Tag niterói

Encontrados 6 com a tag niterói

Chove em Niterói. Mãeeee! Cadê meu cilindro de oxigênio?

Inserida por MilenaLeao

Quem disse que princesas não existem?
Elas existem e são encantadas.

Inserida por MilenaLeao

Oh Niterói !
És para mim
um amor que não se corrói
e tens o perfume do jasmim
nesse meu poetizar.
Oh Niterói !
Quando longe do seu mar...
a saudade só me dói.

Inserida por MiriamDaCosta

Lembrei, com saudade, dos Jarlich, três irmãos gêmeos, negociantes estabelecidos, com negócios de jóias, na Rua da Conceição, quase em frente a prefeitura. Se eu não me engano, Crisólita era o nome da loja. Quando eu ia lá com meu avô, era, na época, uma das melhores do ramo da cidade. De origem judaica, esses negociantes, extremamente simpáticos, gozavam de um vasto círculo de amizades grangeadas nos longos anos de comércio que exerceram com muita capacidade. Delicados ao extremo, lembro que, sorridentes, bastava conhecê-los para que uma amizade tivesse início. Sua freguesia era certa no ramo de jóias. Entendidos no assunto, honestíssimos, não eram como donos da H Stern ou Sara Jóias com a família Cabral. Vendiam a prazo, contou uma vez meu avô, muito antes dos serviços de proteção ao crédito (SPC) o que demonstra o alto grau de confiança que depositavam nos fregueses, mais selecionados pelas amizades do que, propriamente, pelas informações que pudessem obter em qualquer ficha cadastral hoje tão prática. A Crisólita, ou melhor, a calçada fronteira à loja, era o ponto obrigatório de todos os amigos e colegas do comércio dos irmãos Jarlich que, ali, às primeiras horas da manhã, iam provocar os parceiros infalíveis, para uma partida de "porrinha" valendo café. Nesses encontros não falava-se em política internacional. Isso porque, os parceiros, sem que houvesse acordo nesse sentido, sabiam que não seria conveniente qualquer comentário ou opinião sobre a luta travada entre árabes e judeus. Ainda mais sabendo que Hajjat e outros patrícios árabes evitavam comentar sobre a luta na qual os judeus levavam nítida vantagem na ocasião. Essa, aliás, é uma das características da comunidade niteroiense no que tange ao relacionamento de estrangeiros lá residentes. Como é natural, todos têm suas religiões, clubes e festejam suas datas festivas tradicionais, mas, uma coisa é certa, jamais deixam de cooperar juntos pelo progresso de Niterói. E, o que é mais importante, o conceito social de todos eles é dos mais respeitáveis e sempre nivelados pelo trabalho honesto e pelas atividades executadas nos clubes de serviços e em obras sociais diversas. Amam suas pátrias de origem, como não podia ser de outro modo, mas, sem dúvida, há em todos eles e em seus descendentes um demonstrável amor por Niterói, onde vivem, crescem e terminam seus dias. Mas, voltando à reunião habitual pela disputa do café, os anos foram passando e consolidando cada vez mais, a amizade entre os componentes da roda, até que, um dia, um dos irmãos gêmeos, o Isaac, morreu. Foi como se num tripé faltasse um dos apoios. Os sobreviventes sentiram demais a perda. Não eram mais os mesmos. Vislumbrava-se, agora, nos seus semblantes, a marca triste das perdas irreparáveis. Não passou muito tempo, Moysés, o segundo irmão, partiu também para o eterno descanso. A ruptura deste vínculo fez desaparecer no sobrevivente o sorriso que, antes, era o traço marcante da sua fisionomia. Taciturno, já não sentia prazer em conversar com os amigos e a impressão que nos dava era o desânimo. Até que um dia, Germano também foi se unir aos irmãos, deixando um vazio imenso na roda que, com o tempo, foi-se desfazendo pelo mesmo motivo, a morte. E lembro o meu avô dizer: "Meu neto, quando você for mais velho, vai começar a ver as pessoas indo embora." E não deu outra. Já um pouco mais velho, fui vendo, ao lado do meu avô, o Serrão, da casa de ferragens, Souza e Carvalho, os banqueiros, Hajjat, da camisaria Sul América; e outros mais, indo embora, até que chegou a hora mais difícil: ver também o meu avô, meu ídolo, partir. Devem estar hoje em qualquer plano do espaço, fechando as mãos com os três fósforos, disputando qualquer coisa sem valor com os irmãos Jarlich, os saudosos companheiros da disputa do cafezinho matinal. Nós, que ficamos apenas com saudades deles, não podemos deixar de reconhecer que, no fundo, a morte não é tão ruim. A chatice dela está no vazio que provoca, quando arrebata, sem apelação, pessoas que amamos. Os Jarlich deixaram saudades. Homens assim fazem falta à comunidade. Eles, sem dúvida, contribuíram para o progresso de Niterói. Sua loja primava pelo bom gosto. No gênero, em certa época, foi das melhores em instalação, e, inegavelmente, é uma forma eficaz de ajudar uma cidade, dando-lhe vida, através de um estabelecimento comercial bem montado e sortido. Niterói que possui, hoje, nesse gênero de comércio, vistosas e excelentes lojas, que tanto contribuem para o seu progresso como a Gran jóias, dirigida pelo Antônio, a Garbier, da propriedade do Alberto, a Jóia Niterói Ltda, sob a direção do Salomão, não pode esquecer dos irmãos Jarlich que alinhavam a competência comercial ao bom gosto uma excepcional capacidade de fazer amigos. Mas uma amizade que, sem dúvida, passava longe da amizade desses novos empresários de jóias com a família Cabral. Saudades dos irmãos Jarlich.

