Soneto da Espera
Há Um Medo Gostoso
Há um medo gostoso, se te espero.
O amor é sempre aquela porcelana
tão frágil sempre, sempre tão humana —
o amor é e não é: tal como um zero.
Sim, um medo gostoso, mas severo
como o olhar que protege, mas esgana...
como a alma que sonha, mas se engana...
pedra rara incrustada sem esmero.
Sempre um medo gostoso na esperança
de se alcançar a flor que ao vento dança...
Sempre um suor a rorejar a espera.
Sim, um suor gostoso, mas medroso
a ponto de tirar da espera o gozo...
O amor é sempre aquilo que não era.
LA
Alforria
Não me peças pra calar-me à tua fera
Nem que sejas para ti contentamento
Meu amor é felino, tu bem sabes
Na tua vida não serei aditamento
Áurea flava zombeteira me sequelas
Afrodite, Psiquê e tantas outras
Em silêncio veleidoso me revelas
Mais que beijos matinais de outra boca
Como bicho que sou, e tu já sabes
Meu ciúme não terás um só momento
Se estou preso a ti é por vontade
Da tua pele, do teu toque e teu alento
20/02/2020
Esse dia pareceu - me especial,
mas talvez isso seja um mito,
pois não pode existir apenas um...
afinal todos os dias os são!
Em todo caso fiz uma oração
ao Santo Anjo de cada um
para que abram seus caminhos
e que tragam- lhes tudo de bom.
Numericamente o dois pode
O três, o quatro, o cinco, o seis...
Todos podem do um ao nove!
Daí, somei tudo e vi um oito
e infinitamente se propõe
na continuidade da linha, a vida!
"Alguns sonetos não aceitam remendos — e, de toda forma, os que aceitam assumem-se lixo"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
A fé que temos
A fé que temos nos conforta
E é isso que a nós importa
Ela esta entre todos os povos
Entre os seres velhos e novos
O mistério da fé que cada um tem
Independem do símbolo que usa
Independem da imagem também
Porque todos têm a sua causa
Não há nicho de fé superior ao outro
Pois, cada cultura tem sua crença
Há quem vê a fé até um no outro...
Mas, nem tudo se é como se pensa
Porque cada ser em si lapida seu ouro
E é nisso que a fé faz a diferença!
ODE AOS APAIXONADOS
a paixão é tudo aquilo que você desejou e não aconteceu
é o sonho interrompido
a conquista que não cedeu
o beijo não ocorrido
tudo que nasceu e não sobreviveu
é feito droga nociva que satisfaz um momento
é o medo
a adrenalinaem pequenos fragmentos
é o prazer pela dor
todos os sete pecados com uma pitada de sofrimento
a versão da história que gostaria de contar
a palavra não dita numa discussão
a pergunta sem resposta
o que sempre quis dizer
o não que quis dizer sim
o que faltou acontecer
o que sequer deixou ser
é o clímax
é o suspense
é o mistério
aquilo que não se sabe
aquilo que não se abre
é a criança perdida numa loja de brinquedos
egoísta feito um segredo
é o sorvete que derramou
o gol que não marcou
é tudo que não houve
é tudo que não coube
é o que deixou subentendido
o que deixou sua essência
e por não ter havido ponto final
se fará para sempre reticências
A ESQUINA
sobre o vislumbre noturno, o anoitecer enobrece ao terno luar,
e as estrelas fazem um espetáculo para atrair o teu encanto.
o pincel que corre sobre tuas curvas
perpetram tuas cores abrolhando de teu manto,
e na fortuita esquina que se descobrira,
o brilho era volvido apenas para que tua figura fosse ressalvada.
foi então por teu imo minha coadjuvante,
esmero pela natureza, esta soturna melodia que lhe coubera
poderia ser ouvida até nos firmamentos.
esta beleza dissonante virou canção até para os desalentos ,
para cada olhar, uma penitência, cada beijo, um desejo,
cada tato, um pecado.
umvoz que aprecio bem, não porque era bela,
mas porque era tua.
diante daquele velho asfalto cinzento da rua que vivi,
logo passou a ser reluzir ,
porque quando chamava meu nome,
já me pegava a sorrir,
não porque era meu,
mas porque já passou a ser teu .
Fios que tecem
Meus cabelos quando crescem
Às vezes, no corte da mudança,
Outras vezes ao vento balança,
Outras, linhas de fios que tecem!
Gosto deles de qualquer jeito
Se assentado no liso perfeito,
Ou ao acaso com friz, eletrizado.
Não gosto deles todo chapado!
Fica com aspecto de lambido
Do tipo de cuspe de boi babado
Prefiro do jeito que ele nasceu!
Afinal o cabelo é todo meu
Se ele te causa desagrado
Vá fazer chapinha no seu!
Ócio criativo
I
Do ócio das vagas horas
Um conceito de aprumo
Concedeu ás memórias
Seguir algum novo rumo!
O apreço logo se fez belo
D'alguma coisa de efeito
Elaborar sem preconceito
Artefatos ou um castelo!
Sei lá desta tua habilidade
Mas, sei dizer de um fazer
Este da minha capacidade,
Não é convencimento o tal,
Fazer do afinco de querer
Deste jeito sem ser metal!
II
É um autodidatismo o ato
Que se descobre na ação,
Ficar só no ver, é papo...
É preciso fazer co'a mão!
É nisso que reside o sentir
O de se colocar no lugar
Daquele que prega o provir,
Que devemos progredir!
Meu convite de aceno real
É para toda alma sem idade
Á descobrir um novo ideal!
Cá dizer aos nossos neurônios,
Que a nossa criatividade
Espanta até, maus agouros!
