Texto de Carlos Drumond de Andrade - Antiguidades
Eu não sabia como era ter alguém que amamos por perto e não poder tocá-lo. Pegar na mão, beijá-lo. Brincar com os dedos, bagunçar o cabelo. Eu não sabia, não sabia. Mas daí tudo mudou, me vejo parada observando ele passar e deixar para trás passos solitários, clamando por cuidados. Eu não sabia, não sabia que iria doer tanto. Pergunto-me se não tem algo que o conforte, e que o traga aos meus braços e mostre o que é ser amado. Será que ele é feliz? Que ele vive bem lá pelas “bandas” de jornadas bem feitas? Bem planejadas? Não posso justificá-lo, defendê-lo, mesmo que ele pareça clamar com o olhar um resgate, uma proteção e até dois acontecimentos simultâneos. Buscar o que almeja. Não desistir. E me aquieto assim, sem a certeza de que o certo é prosseguir ou abaixar a cabeça e adormecer.
De repente me deu uma grande vontade de escrever. Talvez expressar a minha animação por estar entre amigos e fazendo coisas que conquiste a gratidão dos mesmos. Mas alguém ainda chama a minha atenção e deixa-me despeça. Faz-me afogar, nem sei onde. Acabei de tentar falar com Ela. É, Ela mesmo. Mas tive uma surpresa, até esperada, mas indesejada. Não vou aquietar/descansar em quanto não matar a saudade – Falta apenas um dia- repito na correria e entre as risadas que por alguns segundos me faz esquecer. Por alguns segundos, apenas. E ao sentar e pedir uma folha do caderno do Felipe me dói a cabeça e desespero-me. Confesso que não deveria ter ligado. Ela não queria falar comigo. Daí, a lua que já estava adormecida acorda, e volta à “tona” mais forte. Ela me atenderia e os meus olhos brilhariam, fazendo o meu coração palpitar e dançar ao som da trilha sonora dos meus sonhos. Por que, querida minha? Uma lágrima acaba de escorrer entre os traços da minha face. A quem eu quero enganar? Não adormeceu. A lua estava escondida atrás das nuvens, e se fez transparente, iluminando as águas que deságuam. O medo me difere dos demais jovens ao redor. Cadê a animação? O meu final de semana tivera sido maravilhoso… – Adeus- Chamaram-me, voltarei ao trabalho.
Peguei uma foto nossa nos meus documentos, sentei na cama e fiquei a observá-la. Seu rosto estava tão iluminado, seus olhos estavam nos meus olhos, seu sorriso era sofisticado e tímido. É até irônico dizer que foi o melhor dia que passei ao seu lado, por que, apesar de termos duas fotos parecidas, elas não conseguem me fazer lembrar como ele foi. Senti vontade de chorar, tem bastante tempo que não te vejo passar mirando-me como uma presa mira o alvo antes de atacá-lo. Eu não sabia fugir, deixava você atacar-me com toda beleza que portava e me tirava o fôlego. Agora eu estou chorando. E não consigo expressar nem derramar o meu desconforto nesse papel. As linhas parecem ser mais longas e a minha letra diminuiu ao ponto de não conseguir chegar ao final da margem. Quero muito saber o motivo do meu choro, deve ser saudade, ou angustia… E novamente não acho palavra alguma que se encaixe no contexto. Eu nunca escrevi muito bem, e nunca quis que você me lesse, mas desta vez, meu bem, me ler… Só desta vez.
E é doce, como gosto tanto. E é confuso, como tem que me prender para não perder o interesse. E és romance, para me amolecer e quebrar o gelo. E é meio vagabundo, para equilibrar a melancolia. E és afável, sossego, abrigo, segredo. És singelo, porque só assim consegue entrar. É você, com todo seu mistério, com todo seu encanto que me mantém guardada só pra ti, és tudo que mantenho em mim.
E eu odeio o efeito que causa em mim, eu odeio o quanto me conquista com teu olhar, com tuas palavras, com tua presença, com teu carinho... E quando penso que estou invicta, lá vem você me distribuindo sorrisos novamente, lá vem você com teu jeito tão vagabundo e tão meu, lá vem você sugando os segundos do tempo para prolongar tua estadia ao meu lado, lá vem você novamente derrubando muralhas criadas para me proteger dos falsos amores que tem por ai... lá vem você com aquele andar largado que me faz rir torto tentando entender o que me prende tanto a você... E talvez seja mesmo por ser assim "largado"... mas só quando se larga em meus braços, quando gruda tua pele na minha, quando deixa o cheiro do teu perfume grudado na minha camiseta, quando estagna teu calor junto do frio que carrego contra todos, junto do lado esquerdo. E entro em degelo, e me cativas, e quando penso que não há mais nada que possa acontecer, me surpreendes, me reconquista, me têm por completo mesmo negando tanto que não me tem um grão.
