Soneto da Espera
Riso não fugaz e
Personalidade atraída que
Outrora o via, sereno...
Momento de constante impeto
Metamorfe de si, adéqua e
Brota a luz e alento.
Sou de mim, uma, e
Várias de uma em mim
Sou aquela que luta, e
A cada batalha se forja
Sou "essa e sou aquela"...porém
De todas elas, só tem uma em mim...
Minha vida em versos
Selda Kalil & Edson Nelson Soares Botelho*In memoriam*
Como ondas do mar às vezes sem lugar
Destravada e com trejeito rezo meu terço
Vim do sertão e dos matagais sem berço
De bem com meu canto, credo e tradições.
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Nas minhas genéticas obscuras sem conexão
De professor adotei a vida informal
Através dos cantos e das almas sofridas
Dos louvores e das labutas de vida.
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Nas minhas andanças de tempo criança
Da vida extinta sem abraço e sem afago
Solta no mundo vivendo o perigo dos náufragos.
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Hoje com jeito e de bom trejeito, vejo no céu meu sossego.
Se for certo ou incerto, este é o meu apego.
Meu credo e rezas são vendavais, que me levam até aos céus.
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Amor que arde no peito
Na madrugada clama desejo
Em amar e querer um beijo
Uma paixão e fantasia do ímpeto
Da plenitude excessiva do amor
Provocada intensa explosão
Implora à súplica ao coração
Num despertar sem pudor
Na loucura da alma
Aprisionada pela paixão
No jogo da sedução
Com impulso desenfreado
Que ansia o vigor
Do amor Com ardor
@zeni .poeta
"Se ódio 'e o que sente agora, então ore para que venha o amor.
O tempo... ah!. O tempo sempre e' o melhor professor."
COVARDE
Se, assim, bater de novo à minha porta
Ah saudade! deixai quieta a minha dor
Não mais me traga sensação que corta
Que açoita a emoção com aflitivo ardor
Do pouco o tudo na recordação importa
E nada comporta um gesto tão opressor
Pois bem, cada lágrima pesar transporta
Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor
Mas, aí! no peito bate forte está aflição
Sussurra em voz alta, em árduo alarde
Avidando um aperto no sisudo coração
Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,
... me deixo bater a saudade como covarde
E me ponho a sofrer como um apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG
Panacea
Rabiscando ao natural
meia página de linhas
descrevo a visão minha
do sorriso dessa jovem
imagem que não me foge
sol de aurora outonal
brilhando luzes como tal
ostentando seu feitiço
não quero viver omisso
e meu desejo abrumar
embebido quero estar
no seu toque de veludo
senda lírica que rumo
se encanta ante ela
ah, beleza etérea
és digna de Panacea
...de Panacea
VÍCIO
Que eu inspire, de repente, à ti uma poesia
Como se fosse o mais íntimo de meu verso
Aquele rimar apaixonado e no amor imerso
Enfim, um gesto, aresto, mas com alquimia
Que eu traga na métrica aquele olhar certo
Olhares de quem tanto seduz, tanto cativa
A pureza que, às vezes, faz a intenção viva
Onde o desejo é aquele de estar bem perto
E, que o poema seja só teu e, eu todo teu
E seja dos ternos versos um agrado meu
Numa cadenciada e enamorada sinfonia
Que tenha a cada sensação um presente
Germinando no cântico, apenas semente
Com aquela poética que o coração vicia.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 dezembro, 2023, 14’42” – Araguari, MG
PERMISSÃO
Quis Deus dar-me a chance de ser emotivo
Doando trova, dando a imaginação alforria
Em sedutores versos, em um desvario vivo
Num ritmado de sons, de tons e de fantasia
Quis Deus fazer da minha sensação, poesia
Cheia de paixão, ilusão, e marcante motivo
Traçando quimera, em um plectro adorativo
Com sentido e ao coração romântica termia
Quis Deus fazer-me bardo, tão sentimental
Onde a cada momento deixou de ser igual
Pra se tronar especial e, então, eu tracei...