Deus está sempre contigo
Respire tão profundamente
para que sinta o ar na mente
e em todo o corpo seu,
depois conecte com Deus!
Deixe que o silêncio te invada,
sinta a paz e não pense em nada...
A paz de Deus flui em você,
e a serenidade se manifesta!
O seu coração está tranquilo,
a emoção flui em equilíbrio
teus sofrimentos não mais existem!
Deus te ama e é seu amigo,
a sua serenidade agora é agradecer
pois, Deus está sempre contigo!
Cio da alma
Quantas linguagens existem
Quantas leituras fazem
Quanto o silêncio diz
Quantos poemas já fiz?
Não sei se é preciso contar
Porque o que importa a mim
É a resposta que tenho a dar
Á Deus que destinou meu fim!
Se mil vezes poemas crio,
Sem muito que preocupar
Deve existir alma no cio!
Ou eles descem lá do luar
Pois, não sinto gelido frio
Se na noite mergulho no mar!
Rastro cívico
O que se cria num toque se amplia
No novo a coisa, passa á outra valia
De repente tem ela uma outra função
A coisa é mesmo o criar da interação!
Olha para a coisa feita e depois imita
Não fora assim o ser de um eremita?
Ao encontrar- se no distanciamento,
Os primeiros a fazer do pensamento,
Uma forma de meditação a ser seguido?
Eureca! Quando algo descobria Ludovico
Não servira de ideia no fazer de um penico?
Até mesmo a estrela que foi fazer fuxico
Deixou no caminho um rastro cívico
Que humano desenhar o crucifixo?
Asas da saudade
Asas de matizes perambulam
Voam soltas na sua liberdade
Juntas as cores tremulam
Adeja a bandeira da saudade!
Eu pequenina e as borboletas
Éramos soltas nas brincadeiras
Até pairavam em minha mão
Quisera eu voar saindo do chão,
Iria eu pousar numa pétala
Colher mel igual a elas
Ou recolher uma estrela!
Borboletas ainda lindas
Azuis, vermelha ou amarela
Nelas minhas asas coloridas!
Olhar de japa
À este olhar de japa
Nada do intento escapa
Ela vê o fim escondido
No íntimo mais profundo!
Não tente moldar intenção
Com dizeres de reticências
E seus status sem razão
À provocar maledicências!
Meu olhar é sincero e puro
Assim também é meu ato
O mal não gosto e não aturo!
Se minha amizade quer de fato
Não se traia a ser imaturo
Pois, decifro qualquer intento!
Arre! Minha gente
Na nervura branca da ressalva
Surgira a flor mais pura e alva
Entre o verde louro sobressai
Até que a tinta desbota e sai!
Enquanto isso na menuta
Da admoestadora conduta
Os pincéis vão no deslize;
No movimento fazer reprise!
Outra vez a treinar de novo
O letreiro deixo lá no poste
A mercê, por conta do povo!
Já que o campo é faroeste
Há luta até na casca do ovo
Arre! Luta boba, minha gente!
Resgate
As missões fizeram lições e desbravamento
Na história está contada e não se pode negar!
E uma coisa acenta - me trigueiro um espanto:
- Onde se perdeu a história do padre a explorar?
Se tudo tem uma razão, veja só o que vou contar:
- O Padre José de Anchieta e os jesuítas por cá,
Fundaram Itaquaquecetuba, á faciltar, diz Itaquá
Mas, na cidade nunca do padre se ouviu falar!
Que povo sem memória e sem conhecimento!
Por que não há levante, um grande monumento
Alguma coisa que lembre a relevância histórica?
Deixaram a mediocridade fazer a destruição
Mas, ao meu ver tem um jeito e uma salvação:
Alça do historico de tudo faz a cidade turística!
Ousadia
A pintura é uma escrita na tela
Onde contorno minha ousadia
Para passar a hora com alegria
Esquecendo qualquer mazela!
Oxalá, pudesse alguém dizer:
- Para que serve esta pintura?
Queria poder tudo responder,
Contudo, prefiro a compostura!
A resposta de mim, já tenho
Não tenho que provar nada
Neste simples eu que componho!
E assim sendo, é sempre bom
Descobrir - se nesta caminhada,
Talvez em mim, mais um dom!
Perambulando no verso
O que não se inventa, não existe,
Assim a coragem faz a ousadia!
Inventos até de estranha moradia,
N'alguma arquitetura persistente!
Retortos esparsados deste edifício,
Plange o concreto fazer sacrifício!
Á saquear atenção de quem passa,
Ao comum, a estrutura ultrapassa!
Então no ápice do meu argumento
Com o espanto pelo lado de dentro
Na construção versar pensamento,
Que também tem um jeito bêbado!
A minha alma no próprio encontro,
Perambulo no verso sem segredo!
Tom de tese
O tom da cor da folhagem
Desperta-me coisa mística,
O mistério de uma imagem,
Não funesta, mas artística!
Ao pensar no aspecto da cor
O que faz uma pigmentação
No vasto de toda a criação
A luz do dia ou a lua do amor?
Seria minha ingenuidade até
Pensar apenas na fotossíntese
Ou pensar na natureza com fé!
Por certo, os bichos na síntese
Também tem mistério até no pé
E gente também no tom da tese!
Esplendor de Deus
Cladonota inflatus seu nome,
Bicho estranho, meio esquito
Pareceu-me...rubra lhe repito:
O órgão orgulho do homem!
Onde foi reportar-me atenção
Ri de mim nesta descoberta,
Não resisti fazer comparação
Compor poema nesta escrita!
Deste jeito sei da existência
Onde de tudo Deus é criador
Atenho-me mais consciência,
Das existências fenômenicas
Em que tudo é Deus esplendor
Sem fios de ciências eletrônicas!
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