Tag negro

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O negro


Nasce um branco,
Eis amado.
Nasce um negro,
Eis humilhado.

Seras tu, ó meu Brasil,
O cúmplice dessa maldade.
Um mar do sangue negro,
Derramado sob o chão.

Quanta ocorrência, quanta violência.
Terra adorada, entre outras mil,
És tu Brasil, que não enxerga nada.

Abre teus olhos Braisl,
E enxerga a realidade.
Ó pátria amada!


Abril, 2015

Inserida por marcosmarctins

'Neguinho'


Censuram-te!
Não permitem-lhe o livre pensamento
a livre expressão.
Vendem-lhe produtos que não lhe servem a nada
obrigam-no a andar sempre na linha
e andando sempre tão reto, jã não percebes
o quanto te curvas, o quanto és servo de tal esquema?
Que sistema é esse, que cega nossos jovens, cega nossos adultos
e agora, cega também as nossas crianças?
Enquanto você dorme tranquilo este teu sono alienado
a morte espreita-o, feito um predador à presa.
Sem que percebas, fecham o cerco à tua liberdade
já não és mais livre, mesmo que pague, se puder pagar!
Mas antes, acenam-lhe com uma invenção de última época
afagam-lhe a nuca com um mimo qualquer.
Tocam música boa ao pé dos teus ouvidos
amaciam a tua carne com as marcas da moda
as propagandas enchem a tua mente do mais absurdo vazio
não há em você mais consciência ou razão.
Inerte e sem reação, você perde, o sistema ganha.
Em menos de um segundo, uma bala perdida
- bem no meio da testa - te encontra por acaso,
numa esquina qualquer de um bairro qualquer da periferia.
O sistema vence mais uma
e você perde toda a sua inocência de uma só vez.

Inserida por JotaW

Pela África eu sou a Mudança

Pelo cacau e pelo café
Pela fruta pão, pelo coco e pelos búzios,
Pelos rituais, os gritos e os ritmos
E pelas gingas das ilhas do Socoopé,

Por São Tomé e Príncipe eu sou a mudança.

Pelos minerais do solo do Huambo
Pelo Palanca Negra, o nosso diamante
Pelo funge e pela fome indecente,
Pela imensidão do nosso solo de Cabinda a Cunene
E pelo sangue que selou a paz,

Por Angola eu sou a mudança.

Pelo amendoim do nosso caldo de Mancara
Pela Cabaceira, oh! meu gelado de Cabaceira
Pelos Fulas, os Diulas e Mandingas,
Pelas diversidades étnicas dos nossos povos, a nossa raça,
E pelos assobios dos nossos meninos nas matas,

Por Guiné Bissau eu sou a mudança.

Pelas cores angelicais das acácias floridas
Ao calor do sol de Abril
Pela cachupa, pelo cuscuz, e pelas Camócas,
Pelos braços movidos para a união das ilhas
Eternizados no nome de Amilcar Cabral,
E pelas lágrimas que cobriram a ilha do Fogo,

Por Cabo Verde eu sou a mudança.

Pelas cores lindas dos tecidos, a nossa Capulana
Pelo sagrado barro que lavou a nossa pele
Pelo dom dos dedos casmo de Malangatana,
Revelando a sombra dorida dos nossos dias
E pelo imortal sol que postou nos pés da baía da Beira,

Por Moçambique eu sou a mudança

Pela fome, pela miséria, e pelas epidemias
Pela frustrante emigração sem opção
Pelos tráficos, e pelos trabalhos infantis
Pela corrupção fora da razão, a nova escravidão,

Pela África eu sou a mudança,

Por aqueles que para as suas raízes não voltaram
Pelos que nos nossos países encontraram conforto,
Pelos filhos que aos seus pais orgulharam
E por aqueles por nos secaram suor e sangue,

Pela África eu sou a mudança.

Sim! É isto ou aquilo, mudança, mudança.
E mudança.

Pala África eu e tu, somos a África
E esta nova África ela é a mudança.


Ezequiel Barros
Longe de casa

Inserida por EzequielBarros

⁠Só avisa para o racista o seguinte: quando o corpo dele virar pó, terá a mesma cor que a minha.
Isso não me incomoda nenhum pouco!
Bem-vindo.

Inserida por lucianofeliciano

⁠Besouro Negro

Sou um gafanhoto verde, várias pernas.
Devoro plantações inocentes e indefesas.
O Besouro Negro me ajuda, na lerdeza.
Se revira, ali fica em tua agonia eterna.

