Tag álcool
A maneira mais fácil de demonstrar como as pessoas podem ser verdadeiras,ainda é com grandes quantidades de álcool.
IPIRANGA
Entre amigos,
gargalhadas,
poemas a declamar,
ouvidos atentos.
Néctar fermentado,
não me faz tremer,
poema citado,
agora podemos beber.
Beber e ler,
antes do sol nascer,
do bar fechar e
o som desligar.
Pés errados no meio fio,
visão embaçada,
palavras dobradas.
Somos tão jovens,
Como Renato,
selvagens.
Bexigas cheias de cerveja,
banheiros do posto am/pm
pensamentos embaralhados,
ser-veja.
Sentir-se sóbrio após mijar,
apenas mais um efeito do álcool,
que resulta em poesia.
Se você não bebe, não me critique e nem impeça de o fazer. Há dores em meu interior que só se aplacam quando embebidas em álcool, depois do efeito passar se tornam mais lancinantes do que eram, por isso bebo sempre. Deixe-me beber, ter a doce ilusão de que por um instante sou feliz, crer que não faço parte desse mundo e que logo retornarei ao meu verdadeiro onde não há bares muito menos motivos para eu querer me embriagar.
Nas festas, quem não consegue demonstrar a felicidade com um sorriso verdadeiro, adere à alternativa fútil de segurar um copo de bebida!
Acordo mais um dia, noite horrível.
Sempre esperando resposta do que não vem. Sentindo o vazio que tenho no peito, cada dia mais vazio, cada dia mais eu.
Me aprofundando em filosofia, esquecendo de exercer o amor como prioridade.
Eu te pediria todos os sonhos do mundo, pra que eu pudesse sonhar. Queria te ter do meu lado, pra que eu pudesse sonhar como criança, que o sonho é ter uma bola de futebol. Ao teu lado, os sonhos mais simples, seriam mais lindos e complexos, os mais complexos, seriam simples, os momentos, seriam amores, os amores, seriam todos os momentos, cada declaração, me faria repetir, mas cada vez que eu repetisse, quereria te amar de novo.
Só você preenche essa lacuna. Esse pedaço que falta, só você tem, ninguém mais, se tiverem, não quero.
Queria saber esconder esse vazio, não demonstrar num olhar, que a peça que tens em mãos seria minha chave dos momentos felizes.
Tudo nos impede. Nossas vidas, nossas histórias, você.
Quebre as regras, fuja das correntes, não fuja de mim. Eu sou um pobre coitado, de peito aberto e coração dilacerado. Ajude-me com sua companhia, suas mãos leves, seu olhar que me furta, sua voz que me ganha e sua dúvida que me corrói.
Podes rir, mas ria com força de mim, pra que eu veja seu sorriso refletido nas estrelas, do poço onde estou. Pra que eu deixe de achá-lo belo e encha meu vazio de mais álcool por um dia.
Ricardo Cabús
O álcool nosso de cada dia
Há uma expressão em inglês que é muito interessante e que nesse momento veio-me à mente: ‘take it for granted’. Uma tradução possível para o português seria ‘dar algo como certo por antecipação’. O porquê dessa lembrança eu conto a seguir.
Estou tentando escrever um artigo em meu computador e o mouse não quer me obedecer. Ratos em geral são desobedientes, é verdade. Mas o eletrônico costuma ser submisso. Quando acontece algo desabonador, como não levar o cursor ao devido lugar da tela, pode significar que há alguma sujeira na área. Nesse caso, para voltar ao pleno domínio da situação basta limpá-lo. Pois é, a obediência de um rato eletrônico, diferentemente do natural, pode estar diretamente relacionada ao seu asseio. E se quisermos analisar de forma, digamos, endobiônica, não à limpeza externa, mas à interna. Assim, decido verificar o seu teor de sujidade. Coloco-o de ponta-cabeça e abro o compartimento que contém uma esfera, responsável pelo funcionamento da geringonça. Tudo bem, dispositivo; a ira não gosta de substantivos neutros. Então retiro a bolinha e imediatamente percebo que a chafurda é verdadeira e suficiente para deixar o rato para lá de insubordinado. Ora, penso, nada que um cotonete com álcool não resolva. Em poucos segundos os conectores estarão limpos e o rato voltará cegamente a seguir minhas ordens. Simples! Simples? Simples, desde que houvesse álcool.
