Sou de Sorte por te Conhecer
INFORTUNO
Falas de solidão, eu ouço tudo e calo
Ó saudade! Rude e regateira caipira
É. E é por isto que o vazio me imbuíra
A alma, no silêncio, infortuno vassalo
Viver! Quando virei por ter intervalo
Entre a dor e o sofrer que não espira
No tempo, e me põe nesta mentira
Da esperança dum amor para amá-lo
Pois é agridoce sentimento sagrado
Que leva a noite insone no cerrado
Messalina sensação, refutado fulcro
Falas de amor, e eu me desalento
Paixão na minha sorte é tormento
Intento para eu levar pro sepulcro
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 13’43” – Triângulo Mineiro
MÁS SORTES
Minha saudade é uma casa abandonada
por cujos solitários e vastos corredores
volteia o silêncio por toda madrugada
das lembranças e questões dos amores
Certa vez a essa estada mal ajambrada
varrendo o ar pesado e seus horrores
adentraste sorrateira quimera alada
num devaneio aos desejos pecadores
E, então, tão cruento e insistente
querer um afeto cheio de poesia
nessas incertezas, só perguntas!
Ah! o vazio no carma eternamente
na desilusão da paixão erma e fria
a verdade de más sortes conjuntas!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/09/2020, 04’47” – Triângulo Mineiro
Por diversas vezes erramos. E mais com os que amamos. Talvez com o intuito de protegê-los de nossas debilidades e/ou inconstância emocional. Fato é que quanto mais amamos uma pessoa mais ainda nos é exigido um grau de responsabilidade em não nos tornarmos 'peso" na vida dela(e). Portanto, buscamos por uma tomada de decisão qual o coração não quer... Entretanto, a razão exige sensatez e prudência. Nossas decisões trazem consigo consequências, ás vezes irreversíveis, contudo necessárias. Logo, depende desta o crescimento social do outro. Certamente, quando após determinado tempo, diria até considerável tempo, cerca de 10 a.; entende-se que não fomos o melhor para esta pessoa. Não atribuímos á ela(e) um bem maior. Talvez sejamos o motivo qual não permitiu que esta evoluísse. Claro que, não temos certeza de nada na vida. Porém, se minha ausência contribuir mais do que minha presença então, logo acredito que, me afastar é o melhor á fazer á respeito. Ainda que me doa a alma. Desejo-te sorte de bençãos! Anseio que sejas de fato Feliz Jr ! Grata por tudo que vivenciamos, especialmente por seu amor. Temo que, não seremos mais os mesmos. Mas rogo que sejamos melhores. Nisto se faz a vida, evoluir.
Diz a lenda, que a felicidade bate uma vez em sua porta e não insiste... Se você abrir ela fica, se você esperar ela bater novamente, ela vai bater na próxima porta! Mas se a sorte te sorri, a felicidade com ciúmes bate novamente em tua porta, pela segunda e última vez... Não deixe a felicidade passar, aceite-a de primeira, pois a sorte nem sempre sorri pra alguém!
“O que é o que é, a um só tempo, um aluvião de lágrimas deslizando sobre seu rosto e um sorriso repousando em seu olhar? Resposta: sortudos!”
O poder da declaração parece não ter efeito comigo, talvez do que eu precise seja de um pouco de sorte, para encontrar alguém que tenha coragem.
Coragem o suficiente para tentar ser feliz, e tentar me fazer feliz, afinal não é isso que é a vida ? Uma interminável busca pela felicidade.
