Coleção pessoal de daniellapinfildi

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Naquele pedaço que te faz falta
Fica um vazio ensurdecedor
Mesmo fazendo força contra ele
O som desse buraco negro permanece
Ele te puxa, te domina e quer te impedir
Mas não vai conseguir
Eu vou seguir unindo um pedaço ao outro
Fechando essa cavidade em meu corpo, em meu coração
Até o barulho parar
Até o silêncio chegar

Só me restou esquecer.
Nem lembrar mais me foi permitido.
Nem sonhar.
Devo dar um salto no tempo.
Ir para um futuro onde você não existe.
Devo encontrar a felicidade imaginando a sua completa ausência.
A sua completa inexistência.
Aquelas histórias, nada disso existiu.
E se existiu, hoje não fazem mais sentido.
Não faz mais sentido saber quem você é ou o que você faz.
Devo seguir a minha bússola.
Refaço meu caminho.
Como um espiral ao contrário.

O amor inocente das crianças
Envolto em suas brincadeiras e olhares
Atenua a tristeza e a angústia
Transformando a incerteza e o cansaço em vigor e alegria

Nessa MANHÃ, o RELÓGIO DA SAUDADE tocou.
A memória dos abraços, carinhos e olhares tocou fundo ESSA MENINA, que por QUERÊNCIAS DO DESTINO sofre com a AUSÊNCIA.
Mas encontra DENTRO DA PALAVRA o acalento para transformar em versos a sua dor.
E nesse DOCE DESEJO de tê lo de volta em seus braços, eu escrevo meu ÚLTIMO VERSO, que transborda amor e que transforma, DENTRO DE MIM, a tristeza em beleza.

Quem é você?
Quem é você de verdade?
Sem regras, sem estigmas, sem padrões impostos pela sociedade ou por você mesmo?
Se eu te olhar bem, consigo te distinguir entre os galhos
Consigo te desvendar pela sua pele, seu cabelo, seu jeito de conduzir o corpo, pela sua respiração
Mesmo que você se retraia, eu te vejo
Mesmo que você fuja, eu te acho

Quando a decepção se instala
Nada mais te abala
Você vai tirando os pedaços
Daquele último abraço
Se desfaz de qualquer sentimento
Que te trouxe acalento
Liberta seu coração
De qualquer emoção
Que um dia existiu e vibrou
Por algo que nunca te amou

Adoçar as mágoas
Entupir as emoções
Beber o mundo
Comer a obrigação
Dormir com a possessão
Sonhar com a liberdade

Um facho de luz tenta se acomodar entre os prédios, espremido, buscando um espaço que antes era só dele. Ouve-se um barulho. Um choro. O silêncio. Algo se quebrou. Aquela vontade de estar por perto não passou. Fica um zumbido no ouvido, repetindo a mesma frase como se fosse um mantra. E há a saudade. A boa e velha saudade, que te enche os olhos de lágrimas e aperta seu coração, espremido, buscando um espaço que antes era só dele.

No escuro
Somente velas pra iluminar
Clarear os pensamentos
Mostrar o caminho
A escuridão acalma
Serena
A chama da vela é mágica
Encantadora
Passeia nos meus olhos
Entra na minha mente
Liberta, briga
Vai e vem, vai e vem
Traz o aconchego
Recebo a paz

Palco de disputas políticas
Mas símbolo da cidade
A Avenida Paulista é aberta à criatividade
Dura e urbana
Mas cheia de diversidade
Traz no seu caminho
A busca da liberdade
Vermelho ou Amarelo
O que importa é a sobriedade
As cores do nosso destino
Se unem numa irmandade

Era um amor quase platônico.
O amor entre a Agulha e a Pele.
Havia um esforço mútuo para que elas não se vissem.
Mas esse encontro era inevitável.
Ao se encostarem, a magia, ou feitiço, se realizava.
Vagavam pelo corpo, noite adentro, perdidos em seus anseios, em suas alucinações.
Mas, mais forte que esse amor, era a dor que ele trazia.
Então, num rompante, elas se separavam e juravam nunca mais se encostar.
O único descrente nessa promessa era o Corpo, condenado a presenciar calado o encontro desses eternos amantes.

A dor da carne é tão pequena perto da dor da alma
Essa sim, raivosa, destrói seu discernimento
E faz com que você se perca de você mesmo

A natureza te repele
Você insiste
Muda o curso do seu crescimento
Altera a cor das suas flores
Troca a sua folhagem
E segue
Flores crescem
Flores morrem
Mas você não desiste
Insiste
E não se repele

O amor latente se acende
Você caminha sob sua luminosidade
E busca incansavelmente o dono dessa luz
A Lua é o seu único guia nessa noite
Perdida, não sabe mais a quem seguir: sua luz ou a luz da Lua?

Indiferença

Não possuo discernimento
Para entender a indiferença
Que afasta as pessoas
Dilacera corações
Dispensa sorrisos
E rompe a intimidade
Desfazendo atos
Corrigindo passos
Negando fatos

Saudade

A saudade não sabe mais parar
Perdeu o meio, o começo e o fim
Tirou de mim a poesia e o sonho
Escondeu dentro do infinito
Procurei entre as estrelas, mas nada encontrei
A palavra está calada, aflita
Só lhe restou saudade

Noite

No silêncio, a noite avança com um frio penetrante
O sono se aproxima lentamente, mas é corrompido por pensamentos dançantes
O corpo treme e busca abrigo, se emaranhando em tecidos que aqueçam sua alma
O corpo acalma, mas a mente é insana
A brisa fria é cintilante e o pensamento, que faz curvas coloridas, começa a encontrar
seu caminho
As cores se perdem, a palidez predomina
Nuances de cinza, mesclados de preto, uma tela borrada e confusa
Ele chegou

Eu
Eu não
Eu não consigo
Eu não consigo mais
Eu não consigo mais parar
De pensar
De amar
De querer
A dor invade
A dor domina
A dor cega
O coração bate
O coração chora
O coração queima
O coração teima
Tenho que esquecer
Esquecer
Tenho

A alegria chegou encharcada de purpurina
Se enroscou na serpentina do amor
E foi seduzida pelo som do tamborim
Dançando na avenida transbordando simpatia
Se entregou ao calor da multidão
E revelou sua fantasia
Despida de brilho, reverenciou e demonstrou maestria ao terminar o desfile coberta de ousadia.

A dificuldade que tenho para me expressar
Vai de encontro com um sentimento
Que permeia todas as minhas ações e sensações: O Amor
É confuso, te preenche e te esvazia
E quando não correspondido
Se perde na imensidão do coração