Tag verde
Tenho notado que, ultimamente, visto muito verde.
Logo o verde, cor da esperança.
Aquela que dizem ser a última a morrer.
A minha, no entanto, não morre.
Ela vive em mim com teimosia, irrompe do meu peito como primavera em terreno seco, explode em gestos, invade meus dias.
Mas não se engane: minha esperança não é delicada.
Não tem ternura.
Não se curva em piedade.
Ela é bruta.
É sobrevivente.
É o que resta quando tudo falha, e ainda assim, insiste em ficar, contra minha vontade.
Meu Céu e Minha Sina
Ó solidão que amarga em cada minuto distante,
Um tempo que se estende, qual dor incessante.
Foi assim que vieste, destino imprevisível,
Qual sombra fugaz, mas tão indivisível.
Entraste em minha vida, sem aviso, nem razão,
E já roubaste os sentidos do meu coração.
És singular, meu norte, minha inspiração,
Um universo onde perco toda a noção.
Teus olhos, verdes como o mar em alvorada,
São para mim estrelas numa noite estrelada.
Ao sorrir, abres portas do paraíso eterno,
E me lanças num mundo onde tudo é moderno.
Todos esperam o sol, num alvorecer constante,
Mas tu chegas sempre, em um brilho fulgurante.
Minha sina, meu sol, meu sistema solar,
Tua presença é farol, no céu a brilhar.
Se um dia partires, meu rumo a mudar,
Saiba que espero — há de voltar.
E quando em tristeza teus olhos se fecharem,
Que seja por um dia, não por dores que se alastrem.
Faz feliz teu coração, te peço e te imploro,
Pois és meu astro, meu céu onde moro.
Tua existência, constelação que me guia,
Minha Estrela Dalva, minha eterna alegria, meu pedacinho de céu com cor de esmeraldas.
fagulha de espera
é preciso compreender bem o fruto desejado
para acertar o tamanho da espera.
entre o verde, o maduro e o podre
está o tempo.
Se olharmos com um olhar fantasioso, será possível notar que há uma certa magia, uma poesia pulsante, espalhada por determinados detalhes da natureza, que resulta em um deslumbramento tão forte que qualquer explicação num primeiro momento é prontamente dispensável, o importante é deixar os olhos deslumbrados por alguns instantes, considerando que tal privilégio é temporário.
Algo como a bioluminescência surpreendente nas águas do mar, mostrando um azul fortemente luminoso, exuberante, um vislumbre admirável do conhecimento grandioso, certamente, divino, um efeito muito empolgante, que traz a um simples ambiente a impressão de ser parte de um cenário presente nas páginas de um bom livro, seja um de fantasia ou de uma ficção científica que acontece em um outro universo com um aspecto bastante realista.
Destaco também a belíssima Aurora Boreal, um verde esmeralda esplendoroso, uma arte natural que pinta os céus de poucos lugares, geralmente, em pontos específicos de um jeito mais imponente, o que faz de seu aparecimento ser raro, sempre belo e impactante, a propósito poder um dia contemplá-la é um dos meus sonhos e estou certo de que será demasiadamente emocionante, inesquecível, até o meu espírito ficará exultante.
Os raios que ocorrem dentro das nuvens de uma tempestade é um fato impressionante, uma ocorrência bem difícil de ser vista, que forma um grande espetáculo reluzente, glorioso, acompanhado pelo som estridente de trovões, um ritmo harmonioso do que é magnífico e aterrorizante ao mesmo tempo, um tipo fascinante de caos que demonstra equilíbrio graças ao Poder que não poder ser mensurado, muito menos contido, obviamente, inalcançável, resultado bastante preciso.
Sprites vermelhos são impactantes e chamam muito atenção na imensidão de um céu noturno, uma resplandecência escarlate se destacando na escuridão e usando a imaginação, podem ser poderosos espíritos de luzes abrindo um portal para outra dimensão, evento que deve trazer uma vibração de entusiasmo, um sentimento de gratidão, a sensação de se estar em um lugar mágico, observando uma apresentação perfeita, apta para ser memorável.
Se eu pudesse mandar um recado pra minha terra,
diria com o coração apertado e cheio de lembrança:
Querida Rio Verde das abóboras,
Hoje me peguei lembrando do menino Júlio – o "Julin",
"fi" da dona Gilza, neto da "véia" Tieta.
Nasceu e cresceu onde tudo parecia possível,
mas quase nada se podia para o povo humilde daquele solo —
um velho retrato da botina suja de poder.
“Como, agora, olvidar-me de ti?” —
verso do hino que ainda ecoa no meu lamento.
Saudoso, jamais esquecerei do que vivi.
E é mesmo estranho sentir saudade
de um lugar marcado por dor e violência,
mas mesmo com tudo isso,
eu olho pra você hoje e digo com orgulho:
Que bom te ver melhor, Rio Verde!
Verde água
Ver de verso
Valsa solta
Solta a proa
Pare e pense
Se puderes, sinta
O frescor fumegante
Dessas falsas foligens
Eles fabricam e produzem tudo que acaba com o meio ambiente, aí eles vêm dizendo que reciclando e optando por algo mas ecológico é salvação do planeta, mesmo diariamente produzindo milhares de toneladas de algo que eles alegam não sendo bom, e ainda o comercializam.
