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É reto que o mundo nos obriga a cair e, muitas das vezes, a nossa única escolha é aceitar a queda...
" A QUEDA DO PRÍNCIPE MAMBICE"
Num país longínquo, onde a população era composta por mais de duzentas pessoas com o mesmo finalidade de tornarem espelhos da sociedade, os edifícios daquele país eram contáveis, os homens viviam no palácio de lado esquerdo e as mulheres viviam no palácio do lado directo e na província que fazia fronteira com a comunidade viviam os senhores de sangue azul conhecidos com formadores, os pedagogos que lançavam sementes de metodologias de ensino e conduziam os formandos do país de príncipe Mambice.
O tempo como de hábito é o amigo mais cruel de todos os tempos. A cada segundo que o ponteiro de relógio marcava, o tempo sempre corria vertiginosamente como a corrente elétrica num condutor eléctrico e príncipe Mambice era o melhor governante já visto pela sua majestade rainha Celestina Toalha, elogios caiam sobre o príncipe como chuva torrencial com granizos e ele mesmo andando se sentia voando mais que um míssil de longa alcance projectado na correria do Norte.
Durante o seu mandato, o príncipe era mais amigo do seu ministro de guias e efectivos, o Cláudio Matsinhe, o homem que carimbava passaportes para os cidadãos poderem sair do país para irem passar fins de semanas e férias nos países dos seus pais.
O príncipe era casado e pai mas a sua mulher morava noutro país tão distante, talvez foi devido a distância que os separava o que fez com que o príncipe se apaixonasse por duas mulheres, a Inácia e Celeste que compartilhavam o mesmo quarto, conhecido como camarata, no palácio do lado directo conhecido como dormitório feminino.
Às leis daquele país i tão severas que até condenavam à quem às fez!. Num dos artigos da constituição daquele país era expressamente proibido lutar dentro do reino e muito menos bater alguém e caso isso aconteça todos seria deportados do país sem direito de pedido de desculpas.
O príncipe comovido e vencido por ciúmes falou para uma das suas namoradas chamada Inácia:
-Vamos bater papo lá fora do país onde vendem mandioca e vamos aproveitar contar os carros que vêm de ambas direções, Cruzamento de Tete-Chimoio, Chimoio-Cruzamento de Tete. A namorada sem saber qual era a intenção do príncipe, e chegados lá o príncipe começa a fazer chibongozozo, malhando e agia por impulso e mergulhado no mar de nervos de sem fronteiras começou a espancar a sua namorada e as pessoas que passavam pelo caminho atreveram-se em a acudir a briga e apaziguar os nervos do príncipe que estavam a transbordar como a panela de quiabo na lareira tradicional.
A informação alastrou-se em todo o país e na edição do jornal Massoko, era a notícia mais destacada. A informação foi pousar até nos ouvidos da sua majestade rainha Celestina Toalha, o príncipe foi solicitado juntamente com o seu pai para o gabinete real onde foi julgado e ao lado estava o primeiro-ministro daquele país o dr. Pedro, carinhosamente chamado de Tio Pé e ficando com fogo nas mãos por um tempo, chegaram até à conclusão e solução que era de retirar o príncipe do trono e finalmente foi substituído pelo ministro Jossefa Montana, que velava pelo palácio do lado esquerdo conhecido como dormitório masculino. Assim foi a queda do príncipe Mambice.
Baseado em factos reais vividos no IFP-CHIBATA, 2019
Xadreque Pedro Janasse.
A QUEDA DO EQUILIBRISTA
Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.
Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.
Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.
Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.
Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018
Só chegamos onde queremos chegar quando usamos a queda não como desculpa para desistir, mas para levantar.
Não deixe de elevar pelo seu ego, pois ele pode mudar seu comportamento, derrubar seu caráter e trazer sua queda.
Eles buscam zombar do teu erro, rir da tua queda, mas: se você fizer e gostar de fazê-lo, farás melhor do que qualquer um.
"...e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos dos empurrões e das más vontades. Do negativismo e da falsa esperança. Do medo apostolado e dos sermões revestidos de caridade. Das intenções maldosas envoltas de santidade bolorenta e do cinismo com que nos tentam conquistar.Das falinhas mansas e das raivas camufladas e dos assaltos á integridade que ainda e a todo o custo conservamos ....livrai-nos de todo o mal que nos faz cair vezes sem conta para nos levantarmos mais fortes, ainda que ensanguentados. Porque a gente caí muitas vezes para melhor ver o motivo da queda ...não somos árvores, somos gente, e sempre nos levantamos ainda que no processo deixemos no chão, os ramos que erroneamente pensavamos que nos sustentavam"
Talvez você tenha levado algumas quedas. Mas, nunca esqueça: "O cair é do homem, mas o levantar é de Deus!" Confie e descanse Nele, sabendo que, Ele te levantará!
É melhor encarar uma verdade dolorosa que persistir em uma mentira confortável. Futuramente o que hoje é mais fácil acreditar, já terá atingido altura o suficiente para despencar em uma queda muito mais dolorosa.
As pessoas que mais nos fazem bem são as que mais podem nos machucar, pois são as últimas que esperamos nos decepcionar. É por isso que o amor seja tão temido; não se trata da altura, mas do impacto da queda.
Resistir: quanto em resistir é aceitar impávido a desgraça, transigir com a destruição cotidiana, tolerar a ruína dos próximos? Resistir será aguentar em pé a queda dos outros, e até quando, até que as pernas próprias desabem? Resistir será lutar apesar da óbvia derrota, gritar apesar da rouquidão da voz, agir apesar da rouquidão da vontade? É preciso aprender a resistir, mas resistir nunca será se entregar a uma sorte já lançada, nunca será se curvar a um futuro inevitável. Quanto do aprender a resistir não será aprender a perguntar-se?
O sucesso é mais do que a simples resiliência. É uma questão de usar essa queda para nos impelir na direção oposta.