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⁠Nariz de batata, olhos de tamarindo e coração de chocolate. — acho que sou eu. 

Inserida por SilvioFagno

⁠Com tanta gente interessada em política, esta deveria progredir. Mas não progride e suponho o motivo: tal massa está  de fato interessada no jogo político, não na política em si.

Inserida por AntonioMatienzo

⁠Enquanto o povo tiver mente religiosa, não adiantará nenhum pensador lhe dar ideias. A maioria converterá tais raciocínios em liturgia e tal autor em mito. Tem sido assim, e dificilmente deixará de ser.

Inserida por AntonioMatienzo

⁠Não pode haver estupidez mais pura do que julgar o outro estúpido apenas não compartilhar de seu universo simbólico.

Inserida por AntonioMatienzo

⁠⁠SABEDORIA -
(Sobre o 31 de Dezembro e 01 de Janeiro. Sobre Avós e Netos. Sobre a Tardezinha. Sobre os Palhaços. Sobre a Poesia.).

Observem as crianças:
elas já nascem
sábias.

Passam a infância inteira
tentando ensinar os adultos
que, por prepotência e
falta de tempo,
não lhes dão a atenção
necessária.

Na adolescência,
por inquietude, irresponsabilidade,
falta de tempo
(numa das aventuras
dessa fase),
deixam-na esquecida,
num canto qualquer do mundo.

Na fase adulta,
hora ou outra,
olham para ela, reconhecem-na,
mas, pelo excesso de compromissos,
severidade, falta de tempo,
não usam-na corretamente.

O Tempo — sábio, dono de tudo —
nos traz junto com a velhice,
a essência da infância.
Agora
carregada de histórias,
experiências e, para alguns
(de olhar atento),
a sabedoria necessária
para prestar atenção
nas crianças
(sábias).

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠O Tamanho das Coisas -

⁠Bem,
eu me importo com todas
as pessoas.
Sim,
de alguma maneira
me importo.

Algumas mais, outras nem
tanto,
algumas outras bem
menos, enfim.

Mas as que mais me
interessam — que eu dedico
mais cuidados, mais atenção,
mais tempo — são aquelas
que têm a capacidadede
contemplar um grão de areia
com a mesma devoção com
que olham o céu.

E olham para o céu
com a humildade dos que
enxergam grandeza num
grão de areia.

Porque as coisas:
os sentimentos, os valores...
a vida,
são do tamanho que a gente
se dispõe a enxergá-las — senti-las.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Eu Mereço Tudo do Nada Que Sou -

"É só um momento,
vai passar!" — todos dizem.

E lá se vai mais um
dia, dois... três semanas,
um mês.
"Calma, calma,
vai passar!"

Então, três meses, sete...
dez anos.

"Quando terminar o
colégio, com certeza
passa.
Casando. Pronto:
casando passa, tenho
certeza."

A verdade é que ninguém mais,
além de mim, tem culpa.

Às vezes,
penso que dormi aos 16 anos
e só acordei aos 35.
(E o que se pode fazer quando
se está dormindo, além
de sonhar?).

Foi o que eu fiz: apenas
sonhei.
A minha vida inteira,
tudo que eu fiz foi sonhar,
no conforto da minha casa,
do meu quarto.

Fui o homem mais forte do mundo quando criança.
Quando adolescente,
o maior jogador de futebol
que já se ouvira falar.
Virei adulto e pensei:
"para ser um grande
artista,
basta escrever algumas boas
canções ou alguns belos
poemas de amor."

Fiz tudo isso.
Às vezes,
de maneira genial,
mas tudo dentro da minha
zona de conforto.
Sempre à espera de um
milagre, sempre à espera
da sorte — sempre a esperar.

A grande coragem — essa —
usei-a para os amores
que tive ou que
pensara ter.

Foram alguns, e todos
se foram.

Mas saibam que,
ao menos por esses,
eu dediquei-me ao
máximo — fiz de
tudo, sabe?

Preocupava-me em dar
atenção,
estava sempre à disposição
para qualquer eventualidade,
cuidava da alimentação,
da saúde.
Caprichava nos detalhes,
imagina:
eu corrigia, com delicadeza,
erros de português.
Nem saberia dizer quantas canções, quantos poemas escrevi-lhes.
Fui totalmente dedicado, esforçado,
afetuoso, nem sei como mantinha
tanta disciplina, tanta devoção.

Sonhei, batalhei, fui até o limite,
mas foi tudo, tudo em vão:

Ninguém quis
ficar.