Inserida por AlessandroLoBianco

Emigrou da Itália, novo ainda, acompanhado de duas irmãs. Ficou em Niterói. Filho de um oficial reformado da Marinha, tinha, certamente, forte inclinação para a carreira Naval. No Brasil, porém, circunstâncias adversas não lhe permitiam satisfazer esse desejo, ser oficial da Marinha. Optou, então, pelo magistério, matriculando-se na Escola Normal de Niterói, onde os três obtiveram o diploma de professor primário. Tão grande já era seu amor pelo Brasil que, ao preencher o formulário para matricular-se na Escola Normal, mentiu e declarou-se natural de Campos. Falava à brasileira. Por falar assim, muitos dos que com ele conviveram, ainda hoje, desconhecem sua origem.Depois de lecionar durante muitos anos dedicou-se, após a jubilação, ao comércio de livros usados, os sebos. Jornalista, iniciou suas atividades no periódico manuscrito e composto em papel almaço pelos próprios redatores, valia, por isso, como prova de caligrafia dos "responsáveis", contou. Deixando de circular O Normalista, passou a colaborar em alguns jornais, evidenciando profundos conhecimentos sobres problemas educacionais apontando falhas e soluções. Prevendo a pouca rentabilidade da profissão de jornalista e, quem sabe, desiludido pela inoperância dos artigos que escrevia, frente à pouca sensibilidade das autoridades da época, passou a escrever apostilas de aritmética e geografia para o curso primário chegando a editar uma Taboada Elementar adotada nas escolas de Niterói. Era também de sua autoria um abecedário na qual as letras eram memorizadas já compondo palavras como ave, banco, casa, dado, etc. Livreiro, instalou-se na Rua Marechal Deodoro quase chegando à Rua da Praia, pelo lado direito de quem desce a rua, em frente ao antigo Tesouro do Estado, junto a antiga loja Rosa de Ouro. Não tinha auxiliares, ele mesmo abria a loja e invariavelmente encerrava bem antes do horário normal, segundo dizia, para evitar despesa com a eletricidade. Mentia para sair mais cedo e encontrar os amigos no Clube de Literatura da cidade, onde recitavam concursos de trovas. Foi dele a autoria da primeira cartilha que li. Circulava lentamente entre rumas de livros, com um indefectível boné de seda preta na cabeça, marcando preços, separando livros por assuntos, colando folhas soltas ou rasgadas. Aos nossos olhos de criança, seu rosto parecia com os dos reis coloridos dos baralhos antigos. Após o almoço, dormia na cadeira, no fundo da livraria, por trás do balcão, com o abafado som de Nelson Gonçalves na vitrola. Não era raro, por isso, nessas ocasiões, o freguês bater palmas para acordá-lo. E, invariavelmente, restava a mim essa função. Bons tempos.

Inserida por AlessandroLoBianco

"⁠Crie conteúdo que responda a perguntas e resolva problemas.”

Inserida por Bertoni24