Tag espinho
Vem com dedo de veludo e cutuca a alma, não dói, mas incomoda e não quer parar. De vez em quando chega como espinho açoitando sem dó. O que seria essa sensação estranha? Vai junto a qualquer lugar, não desgruda, impele, as vezes irrita. Se sair um segundo, vem a saudade, o medo de perder, o arrependimento por não ter-lhe dado atenção. Simplesmente tem um nome: inspiração...
Cicatrizes...
Considere os cortes, não os pontos.
Considere a dor, não as lágrimas.
Considere a verdade, não os afagos.
Considere os espinhos, não a flor.
O amor sempre se esconde por trás das elaboradas maquiagens!
"Caminhando"
Os meus pés cansaram nesse caminho
Onde encontrei muito espinho
Mas a esperança batia forte
A esperança convenceu que teria sorte
Reparei que a cada passo
A linha de chegada parecia mais distante
Pensava: O que faço?
Decidi, deste caminho já é o bastante
Neste caminho nenhum respeito e consideração encontrei
Só desprezo, descaso, mentiras e enganação achei
Esse caminho já era
Será que outro caminho me espera?
Queria que a caminhada não tivesse sido em vão
Queria ter cruzado a linha de chegada, fazia questão
Desse caminho que muito gostava
Mas invisível neste caminho estava
A esperança engoli
Muitas coisas sofri
Outro caminho vou seguir
Outro caminho a ir
Vida que segue
Ferida para cicatrizar
Dor que não se mede
Bora para frente caminhar
Espinhos e afetos
Quando as luzes se apagam
Porque os olhos agora descansam.
O frio se entrega,
aos sonhos da madrugada.
Uma luarada
aquece os desejos mais altos
Sempre calmos a navegar,
dentro do mar de mim e de ti.
Somos feitos feras selvagens
Levando o gosto do beijo do ouro,
O brilho da alma no pescoço linda miragem.
Puro tato e a velocidade os seios dois cavalos,
Mansos e belos conduzindo a própria carruagem.
O instante a procura de um louco amor,
Que para a intuição da alma sempre existiu.
Partiu um suspiro no calabroso da boca, região das cochas que me apreciona,
Puro afeto!
Esse olhar meu reto dentro da sua retina, desvendado os mistério por trás das cortinas do verbo amar.
Chega arrepiar essa comoção de pele e lágrimas,
Afrondoza menina inocente olhar que me facina e jaula.
Esse doce corpo entregue-se ao amor da própria alma.
Debruçar e se calar no penhasco da decisão,
Só para ver o alvorecer desse desejo meu beijando o seu sim.
Tu és a razão a atração mais prazerosa
E da solidão se faz seu fim.
A vida é a sensibilidade ornamentada de silêncio e desejo.
Que de dentro de nós tudo vigora
em todos os cantos os órgãos que cantam,
e as horas nunca se apavora e sim flora...
Nobres sentimentos protegidos com espinhos e flechas...
Onde o que se quer se acha em brasa.
Quente e parada volúpia vermelha e acesa.
Uma pedra de duquesa vale menos que a beleza que me namora...
Fogão de lenha esse seu corpo que apreciona magicamente meu fogo.
Esse jogo de olhar a se cruzar no ar com asas feitos para voar sempre juntos.
Novos rumos é com certeza a beleza de serem dois em uma única nota musical.
Tu amor é a melodia o alvo que meus sonhos não pode perder,
Isso para o seu poeta é viver...
Não existe horas tristes na vida...
As águas que nascem dos olhos buscam saída...
Esse milagre que vem da fonte de dentro...
Não é tão pequeno porque é amor...
Esse fio que liga nossa existência é benção do criador.
27.07.2022
Espinhosa
Desapegada da própria identidade
Polêmica
Envolta em tramas da idade
Não há unidade
Há diversidade
- Não queira me transformar em você!
Excluída
Abandonada
Explorada
Dissidente
- O que posso fazer?
Tecnologia do olhar:
- Cadê a vida?
- Cadê a morte?
- Cadê o tempo?
- Cadê a plateia?
Não reconheço as referências
despejadas sobre mim!
Não mais...
"O espinho está lá ...bem afiado e bem visivel.
Uns evitam-no, não se picam e continuam a jornada.Outros, e saberá Deus porquê teimam em se picar, aumentando a sua dor, como se isso fizesse o espinho mais culpado."
Porco espinho !
Você dá a paz
pra quem você conhece.
Até parece que os outros
não merece.
Que coisa feia,
ó meu irmão.
O nosso Deus
não faz acepção.
Lá na igreja,
tu és santinho.
Mas na rua tu parece
um porco espinho.
Passa por mim,
todo inchado.
Até parece que tomei,
o teu cajado.
Eu coloco em verso prosa
Meu sentir e meu pensar
Só não o cheiro da rosa
Por não saber explicar
De suas cores eu falo
Uma perfeição divinal
Cada uma do seu jeito
Com beleza sem igual
E por falar no espinho
As vezes nos causa dor
Também tem o seu cantinho
Nas obras do criador
Desculpa se sou louco, tão louco
Me deixa ser louco de amor
Eu sei que a vida é um sopro, sou todo seu
Somos como o espinho e a flor
Olhe para dentro de você, ali está o teu caminho. Assim que o encontrar, você o refletirá em seu exterior e o seguirá, ainda que descalço em uma estrada de espinhos.
- PauloHSSantana -
Eis um porco-espinho
Aceitando ficar só
Sem ninguém ao seu redor
Que te toque ou sinta dó
Eis um porco-espinho
Descobrindo o seu caminho
Na solitude fez um ninho
Pra então viver sozinho
A vida tem seus espinhos
Por vezes bem dolorosos
Eu olho pros meus caminhos
Tem espinhos bem preciosos
Sou onça criada,
Menina mimada,
Doce espinho!
Nunca fugi de nada,
Só me meto em roubada
Mas no final da rodada,
sou eu que venço,
Touché!
Posso até morrer de amores
e ao despetalarem minhas flores,
Observando cada pétala cair,
Chorar minhas dores
E no final, aprender a partir.
Que ruas escutam vossos passos?
Quais das pedras mudas e inertes testemunham por ti?
Onde anda agora a vossa vida repartida?...
Que outrora foste minha companhia...
E que agora, pelas estradas, tua alma tão sozinha...
Onde um dia fostes rei...
Agora é impuro plebeu...
Já não és importante...
És repudiado pelos teus...
Aos solavancos do destino...
Que embebe o ar de calafrios...
Tudo é orgulho e inconsciência...
E que por isso tanto dói...
Escolhestes o antigo degredo...
Já me tardava este espinho...
Agora tão longe...
Eu cá tão sozinho...
Sandro Paschoal Nogueira