Tag blues
A percepção do Agora está sempre no passado. Pois o Agora é somente percebido através da intermediação da vivência, que por sua vez é manifestada no decorrer da finitude do Agora.
Uma Noite de Blues
" A sua superfície encenando
O mais quente dos desejos
Arranhões,marcas,cicatrizes
Sorrisos indeléveis,que blues...
Pecados silenciosos,ou não
Tédio ? Nunca...
Imprimindo arrependimentos
Pois o mundo acorda
E amar cansa!
oque é amar?
se tivesse falado contigo
com segundas intenções
seria hoje diferente do amanhã?
se tivesse arriscado além de palavras
com jeito malandro
seria hoje diferente do amanhã?
é fácil deixar as coisas para trás
disse que agora era comprometida
e que meninos tão garotos como eu
era somente com laço de amizade
se tivesse falado contigo
com segundas intenções
seria hoje diferente do amanhã?
se tivesse arriscado além de palavras
com jeito malandro
seria hoje diferente do amanhã?
simplesmente vejo a terra, céu e mar
eles vem a me confortar
estou a explorar meus pensamentos
e eles me mandam a queimar.
amor tão forte,intenso e único
em cada sorriso mais profundo...
sentimentos sinceros te mostro
em cada pensamento vejo voçe
imagino tua face junto as estrelas
olhando todas as noites tuas ousadias
seja sempre impossivel para mim
e eu vou até o fim e vou te buscar
cada palavra agora se faz diferente
um beijo somente não é suficiente
cada coisa simples em voçe
mais um dia assim , eu te quero
te colocar em primeiro lugar
somente se eu não me amar
afinal o tempo passou
a vida mudou
e nem sinto mais amor
Os brancos não entendem o blues. Eles o ouvem, mas não sabem de onde vem. Não sabem que é a vida falando.
O blues ajuda você a levantar da cama pela manhã. Você levanta sabendo que não está só. Tem algo mais no mundo. Alguma coisa que a música adiciona. O mundo seria vazio sem o blues. Eu pego esse vazio e o preencho com alguma coisa.
Silêncio Cego
Eu vejo dançarinos nas calçadas
Entre mendigos camelôs e padres
Crianças procurando presas pra devorar
Numa savana eletrificada
E na TV uma granada explode
Do outro lado um ditador aplaude
Caem os muros e ficam as heras
E os inocentes à mercê das feras
Do lado norte, onde o Sol é mais forte
Deus é a nuvem que nunca aparece
E o vento sempre sopra certo em qualquer direção
Moinhos é que esperam sempre na contramão
Duvidoso é o silêncio
De certas palavras
Duvidoso é o silêncio
Que cega as palavras
E você diz que está indo tudo mal com a tua vida
Você nunca se contenta porque não sabe
O quanto dói a minha ferida
Duvidoso é o silêncio
De certas palavras
Duvidoso é o silêncio
Que cega as palavras
Passos
By, Romildo Portes Ferreira.
Está voz de Blues
Vem em um linha férrea de trem
As gargantas dos negros agradecem
ME AND BOBBY McGEE
Uma Branca cantava
Janis Joplin
Me enconta
Hoje estou andando em uma linha férrea
Em busca de outras terras
Os gritos não são os mesmo
Os grilos não são os mesmo
E a musica só encontra-se no ar...
E as respostas das coisas
Estão nas leis naturais
Não quero nada de sociologia
Não quero nada de filosofia hoje
Não quero violência
Quero a que a inteligência permaneça
E o amor floresça em cactos
Sei que logo a frente está a fonte que procuro
Cada passo que dou neste linha férrea estou mais perto
da fonte de águas cristalinas
O ecossistema está lindo!
Sou uma cana pensante ao vento
O doce que vem dela adocica minha vida
Degusto
Desfruto
Hoje ouço uma orquestra de pássaros
Mas não dispenso
Janis Joplin
ME AND BOBBY McGEE
Mas agora neste momento
Só o som da natureza me completa
Venha! venha!Venha comigo!
Irei continuar caminhando nesta linha férrea
Porque cada passo é diferente
E estou indo em busca da sabedoria
Sendo que ela está dentro de mim...
Como as coisas da vida devem ser?
Difícil responder..... mas parte de mim acha que tem que ser como esse Blues! Um compromisso sem compromisso.....rs, transformando tudo em músicas comprometidas com ouvidos exigentes e principalmente descompromissada com o tédio e sentimentos negativos!
Um musico de conteúdo toca de metal a samba, sertanejo a forró, mpb a reggae, de blues a baião, enfim.
Minha deusa de 1,65cm
do Colorado
que canta blues
compõe soul blues
escreve poesias
lê artigos
e ama documentários nacionais,
não me escreveu hoje.
Enquanto pedaços
cósmicos de mim sobram no edredom
penso que pode ser isso
e aquilo
devia ter dito isso
e não aquilo.
Foy Vance
Feel For Me
e aguardo
algum sinal.
Penso em seus olhos
negros
puxados de pincel,
[eu me prenderia fácil neles
como uma mosca do oeste
distraída e
sua aranha.
Ninguém nessa cidade
tem aqueles olhos.
São dela esses pares.
Fios coloridos
e me sinto
pateticamente
igual
querendo engoli-la
como uma pílula
e sentir
todos os
seus efeitos
colaterais.
E me entorpeceria,
eu sei.