Mas um recuo as vezes pode fazer valer bem mais que bater de frente, bem mais que insistir tanto... Tem horas que dar um passo atrás vale 3 passos à frente. E não adianta, quem não tem paciência, se enrola, não conquista, se afoga! Então recue. Dê um tempo a si mesmo, dê um tempo pros outros, dê um tempo pro balanço emocional, um tempo pra esfriar a cabeça, dê um tempo pra que possa crescer, e se precisar, dê tempo para o próprio tempo. Tire um tempo pra observar, ponderar, filtrar as companhias, filtrar sentimentos, tire tempo pra cuidar-se, amar-se, crescer, aí sim, depois que estiver multiplicado de si mesmo, estará pronto pra doar-se, sem que nada lhes falte.
Talvez você não devesse nem ter nascido, talvez as pessoas sejam tapadas o bastante pra não perceber que você é redondamente chato, irritante, prepotente, alguém que pouco se importa que o mundo desmorone ao seu lado que ainda assim vai continuar fazendo piada... Talvez ninguém perceba que você não é tão bonito assim, que teu sorriso é branco demais pra ser visto, seu cabelo tem um caimento perfeito demais para fazer par com teu rosto. Talvez as pessoas não percebam que não, você não é o cara perfeito. Talvez até não tenham notado seu interior que demonstra ser tão cafajeste, como pode? Como pode ter um milhão de garotas caídas as teus pés? Como pode? Como pode querer entrar na minha vida e me propor uma vida com você? Como pode ninguém perceber que você me deixou completamente apaixonada por você? Como pode eu conseguir dizer tanto “não” querendo estar juntinho de você?
E você era minha paz, meu sossego, meu relicário, meu segredo... E quando era errado, me vinha com tuas façanhas de me ganhar tão fácil com tua falta de jeito para amar, vinha você fazendo eu me apegar com teu jeitinho inundado de amor, inundado de sorrisos. E era estranho, porque não me vinha vontades de ninguém, me vinha vontade de te ter aqui do meu lado sendo mimado a cada instante, me vinha vontade de te fazer rir meio bobo como fazia o tempo todo comigo tão sem querer, tão natural, tão do teu jeito. Sem pressa, sem cobrança como sempre era cobrada, sem enfeites, sem tantos mimos. Era surpreendente a forma que conseguia me ganhar espontaneamente, era surpreendente porque você deixava uma lista toda de bons partidos e de conversas estendidas por tanto tempo esquecidas, eu já nem ligava pra outro papo algum ou qualquer tentativa desesperada de alguém me conquistar. E talvez fosse isso, talvez eu não quisera ser conquistada por ninguém, talvez eu simplesmente precisava conquistar o que tinha capacidade para conquistar um mundo. Talvez não precisava de muita coisa, talvez eu precisara somente te ter por perto, mesmo que fosse meio assim, em distância física momentaneamente.
E temos a urgência para cuidar, para abraçar, acolher, a amar... A gente sempre quer que os problemas deles sejam rapidamente solucionados, que as dores sejam remediadas, arrancadas, que sua saúde sentimental seja invicta... A gente tenta da melhor forma possível ajudar em tantas dúvidas, em tantas escolhas, em tantos medos, mas sabemos que é preciso o deixar livre para escolher, para crescer, para aprender; Mas nosso ombro está sempre disposto a acalentar caso erre, caso precise. Não podemos decidir nada por eles, mas podemos nos fazer presentes, podemos oferecer a mão a levantar-se, podemos oferecer uma piada imprópria para lhe arrancar um sorriso quando as lágrimas ameaçam a não sessarem. Não entendo direito sobre todas as tarefas a se fazer, pois ainda temos tanto a aprender, a passar, a rir, a chorar... E sei que todas essas experiências é que nos farão saber como agir, é que nos farão reerguer e renovar nossos votos de cumplicidade. Feliz hoje e todos os outros dias, feliz sempre dia dos amigos!
