Soneto 12

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EXILADO

Quem jogou na minh'alma essa solidão
Que brada angústia com gosto amargo
E à ardente boa ventura causa embargo
Encarcerando está ânsia no meu coração

Quem com mãos frementes teve encargo
De incinerar com silêncio toda a emoção
Se o amor no viver necessita de sedução
E o fado no ter sorte quer este desencargo

Assim, como então sair duma maldição
Oh! Doce e pura felicidade, de olhar argo
Observe, e neste exílio me traga solução

Ah! Desventurado e vil desígnio letargo
Que me vê nesta temerosa e fria prisão
E me algema sem qualquer desembargo

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DEVOÇÃO

Tenho na parede do quarto, em devoção
O Sagrado Coração, numa oval moldura
Antiga e familiar, que eleva a estrutura
Expondo a minha fé em beata oração

Ali deposito e abriga a crença em brandura
Onde as mágoas são postas em redenção
E o bem e a paz invadem todo o coração
Em louvores, em confiança e eterna jura

E neste afeto sensato, exato é a paixão
Por quem por nós trouxe amor e ternura
Na simplicidade e na grandeza do perdão

E na diária cura, quem é de Deus criatura
Feliz permanece, no destino, na comunhão
Pois, nesta verdade, habita a real ventura

Luciano Spagnol
Início de julho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CASCALHOS

Pelos cascalhos do cerrado
Caminhei pela sequiosa luz
Hoje me resta temor calado
Na saudade que me conduz

Pelas tronqueiras de ser feliz
Passei por vagalume alado
Quis ser sábio e nunca juiz
Do amor por mim poetado

E no que me resta, vou além
Porém, o afeto levo também
Pois, ele no peito me seduz

Como não querer a mudança?
Se as dores são de esperança
E na alma se é um aprendiz...

Luciano Spagnol
Agosto, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CORTEJO

De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada

Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado

Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada

Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado

Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TOLICES

Não se atenhas nas vãs tolices
onde o valor é de mero acaso
e que no fado imprime atraso
e na lucidez pascácias burrices

Não tenhas pelo juízo descaso
só bons intuitos trazem ledices
pois futilidades são só sonsices
e na vida se tem um curto prazo

Sê sensato, saia das mesmices
não gaste o tempo criando caso
nem tão pouco com tagarelices

Tudo é precioso, e o mérito é raso
pra desperdiçar com parlapatices
pois o banal pode virar compraso

Luciano Spagnol
agosto, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AS LÁGRIMAS DA ALMA


Ontem despertei de madrugada
Com as lágrimas caindo dentro de mim
Era a minh’alma que em meu corpo chorava calada
Porque meu Deus eu tenho de sofrer tanto assim?

Quando eu despertei perplexo e sem saber de nada
Com uma tristeza maciça e sem fim
Senti a minha alma vazia e abandonada
Debruçando-se numa mesa de marfim

Ás vezes saio a esmo contemplando o vago
E deparo-me contigo tentando acender as chamas que apago
Sem razões para sorri peço socorro imploro...

Pois as tristes lágrimas que choro
Continuam perturbando a minha calma
Continuam inundando a minha alma.

Inserida por JailsonSantos

Ela

O amor sofre de amor,
eu sofro dela.
O amor sofre de dor,
dor da espera.
Chaguei a amar o amor,
mas deixei de amá-lo por ela.
O amor no fogo não queima,
eu queimo de amores por ela.
O amor não tem rosto
como o rosto dela.
O amor e o vento se amaram
e eu amei o vento nos cabelos dela.
Dizem que o amor é tudo,
mas eu encontro tudo no olhar dela.
Dizem que deus é amor,
mas só encontro amor nos braços dela.
O amo não pode me dar
o que eu recebo dos lábios dela.
O amor permeia todo o universo,
eu me satisfaço do riso dela.
No juízo final, dirão: Nós vivemos por Cristo!
No juízo final, direi: Eu vivi por ela.