Cada olhar, cada suspiro, cada dor, aonde
A emoção esteve, e o sentimento esconde
Para, assim, ter viver na prosa que versei.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 julho 2024, 16’37” – Araguari, MG
TEU APARTE
Não repara nunca? pelo sonetear
Dores sussurradas na madrugada
Que cantam, suspiram, mais nada
E, nas rimas, aquele tom de amar
No entanto, a saudade neste lugar
Tenteia, deixando a emoção alada
Em uma sensação tão encantada
Amor que, às vezes, põe a chorar
Poética! emotiva. Frágeis sentidos
Sentimentais. Beijo-te! perdidos!
O soneto, então, assolador. Vem!
E as treitas, bem se importam elas
Continuam soneteando, tagarelas:
Assim, teu aparte, deve ser também.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/09/2024, 05’39” – cerrado goiano
PRIMAVERA
"Enflora-se o arvoredo. É a Primavera.
Rosa rebentam álacres de flores
Bordam-se os vergéis e os arcos de hera;
E as andorinhas fazem seus amores.
Bandos de borboletas multicores
Passam no ar e o longo inverno passa...
Cantam as aves pelos arredores
E a natureza de festões se enlaça.
Desfaz-se o vôo da quadra fria e triste
E dos montes redobra alegre os flancos
A luz do Sol. Da neve nada existe.
Assim como esse inverno, bem quisera.
Também se fossem meus cabelos brancos
E voltasse-me a antiga Primavera."
Curitiba
2 de agosto de 1908
Queria novamente te ver
Se tornou necessidade te encontrar
Era evidente o medo de te perder
Por isso preciso tanto falar
Como melhor poderia assim sentir Quando o melhor é te abraçar
Minha maior alegria e te ver sorrir
Meu castigo é sempre te amar
E como poderia me opor
A esse sentimento que esta a me tomar Ser escravo a teu amor
Um ateu forcado a acreditar
Que tudo que é bom tem seu sabor Quero passar a eternidade a te provar
Preciso de tua luz, teu sorriso
De seu entendimento e saber
Precisar-te afinal é do que preciso
Será sempre minha alegria de viver
E sempre que lembro-me disso
Paro e passo a refletir
Onde esta meu paraíso ?
Respondo: é te ver sorrir
É então por isso que vivo
Minha paixão meu eterno amor
É indescritível o que sinto
No peito esse grande ardor
Te ouço, te falo e não minto
Contigo quero estar onde for
Quanta saudade precisarei sentir?
Sempre estou a perguntar
Por quanto quero te ver sorrir
Talvez isso seja apaixonar
Por que tão a mim mesmo oponho
Causando até mesmo dor
Já que assim é, suponho
Que necessito de seu amor
Então preciso de seu parecer
Para poder a ti falar
E da próxima vez que te ver
Dizer que estou a te amar
Isso é o que te proponho
Meu amor, viver comigo um sonho
Nos teus olhares brilha o doce afago,
Desejo e graça num só gesto unido,
Fertilidade em dádiva revelado,
Origem grega e deusa em ti contido.
Isis-Doron, nome que encanta e ecoa,
Beleza rara em linhagem tão sutil,
Teus olhos, fonte de calma e encanto vibram em consonância com o universo,
Num hino eterno ao encanto e ao perfil.
Assim te vejo inrenitente sem teimosia você segue a vida encantando o mundo com sua singeleza.
Não se preocupe com os caminhos a trilhar porque independente de por onde andar o ponto final será sempre onde você tem que está!
Ábditos corpos, corações impendentes.
Morena malvada, mulherão sem igual,
Que roubaste meu coração num só olhar.
Teus olhos negros, como noite sem luar,
Escondem segredos que me fazem sonhar.
Teus lábios vermelhos, como frutos maduros,
Me convidam a provar seus doces sabores.
