Tag crítica
[...] "Quanto vale um professor e a formação das gerações futuras em nosso quadro social?
Oxalá fossem os salários, proporcionais ao impacto e relevância social da atividade exercida.
Afinal, não apenas através da medicina é possível se salvar uma vida.
Mas, a sociedade vendida ao camarote, assiste imóvel ao cúmulo da desvalorização
Dos mestres nas salas de aula; Dos ‘valores’ a inversão.
Um verme de paletó e gravata, valendo-se dos privilégios de ser político,
Desviando rios de dinheiro e fazendo o eleitor de otário;
Enquanto um professor dedicado, Socialmente indispensável e devidamente formado,
Faz malabarismos intermináveis com as migalhas que lhe ensinaram a chamar de salário.
Elites políticas aprenderam há séculos, a fazer papel de parasita.
E o fazem muito bem, infelizmente. Sugam tudo o que podem, até de quem mais necessita.
Pensam: “Pra quê investir em Educação se o que nos mantêm é a doce alienação?”
“A essa gente, já lhes basta circo e pão!”
[...]
Amizades que exigem muito de mim não me interessam.Não porque eu tenha preguiça de ajudar o amigo ou porque não aguento o sofrimento que talvez ele esteja passando; mas sim porque não sou do tipo que acerta sempre, não sou do tipo "normal", que conhece tudo na vida e que sabe sempre o que dizer.
Quero ter a liberdade de poder errar toda hora sem que uma enxurrada de cíticas me atinja.
E às críticas?
- Ora! Deixe-as de lado. Nem todo achismo alheio, e todo veneno destilado devem ser absorvidos.
Irmãos, não fiquem criticando uns aos outros! Quem critica o irmão ou julga seu irmão, está criticando uma lei e julgando uma lei. E se você julga uma lei, você não é alguém que obedece a uma lei, mas alguém que a julga. / Ora, só um é o legislador e juiz: aquele que pode salvar e destruir. Quem é você para julgar o próximo?
Tiago 4, 11-12
Somos todos formigas
Operárias , focadas e submissas
Lutando pela sobrevivência
Sobreviver a cada dia.
Podre formiga , nasceu nesse mundo destruído
De caos , de guerras , de violência
Pobre formiga com opinião
Sua opinião será morta pela multidão
Pobre fomiga especial
Com seus poderes ofuscados, auto estima reduzida à po
Pobre formiga
Que nasceu
E morreu
Em vão
“até o monumento de Pe. França erguido no centro de nosso município representando a luta do fundador desta cidade, onde levantou os pilares da primeira capela como sendo o templo do santuário de um povo piedoso e de fé, padece pela omissão dos poderes constituídos do nosso município e os menestréis que adornam o suave canto do pássaro preto está se calando, pois está se perdendo o eco de nossas raízes musicais, sacerdotais, a nossa história, a nossa própria identidade.”
Escrito em outubro de 2010.
Podemos desmoronar ao simples toque de uma crítica.
A escancarar nossos defeitos mais íntimos,
colocando o dedo fino no nariz alheio
como dardos venenosos a nos atingir.
Com discernimento e introspecção saberemos nos reerguer.
Temos todo o tempo que não nos pertence,
mas que nos permite viver em paz (ou não) conosco mesmos.
Um dia espero que as pessoas investiguem mais, critiquem mais e questionem mais tudo que lhe dizem. E então, um dia, existirá menos preconceitos e julgamentos equivocados.
Crítica religiosa
De joelhos! Ao seu líder, ao seu mestre, ao seu rei, ao seu senhor! Humilhem-se diante da face do criador! Mostre a ele toda sua imperfeição e tente convence-lo que não foi assim que ele o criou.
Se quer que alguém resolva um problema que é seu, tenha humildade e paciência para aceitar as críticas.
É preferível ouvir uma crítica sincera a um elogio falso. A crítica servirá de parâmetro para uma evolução pessoal, enquanto o inautêntico elogio levará a manutenção do “status quo”, sem motivação para maiores progressos.
"O dia em que natural e espontaneamente te absteres de criticar teus semelhantes, terás dado um passo firme na direção de tua elevação.
Precisas ser mais astuto que tua própria mente, tuas intenções são boas, mas carecem de densidade suficiente para se precipitarem do mundo subjetivo e se transformarem em realizações."
Papai Noel que nunca chega
(Carta de um menino zimbabuano)
Papai Noel,
Onde é que está você?
É verdade que sua barba é branca,
Feito algodão-doce, sem sabor colorido?
Que você existe mesmo eu sei...
No Natal, eu quero um pacote de bolacha
E um ainda maior de pipoca, bem grande,
Que é para dar pros meus oito irmãozinhos,
Barrigudinhos como eu. E a titia... minha tia precisa,
Somente ela, porque minha mãe morreu,
Pai já não tinha – e morreram mais crianças,
Muitos vizinhos, morreram meus irmãozinhos, afinal,
Por enquanto, só eu fiquei,
Eu, minha tia e meu primo do meio.
Papai Noel, será que é possível passar por aqui,
Quero dizer (se não for pedir muito)
Aqui primeiro, aí depois visitar o resto do mundo,
Mundo que nos esqueceu neste lugar
Onde as estrelas se escondem atrás de nuvens marrons,
Marrom-escuras, estacionadas sobre nossas almas.
Querido Papai, velho Noel, se tiver de vir, vem logo,
Não nos deixa para depois dos outros...
Se não quiser sujar o trenó de poeira ou cinza,
Faz uma coisa prática, vem de carroça,
Mas enche a carroça de bolacha, por favor.
(Nossos corações não estão vazios, até que existe esperança,
E existe agonia; e não falta união, falta alegria
Porque nossas barrigas estão ocas. Ocas,
Simplesmente assim, ocas. Nem os vermes sobrevivem.)
Aliás, por falar em união da família,
Pelo menos aqui, a fome é que tem desfeito essa união:
Deixando filhos sem pais, pais que perdem seus filhos;
Netos que não têm sequer a bênção dos avós,
Avós que nunca nanam seus netinhos;
Tios e tias, sobrinhos, madrinhas... todos,
Todos de mãos dadas, unidos,
Mas unidos num vasto e acolhedor leito de morte
– Morte que se apresenta aqui pausadamente,
Separando um do outro,
Deixando tempo demais para a despedida,
Tempo que a gente nem queria ter.
Por isso, Papai Noel, não demore tanto para chegar...
Já estamos cheios de bolachas de barro,
Bolinhos de barro, torrões...
Faz um esforço e vem com algo de verdade,
Qualquer sabor, bolachas e mais bolachas,
O melhor presente da vida.
Faz um pouco de esforço e vem,
Vem antes de o pôr do sol,
Não dá meia-volta de novo,
Não deixa a gente para trás,
Vem, mas vem antes de o sol se pôr,
Ninguém mais pode ficar de fora,
Vem, vem logo, vem,
Vem e traz bolacha pra todos,
Traz o sorriso.
Edder Alexandre é jornalista e escritor, autor do romance Silêncio na Marcha – O Drama do Homem na Ponte do Milagre; também escreveu o infantojuvenil As Gêmeas de Getsêmani.