Mas existem as danadas das rapinas
Que num sopapo arrancam-me as ancas.
As formigas cinzudas respeitam a rotina,
Não tardam a derrear minha matança.

Se não bastasse, ali vem as baratas:
Asquerosas e incompetentes companheiras.
Só trazem o nojo de sua forma e cor asca.

Nem são azuis, nem verdes, nem vermelhas.
São marrons... Cor inferior e sem graça.
Se fossem brancas, talvez tivessem alguma beleza.

(Besouro Revirado)

Inserida por venanciodesouza

⁠TODAS AS FORMAS DA ESCRAVIDÃO
.
.
Desde que somos país, já estava aqui este povo,
contraparte de sua carne, de sua alma e seus valores.
O último deles aqui chegou – proibido, em contrabando.
As correntes – do mar e ferro – trouxeram-no quase ao fim
da forma antiga da escravidão.
.
Talvez fosse mulher, talvez homem...
Vou supor seu retrato: porém, jamais revelado;
vou pensar o seu corpo: ferido-acorrentado.
Para nome, darei Maria,
para não dizer que é João.
.
Vocês queriam canções: doce-brancas como açúcar...
Mas, do oceano que lambe as praias, eu só quero falar destas gentes:
dos males que lhes fizeram, do pouco que lhes demos, do tanto
que lhes devemos
(vou me ater, no entanto, a Maria – aos seus filhos e pentanetos
Vou lhes seguir cada passo, geração a geração).
.
Deste povo, “Todas e Todos”,
todos nós temos um pouco.
Levante a primeira gota quem souber ou achar que não,
e depois disso se cale, ou se vá para a Grande Casa,
se não se sentir como irmão.
.
Primeiro nasceu Pedro, já depois da Abolição.
Filho enfim liberto de Maria, quase ficou famoso
por ser primo do já célebre Operário em Construção.
Mas não encontrou trabalho,
e, por isso, roubou um pão.
.
Foi linchado em via pública
por gente de bom coração,
e isso na mesma época, em que num país mais ao norte
– entoando canções patriotas – matava-se à contramão.
.
Pedro, coitado, nascera
na Era dos Linchamentos.
Já longe, entregue ao rio dos tempos,
ia-se a Era Primeira – a da velha Escravidão.
Ao norte, matava-se à farta – aqui, por um pouco de pão.
.
Mas então nasceu Jorge – de uma nova geração.
Chamaram-lhe para uma guerra, para defender o país
dos tais fascistas que nos queriam impor outra escravidão.
Como neto tão direto de Maria, não lhe deram qualquer patente,
mas lhe atribuíram missão: deveria buscar minas (quando fosse a folga
de ser bucha de canhão).
.
Em um passo em falso, pisou na morte!
Não teve sequer a sorte – o bravo soldado forte –
de merecer uma Missa Breve, ou de ganhar um monumento
(“É um pracinha desconhecido, de fato, mas não é da cor que queremos;
o mármore que temos é branco, passemos a honra ao próximo:
eis aqui a solução”).
.
Iam-se os tempos da Escravidão,
fora-se a Era dos Linchamentos,
acabara (de acabar) a Idade da Desrazão.
Abria-se novo momento: A Era-Segregação!
.
Datam de então as Favelas
tão próprias para todos; mas especialmente talhadas
para os bisnetos de Maria.
E ali, no calor de um dia,
nascia o nosso João:
finalmente um João!
.
Pouco sabemos dele
por falta de documentos.
Dizem que morreu das meninges
no mais duro chumbo dos anos tristes,
na época em que a doença – proibida nos jornais –
aceitava a segregação.
.
Só sabemos que foi pai
do Trineto herdeiro de Maria.
Este, por falta de qualquer emprego,
e por vergonha de pedir esmola,
tornou-se um bom ladrão.
.
Roubava dos ricos para dar a pobres,
ainda que nem precisasse tanto:
seu destino já fora traçado,
indiferente à profissão,
nesta Era da Prisão.
.
Também ele deixou filho
– o brilhante e sábio Tetraneto de Maria –.
A vida deste bateu na trave: quase recebeu a cota!
Mas então soube que já chegava
a Era da Assombração.

.
[BARROS, José D'Assunção. publicado na revista Ensaios, 2024].