Teus cabelos negros, como cachoeira em penhascos,
Me envolvem em sua beleza e me trazem paz.
Perto, mas tão longe, este desejo se inflama,
Em olhares furtivos, mensagens inflamadas.
A distância, qual fardo, os impede de se amalgamar,
Animosidade persiste sob noites estreladas.
Morena malvada, mulher que me domina,
Te quero com paixão, mesmo que me castigues.
Sou teu prisioneiro, rendido à tua sina,
Realmente apaixonado por teus encantos.
De todos os sonhos que tive
E todas as coisas que conquistei
Em um única vida que se vive
E durante todo tempo te amei
Ao teu lado nunca tive pesadelo
E o amor nunca me faltou
Sem pressa e nenhum anseio
Desfrutei do tempo, do que sou
E sou apenas um homem bom
Do qual sempre agradecido
A sua voz, seu timbre, belo som
O "eu te amo" que tenho ouvido
Essa é a melhor vida suponho
Com você vivendo um sonho
Na praia, sob o sol ardente,
Ela surge, um vislumbre pungente,
Em seu biquíni vermelho e preto,
Meu coração acelera, sem segredo.
As ondas beijam seus pés delicados,
Ela caminha, graciosamente, em passos medidos,
Seus cabelos dançam com o vento,
E eu, hipnotizado, me perco no momento.
Seus olhos, profundos como o mar,
Refletem o sol, um brilho singular,
Ela sorri, e o mundo se ilumina,
Como se só existíssemos nós na areia fina.
Seu corpo esculpido pelas mãos do tempo,
Curvas suaves, um convite ao desejo intenso,
O vermelho e o preto se entrelaçam em harmonia,
Como se a própria paixão tivesse escolhido a sintonia.
Eu a observo, sem palavras, sem fôlego,
Cada detalhe dela é um verso, um enredo,
E ali, na praia, sob o céu azul e aberto,
Eu sei: ela é o meu eterno porto seguro, meu amor completo.
TÃO POÉTICO E SUAVE
Tão poético e suave se apresenta
Um verso, quando, então, poeta
O amor. E que a paixão completa
Com suspiros e emoções secreta
Sente-se louvada e mais profeta
A sensação, mais cheia de meta
De acaso, que na rima se aquieta
Sobre a alma de graciosa faceta
Fascina tanto a quem lê e tanta
Fascinação enfeitiça e encanta
Que não o crera quem não lera
Dos seus versos emanar parece
Cânticos ternos que enternece
O sentimento cheio de quimera.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16/10/2024, 12’05” – cerrado goiano
CÉU, VENTO E CHUVA
Céu, vento e chuva, horizonte submerso
Em nuvens, e o cerrado todo verdejante
Enxurrada, e aquele pingar borbulhante
Na estrada, atiçando sentimento diverso
Alma retirada, um devaneio tão disperso
Chão molhado, cheiro de erva rastejante
Na poça d’água um espelhar coruscante
Sensação, precipitação, ó aquoso verso
Chove no cerrado, no cerrado a chover
Cada fauna no seu canto a se esconder
Canta a seriema num cântico sem fim...
Suplicante. Céu, vento e chuva, lá fora
Cai, em uma cadente poética trovadora
Tornando o sertão num sedoso jardim.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/11/2024, 10’48” – Araguari, MG
TER-TE EM VERSO
Ter-te em verso, em rima afeiçoada
em variado sentimento maravilhoso
cheiro, sussurro, um olhar malicioso
possuir, a ventura, alma enamorada
O amor, este, sem demandas, nada
que traga divisão, e sim um gostoso
beijo, e o fartar em abraço avultoso
deixando a poética toda encantada
Este versejar que busco do coração
na inspiração com suave sensação
com a paixão, a contê-la no acerto
A manter-se tão sentimental, forte
a emoção que traz ao peito aperto
a esperar avidamente pelo aporte.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2024, 14’18” – Araguari, MG