E podia parecer que sim, mas não importava sua opinião em relação à maturidade. Sua teoria dogmática a respeito de tal, perdia total força em sua própria origem, por não levar em conta que para se conhecer, é preciso antes de tudo não Pré-moldar tal pessoa. Não me importava se a idade era “x” ou “y”. Sua representação de um cara aparentemente mais maduro, me fazia crer ainda mais de que não se rotula alguém pela idade expressa num RG. De fato haveria de conhecer caras com idade amena que apresentava experiência e um papo 300 vezes melhor que o dele. Mas não era isso que me fazia prender atenção. Não era idade, não era o papo, não era físico, era basicamente sua audácia em me desafiar a provar para ele o que dizia. E sempre me importou tão pouco provar aos outros o que acreditava ser/pensar, porque em suma face sempre defendi a idéia de que não devia provar nada a ninguém além de mim mesma. Mas ele conseguia me despertar o interesse de provas concretas à tudo que dizia. Não porque insistia, talvez inclusive tenha sido exatamente por isso... Por não insistir como qualquer outro cara sempre fazia. Ele me despertava uma curiosidade imensurável, me fazia crer que nele existia uma espécie de peculiaridade que até então desconhecia, e não era por ignorar meus joquinhos de me fazer de difícil, era simplesmente porque me despertava uma curiosidade ainda maior em descobrir quem ele era. Como se descobrindo-o, eu me encontrasse em algum ponto ou pelo menos me acrescentasse algo singular que até então não viera para mim dessa forma. Ele me fazia duvidar de minhas certezas eminentes, me fazia não parar de pensar naquele seu jeito prepotente que era tão característico de sua personalidade. Talvez devesse recorrer até no que pouco acreditava sobre signos, e por hora descobria uma nova ironia... Mesmo signo que o meu, mesma boçalidade espontânea que ainda assim cativava. Então deveria fazer algum sentido o que transpassava naquela situação... Talvez por enxergar tanto de mim que me prendesse ou admirasse tanto tua postura volúvel. Maldito magnetismo que me causava e interpretação nenhuma me vinha.
E aí você ressurge, tão lindo e com teu melhor sorriso. Mexe com minha postura invicta de façanhas, mexe com minhas idéias, com minha temperatura, com meu corpo, com meus lábios. E me estremece, e causa uma confusão na ordem estabelecida. E eu nem ligo, porque por mais que eu pense que tudo isso pode durar poucos segundos, serão os melhores segundos que fico em excesso de mim. Excesso de sorrisos, excesso de friozinho na barriga, fico em excesso de ti. Do teu cheiro, do teu calor, do teu encanto... tão cafajeste e provocante, tão em harmonia, tão meu, tão perfeito do teu jeito. E tu sempre me surpreendes, porque fica sempre mais que alguns segundos, porque você quando vem, você fica, você abraça forte, você me inunda.
E eu fiquei estática, encantada, envolvida por um par de olhos que de alguma forma gritava o que tinha dentro da alma. Ele clamava por ajuda, por intervenção, ele clamava por cuidado e atenção. Eles gritavam por amor sem meras expectativas em vão. Eles eram a fala, eles eram o socorro de uma vida inteira dentro do corpo, eles eram tudo que não suportava o coração.
Eu já ouvi falar que amores emendados sempre acabam em uma ferida mal cicatrizada. Já ouvi falar que é preciso tempo para se recuperar de uma queda para tentar de novo. Mas já ouvi falar também que não se deve perder tempo sofrendo. Não se deve perder de si, não se deve perder os amores que lhe batem à porta. E acho que é isso. Ele chegou pra mim. Me corrijo, pois pode ser que esteja equivocada, que seja algum tipo de aventura, algum outro fogo de palha... Mas me dou créditos, a seguir em frente, a tentar mais uma vez, a tentar mudar mais um. A acreditar que este será diferente, acreditar que serei eu mesma para ganhá-lo. Então que seja assim, inesperado, volúvel, afável, singelo. Que venha e que resolva ficar, mesmo que as vezes eu queira matá-lo, que fique mesmo com meus defeitos, mesmo com minhas manias chatas, mesmo que eu desista. Que ele não desista da gente, por nada nem por qualquer besteira. Que seja forte quando eu for fraca, que seja ele que veio para ficar.
