Sonetos de Saudade
Encontrei uma linda rosa no jardim,
Era a mais bonita do seu lar,
Será que ela gostará de mim?
Ou irá apenas fazer-me sangrar?
Eu ainda não a colhi,
Mas desde o primeiro dia que a vi,
Que não paro de me lembrar,
Da forma como ela sorri,
E do seu enorme desejo de amar.
Não sei se deva dar,
Dar tudo de mim.
Onde a irei semear?
E se ela não quiser deixar o jardim?
Talvez não seja o momento,
Ou talvez seja a hora certa,
A verdade virá com o vento,
E eu vou estar sempre alerta.
À espera que esta linda rosa,
Feita em prosa,
Goste de mim,
E talvez, eu more com ela no seu jardim.
Não sou poeta, mas "nua"
Aprendi a citar cada verso teu.
Decorei cada rima,
como um pintor decora a paisagem do céu.
Não sou artista, mas "despida"
Contornei cada linha tua,
Pintei cada traço e forma por outros esquecida.
Como um cantor toquei a tua melodia favorita na rua.
Não sou poeta, nem cantora,
Não sou atriz, nem pintora,
Mas se fosse serias a razão,
Para cada traço, linha e verso,
Serias a minha maior inspiração.
Oh Niterói !
És para mim
um amor que não se corrói
e tens o perfume do jasmim
nesse meu poetizar.
Oh Niterói !
Quando longe do seu mar...
a saudade só me dói.
Nunca mais eu vi meus amigos
Nunca mais eu vi meus irmãos
Nunca mais eu vi meus amigos
Nem sei onde estão
Nem sei onde estão
Onde você está?
O Sol ilumina o dia e aquece as emoções
As nuvens se fazem presente, mas não impedem o tempo passar
A saudade é minha companheira e a alegria me visita quando meu pensamento te encontra
Sintia freire
Viajo e volto sempre que posso, a aquele lugar só nosso, que sonhamos construir...
O lugar mais que perfeito, onde ao menos do mesmo jeito, ninguém mais ia de partir...
O tempo passou ligeiro,
fez de nós passageiros, da saudade prisioneiros, nesse eterno ir e vir...
Quem sabe paro o ano te vejo, depois do dia primeiro, talvez de março a janeiro, ou lá pro outro fevereiro, se assim Deus permitir...
Naquele lugar chamado encontro, tem um coração sempre pronto, quem quiser pode chegar sem ter hora de partir...
Tudo passa tão depressa
Principalmente quando não temos pressa
E a vida não nos avisa
Que cada segundo é importante
Ao lado de quem hoje se faz distante.
ARIDEZ NO CERRARDO
A sequidão ainda a porta
Lá fora, por aí, acinzentado
Espalha o sertão com vida semimorta
Brilhante o sol roborizado
A secura parece que corta
E o silêncio destrói...
À melancolia pouco importa
Em nada corrói
E aos sonhos, não comporta...
Aridez, rodeia a minha casa
Com uma manta marrom de poeira
Em algum lugar você dorme, em brasa
Em algum lugar, assim, como queira!
Não ao meu lado, desasa...
Junho se vai lentamente
Em algum lugar, longe
Como eu, o teu sono ausente
Inconstante, monge...
Você está em algum lugar
No meio da minha saudade
Não vai entender, vai julgar
Dessaber, do amor, deslealdade...
O vento está girando ao lado
O pequizeiro está tranquilo
O meu poema está fustigado
Embriagado a ilusão, restilo
Escassez, de você no cerrado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/12/2019, cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
DÓI-ME TANTO
Dói-me o cansaço que trago em mim
Dói-me a obrigação de reviver a dor
Dói-me o suicídio nostálgico imposto
Dói-me cada passo que dou sem fé
Dói-me o pesar que me tolhe a voz
Dói-me não amar como desejo amar
Dói-me a ilícita dor que me consome
Dói-me este ópio agarrado à minha pele
Dói-me os sonhos levados pelo vento
Dói-me os castigos que a vida me tem dado
Dói-me este combate desigual todas as noites
Dói-me o luto contra o pior dos inimigos
Dói-me este meu remar contra a maré
Dói-me para me libertar deste eterno mal
Dói-me a insónia até de madrugada
Dói-me o sangue derramado no corpo vazio
Dói-me a secura da boca do vinho azedo
Dói-me ouvir as queixas a quem roubaram a vida
Dói-me as palavras gritadas em versos
Dói-me as lágrimas derramadas em silêncio
Dói-me no fundo a secura das despedidas
Dói-me a palidez dos rostos em saudade
Dói-me ver os amantes da noite em desamor.