Hoje,
me sinto mais velho do que
realmente sou.
Hoje,
me sinto mais inseguro que
quando era uma criança
doente.
Hoje,
com uma sensação de rejeição crônica, necessitando, urgentemente
de reparos na alma,
qualquer boa intenção parece-me
amor verdadeiro.
(Ainda que, traumatizado,
desconfie que acabará
amanhã de manhã).

Hoje,
o que restou-me foi este enorme
medo de gente,
medo de ruas desconhecidas,
de multidão.

Hoje,
ainda dentro do meu quarto,
escrevo para mim mesmo,
falando da vida (sonhada),
do mundo (imaginado),
mirando as paredes — ora
quentes, ora frias — independentemente
do que sinto.

Hoje,
como sempre foi,
olho para o teto e ele
limita-me.
As paredes limitam-me.
Limito-me aos cômodos,
à vista da janela já conhecida,
aos rostos íntimos.

E,
certamente por tudo isso,
como um prêmio, indesejavelmente (merecido),
eu estou, exatamente onde estou,
como estou:
perdido, com uma enorme sensação
de inutilidade e aos prantos
no chão.
No chão do banheiro, encostado à privada — que está com a tampa aberta e a descarga quebrada.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠O "X" do Problema -

O "X" do problema é que
sempre nos oferecem (primeiro), 
o "melhor" de cada um.

E quando começamos,
com o tempo,
a conhecer, verdadeiramente
a essência, já é tarde.

Está ali o sentimento
impregnado — roubando verdades, camuflando defeitos, nos ridicularizando.

E isto,
nesses casos,
é desmoralizante,
traumático, revoltante.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Salvar o Homem -

⁠Para manter-se,
literalmente, ainda vivo,
um poeta, um artista, precisa,
por muitas vezes,
ignorar sua arte.

Largar de mão da visão artística
na maneira como enxerga
as coisas — a vida — e encarar
coisas mais comuns (que, naturalmente, também fazem parte
do seu dia a dia),
de maneira mais crua, mais vazia,
mais real:

Uma conversa estúpida,
com pessoas
estúpidas;
Uma pia de pratos sujos;
Um bico para ganhar alguns
trocados ou um emprego
maçante;
A não compreensão, a não
valorização da sua
arte;
A rejeição, o vazio de algumas pessoas, de alguns sentimentos,
de alguns sonhos — da vida.

É nessa hora que ele precisa
entender que, às vezes,
é preciso matar o poeta, o artista
para salvar o homem.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Sobre Sentir ‐

⁠Se alguém,
ao falar de um sentimento,
não tiver o brilho nos
olhos,
o entusiasmo nas
palavras...
a empolgação de uma
criança ao brincar,
esse sentimento
é inútil.

Inserida por SilvioFagno

⁠Pequenino -

⁠Ninguém encara a solidão
de um chão de banheiro
sujo e frio, e finge
chorar.

Já interrompi um banho
porque havia um pequenino inseto
se afogando naquela água
de lágrimas e sabão.

Só queria que os meus problemas ficassem do tamanho que eles realmente são.
E não do tamanho que eu os transformo e eles transformam-me.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠GRITO -

Respeitem a Arte e seus
artistas!

É um trabalho tão digno e tão
duro quanto qualquer
outro.

Ou você acha que um florista
tem uma vida fácil porque
trabalha vendendo
flores?

Inserida por SilvioFagno

⁠No Limite -

⁠É uma noite maldormida por anos;
Dias que não amanhecem ou
nunca acabam;
É um desânimo crônico
estendido;
Uma falta... excessos... solidão.

É um não trabalho;
um não relacionamento;
uma não realização — pequenas e repetidas rejeições diárias — invisíveis aos outros.
Invisíveis a todos
os outros.

São dias cheios de coisas vazias,
em que nada acontece
e,
aparentemente
são nesses dias em que
"nada acontece",
que pessoas esgotadas,
saturadas — no limite —
desistem de
tudo.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Mistura Ácida -

Agora são
exatamente 3h37 de uma
madrugada quente de
novembro.
E neste momento
tudo que preciso fazer
é dormir.
Apenas dormir.
Mas dormir é tudo que eu
não consigo fazer.

As notícias correm,
palavras vêm e vão de um lado
para o outro dentro da minha
cabeça que não sossega,
não se desliga.
Uma mistura ácida de lembranças presentes, desejos reprimidos e saudades incuráveis.

Que noite:
enquanto todas as outras pessoas, bem ou mal,
tocam suas vidas em
frente,
tudo que eu consigo fazer
é sentir-me completamente parado, travado, inútil — perdido.

Inserida por SilvioFagno

⁠Esta Página -

Quando um dia,
se um dia, tu chegares
até esta página e leres estas linhas,
saibas que eu terei te amado
a cada dia:
De sol ou de chuva ou naqueles em que há de tudo um pouco, e
nada de mais há.