E é aí que vem a questão. Um alagoano como eu – acostumado a viver arrodeado de cana-de-açúcar e ver álcool à venda em qualquer bodega da minha cidade – jamais poderia imaginar que não houvesse álcool à venda aqui na Inglaterra, berço da revolução industrial, classificada como ‘país de primeiro mundo’, e procure elogios, que você acha... Acha tudo, até macaxeira, menos álcool.
E como tudo tem seu motivo, apesar de nem sempre concordarmos com ele, a ausência de álcool nas prateleiras dos supermercados, farmácias e congêneres deve-se simplesmente a um fato: os ingleses bebê-lo-iam. Soa estranho? A mesóclise ou o significado da frase?
Mas o pretexto é esse. Concordar é outra história. O índice de alcoolismo por aqui é bastante alto. A maneira de combatê-lo é que é esquisita, além de não haver álcool comum para ser comprado por pessoas comuns, os bares geralmente só ficam abertos até as 11 da noite. No entanto você pode começar a beber a partir das 11 da manhã, se assim quiser. Eu hem?
Sim, mas voltando ao meu computador, faço o que vi um nativo fazer outro dia: uso minhas unhas para tirar o possível da sujeira existente na barriga do rato, dou um belo sopro, com direito a uma baforada de poeira, recoloco a pelota, tampo o bicho e bola pra frente que é jogo de campeonato.
Nasce um menino influenciado pelo som pesado e amargo do blues. Emocionado com as noites felizes que lhe inspiravam uma letra triste.
Este menino procurava nas estrelas um porque de tudo. Com as mãos no bolso e um cigarro na boca ele andava a noite. Com as mesmas sensações e pelos mesmos lugares, talvez fosse outra história, porém ele sabia, que como todas outras, teria o mesmo final.
Meninas novas falando as velhas mentiras que ele amava acreditar. Fazer o que, ele só quer blues e assim entorpecido por aquela sensação perguntava pra noite:
- Por que não deu certo? Talvez eu gostasse dela.
Ele sabia muito bem qual seria a resposta, perguntava mais por deboche da sua própria vida. Sentia-se confortável quando as coisas não estavam indo bem. Pensava e ansiava por um amor correspondido. E no silêncio, repetia pra si mesmo:
- Mas e aquele blues do cara enganado que me emociona, que eu escuto fumando um cigarro e bebendo uma cerveja, será que ele não vai mais falar de mim e eu não vou fumar nem beber por ele?
Ele fazia tudo à sua maneira. Imaginava-se um vira lata na noite, logo ele, que não aconselharia nem um cachorro a segui-lo, mas, sim, virava latas a noite. Com certeza e com cerveja ele se sentia completo, colecionava mágoas durante os dias, para então, bebê-las em um copo gelado a noite. Gelada, loira e amarga como várias garotas que ele conhecera.
As histórias que ele contava eram novas, mas o final era sempre o mesmo e ao menor sinal de que daquela vez seria diferente, fazia de tudo para que fosse igual. Sem muito esforço, notava-se nos seus olhos, quase fechados, e naquele sorriso amargo, que a noite estava boa. Ele só precisava disso, a parte melancólica da noite estava guardada nele e ele sabia disso, mas o brilho ou sereno da noite lhe fazia esquecer. O amargo da cerveja e a fumaça do cigarro lhe fazia bem. O menino boêmio sabia que assim que amanhecesse o sol viria, os amigos iram e a ressaca chegaria.
Com um bom café, um cigarro e o triste silêncio da manhã é chegada a hora de lembrar-se dos problemas e de resolvê-los sem fazer nada, apenas transformar aquele sentimento horrível em uma bela letra, uma bela poesia. O problema deixava de ser visto como problema.
Agora tudo aquilo virou música, virou frase, virou arte. Ele se via como um palco onde muitas pisaram e deixaram lindas apresentações. Onde todas atuaram muito bem.
Todos viram e ele acreditou que o personagem fosse real, afinal, ele era o palco e gostava muito dos ensaios.