Inserida por DavidEliom

O vazio, o infinito, o piano
O vento, teu sorriso, teu pranto
Teu olhar, teu sonhar, uma noite de luar
As árvores a balançar


Um nó, uma dor, sem dó
A água, a alma, a calma
As folhas, o ar, a solidão
O silêncio, as luzes, aqui dentro


Aqui, assim, sem fim
Esse vazio que preenche-me
Depois de um acordar


Nessa noite de luar
A lua a me chamar
E eu em ti pensar

Inserida por marcosmarctins

SERÁ QUE IMPORTA
Minha sina é estar
Não importa onde
Não interessa fazendo o quê
Não queria existir

Só queria morrer
Seria de mais me concederem essa regalia?
Morrer cedo e não estragar a vida de ninguém
Mas será que morrer daria certo?

Seria minha solução?
Acho que não
Ou sê-lo-ia, talvez!

Pode até ser
Como eu não sei
Sei lá, então!

Inserida por figliaperduta

QUANDO O SONHO...

Quando o sonho que sonhei na mocidade
de mudança deste mundo em desatino,
for sonhado pelo campo e a cidade
cumprirá aqui na terra o seu destino.

Quando o sonho que sonhei de liberdade
for sonhado pelo o povo nordestino,
então meu sonho será realidade...
- u'a bandeira de vitória, um novo hino!

Muito embora alguns digam - "que quimera!
esse sonho que é sonhado nesta era,
não será concretizado um segundo!"...

O que importa se alguns pensam assim?
Se esse sonho que nasceu dentro de mim
se multiplica a cada dia p'lo mundo!...

Inserida por antoniocostta

Três Fantasmas

Três fantasmas que não me deixam esquecer,
A única amada de meu coração.
Consternam-me o intelecto e toda razão.
E vejo em meus sonhos o primeiro aparecer.

Esse é o qual me faz sempre sonhar.
Lembrar mesmo inconsciente o maldito beijo.
Maior-pior que a razão é esse desejo.
Mesmo sem consciência não cesso de lembrar.

O último me vem estando eu desperto.
Melhor ao ser humano é não te-lo por perto.
E novamente me vem com surreal dança.

Três fantasmas que não me deixam esquecer.
O nome dos três pra que possas crer,
O sonho, o desejo e a maldita esperança.

Inserida por demariojr

Doce Quimera
Tens olhos como que de anjo.
De ano caído que causa tormento.
Diante de teus olhos se torna excremento,
Toda a beleza de qualquer arcanjo.

Basta-me ver-te e minha mente se dobra.
Minhas vontades transmutam-se em brasas.
Não podes ser anjo, falta-lhe asas.
Disseram que deus não dá asas à cobra.

Teu belo sorriso nem parece de quimera,
Tens um encanto que, no entanto, dilacera.
Que faz alucinar até os mais sábios.

No último terceto um conselho te deixo,
Disfarçadamente limpa o teu queixo,
Tens veneno escorrendo dos lábios.

Inserida por demariojr

Lição de um cão putrefato
Certo dia a caminhar e pensar minha'mada,
Conjecturando se o amor me abatera pela beleza.
Não foi por serdes bela, esta foi minha certeza,
Após estudar um cão putrefato na estrada.

Parei à estudar aquela coisa torta.
Outrora criatura, agora poço de verme.
Transmutaram em piscina a antiga epiderme.
A vida surgindo da vida já morta.

É estado da mente a beleza encantada.
Muito aprendi em pouca caminhada.
Aprendi a lição e nisto sou grato.

Não sei se por justiça natural ou ironia,
Mas sei que tua beleza, querida, algum dia
Será semelhante à do cão putrefato.

Inserida por demariojr

Da família dos Anjos

Tudo o que tento se torna excremento.
Constato por fim que não posso esquecer.
Lembranças que me tornam um triste ser.
São correntes que, de fraco, não as arrebento.

Parece que sinto teu cheiro no vento.
Tamanho é esse meu desejo.
E quando te revejo me vem num lampejo,
Novamente todo esse meu sentimento.

Não pude esquece-la nem à custo,
Vendo-me criado, homem, marmanjo,
Creditei que havia algo mais em teu busto.

Em teus olhos haviam divinos arranjos,
Sei que não és da família de Augusto,
Mas certamente és da família dos Anjos.

