento que vem como uma flecha,
que acerta todo canto,
coração, cabeça, o corpo todo,
mas ninguém o vê sangrando.

O ansioso queria saber viver o momento,
aproveitar o sabor das coisas,
reparar o arco íris, que se forma a cada gota.
Queria saber ser leve,
Queria saber ser breve,
deixar a vida passar, sem querer controlar,
o caminho que aparece.

Viver com ansiedade, é como andar em corda bamba,
se alguém der um toque,
o movimento todo desanda.
É sentir tudo, no ápice da intensidade,
Medo, dor, terror...
Uma prisão criada na própria mentalidade.

Não vemos o leão,
mas sentimos suas garras.
Não vemos o lobo,
mas ouvimos seu uivado.
Não vemos a cobra,
mas sofremos com seu veneno.
Tudo toma o nosso corpo,
e quem olha de fora,
não sabe o que está acontecendo.

Sigo tentando, criar as armas mentais.
Que me protejam de mim,
e me façam ser capaz.
Tentando fazer a chama fraca da vela
Virar chama forte de tocha,
Não deixar a luz apagar,
é isso que mais importa.

Inserida por MariSN

Os pensamentos vão fluindo, envolvendo, penetrando nos poros.
O Tempo sufoca.
O tempo que antecipa o fim, também desata os nós.
O tempo salta escorrendo pelos dedos.
O amor nem sempre é azul, feito céu de anil.
Uma fulga invisível.
Como fogo que queima.
Se Desfaz.
E os pontilhados transformam em círculos e desbotam com o tempo.
Anseios.
Cordão umbilical.
Relatados de um aprendiz.

Inserida por Anatulio