Tag vidro
As vezes pergunto-me porque me doí tanto, por muitas vezes ter me entregado tanto. Digo-lhes, porque se eu não for assim fico doente. As decepções cada dia mais me ensina crescer e ser forte por fora, mais por dentro sou como um caco de vidro que precisa ser pegado com uma pá para ser jogada ao lixo.
Um sorriso no rosto não mostra sua dor, não transparece seu sofrimento. Mas quem te olhar nos olhos, identificará a solidão de sua alma.
Vidro
O vento bate na janela e atinge os vidros
Uma sombra se projeta sobre os vidros
Dedos deslizam pelos vidros
Longas unhas arrebentam os vidros
Meus olhos não conseguem ver os vidros
Estou assombrada pela sombra no vidro
O ESPELHO E O VIDRO
Sou uma simples lâmina, refletindo a realidade. Mostro-lhe coisas boas e ruins, o frio e o calor, a luz e a escuridão. Você ver em mim toda a sua história e eu prostro-me diante de te, acompanhando cada momento que me enche de brilho e perfeição. Cada dia me torno um espelho mais bonito. Todos correm para me ver, para saber como estou, para saber quem é o seu amor. Um dia, fui abandonado, perdendo todo o meu reflexo, escurecendo junto a escuridão do quarto do porão. Manchas aparecem no meu coração, que espalham-se por toda a moldura que não me segura tornando-se um simples vidro, que aos poucos se quebra e cai ao chão.
Eu de alguma forma soube, naquele momento, que Grace Town era um pedaço de vidro com reentrâncias com o qual eu me cortaria de novo e de novo se me deixasse envolver.
Desde o começo, apresentamo-nos como somos: quebrados. E foi por esses cacos de vidro espalhados dentro de nós que cada um se apaixonou.
Muitas vezes o que nos resta, é pegar a vassoura e uma pá, recolher os cacos de vidro e jogar numa lixeira, para então recomeçar.
Apenas nos vemos através de imagens produzidas por lentes de vidro, transmitidas por fibras de vidro e exibidas em telas de vidro. E, devido a essa fragilidade, um dia as relações se quebram!
Veja como queima,
Flamejante e incessante.
Trazendo calor aos corações,
E aquecendo almas...
Mas que pena essa,
Quanto mais arde em chamas, mais se queima.
Será essa a maldição dela?
Se ferir aos poucos para fazer o bem a outros..
Vejo em seus olhos uma breve lágrima,
Que logo evapora ao correr por seu rosto quente.
Queria toca-la, mas assim me queimaria.
Talvez valesse a pena, uma queimadura por um abraço...
Ela não se importa de se machucar para me aquecer,
Então é a minha vez de sofrer para que ela possa sentir o que sinto... Esse calor, esse carinho... Esse amor.
Como és belo,
Não se importa com minhas chamas.
Mesmo sabendo que poderia mata-lo,
Continua a me observar de perto.
Queria abraça-lo,
Mas o destruiria.
Será esta a tua maldição?
Ser um anjo de gelo e se apaixonar pelo fogo..
Vejo em seu rosto, branco e frio,
Um sorriso sincero e feliz...
Mas ao mesmo tempo vejo uma lágrima...
Congelada em seu olhar...
Meu Anjo de vidro....
Eu sou apenas uma garota frágil como vidro, mas se me pisar deixo cicatrizes que provam que você precisou sofrer pra que eu pudesse ser livre.
Quem disse que a chuva atrapalha, não sabe que ela bate em minha janela, trazendo-me, leveza nos pensamentos e a certeza que amanhã será vinte e três do mês... Esqueci!
Não cabe a palavra Amor no que já se tornou banal e cotidiano. Amor é descoberta, vivência, sede de novos e imensos horizontes. Simplesmente não dá para prender o Amor em um vidro de conserva.
Lágrimas de vidro
Sou como vidro,
Frágil e quebrável,
Fácil de ser contida,
Algo controlável.
Mas também sou como lágrimas,
Derrama as vezes sem motivo,
Sempre nas lástimas,
Sempre na conflito.
Lágrimas de vidro,
Muitas vezes insuficiente,
Porém em alguns momentos,
Sou o eficiente.
Não me diga que a lua está brilhando; mostre-me o brilho da luz no vidro quebrado.
Eu te quebrei feito copo
Eu te pisei feito vidro
Estilhaçado feito corpo
Mal-amado, aos meus pés
Eu te fiz pó
A vida é um contínuo movimento. Nada é estático.
Naveguei no cais dos sonâmbulos, nas fulgurantes crinas da angústia...
Barco de vidro...
No eco da minha alma no espelho, observo distâncias dissolvidas nos voos
Castelo de vidro
Num castelo de vidro construído em cima de uma duna gigantesca o tempo oscila penosamente entre as enormes diferenças diárias de quarenta graus,
a beleza estonteante do deserto é vigiada constantemente pelo Sol, a Lua e as estrelas,
o tempo anda lentamente vagando por entre as poucas sombras existentes,
dentro do castelo de vidro, as flores de diversas cores são rainhas, os inúmeros vagalumes presentes são os que dão vida e beleza as noites com seus flashs repentinos,
apenas duas almas apaixonadas desfilam pelos corredores iluminados deste castelo e suas vozes soam atravessando as paredes das dunas imponentes,
nada é mais rico e mais vivo no deserto do que a força herdada por esse amor.
VIDRO DO OLHAR...
O vidro do olhar
e a vida a piscar...
e a vida a passar...
Comerciais da vida:a consumir o olhar, o celular...
Modelos para se crer, a nova re-ligião do consumir, do olhar...
Um desejo de consumir...
Vendendo manipulações, ilusões
A vida aparente de Platão, ilusões
A vida real de Nietzsche, real
A contra-mão da ilusão e o real
Um cintilar, um piscar do olhar
Vivemos numa sociedade de consumo do olhar...
Buscando comprar o azul do mar, o azul do olhar
O olhar é a nova-religião de con-sumo
Assassinando a própria vida
Se o mundo não foi seu
Se o mundo já foi de Deus
Hoje deve ser de alguém, que fatura e enriquece
Busquemos voz, vez e escudo da razão