Se ela ao menos me escrevesse.
Uma blusa branca
poliéster
com tentativa falha de regata
no fundo
com outras roupas perdidas
exalando a naftalina
e amarelada pelos dias.
Me pergunto porque não a devolvi
e já que não
porque não a usei
ao menos
para tirar poeiras.
talvez tenha sido o tecido
e minha mobília delicada.
O jazz diz
[não sobra nada do amor, baby.
a não ser roupas
alguns livros
outros objetos inúteis
que não são seus
e centenas de mensagens.
“Separa a minha blusa, Ranch
[irei buscá-la domingo”.
Hoje é dia de faxina.
Chet Baker no rádio e
arrisco passos pela cerâmica.
O beck no cinzeiro
que queima enquanto vou
ao lixo mais próximo
imitando um Jeté mal feito
a enterrei lá no fundo.
Baker
agora posso dizer
[não sobrou nada
Apenas uma casa
gloriosamente
arrumada.
Noites de blues, cigarros e poesias não me tornam menos vazio, eu tenho este infinito oco que parece impossível de preencher.
Eu prefiro ser falido e fora de portas
Eu prefiro ser quebrado, Senhor, e fora de portas
do que estar aqui a trabalhar na implantação da polícia.
Nasce um menino influenciado pelo som pesado e amargo do blues. Emocionado com as noites felizes que lhe inspiravam uma letra triste.
Este menino procurava nas estrelas um porque de tudo. Com as mãos no bolso e um cigarro na boca ele andava a noite. Com as mesmas sensações e pelos mesmos lugares, talvez fosse outra história, porém ele sabia, que como todas outras, teria o mesmo final.
Meninas novas falando as velhas mentiras que ele amava acreditar. Fazer o que, ele só quer blues e assim entorpecido por aquela sensação perguntava pra noite:
- Por que não deu certo? Talvez eu gostasse dela.
Ele sabia muito bem qual seria a resposta, perguntava mais por deboche da sua própria vida. Sentia-se confortável quando as coisas não estavam indo bem. Pensava e ansiava por um amor correspondido. E no silêncio, repetia pra si mesmo:
- Mas e aquele blues do cara enganado que me emociona, que eu escuto fumando um cigarro e bebendo uma cerveja, será que ele não vai mais falar de mim e eu não vou fumar nem beber por ele?
Ele fazia tudo à sua maneira. Imaginava-se um vira lata na noite, logo ele, que não aconselharia nem um cachorro a segui-lo, mas, sim, virava latas a noite. Com certeza e com cerveja ele se sentia completo, colecionava mágoas durante os dias, para então, bebê-las em um copo gelado a noite. Gelada, loira e amarga como várias garotas que ele conhecera.
As histórias que ele contava eram novas, mas o final era sempre o mesmo e ao menor sinal de que daquela vez seria diferente, fazia de tudo para que fosse igual. Sem muito esforço, notava-se nos seus olhos, quase fechados, e naquele sorriso amargo, que a noite estava boa. Ele só precisava disso, a parte melancólica da noite estava guardada nele e ele sabia disso, mas o brilho ou sereno da noite lhe fazia esquecer. O amargo da cerveja e a fumaça do cigarro lhe fazia bem. O menino boêmio sabia que assim que amanhecesse o sol viria, os amigos iram e a ressaca chegaria.
Com um bom café, um cigarro e o triste silêncio da manhã é chegada a hora de lembrar-se dos problemas e de resolvê-los sem fazer nada, apenas transformar aquele sentimento horrível em uma bela letra, uma bela poesia. O problema deixava de ser visto como problema.
Agora tudo aquilo virou música, virou frase, virou arte. Ele se via como um palco onde muitas pisaram e deixaram lindas apresentações. Onde todas atuaram muito bem.
Todos viram e ele acreditou que o personagem fosse real, afinal, ele era o palco e gostava muito dos ensaios.
Quando ficava sozinho, com a atriz principal, sabia que ela estava ensaiando para outras pessoas, mas mesmo assim só queria que ela fosse bem porque quando ela fosse aplaudida iria dizer:
- Essa é a minha garota, pisou em mim, me deixou ver por baixo do seu vestido e agora aplaudida por todos, ela vai pra longe de mim, essa é a minha garota.
Boêmio, bluseiro, o cara mais fácil da cidade, mas, também, o mais complicado de se entender, mesmo que pra ele aquilo fosse tão simples e tão óbvio.
- Você namora; você é enganado; você se sente mal; você sai; você faz tudo errado e depois, volta pra menina com a boca manchada por alguém que nem te conhece.
- Eu não namoro, eu até sou enganado, sim! Sinto-me mal também, mas eu vou para o bar, bebo o que posso pagar, depois procuro alguém, de preferência que não me conheça pra eu manchar a boca dela, depois, com um sorriso de canto, que é a marca do boêmio, é hora de dizer adeus.
Ele é como um livro de blues andante e sabe qual página ler para qualquer situação, muitas não vão fazer sentido pra vocês, mas acreditem é exatamente o que um boêmio faria naquela situação.
Já se imaginou casado? Perguntei a ele. Animado me disse SIM!! Eu dei uma risada, perguntei o porquê da animação se o blues nada mais é do que um amor não correspondido. Ele me disse:
- Boêmio da noite, meu escritório é no bar, boa noite meu amor, estou indo trabalhar.
Em qualquer realidade ele é blues.
