Sou o Brilho dos seus Olhos ao me Olhar
Só
Sou só
Somente
Sozinho
Solícito
Solitário
E solilóquio
Mas
Nunca
Jamais
Na solidão
Entre
O ortodoxo
E o heterodoxo
Sou um
Enigma
De uma religião
Entre
O complexo
E o perplexo
Sou um
Paradigma
De uma ilusão
Sou só
Como o sol
Tão distante
Quase um quatrilhão
De quilômetros
De outro ser
Estrelário
Sou só
Nesse corredor
Estacionário
Viajando sozinho
Nas vias deletérias
Do fim
Disputando no caminho
Meu destino
Com as bactérias
Enquanto
Meus germes
Em mim
Que tanto abomino
Entre todas
As matérias
Transam nesse
Meu corpo hospitalário
Sou amor sedentário
Como um oceano
Sou um ser imaginário
Sou tão insano
Sou só um
Ser humano
Jeazi Pinheiro, in “O Último Poema”.
Quem Sou
Sou alguém sem lembranças de onde veio,
Como a outrem com saudades para onde ir.
Sou alguém que sonha o próprio meio,
Como a outrem com dificuldades em dormir.
Como o sol se pondo e nascendo a um novo dia,
Morro a cada instante em todo entardecer!
Como o espetáculo de uma nova magia,
Renasço a todo tempo num novo alvorecer!
Mesmo outrem como a mim, que trilha,
Superando tristezas, e que alegremente diz:
"Sou também assim, simplesmente feliz!"
Sou a outra estrela distante, que brilha!
Sou a mais bela poesia, sem querer...
Sou um outrem... Alguém, como você!
Eu existencial
Vivendo e aprendendo
Com a vida ensinada,
Sei um pouco de tudo...
Sou um pouco do nada...
Porém, em nada creio...
Nem em tudo confio...
Escrevendo, sempre anseio...
Lendo então, desconfio...
Vivo bem sem crença sim,
Que nem delirando estou...
Sem importar para mim
Quem ainda está... Não sou!
Ninguém me impõe conselhos
Sobre velhos mistérios,
A prostrar-me de joelhos
Sob novos impérios.
Mas, minha paz me convém,
Sem alguém ou deus algum…
Nem do mal – nem do bem...
Pois não há, no além... Nenhum!
Também, nem há alma
Em mim... Nem me acalma
Enfim: deuses,
Anjos ou demônios!
Tão bem, que me defina:
Dopamina e serotonina,
Na reação hormonal
Dos meus neurônios!
Apenas a Morte confina
Toda força que domina
Minha natureza sina
Eterna que me fascina!
Jeazi Pinheiro, "Eu Existencial" in "O Último Poema".
Sou verbo que transcende — poliglota do espírito, autodidata da verdade, pensamento em expansão e centelha do divino.
Escolhi não ser comum: sou poliglota por vocação, autodidata por paixão, penso o mundo com lucidez e manifesto o divino com intenção.
Tem gente que defende a mentira com a ousadia de quem é dono da verdade. Eu sou daqueles que ousam sustentar a verdade com a coragem dos que não tem parceria com mentira e falsidade.
"Quando eu quero sou uma flor de pessoa, que antes de ser totalmente esmagada, furo o pé do meu agressor."
"O que eu era, não sou mais.
O que eu sou, jamais voltarei a ser.
Pois a cada dia, tornamo-nos o que somos agora, nesse momento. E o que somos agora? Somos o que pensamos, e os pensamentos mudam, como os ventos mudam a direção..."
"Sou como qualquer pobre na frente da vitrine de uma grande loja. Procuro os manequins escuros só pra me espelhar."
"Sempre acreditei que sozinho não poderei mudar o mundo; mas sempre acreditei também, que sou capaz de sozinho mudar o meu próprio mundo, isso pra mim já é um grande avanço, um desafio."
"Não tenho nenhum deus para teme-lo, e sou ciente desta condição. Sou desobediente a tudo que me causa repúdio, sou obediente aos meus princípios, tenho medo de perder a minha dignidade, e só. Fazer o que é certo só por temor ou compensação, extingue o mérito, não me faz sentir melhor por agir nessas condições."