Somos aquilo que fazemos quando Ninguem nos Ve
Eu tinha certeza que esse tal de Funk só podia ser invenção do capeta. Ninguém mais teria uma ideia tão demoníaca.
Infelizmente entre teoria e prática existe uma distância enorme. Ninguém sofre por que gosta de sofrer, sofre exatamente, por que não é tão fácil se libertar do que o faz sofrer. Quisera eu, em algumas situações arrancar o coração, e deixar que apenas a razão comande... Quisera, eu!
Embora, a doutrina espírita diga o contrário, a gente não escolhe os pais que tem. Ninguém tem culpa dos pais que têm, culpa é imitá-los se não forem bons ou deixar de imitá-los se forem.
Ninguém conhece completamente uma pessoa enquanto ela não mostrar com atitudes o que apresentou para você com palavras.
Ninguém nasce pronto, é devagarinho que a gente vai se construindo, até chegar na nossa melhor versão.
Eu cresci ouvindo que o amor tudo suporta, mas isso não é verdade, ninguém suporta um relacionamento sem reciprocidade, sem comprometimento, sem afeto, sem respeito.
Ninguém suporta um relacionamento unilateral, onde apenas uma das partes ama por dois.
Ninguém suporta um relacionamento baseado na ilusão de como poderia ser, quando a realidade é bem diferente do que sonhamos pra nós.
Ninguém suporta um relacionamento alicerçado na mentira.
Ninguém suporta um relacionamento onde sem parcimônia os seus sentimentos são pisoteados, onde você é machucada antes mesmo que a ferida anterior sare.
Ninguém suporta um relacionamento abusivo que mata a sua autoestima e destrói seu amor próprio.
Ninguém suporta um relacionamento mergulhado na tristeza.
Ninguém suporta porque todos nós temos um limite onde o amor deixa de ser amor e passa a ser ausência dele.
Hoje em dia, ninguém mais conserta as coisas, às vezes, nem é porque não têm conserto, mas porque a troca é mais fácil. Parece que tudo já é feito com uma obsolência programada, inclusive os relacionamentos. As pessoas são atraídas pelo fácil, pelo efêmero, pela emoção passageira. Dessa forma, os relacionamentos acabam não durando mais que uma estação. Em meio a esse caos programado, o grande desafio é fazer a diferença, é discernir o que pode e merece ser consertado do que não vale mais a pena ou não tem mais conserto.
A verdade é que ninguém é de ferro, que tem dias que o peso da saudade parece grande demais para a gente suportar.
Nesses dias as lágrimas parecem nuvens pesadas que escondem o sol do riso e, no nosso interior chove pesado, alaga o peito de tal forma que fica impossível caminhar dentro da gente. Aí, nos encolhemos em qualquer cantinho escuro de nós e ali ficamos quietinhos esperando que tudo passe.
Ninguém tem bola de cristal, se você está interessado, demonstre ou correrá o risco de ser só mais um na multidão, andando na contramão do destino.
O desapego não acontece de um dia para o outro. Ninguém nasce sabendo, o desapego a gente aprende e de antemão, já aviso, é um processo lento, trabalhoso, demorado, exige disciplina e tem que ser praticado dia após dia. E quando você desapega, ah, meu Deus, não tem sensação mais libertadora nessa vida! É indescritível a sensação de descobrir que você vive sem aquela pessoa por quem você achou que morria.
A vida tem um jeito lindo de nos mostrar que por mais que a gente viva, ninguém nunca sabe nada. Quando a maturidade chega e a gente acha que aprendeu tudo, logo em seguida chega a velhice, fazendo com que a gente esqueça tudo.
Ninguém sabe e nem vai saber tudo nessa vida, isso é fato, mas é sábio aquele que sabe o suficiente para saber pelo menos isso.
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