Na promessa verde da revolução, tecnologias agrícolas surgem como uma arma poderosa, combatendo o medo da transgenia como um desafio à própria progressão.
TODO VERDE
Num respiro de dia passando por ali
O verde se pôs a cantar
Todo vento vinha soprando ligeiro
Num azul de céu clarinho feito azul de mar
Deixa a vida escorrer
Toda nascente carrega um espírito que seguirá
O dia não abandona nenhum sentido
Na folha está o vislumbre de mais vida continuar
As árvores guardam o Tempo
Diante a realidades dos fragmentos que escrevo
Enquanto os pássaros cantam
Os sonhos dessa manhã que não esqueço
As máquinas são impertencentes do verde abundante; o amanhecer pode revelar qualquer sagacidade inclinada do homem e sua vaidade não encontrar palavra que justifique o final do dia. O verde do contrário segue extraordinário infiltrando sozinho uma doçura a qualquer hora da vida.
No dia mais claro,
Na noite mais densa,
Nenhum mal escapará à minha presença.
Todo aquele que venera o mal há de penar,
Quando o poder do Lanterna Verde enfrentar!
(Juramento do Lanterna Verde Hal Jordan)
Caminhava à esmo, catando conchas na praia. Gastava sua tarde manhosa, colorindo as rotineiras retinas de instigantes tons de verde e azul .
Doce de Figo verde
feito com carinho
para saborear com uma
fatia de queijo curado,
E quem sabe fazer
o seu coração apaixonado.
PABLO PICASSO
Na tela vasta do mundo, Picasso moldou sua visão,
Um cosmos de formas e cores, uma nova dimensão.
Em linhas e cubos, ele desvendou segredos profundos,
Revelando a alma humana em seus contornos fecundos.
Sua arte é um espelho, refletindo a diversidade,
Capturando a essência da nossa própria verdade.
Cada pincelada, um eco do caos e da harmonia,
Numa dança de luz e sombra, em perpétua sinfonia.
Do azul melancólico ao rosa tão vibrante,
Picasso explorou os matizes do ser, num instante.
Na guerra e na paz, sua tela era o palco,
Onde a vida se desdobrava em cada traço, em cada facho.
Entre minotauros e mulheres em chamas,
Ele desafiou convenções, rompeu com as tramas.
No abismo da mente, ele mergulhou sem temer,
Revelando os mistérios que só um gênio poderia entender.
Picasso, visionário, mestre do olhar novo,
Em suas telas, o universo encontra o seu renovo.
Sua cosmovisão, um convite à reflexão,
Sobre a beleza e a dor, sobre a vida em expansão.
EDVARD MUNCH
No crepúsculo sombrio da alma, Munch mergulhou,
Em um oceano de angústia, onde o tormento fluiu.
Entre gritos silenciosos e rostos distorcidos,
Ele pintou a agonia de um mundo dos reprimidos.
Em cores vibrantes ou em tons de sepultura,
Munch retratou a fragilidade da nossa ternura.
Em cada tela, um eco da dor existencial,
Um reflexo da alma em busca do transcendental.
Nas noites em claro, entre sonhos e pesadelos,
Ele desvendou os mistérios mais belos.
Onde a morte dança com a vida num eterno abraço,
E a melancolia se mistura ao viço do espaço.
Entre o amor e o medo, ele traçou seu caminho,
Explorando os abismos do humano sozinho.
Em cada pincelada, uma viagem ao desconhecido,
Onde o destino se revela no olhar mais perdido.
Munch, poeta do desespero, da solidão,
Em suas telas, encontramos nossa própria aflição.
Sua cosmovisão, um espelho da condição humana,
Num mundo onde a beleza e a dor giram numa dança insana.
A arte é o espelho que reflete a alma de uma sociedade, revelando suas verdades, dilemas
e aspirações.
A arte é a luz que brilha nos tempos sombrios, oferecendo consolo, reflexão e esperança aos corações aflitos do mundo sofrido.
A arte do rabisco é mentalista e surge na dança da imaginação, onde traços e cores se entrelaçam para criar um universo íntimo e único, revelando os segredos do inconsciente.
A arte mentalista retrata o destino, pintando nuances ocultas da vida humana, revelando verdades escondidas e mistérios que ecoam na alma de cada indivíduo.
Fotossíntese
Assim que a vida floresce, dissipa-se a névoa,
Sentimento de raiz, movimento de folha.
Aprofunda-se na terra, água e sais. Embriaga-se e se perde em si.
No tocar dos raios, folha e fruto,
A luz que amadurece o verde,
Alimenta a distância. Clorofila.
As folhas umedecem as margens.
Deixe-as,
Em silêncio, crescendo.
A luz não carrega limites. Transcende e vira sentido. Sacralidade.
Para a savana de herbívoros pastando,
Alimento. Para um rio sem correnteza, Continuidade.
Serve de abrigo nas copas,
Sombra em seus meios.
Em feixes e cores, no desabrigo de Imagens encontra-se o manto verde.
A vida não tem final de semana; é felicidade sem fim e sem limites para quem vive com o sinal verde do coração.