Inserida por joseassun

Era só ⁠Novembro
Mas era só um lar
Invadido,  
Agredido,  
Destruído.  
Mas era só um adolescente
Negro,  
Autista,  
E estava com a família.  
Mas era só uma mulher
Negra,  
Grávida,  
De quatro meses.
Mas era novembro
Negro,
Cada ano mais preto
Pelo luto ou insulto?
Mas só tinha pretos
Eram corpos sem valor,  
Palavras sem verdade.  
Quem vai acreditar neles?  
Combateram a agressão?  
Espancaram sem razão,  
Mataram mais "um", irmão!  
Quem tem culpa?  
Esses filhos da p...?  
Ou nossa omissão?  
Nossa: Todos nós —  
Mulheres, homens,  
Negros, brancos, indígenas ou não,  
Que não aceitam mais  
Essa violência estampada e desenfreada.

Inserida por Lilianjtba

⁠Consciência
Se conscientizar é acordar 
É despertar
É entender
Compreender
Tem relação com tomar ciência
Abandonar a indiferença
Perceber a desigualdade
Lutar pela igualdade
Tem relação com a percepção de povo, de raça
Honrar a cultura, ancestralidade, crenças
Semelhança
Diferença
Valorização da luta
Reconhecer a contribuição, importância, relevância de um povo
O povo negro
A pele cobre o corpo
Embaixo dela todos feitos de células, músculos, ossos
Em essência, fisiologicamente iguais.
É preciso romper as barreiras do racismo estrutural
Negro na política
Negro no legislativo
No Judiciário
Em BMW
Em jatinhos 
Comandando empresas
Nas universidades
Queremos mais....!!!

Inserida por sirlandra

“⁠Ter consciência negra é valorizar nossa ancestralidade, nossa cultura, independente de dogmas religiosos. É olhar e valorizar a cor da alma e não da pele; o valor humano e não monetário; o valor da paz e não da guerra; o valor do amor e não do ódio”. Rose Rozendo
#ConsciênciaNegra #Valorização #CulturaAfro

Inserida por roserozendo

⁠Aprendi muito, com essa viagem, particularmente na URSS. Os dias passados em Baku foram inesquecíveis; o Congresso surpreendeu-nos em pouco, pela maneira como foi organizado, mas a cidade era fascinante, na sua mistura de influências orientais, ancoradas no passado histórico, e condições modernas, como a da existência do metrô, inaugurado há pouco; e o povo era muito parecido como nosso: MORENO, ALEGRE, HOSPITALEIRO; a festa de despedida foi o maior espetáculo a que já assisti..."
A FÚRIA DE CALIBÃ, pág. 210

Inserida por Acirdacruzcamargo

⁠Amazonas
Terra de múltiplas riquezas, terra de todos nós, Terra dos indígenas de variados povos como por exemplo os tapajós.
Quem vai ao Amazonas não esquece jamais, diversificação de animais, de povos e de ervas medicinais.
O encontro dos rios negro e solimões que experiencia unica para quem participou desse evento, com certeza não esquecerá jamais desse momento.
As comidas típicas como o tacacá, o tucupi, o cupuaçu, ou o tambaqui, o pirarucu ou o tucumã, as farinhas d'água ou ovinha do uarini, as variedades são tantas que corremos o risco de esquecer o que comemos ali.
E as lendas dos rios, o boto cor de rosa ou o ritual da tucandeira que são chamadas de formiga bala pela dor que causam, para um adolescente indigena provar que pronto para a vida dura da selva já está.
E as vitórias régias, que conta uma lenda local que uma indigena se apaixonou pela lua e pelas estrelas e foi transformada em uma estrela d'água, nascendo assim essa linda e misteriosa flor aquática, para lembrar de um amor impossível de uma cunhã pela natureza.
Natureza que não se pode mensurar, pois está em todo lugar, na Amazônia só se respira meio ambiente, terra de muitas águas, mas nem é frio e nem é quente, clima temperado que agrada o coração da gente.
Pescadores, barcos, águas por todo lado, peixes de múltiplas formas como o pacu que tem dente de gente, ou o jaraqui que o povo local garante, quem come sempre volta aqui.
Frutas exóticas e de nomes estranhos, como a pupunha ou o bacabá ou mesmo o folclore de fama internacional como em Parintins que apresenta os bois Caprichosos e Garantido que é uma arte à parte, mas com temas do meio ambiente local.
Amazonas, imensidão de terras, imensidão de histórias, imensidão de matas, imensidão de flora, imensidão de fauna, imensidão de mundo, imensidão de interesses mundiais, mas nenhum que nos apraz.
Terras de riquezas sem igual, desde o guaraná até o açaí ou os grandíssimos aquíferos subterrâneos que se encontram por lá, sem contar nos artesanatos produzidos pelos nativos habitantes de mãos talentosas usando produtos do meio ambiente que desde o princípio tiram seu sustento de lá..
Amazônia, terra de todos nós, o maior espaço natural do nosso imenso meio ambiente, temos de preservar para o futuro de toda a gente.
JC Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

Sou fascinado pela sua pessoa⁠. Por seu debrum de mechas negras e seus olhos de menina.