Terei te amado a cada noite escura
ou de luar, e, quem sabe, nos
sonhos das madrugadas
mais solitárias.

Terei te amado sempre que tu sorriste ou choraste, ou não fizeste nem uma coisa nem outra.

Terei te amado a cada falta tua,
a cada lembrança tua, a cada
saudade da gente,
Pequena.

Sim,
eu terei te amado, inevitavelmente,
a cada segundo antes que tu
chegaste até aqui — nesta página,
com estas linhas, estes versos.

E,
talvez
continuarei a te amar
mesmo depois que tu enxugares
o rosto, fechares o livro e
esqueceres-me numa
noite de um sábado
qualquer da tua
vida.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Aos Meus Avós ‐

⁠De onde se é capaz de se imaginar,
eu sinto, como uma primeira 
força, que eu nasci dos 
meus avós.

Dali:
de onde eu alcanço
o sonho,
os primeiros choros,
os primeiros
passos.

Dali:
da casa cheia, maior,
de todos.
Dos grandes encontros,
das brincadeiras no balanço
da rede, do colchão no
meio da sala,
da sala, dos quartos cheios,
das risadas com os primos
e tias e tios.

Nasci do chão áspero (que
desgastava só os lados
dos pés),
das plantas e da caixa d'água
(fria), com pequenas pedras
e latas em cima e o que eu não
me lembro agora.
Dos quintais de objetos
e pinhas e mamão.
Das histórias
(depois, repetidas inúmeras
vezes),
do pequeno velho espelho amarelo
no lavabo de mãos ao lado do
velho quarto com objetos
e um forte cheiro
de sertão.

Nasci dali:
das conversas, das piadas,
dos longos cabelos, da
tagarela que não para
de falar.
Nasci de onde eu reconheço
(hoje),
o primeiro colo,
o afeto, a ternura, a doçura
nas palavras, nos gestos,
nos cuidados — a proteção.

Assim,
de onde se é capaz de amar incondicionalmente,
eu sinto como uma primeira
força maior que eu nasci
(e eu não sabia ontem),
do primeiro amor dos
meus avós.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Repara -

Se o dia amanheceu
e você não reparou
no simples
— no essencial da vida —
você ainda não acordou
(pra vida).

Inserida por SilvioFagno

⁠O desespero nada mais é do que ter noção da liberdade do outro.

Inserida por MalonLogico

“⁠Eu não sou o seu imaginário.”

Inserida por wanderson_dutch


Não existem filósofos.
Existem papagaios
cujas penas mais coloridas
reafirmam o que já fora dito
         inúmeras vezes.

⁠Perdoar - 

Perdoar  
é o ato de proteger e 
ensinar pessoas 
(más)
a machucar 
você. 

Inserida por SilvioFagno

⁠De Coração - 

Morrendo como todo 
mundo, 
sentindo como 
poucos.

É assim, de coração: 
sentir e ignorar os sentimentos 
e desejos mais urgentes, 
mais intensos, mais 
sinceros, 
enquanto aprende a suportar 
o medo de perder o que 
não é seu. — o que nunca 
foi seu, nem nunca 
será. 

E taí um ato inútil de bravura 
daqueles que não têm 
mais escolha.

Inserida por SilvioFagno

⁠Como a terceira de newton você cativa o que atrai
Como a 7ª de Beethoven notas que me distraem
Destoam da irrelevância de existir
Entoam a necessidade de persistir 

Inserida por JoaoEmannuelFS

⁠⁠⁠Ande - 

Há um segredo em 
meu peito, venha: ande.

Aqui 
pode estar revelado em meio a sinônimos, desejos, afetos — 
no contrário, no oposto, 
no lado inverso: 
do nome, 
da escrita, 
da intensão.

Observe mais: ande.
Não pare, continue: 
ande.

A quero bem, longe. 
A quero bem, triste. 
Sem mim não, distante 
não. 
Então: ande.

Sem ti (aqui) não 
há luz 
nem cheiro 
nem som. 
Vamos, depressa: ande.

Conserte este 
equívoco; 
Conserte meus 
dias; 
Conserte meu 
coração — minha vida: 
ande.

Conserte-se desse 
aveso, 
que eu converto-me 
(in)verso, 
para ficarmo-nos 
a um passo: 
ande.

Inserida por SilvioFagno

⁠Apenas Isto - 

Um dia 
eu vou vê-la sorrindo com 
um outro, 
e tudo que eu terei a fazer 
é deixá-la (feliz).

Inserida por SilvioFagno