PARALELO
Incultos sentimentos ditos pela metade
manifesto a vossa fiel leitura, ó leitores
e em cada trova a vossos olhos, piedade
lhes digo apenas piedade, não louvores
E neste orgulho, este que é inanidade
os suspiros, lamúrias e minhas dores
lágrimas de amores e sua imensidade
suportando por uns míseros favores
Se entre minha sorte de nascimento
encontrardes traços cujo o engano
indique que divaguei com portento
Crede, ledores, que foi do profano
versado com a mão do fingimento
em um paralelo ao o acaso insano
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro, 14/2020, 16’54” – Triângulo Mineiro
GORJETA
Eu sou aquele que no amor é perdido
eu sou o que no fado me falta aporte
sou esse da desdita, e nesta tal sorte
sou a contramão, a solidão desmedida
A sombra no meio fio da cara vida
e que no devaneio perdeu o norte
que fica no vagar num choro forte
rascunhando a chaga tão dolorida
Sou aquele que no silêncio habita
Sou pôr do sol sumido, desprovido
Sou aquele que na ilusão orbita
Sou talvez o ideal de alguma dita
Quiçá a que o rumo me é devido
Quem sabe uma gorjeta merecida
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/10/2020, 16’19” – Triângulo Mineiro
Ai você vai para casa...olha ao seu redor e se depara com a realidade, pensa seria isso real?
Ou vivo de víveres que não me pertencem?
Pensa queria a sorte do outro, será que em real o que é do outro cabe a ti?
Ou o que deseja é tão seu...que nunca ninguém teve?
A realidade é mais ou menos aquilo que desejamos...a realidade nem sempre diz a verdade...sonhos podem até não se tornarem reais, mas alimentam grande parte do moinho da vida...
É errado querer algo?
Errado é achar que nada mais pode se ter!!!
Ah se tu soubesse quão belos são os olhos teus.....
Ah se pudesse se ver como veem os olhos meus.
Dia é águia, dia é colibrí
Como é bonito o dia quando você sorri.
Entre juras de amor, às vezes ameaça de morte
Mas tê-la em minha vida,
É muito mais do que sorte.
Na vida de cada pessoa, há muitos sacrifícios, lutas e escolhas priorizadas . No final vão dizer que foi sorte e nada mais.
“Quando você corre numa planície, a mente o domina; Quando você sobe uma montanha, as pernas o dominam. Mas quando você desce uma ladeira, seu controle está na própria sorte.”
A vida não tem um manual, a vida não é para ser fácil, onde está escrito que todo mundo nesse planeta vai ser feliz? Não vai. A gente se acostuma. Uns tem mais sorte que outros e muitas vezes para a gente ganhar alguém tem que perder. E não dá para chegar em um consenso.
Fizemos uma fratura na terra.
Eu ouvi o barulho do chão se abrindo.
Duas placas se chocaram
e fizeram um buraco que dá para o céu.
Coisas estão sendo lançadas
para fora do buraco.
Estamos flutuando agora.
Deixamos expostos
o que há no centro de nós.
Todo mundo nos vê.
Agora somos um espetáculo celeste.
Estão nos contando antes de dormir,
como quem conta as estrelas.
Foi a primeira vez que contaram amor
em vez dos astros.
Não há sorte nem azar
para quem conta amor.
São todos espectadores
da sorte que temos
em viver um amor estratosférico.
E a fratura, aqui de cima,
é tão pequena,
que já nem existe mais.
Ser muito inteligente não é garantia nenhuma de sucesso, Tesla morreu pobre. Sucesso tem mais haver com sorte do que com preparação e competência.
O brilho da vitória esconde as nossas lutas e abdicações, por isso para outros parece que tudo foi sorte.
ORÁCULO
Horas breves da ventura em portento
E tão vazias no empenhar se as tinha
Que na ilusão se demoliu tão asinha
Atando acaso ao rumoroso tormento
Aqueles anseios que fundei ao vento
Que a sorte levou, que mas sustinha
Do incoerente que restou, é minha
Causa, pois, não predispus provento
Juízo, que bom se prudência tivesse
Tudo é possível, e não só brandura
Aparece e logo adiante desaparece
Ó oráculo pesado, ó acre amargura
Serventia sem valia, e sem benesse
Tudo é fugaz, voraz, e pouco dura!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/11/2020, 07’24” – Triângulo Mineiro
paráfrase Diogo Bernardes