A orquestra sinfônica de Tenerife toca ao fundo
enquanto eu escrevo essas palavras.
Como essa soprano consegue levar a voz a esse alcance?
Se eu soubesse faria chegar minha voz até você.
Te fazer saber.
Homem com pensamento cativante,
Que tira inspiração de cravos em maçãs.
A opera agora é de Vivaldi
toca sobre o inverno.
Isso me lembrou você,
Que me faz sentir primavera.
Ô, meu bem..
Nunca sai da minha vida não.
Nunca deixa de me dar a mão.
De me olhar sempre como se fosse a primeira vez.
Porque vai dar saudade.
E com ela eu não sei lidar.
O que marca esse tal relógio?
Que negócio é esse de tempo?
Ele é real?
Onde assinei para aderir?
Não fui eu.
Como ele brinca com a gente
Como ele faz a gente de
gato e sapato.
Como é gostoso esperar você acordar.
Como é duro esperar amanhecer
Como é triste longe de você
Como é curto quando estamos juntos
Como passa e a gente não percebe
Como voa nos meus pensamentos
Como para no seu olhar
Como é fixo no seu sorriso
Como é longo nos dias maus
Como?
Não sei
Só sei que de um lado e do outro a espera
Espera que traz esperança
Esperança que nos faz acreditar
Acreditar que nos impulsiona a amar
Amar que não sucumbe ao tempo
Tempo que parece brigar
Quando não nos ajuda
Mas nos embriaga
Pela saudade
#ALGUMA #RAZÃO ?
Tudo tem um encanto...
No bem ou no mal...
A gente inventa um romance...
Uma saudade...
Uma mentira...
Em nossas travessias...
Na vida...
Viver um amor...
Sorrir de alegria...
Chorar de tristeza...
Sonhar...
Ter nossas fantasias...
Eu ouço...
E em tudo muito me calo...
Suspeito da mentira na verdade...
Enlaço-me de vaidades...
Um anjo caído...
Fazendo questão de esquecer...
Empurrando para as sombras...
O meu sofrer...
Não sei voar de pés no chão...
Também não sei...
Tão fácil..
Entregar meu coração...
Tenho medo...
Muito...
De tomar alguma decisão....
Na verdade, nada é tão certo...
Não é questão de parar no tempo...
A arte de ser louco...
Consiste em olhar...
De diversos modos..
O mesmo ponto...
Sandro Paschoal Nogueira
A dor da tristeza consumiu meu peito
Quando você decidiu ir sem me avisar
O que mais me dói é de lembrar
de te ver caido ao chão sem acordar
Sua mãe que gritava sem parar
Ao ver que você já tinha partido
Na minha vida você foi um grande amigo
E hoje vive como estrela a brilhar
Canção inacabada
As ondas sonoras são partículas
De um corpo inteiro que se foi.
As canções tocadas no rádio
São como o grito da torcida no estádio
Que dilacera o peito ao meio.
O tempo é um grande vilão e
Despedaça o coração.
És minha canção, meu ar, minha inspiração.
Sua voz adentra a mente com pressão
E ouví-la é minha obsessão.
Você é uma canção de alento em meio ao sofrimento.
A ausência é um tormento,
E levo comigo os momentos vividos
Que jamais serão esquecidos.
As mãos diminui o volume devagarinho
Na certeza que do outro lado existe carinho,
Mas a força da vida separou o nosso caminho,
Deixando apenas um pedaço de você no cantinho do meu ser.
E é nele que você vai permanecer
Durante o tempo que eu viver.