Quando ficava sozinho, com a atriz principal, sabia que ela estava ensaiando para outras pessoas, mas mesmo assim só queria que ela fosse bem porque quando ela fosse aplaudida iria dizer:
- Essa é a minha garota, pisou em mim, me deixou ver por baixo do seu vestido e agora aplaudida por todos, ela vai pra longe de mim, essa é a minha garota.
Boêmio, bluseiro, o cara mais fácil da cidade, mas, também, o mais complicado de se entender, mesmo que pra ele aquilo fosse tão simples e tão óbvio.
- Você namora; você é enganado; você se sente mal; você sai; você faz tudo errado e depois, volta pra menina com a boca manchada por alguém que nem te conhece.
- Eu não namoro, eu até sou enganado, sim! Sinto-me mal também, mas eu vou para o bar, bebo o que posso pagar, depois procuro alguém, de preferência que não me conheça pra eu manchar a boca dela, depois, com um sorriso de canto, que é a marca do boêmio, é hora de dizer adeus.
Ele é como um livro de blues andante e sabe qual página ler para qualquer situação, muitas não vão fazer sentido pra vocês, mas acreditem é exatamente o que um boêmio faria naquela situação.
Já se imaginou casado? Perguntei a ele. Animado me disse SIM!! Eu dei uma risada, perguntei o porquê da animação se o blues nada mais é do que um amor não correspondido. Ele me disse:
- Boêmio da noite, meu escritório é no bar, boa noite meu amor, estou indo trabalhar.
Em qualquer realidade ele é blues.
Seis drinques, sinto-me alucinado
Olho ao redor, os rostos distorcidos sorriem
Busco meu amor desnorteado
Empurro as portas, já sinto a solidão
Vejo minha alma voando para longe como um balão
Ela era azul como teus olhos, azul como a imensidão
Eu sabia: já tinha me perdido desde então
Neste momento difícil que a humanidade está passando, lembre-se do próximo! Tenha empatia, ajude quem precisa. E não se esqueça de lavar as mãos, usar álcool gel e o mais importante, não saia de casa!
Fora coronavirus,
Aqui tem muita água e sabão,
Pra lavar as mãos, e higienizar com álcool gel...Além de muita fé
E consciência,
Não vem que não vai dar pé...😷😔💭👈🙏
Ritual de purificação feminina
Certo dia cansada estava, chamei minha amiga que tanto sofria para beber. Peguei o papel e o isqueiro que a muito já anda na bolsa. De copo cheio então brindei:
O álcool a gente bebe
Papel a gente escreve
e depois queima
Se o ritual funcionou eu não sei, mas fiquei muito mais leve com a vodka. Minha amiga ria e eu tinha menos um caminhão de palavras entaladas na garganta. Que noite feliz meus amigos, que noite feliz.
"Quando sentimos paixão por alguém, é como se estivéssemos bêbados, pois o sentimento de paixão e o álcool afetam a mesma parte do cérebro. Porém devemos beber para relaxar, curtir, nos sentir bem, então se por acaso a paixão não te proporciona tais prazeres, você não sabe beber..."
Há quem discorde do problema, negando a doença e por fim o álcool destrói essa pessoa e toda uma estrutura familiar.
Preencha meu copo com saquê, derramo este álcool guela abaixo, me liberto de minhas travas, destruindo todas essas amarras que me mantinham no chão.
Ergo meu corpo com os restos de força que ainda tenho em meus braços e pernas, levanto minha cabeça tentando focar minha visão no que está a minha frente mas, o sol que clareia o dia queima minha retina, ereto me tento manter com meu corpo a tremer, mas minha vida está a se esvair.
Minha morte está próxima, meus olhos já estão a se fechar, minha audição já está por falhar, já não sinto mais dores, nem meu próprio corpo, meu último suspiro terei que dar e com o resto de forças que ainda tenho eu venho a falar: Foi um erro te amar.
agora que você foi embora
não consigo parar de pensar
o jeito que você acordava
e quando começava a cantar
começo a beber e a chorar
o álcool não melhora
mas me ajuda a não lembrar
Abençoados serão os descontrolados, os sem compromissos, os voltados para o álcool, já que deles será o reino dos céus.
Se mais de 70% do nosso corpo é água,o meu deve ser de álcool,raramente bebo água! Se acender um fósforo, tô ferrada então!
