Soneto da Espera
Soneto do primogênito
Sua pele clara
suave e macia
seus olhos castanhos marcantes
feito a luz do dia.
Você trouxe a doçura
dos meus antepassados,
a virtude dos bons meninos
e a beleza dos ferozes felinos.
Teu sorriso é a reluzente e fria aurora,
que em minha vida,
é o amor de outrora,
de antes, de sempre e de agora.
SONETO DO PERDÃO
O teu não, vergasta a minha fé
Dá-me o perdão como veredito
És a quimera de que necessito
Refreai-me da cilada do mundé
Do coração, o dito não é escrito
O teu fascínio embarga-me até
Eu sou só pra ti e ti pra mim, é
Vou além. Tu me levas ao infinito
E nesta de alma perdida, sofrida
Rasga-me o peito a tua partida
Se, só queria alegria e não dor
Então, aqui na sobra repartida
Lágrimas da saudade escorrida
Murcham com mágoas, o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2017 - cerrado goiano
Soneto amor além da vida
Meu coração, por certo, palpita
Ao te ver tão graciosa e gentil.
Que nenhuma outra mulher, acredita,
Pode rivalizar com o teu perfil.
Tu és o sol que ilumina o meu caminho
E a brisa suave que refresca a minha alma,
Meu amor, minha musa, meu carinho,
Me faz sentir completo e em paz, em calma.
E quando a noite chega, meu amor,
E o céu se enche de estrelas e luar,
Nós dois juntos, sob a luz do amor,
Nos entregamos numa paixão sem par.
Te amarei além da vida, além da morte
Pois és meu sol, minha estrela, minha sorte
INCERTEZA
Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão
Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração
Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador
É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG
À SOMBRA DUM SONETO
Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada
E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada
Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo
Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro
SONETO LÉS A LÉS
Ainda que não seja, assim, poético
Que falte o olhar, o afago, a beleza
És tu, poetar, ao meu olhar estético
Bem, sem importar com a grandeza
Não temo se me acharem cético
Cada verso tem a minha certeza
Das rimas e do cântico profético
Do amor, a mais pura candideza
Outras vezes soneteio sem preito
Ah, tão em vão, tão sem emoção
Tão fantasiosos e, tão imperfeito
Mas, certo é que na sensação
Tudo se torna o versar estreito
Quando se é ausente de paixão
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020 – Triângulo Mineiro
Soneto de janeiro
Então, janeiro, primeiro do ano
E, assim, caminha dia pós dia
A sorte na sua inquieta valeria
Agridoce magia, de fatal plano
O destino palpita tão soprano
Num canto de tristura, alegria
E, seguindo, cheio de fantasia
Faz-se vida, e o tempo decano
Indo, que se vai, caminhando
Fatos, estórias, n’alma flamas
Com um horizonte passageiro
Sentido, então, vai passando
Fugaz, vigente, em chamas
Alvorecendo mais um janeiro...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 janeiro, 2024, 14’12” – Araguari, MG
Soneto do sonhar
Queria dizer que foi engano , mas seria mentira
Lembrar de você e uma sina que adiqueri
Que bom que esse pensamento me inspira
Desculpa se te esquecer ainda não consegui
Sei que sou muito chato na minha insistência
Não quero e não vou parecer um louco passional
Às vezes me perturba a sua satisfatória resistência
É que a saudade muitas vezes me faz tanto mal
Mas prometo a você que não deixarei que me domine
Nem transparecerei nenhum sentimento doentio
Esse sentimento que faz parte da minha alma
Rogo a Deus que Sua vontade e verdade determine
O melhor percurso a seguir sem qualquer extravio
Desejo que receba meu sentimento com toda calma...
OFERECIMENTO (soneto)
Eu finco em teu louvor este verso por inteiro
Para que tenhas sempre as altas venerações
Entalhei na rima o teu cheiro e, as emoções
Também, teu nome, gracioso e tão fagueiro
Cada estrofe, suspiro e um versejar cavaleiro
Carregado de sonoros versos com entoações
Tantas, cheias de encantos, tons e sensações
De amor, dando a paixão inevitável cativeiro
E nessa cantilena de sentimento, entoando
Oferecimento, dou-te o apreço, carregado
Onde a ternura a minh’alma vai poetizando
Tu és o sentido, quando se acha afortunado
E numa poética estes versetos vão narrando
A sensível sede de um coração apaixonado.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG
BOA SORTE
Não infama ao ler esse soneto de ternura
é um cântico, sim, cântico de um amador
nele há mais do que só emoção, há jura:
pulsa um coração com o mais puro ardor
É o versar cheio duma ritmada partitura
em tons sensíveis e, apaixonado louvor
do criador pra criatura, em uma mistura
de olhar, toque, sensação, graça e pudor
Com o qual partilha toda emotiva certeza
e nas rimas o desejo com a dócil presteza
criando está narrativa de um enamorado
Ó paixão! Este verso traz d’alma o aporte
declamando na tua poesia o terno amor
da ventura de quem tê-lo terá boa sorte.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/11/2024, 14’07” – Araguari, MG
"SONETO DA REPARAÇÃO"
Tentei, eu, reparar o acontecido
e consertar os erros do passado
mas acho que eu estava equivocado
e o que passou, passou! Fui, pois, vencido!
