Tag temor
Nada controla quem pensa sua própria mente, não há promessa que o iluda, chantagem que o prenda ou medo infundado que o assombre !
O adultério, a fornicação, a lascívia, a prostituição, são a fatura da conta de quem já não teme a Deus.
A maioria se agarra ao passado como quem teme o vazio — são moldadas por ausências, traumas e repetições que não cessam. Caminham carregando escombros de si mesmas, como se a dor fosse identidade. Mas eu sou inquietação em carne. Não aceito ser resultado, sou processo. Não me prendo ao que me moldou, porque sei: o que me molda agora é o próprio caminhar. Recuso as certezas confortáveis do que fui. Refaço-me, mesmo sem garantias. Há algo de sagrado nessa travessia sem mapa, como se o próprio ato de transformar-se fosse o destino. Não sei o propósito — talvez ele nem exista —, mas sigo, porque estagnar é morrer, e eu escolho o abismo de me tornar.
O conhecimento do Senhor nos conduz à intimidade, ao temor e à obediência. Se não temes nem o obedeces, não o conheces.
A fé nos sustenta,
A oração é alimento para a alma,
E quem tem temor a Deus,
Conquista respeito junto a Ele
E com os semelhantes!
"A jornada da vida é uma constante série de provas e testes, e é através do enfrentamento destes desafios que encontramos a verdadeira essência do nosso ser e o sentido da nossa existência, portanto, não desista mesmo que o temor ecoe em sua mente."
O que um monstro descontrolado mais teme é ver o seu reflexo nos olhos de quem se atreve a ser também uma força monstruosa em equilíbrio.
Temo
Temo estes dias maus.
Temo o que traz pro porto todas as naus.
Temo o dia chuvoso.
Temo meu coração nervoso.
Se não há nada pra temer... crio.
Crio medos.
Crio noites insones.
Crio gritos ecoando.
Crio um rio por suas águas pro mais profundo mar me levando.
Os fortes também tremem
Naquele dia quando saía, de repente quase sou abalroado por um transeunte
Espantado, parei e pasmei!
Diante o belo exposto a minha frente, senti-me diminuto
Tremi!
Numa sucessão de palavras desencontradas tentava que não percebesses o meu desnorte
Tu, desportista, belo e sedutor para brincar
O sorriso nunca negado embebecia meus olhos
Não te imaginei ser de lá
Também não conseguia imaginar, apenas admirar tanto fulgor
Foi quando - ao lá ir - para minha surpresa, me recebes com o teu sorriso
Aquele sorriso de quem parece querer dizer mais, e não dizemos
Nossa intimidade se torna maior e, melhor consegues olhar-me nos olhos
Não tenho dúvidas que sabes o que sinto
Ou será mais uma tolice do meu ingénuo coração?
Sinto-me abraçado e deixo que assim seja
Num olhar que abraça, nos buscamos
Reluto, digo ser utopia!
Não posso voltar ver-te
Vivo de certezas: como no amor tudo é incerto...
E se não der certo? E se der? E se...
Ok! Estou na fase em que se descobre que os fortes também tremem
Tenho vontades
Tenho saudades
Tenho temores
Tenho tremores
Vontade de viver, de rir
Saudade de meu Pai, Saudades da velha Isaura que passava roupas com ferro a brasas, de minha Avó Idalina...
Temor de perder, de esquecer...
Tremor de frio, de alegria, de vontades.
Onde estão os cristãos que sentem paixão pela pureza, ódio pelo pecado, prazer na meditação, empenho na mortificação do pecado, temor de Deus e amor pela piedade?
Precisamos ter um senso da beleza, amabilidade e magnitude de Deus, do quão sapiensíssimo Ele é, e da sua perfeita santidade, com o objetivo de termos o devido temor e reverência a sua majestade.
Teologia boa é a experiencial, pois leva o homem a conhecer a beleza de Deus ao mesmo tempo que o leva a enxergar a hediondez do pecado, produzindo assim um santo temor a Deus e um ódio ardente pelo pecado.
"Os bancos das igrejas, repletos; os corações,
muitas vezes, não. A fé, muitas vezes, movida pelo temor, e não pelo amor genuino a Deus."
O temor surge ao imaginar o pior panorama, enquanto a tristeza se manifesta quando esse cenário se concretiza.
TEMOR
Sofro... vejo o vão e o desespero envasando
Os pensamentos inventivos, agora são atoa
Abandona-me a fé, pouca, fé que me atraiçoa
Chora o peito e, o olhar, em lágrima sangrando
Me perdoa!
Que fazer pra ser os de sorte? Os de boa!
Se a ambição na lama, neste poetar nefando
Fala em glória, com aspereza de ser brando
Quando na verdade a sofreguidão amontoa
O tempo expirando!
Choro... sofro... sobre a desdita e a oração
Padeço no silêncio engasgado na garganta
Amarga a ilusão que na inspiração agiganta
Haja emoção!
O que se fazer neste infortúnio, sem enredo?
Sacripanta! A piedade não se fará de infanta
Deixe este poetar poetando, e levanta!
Que medo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31 de maio, 2019
São Paulo, SP
Olavobilaquiando