Taça
DESPEDIDA
Papel não falta
Tem vinho na taça
Mas nada vem
O tédio mata
Não se resgata
Quem não se tem
Cessou a música
Ninguém mais dança
É o suicídio
Da esperança
É o fim da linha
Última instância
Cortaram as asas
Das borboletas
Que no estômago
Faziam festa
Aqueles sinos
Não tocam mais
O navio do amor
Deixou o cais
Secou o mar
Dos sentimentos
Encheu-se um rio
Com seus lamentos
Não há rancor
Mas há saudade
Não mais paixão
Só amizade
Tudo é mudança
Dizia Heráclito
As coisas mudam
Mas nada é fácil
Sejamos nosso
De mais ninguém
E ao final
Meu bem querer
Me queira bem!
A primeira taça de vinho é por sede. A segunda, por alegria.
A terceira, por prazer. A quarta, por loucura.
A felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas vem o tempo quando a taça se enche. Ela não mais pode conter aquilo que recebe. Deseja transbordar. Acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou; acontece com o seio, turgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie. A felicidade solitária é dolorosa.
Uma parede em branco.
Tinta, pincel...
Uma taça de mel...com amor desenho o céu, que vai tomando forma singular, espetacular de uma inspiração.
Traços, raros....
traços raros...
coloridos e espinhados
Marcados pelo cactos da Preta.
Sertão...de Cacto seco.
Pássaro pousa no dedo do sertanejo, que puxa o gado com medo de que...
a vida lhes vai levar...
água não se vê por lá.
Apenas arame amurados, farpado e gado caídos do chão...que a vida levou pra longe, deixando a ossada.
Urubus voam no céu crepuscular... e a chuva quando vai chegar?
quando vai chegar?
Minha terra tem fome de água.
Eu previ nosso destino no fundo da taça de vinho tinto. Talvez naquele momento as ideias ainda não estivessem decantadas.
Sou o personagem invisível, mergulhado em uma taça cheia de romance, que pateticamente narra a sua própria história.
Sempre teremos quem defende e quem critica, quem apoia e quem taca pedras e, claro, quem não faz nada, para embasar tudo isso.
Não enchi a taça
com a bebida que você provou...
o seu vinho era seco;
o meu, ameno, tinto suave,
levemente degustado
sem a pressa que acaba uma festa,
quando a ressaca se transforma em dor!
Estávamos ali,
conversando,
com vinho
indo e vindo...
Ela me olhou
e disse:
Mais uma taça!
Eu fingi que ouvi:
Me abraça.
...e transamos.
Desejo um amor que seja doce......
Doce como uma taça de vinho....
Que ao prová-lo....
Eu possa sentir a sua a magia....
A sua doçura genuína....
Desnudá-lo e provar da sua essência…
Aroma que desperta na minha boca...
Degustando o seu sabor.....
Sentido o calor desta invasão.
Lenta e profundamente....
Para sentir cada gole... de uma nova safra....
Sentindo-me embriagada....quis voltar à lucidez....
A saudade deixou lágrimas nos meus olhos....
De um amor doce...
Doce como uma taça de vinho..!!!
Se o vinho que derramas
à taça
É suficiente apenas pra matar
a própria sede
Entendes muito de vinho
mas pouco do amor
Amar é algo como
transbordar uma taça
Além do que é necessário
pra saciar a si mesmo
É despertar a beleza
com desdém aos próprios olhos
É poder amar
Através do desejo de amar
TOMBO DE LÁGRIMAS
Traga-me...
A sua taça de carinho
e eu... Embebedar-me-ei
pelo seu amor
Assim, ébrio...
Tombarei pela sua paixão
E a cada tombo...
Lágrimas derramarei
desse meu apaixonado
coração.
Antonio Montes
Taça de Vinho
Grená, porém doce
jazia a taça sozinha.
Contíguo à primeira dose
minguada dose de melancolia
ilustrando cabalmente,
a noite esmorecida e vazia.
Cartas Para Ela:
[Os Copos da Saudade]
A cada taça de Vinho
Me sinto cada vez mais sozinho.
A cada copo de cerveja
Eu trago mais putas a mesa.
A cada dose de Tequila
A falta do teu toque me aniquila.
A cada copo de Whisky
A tua ida faz meu coração partir-se.
A cada copo de absinto
Eu penso em escrever-te o que sinto.
A cada gole de Martine
O falta do teu amor me atinge.
A cada lata de Pitú
Eu percebo que tomei no cú!"
É preferível tomar uma taça de veneno por dia, do que deixar-se tomar pela mágoa... Com o veneno somente você se fere.