O tempo encarregou-se em ver lavado
os meus percalços, falhas, o ocorrido,
e viu-me o tanto que já padecido
no espaço do remorso consumado.
Reparação se fez sem minha ajuda
quando a poesia pura, aqui desnuda,
juntou-se a ele pra falar de amor…
O acontecido, reparar bem quis
pra ser, um pouco mais aqui, feliz
mas, para tal, o tempo é que é senhor!
Soneto da Escuridão
Talvez eu deva sumir para estrelas,
De tanto mal consentimento, não hei
De amargurar. Talvez, por centelhas,
A solidão seja dádiva — e sei.
Talvez eu nunca deva, em outro mundo,
Existir. De tão único, falhei.
Por isso, não chores — afundo,
Não sei o que houve, nem o que serei.
Possa estar viva, mas eu traga.
Possa estar morta — neu adega.
Possa existir vestígios da escuridão.
Intensa, à noite ou no pleno dia.
O sol é o exemplo mais claro, então,
Da mais pura e fiel melancolia.
SONETO CAATINGUEIRO
Nas trilhas do sertão, fui moldurado
pelo vento, pelo sol da esperança.
Cresci de coração, sempre ancorado
nos remansos de amor e confiança.
Com a seca, vi a fome, sem bonança,
mas nunca me entreguei ao desespero,
pois minha fé nutre a perseverança
no alimento do sonho, o meu tempero.
Tenho a fé que norteia meu destino,
sangue bom sertanejo e caatingueiro,
na luta desde os tempos de menino.
No meu rosto há o brio de um guerreiro,
pela graça de Deus sou nordestino,
Piauiense, valente e brasileiro.
" PERDIDO "
Nem sempre falarei, aqui, de amor
por meio de um soneto me inspirado!
Às vezes é melhor ficar calado
pra não colher encrenca e dissabor!
Contraditório, o amor! É bom de um lado
e, de outro, a mais completa confusão
que se perfaz, num tempo, de paixão
e nos remete, após, a triste estado.
Mas a poesia é feita dele e, assim,
eu tenho aqui por conta que ele, enfim,
precisa ser, melhor, é compreendido…
Não falarei de amor nalgum soneto,
se é ruim, se é bom, se branco ou preto,
mas se dele calar-me, estou perdido!
Filho da casualidade,
Nasceu soneto,
Sobre os mares,
Sonhando, desbravando,
- e cantando
E a sua rota traçando,
Flutua a caravela,
Procurando aportar
Em terra firme;
O amor não tem limite.
Prosseguindo a embarcação,
Desenhando espumas,
E tatuando o coração,
- a saudade
Nem o vento a tomba,
As brumas não a amedronta.
Herdeiro da verdade,
Eu te escuto,
No tilintar das estrelas,
No beijar dos cometas,
No dobrar das forças,
Eu te pertenço,
E para sempre irei ser tua
Por toda a eternidade...
Soneto do primeiro dia
É hoje, meu primeiro dia.
O que carrego ?ansiedade? Alegria?
Vamos começar novamente?
O começo é o fim de algo.
E perder dói. Toda perda tem ganho?
Eu vou começar agora, não importa.
Começar é decidir, agir, ser livre.
Todo dia é um começo e um fim.
O fim do dia é o começo da noite.
Quem se vai, fica, pra sempre.
O começo da dor é o fim da alegria.
Eu escolhi começar novamente.
E cada dia é uma escolha nova.
Cada dia é recomeço, um novo dia.
SONETO ELA
Eu pensei que nunca ia acontecer
Mas nos encontramos
Eu andava perdido
Mas te achei
O seu rosto debaixo do véu
Que você me mostrou
Me fez perder o sono
Eu enlouqueci
Eu agora estou com você
Debaixo das cobertas
E acordo ao seu lado depois da noite
Você não reclama da minha solitude
Do meu silêncio
Apenas nos perdemos no tempo
12.6.21
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