Inserida por demariojr

O amor abortado

E viu com repúdio o que foi-lhe abortado.
E viu o parasita que lhe domara as entranhas.
Utopias antigas agora tão estranhas,
Sem os olhos do puro amor derrotado.

E viu encarnado em si mesmo este sol.
Sol este repleto de chamas valentes.
Valentes chamas tais quais mil serpentes.
Serpentes que dançam no próprio cheol.

E viu com repúdio o verme falante.
Bípede animal repleto de mal.
Abortara o amor e foi despertado.

"Não me impressiona um verme que cante "
Sem o parasita se viu racional,
E escarrou com repúdio o amor abortado.

Inserida por demariojr

Um certo verme

Há um certo verme impregnando-me a mente,
Com devaneios e sonhos embebidos em veneno,
Tornando-me impuro com muito que condeno.
Há um certo verme com beleza reluzente.

Há um certo verme escarrando-me esta dor.
Vomitando versos de longuíssimo sermão.
Andando num caminho e sonhando a contra-mão,
Na loucura controversa de quem vive o amor.

Há um certo verme que me faz desvairar,
Que mesmo não querendo vem me visitar,
Como anjo iluminado pra causar-me espanto.

Há um certo verme que me faz enlouquecer.
Querer não querendo e querendo sem querer.
Há um certo verme numa casca de encanto.

Inserida por demariojr

A luz que emana desses lindos olhos, cega ao mais forte coração e traz realeza a mais pobre alma, que se encontra em plena devastação

Quem é esse? Que segura a noite na palma da sua mão, e que em seu sorriso, se encontra a mais bela estrela de toda uma constelação?

Diga-me meu anjo, porque mostras tua grandeza a uma mera mortal?
E porque a carrega junto a suas asas sem a deixar cair? Sem a abandonar?

Pois juro, tão certo como a certeza de que todos um dia iremos partir,é a certeza do amor que essa imperfeita tem por ti

Acredite meu amor, não ha lugar mais seguro pra ti, do que aqui, no meu coração, e aqui eu te protejo da dor, do ódio e da solidão.

Inserida por TrizSantos

SONHO D’OIRADO

Peixe dourado d’oira
Os olhos da minha amada
Embelezando-os com o sentir
Com sua beleza d’oirada.

Ali na margem do lago
O peixe d’oirado eu vi
Expondo o seu lindo nado!
Que a meu fado consenti.

Nade meu peixe d’oirado, nade?
Nade... Nade em seu existir
Nade o seu d’oirado pra mim.

Sob o meu coração... É verdade
Que sempre estive junto a ti
No meu sonho... Assim, assim.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

De um pra outro

Não consigo desfazer essa imaginação fértil ao pensar em você. Não quero sentir, mas existo apenas pra sentir.

É tão óbvio quanto os opostos se atraem, mas não se entendem;

É tão nítido quanto a luz da lua ou o brilho do sol;

Mais intenso que o amanhecer de um dia frio.

Ou a florescer das manhã de setembro.

Não peço mais que a verdade em seu olhar;

Talvez a sinceridade de suas palavras;

A clareza do nosso diálogo;

A verdade do nosso amor.

Quero a imensidão de alegria em nossa rotina.

A totalidade de liberdade

Generalização de verdades

A mais linda historia contada.

Inserida por ksantiago

Verdes, cor dos seus lindos olhos; belos quanto esmeralda
uma joia de fato, cujo brilho é para poucos usufruir
distinto ao manejo, quem sabe um beijo de vossos lábios
assim anseio remanescer a vista do seu olhar

outrora pode-se lhe dizer, o quão belo é vê-la resplandecer
mas por caso inoportuno, tendo a padecer
a luz do luar , belos versos de amor irei vos prosar
mesmo que seja tênue, a linha cujas almas tendem nos tocar.

alva é a luz, que toca e ilumina tua pele
bela aurora, de tamanha beleza e benevolência
narciso invejas tu, por conseguistes almejar a perfeição

de fato por meio desta venho lhe falar
pois com palavras é conturbado me expressar
o quão esplendoroso são as curvas do seu olhar.

Inserida por gtrafaa