Solidão
Bondade Prejudicial
Sempre busquei satisfazer os gostos e vontades do próximo. Mas cheguei em um ponto que me surge um entrave. Quem poderá realizar meus gostos e vontades se não “EU”?
E todas as noites era a mesma coisa:
O ventilador na beira da cama em cima de um velho trono de madeira onde a cada giro que o ventilador dava o trono balançava. Era sempre um barulho ao fundo por conta desse balançar. Mas isso não a incomodava! Melhor o barulho de tal objeto, do que o grito da sua solidão.
MASSA VERSUS CIDADÃO
A massa quer ir ao shopping fazer compras
O cidadão quer ir pescar
A massa quer a medalha do primeiro lugar
O cidadão quer descansar à sombra de uma árvore
A massa quer todo crédito que o mercado possa oferecer
O cidadão que apenas não ficar devendo a ninguém!
A massa quer ir à Disney
O cidadão quer ir à praia
A massa quer tudo ponta de linha
O cidadão quer apenas ver aquela lata velha funcionando!
A massa frequenta a alta sociedade
O cidadão frequenta o barzinho pra conversa com os amigos
A massa assiste à novela e vai ao cinema(do shopping)
O cidadão assiste ao jornal e dorme no meio do noticiário!
Enfim, a massa tem interesses, aspirações e idéias muito divergentes com o cidadão até ao ponto da massa negar ser feita de cidadãos!
Hoje eu diria que choveu em minha alegria
Minhas ideias nubladas, meu silêncio cinzento
Vejo em poças de lama meus sonhos
E em gotas de chuva meus sentimentos.
Há muito deixei de temer o vazio. Na verdade o desprezo, pois descobri que somos capazes de preenchê-lo de vida ou de solidão.
Desilusão
Um encontro sem contar...
Um olhar...
Uma paixão...
Adormecer...
Um sonho lindo...
Um acordar...
Solidão...
Um vazio no coração...
Apenas uma ilusão...
Uma despedida com uma lágrima...
É como o tempo...
O tempo é infinito...
Mas não pára...
Nem volta atras...
Ontem atirei para o mar uma mão cheia de areia fina da praia...
Cada grão é um sentimento de amor puro por ti...
Se o mar me entregar apenas um grão teu eu serei o homem mais feliz do mundo...
Por vezes a pessoa que mais gostamos
É como o vento...
Não sabemos de onde vem nem para onde vai...
Só queríamos poder agarra-la e tê-la junto a nós...
Mas o vento não se consegue agarrar...
Podemos e devemos lutar com todas as nossas forças...
Por causas que tenhamos nem que seja uma ínfima hipótese de ganhar...
Entrar em batalhas em que já estejamos derrotados á partida...
É meramente sacrificar-nos em vão...
Sinto medo...
Sinto medo desses ventos,
desse céu negro,
sem lua...
dessas insanas tormentas
de lembranças tuas...
...escrever é a minha maneira
de preencher um pouco
do meu vazio...
um jeito que encontrei
de não me sentir
tão só...
...não sou poeta,
sou solidão...
Depois detudo...
Depois do frio no coração
Das palavras vazias...
Dos dias longos e cinzas
De infinita solidão...
Da madrugada sem estrelas
Das noites insones...
Depois de tudo
Ainda resta um pouco de mim
Pedindo prá sonhar...
outra vez!
Na noite fria e tão vazia,
Descanso meus olhos cansados,
Adormeço meu coração apaixonado,
Fitando teu retrato...