As lágrimas visitavam aquele rosto. E não era dor física, era dor da falta do físico, era o escancaro da mudança, pois não era só saudade, agora se tornava falta. Falta do abraço que fervilhava, falta do sorriso que havia escolhido para lhe fazer companhia... Era falta dos mimos, dos abusos, era a falta finalmente anunciada. Foi-se o tempo em que era saudade, porque na saudade se esperava novamente por tudo isso; na falta não se esperava mais nada. Só se recebia a angustia. Não existia esperança de abraços.
E eu só precisava de uma gota, mas veio um balde d'água. E o copo ou o corpo era muito fraco pra suportar tempestades, então já que havia se perdido tanto, bagunçado tanto, era melhor retirar os entulhos... Recomeçar do zero. E em próxima vez fazer o finco bem mais profundo, com mais qualidade... porque usar material barato dá nisso: Desperdício.
Tô falando de carinho, não de caridade. Tem que ser recíproco. Carinho é o abraço apertado sem que conte os segundos para aparentar que importa; o carinho que falo é do cuidado, da proteção, do beijinho na testa, dos elogios mais tolos que para nós mulheres tem uma tonelada de importância. É atenção, é respeito, é a espera da hora certa. Dar tudo isso tem que ter um bom resultado da lei de ação e reação, senão meu caro, é jogar na lata do lixo, ou melhor, é jogar em você. Porque só se tornará mais que isso, quando passar a se colocar em lugares de valor. Valorizando quem te quer o bem.
E eu senti um enjoo absurdo! Talvez sentisse tamanha urgência em tirar algo que estava dentro de mim que há tempos estava entalado, só não tinha ideia que quando sentisse viria tão intensamente... Hesitei em provocar que saísse de mim, mas naquele dia eu já estava fazendo limpeza de coisas que não me faziam bem mesmo, então resolvi ir em frente. Resolvi provocar com a ponta da escova o vômito, e consegui. Saiu. Mas continuei enjoada... Talvez porque ainda te sentia por perto, talvez porque tuas atitudes provocassem a ânsia constante, talvez porque eu não tinha te vomitado por completo e ainda restasse vestígios de você em mim.
Hoje é dia de decisões, hoje é dia de tomar um rumo certo na vida... Tem horas que não dá pra se enganar, empurrar com a barriga, ficar acomodada. Olha só, tem um sol lindo brilhando lá fora, tem minha eterna amante liberdade, tem meus planos, tem meus diversos amigos. Chega de pedir permissões, chega de balela, de papo furado, de me esquivar por algo que eu mesma sei que não existe. Chega de tentar seguir em frente somente pelos mimos diários, pela conversa bonitinha ou por todo mundo querer junção entre ambos. Chega de se prender. É bom, foi bom, mas com tantas limitações me sufoca. E sufoco afasta minha amante, e quero ela sempre perto, sem trocar por ninguém, pois a liberdade meus caros, ela se adequa e assume quem dá certo. Quem prende muito, no fim acaba sem nada...
Faz de conta que não há chuva, que não há saudade, que não há tormento, nem ansiedade. Faz de conta que não importa tanto assim, e que ficará bem. Faz de conta que a cama ta cheia, ta quente de calor humano, e que quando acordar há milhões de abraços pra te apertar. Faz de conta que não existiu nenhum abandono, que está aqui, coladinho. Faz de conta que a mentira diária que tem dito pra si mesma é verdade, faz assim, te reinventa em mim.
Que medo me dá ser verdade o que minhas dúvidas me causam. Que medo tenho de me enganar com você, que medo tenho desse alimento que me dá. Que surpreendente diferença és entre tantos, que curiosidade enorme me provoca. Quão proibido és para mim. Por vínculo, por sangue, por compromissos assumidos... Quão proibido deveria ser as paixão que surtam e surgem do nada. Quão proibido deveria ser essa tua mania inocente de me conquistar, essa mania incessante que me arranca tamanho bem estar. Odeio dúvidas, principalmente as quais se referem ao que sinto em relação à alguém. Odeio não saber o que se passa em tua mente, que escondes tanto e que pouca coisa me conta sobre você e me faz falar tanto de mim. Acontece que tua presença me faz um bem enorme. Me transmite paz, sinceridade, me transmite o que poucos tem. Eu valorizo cada besteira que fala, porque sei que por trás de cada uma delas há sempre algo a aprender. Valorizo tanto a tua caretice, me faz rir meio torto quando penso nela... Ou até quando só penso em você. E penso em tempo a mais do que se é normal pensar. Maldito transtorno e dúvidas que me causam, maldito azar de não te ter comigo e ser covarde para tentar.
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