Inserida por john_melo

⁠Nesse mundo somos todos iguais. Feitos de carne e osso. O nosso sangue tem a mesma cor. Um dia todos nós teremos o mesmo destino nessa vida: a morte. Portanto, que diferença fará se somos de cor branca, parda ou negra?

Inserida por pensadorqueescreve

Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção.

Abdias do Nascimento

Nota: Trecho de entrevista dada em 2010.

Inserida por pensador

BLACK BLUES

A alma do meu povo chora, mas Deus nos abençoou com o sorriso mais lindo do mundo!

Inserida por dudugoncalves

Eu sou o anjo negro que guia a luz do seu amor .

Inserida por Txblacklionzion

⁠"Hipocrisia é exigir respeito sem estar disposto a oferece-lo"

Inserida por AlexandreVieira

⁠querem simplificar
mas só complicam
querem generalizar
mas só conflitam

qualquer divisão gera distinção
distração da percepção
extinção da paixão
de que toda raça é teu irmão

nomeiam-se
classificam-se
eis aqui a desigualdade da liberdade
tua identidade diz mais sobre você
que teu coração na sociedade

onde todos não percebem
que coragem não é cor
e cor não faz a humanidade

Inserida por FelipeAzevedo942

Não mudar determinadas atitudes é manter um nível de maldade sem limites.
⁠Dia da Consciência Negra
Como há e houve atrocidades contra PESSOAS.
Como podemos ser tão cruéis?
Passou da hora de mudar!

Inserida por Gih

⁠O dia da consciência negra deveria se chamar "O dia do racismo". É uma data que ridiculamente já enfatiza a desigualdade racial a partir do momento que ingenuamente criam um dia exclusivo a seu favor, diferenciando-se assim perante outras raças.

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠Causa e Efeito

Dread lock causa medo
E vem da ancestralidade
E faz o homem preto
Encontrar sua identidade

Identidade, cultura, religião
O branco tirou do preto
E colocou grilhão

O navio negreiro
Que partiu de angola
E chegou no brasil
E fez o negro pedir esmola

Racismo é crueldade
Me causa indignação
Por isso escrevo poema
Para falar com o coração
Falar da pele negra
Que sofre com mazelas
Preconceitos, injúrias, violência, miséria
                                                                                     Marcos Capacete

Inserida por marcos_capacete

⁠Escolhi fazer um filme essencialmente político, mas nem tudo é político porque sou negro.

Inserida por pensador

A mente é um quadro negro, e a bebida é o apagador

Inserida por alexsandro_felippi

Pra mim, não basta só jogar... Tem que ter GARRA... Tem que dar o SANGUE... Tem que ter noção do que é FLAMENGO... E alguns ainda não tem... Tem que botar adrenalina Rubro-Negra no Coração... Assim é o meu sonho de um jogador do Flamengo, como antigamente...

@veraregina14

Inserida por veraregina14

VIDA DURA

Antes de ser negro primeiro eu sou ser humano,
Antes de me condenar, me julgue primeiro.
Antes de me matar pelas costas, deixe primeiro eu me virar de frente para você, para que eu possa ver o rosto do ceifador que irá ceifar a vida que estár em mim.
Não sou covarde, pode até me chamar de canalha que sou, Mas não de covarde.
Sou terra preta mesmo, sou afro, sou favela, sou gueto e vielas, pois sou brasileiro, não me orgulho de todos os brasileiros, mas tenho orgulho dos brasileiros verdadeiros Brasil.
Antes de atirar em mim pelas costa, olhe primeiro para você, e ver se você não estár atirando em você mesmo.
Eu não defendo COR, eu não defendo RAÇA, eu defendo a VIDA.
Pois eu vivo e não sobrevivo, vida bela, vida dura, aprendi o seu valor antes da sepultura.
Adillsom R Rodrigues

Inserida por adillsom_rodrigues